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João Pessoa, PB Maio, 2013 Universidade Federal da Paraíba Centro de Energias Alternativas e Renováveis Departamento de Engenharia de Energias Renováveis Professora: Cristiane Kelly F. da Silva 2 I. Introdução • 1.1. Termodinâmica e Transferência de Calor • 1.1.1. Relação com a Termodinâmica • 1.2.1. Formas de Energia • 1.3. Origens Físicas e Equações das Taxas • 1.1.2. Relevância da Transferência de Calor • 1.1.3. Análise de Problemas de Transferência de Calor • 1.2. A Exigência da Conservação de Energia • 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle • 1.2.3. Balanço de Energia em uma Superfície 3 1.1.1. Relação com a Termodinâmica Qual a diferença entre “Termodinâmica “ e “Transferência de Calor”? “Há diferença entre elas”? A transferência de energia é sempre do meio de maior temperatura para o de menor temperatura, e ela cessa quando os dois meios atingem a mesma temperatura. Primeira Lei: conservação de energia. Segunda Lei: direção em que os processos ocorrem. 4 Considere um frasco fora da geladeira à temperatura ambiente. Depois o mesmo é colocado dentro da geladeira, como ilustrado. Suponha Tg< Tf Frasco Tf = Tamb ∆t Inicial Final Tf = Tg Que análises podem ser realizadas, de acordo com as duas disciplinas? 1.1.1. Relação com a Termodinâmica 5 �Termodinâmica: QT = ∆U = mc∆T. Fornece o calor total necessário a ser transferido do frasco para resfriá-lo baseado na sua massa, diferença de temperatura e calor específico médios – APENAS ISSO!! �Transferência de Calor: responde outras questões importantes no âmbito da engenharia, tais como: quanto tempo (∆t) levará para que o novo equilíbrio térmico, ou seja, para que Tf = Tg seja alcançado? É possível reduzir (ou aumentar) esse tempo? Calor: Forma de energia que pode ser transferida de um sistema para outro como consequência da diferença de temperatura entre eles. 1.1.1. Relação com a Termodinâmica 6 �Na prática, nós estamos mais preocupados com a Taxa de transferência de calor do que com a sua quantidade propriamente dita. Por exemplo: A determinação das taxas de transferência de calor de um sistema e, consequentemente, o tempo de aquecimento ou arrefecimento, bem como a variação de temperatura, é o objetivo da Transferência de Calor. �Termodinâmica: estados termodinâmicos em equilíbrio. �Transferência de Calor: sistemas que não estão em equilíbrio térmico. ATransferência de Calor é por essência um processo de não-equilíbrio. 1.1.1. Relação com a Termodinâmica 7 Qual é o valor deste conhecimento e em quais problemas ele pode ser aplicado? �O Corpo Humano: �Rejeição de calor conforto; �Fronteira entre doença e saúde: Hipotermia e Choque Térmico; �Engenharia Biomédica: cirurgias a laser. 1.1.2. Relevância da Transferência de Calor 8 �Dispositivos de conservação e produção de energia. Sistemas de ar-condicionado Sistemas de aquecimento Sistemas de refrigeração 1.1.2. Relevância da Transferência de Calor Casas energeticamente eficientes 9 Coletores de energia solar Usinas termoelétricas Computadores pessoais 1.1.2. Relevância da Transferência de Calor 10 �Primeiro Passo: entender os fundamentos e ganhar um bom conhecimento. �Segundo Passo: dominar os fundamentos testando esses conhecimentos. 1.1.3. Análise de Problemas de Transferência de Calor 11 • Passo 1: Declaração do Problema Escrever sucinta e objetivamente o que se conhece a respeito do problema. • Passo 2: Esquema Desenhar um esboço realista do sistema físico envolvido e enumerar nele as informações relevantes. • Passo 3: Considerações, Suposições e Aproximações Listar todas as considerações simplificadoras pertinentes. Estabelecer as suposições e aproximações adequadas a fim de simplificar o problema. Assumir valores razoáveis. 1.1.3. Análise de Problemas de Transferência de Calor 12 • Passo 5: Análise e Cálculos Começar a análise aplicando as leis de conservação apropriadas e introduzir as equações das taxas na medida em que elas sejam necessárias. • Passo 6: Comentários Discutir os resultados. Incluir um resumo das principais conclusões, uma crítica das considerações originais. • Passo 4: Propriedades Compilar valores das propriedades físicas necessárias e determinar as propriedades desconhecidas. 1.1.3. Análise de Problemas de Transferência de Calor 13 1.2. A Exigência da Conservação de Energia 1.2.1. Formas de Energia Energia Total Térmica Mecânica Cinética Potencial Gravitacional Elétrica Magnética Química Nuclear • Quer percebamos ou não, a energia é parte importante na maioria dos aspectos de nossa vida diária. 14 1.2.1. Formas de Energia Energia Total Macroscópica Cinética Potencial Gravitacional Microscópica Energia Interna Cinética Potencial Energia que um sistema possui como um todo, com relação a algum referencial externo Energia relacionada à estrutura molecular de um sistema e ao grau de atividade molecular, e são independentes de referenciais externos. 15 Energia Interna Potencial Química Nuclear Energia Latente Elétrica e Magnética Cinética Energia Sensível E. C. de Rotação E. C. de Vibração E. de Spin E. C. de Translação Soma de todas as formas microscópicas de energia em um sistema. Está relacionada à estrutura molecular e ao graus de atividade molecular. A velocidade média e o grau de atividade das moléculas são proporcionais à T. Energia associada com a fase de um sistema Energia associada com as ligações atômicas em uma molécula Energia associada com as ligações no interior do núcleo do átomo. Movimento das moléculas Átomo das moléculas Elétrons giram ao redor de seus eixos 1.2.1. Formas de Energia 16 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle Princípio da Conservação de Energia ou Primeira Lei da Termodinâmica: durante uma interação, a energia pode mudar de uma forma para outra, mas a quantidade total permanece constante. A única forma na qual a quantidade de energia de um sistema pode mudar é se energia cruzar sua fronteira. EP = 10 unidades EC = 0 Energia potencial Energia cinética EP = 7 unidades EC = 3 unidades Salto São Francisco, no Paraná. Uma velha locomotiva a vapor Hidrelétrica de Tucuruí 17 �Aplicação em um Sistema Fechado durante um Intervalo de Tempo. ∆������� = −� (1.11a) Uma interação de energia só é calor se ocorrer devido a uma diferença de temperatura. �Aplicação em um Volume de Controle em um Instante A energia pode ser transferida por três formas: calor, trabalho e fluxo de massa. Se a energia que cruza a fronteira de um sistema não é calor, ela deve ser trabalho. 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle 18 �Primeira Lei da Termodinâmica durante um Intervalo de Tempo (∆t) O aumento na quantidade de energia acumulada (armazenada) em um volume de controle deve ser igual á quantidade de energia que entra no volume de controle menos a quantidade de energia que deixa o volume de controle. � Um Estudo sobre as Formas de Energia na Transferência de Calor • Energia Mecânica: EC + EP • Energia Térmica: Ut = Usen + Ulat • Energia Acumulada: • Energia Gerada: • Energias de Entrada e Saída: ���� = � + �� + �� �� Fenômenos Volumétricos ���� ���� Fenômenos de Superfície 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle �� (�� + 1 2� �2 + ��) Mecanismo adicional de transferência de energia �Equação das Energias Térmica e Mecânica para um Intervalo de Tempo (∆t) ∆���� = ���� − ���� + �� (1.11b) �Equação das Energias Térmica e Mecânicapara um Instante t ����� ≡ !����!� = ����� − ����� + ��� (1.11c) O aumento na quantidade de energia térmica e mecânica acumulada em um V.C A quantidade de energia térmica e mecânica que entra no V.C A quantidade de energia térmica e mecânica que deixa o V.C A quantidade de energia térmica que é gerada no interior do V.C A taxa na qual as energias térmica e mecânica entram no V.C A taxa na qual as energias térmica e mecânica deixam o V.C A taxa na qual a energia térmica é gerada no interior do V.C A taxa de aumento da quantidade de energia térmica e mecânica acumulada em um V.C 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle (J) (J/s) � Considerações sobre a Equação (1.11c) ����� + ��� > ����� � Se � Se ����� + ��� < ����� � Se ����� + ��� = ����� 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle Toda aplicação da primeira lei deve iniciar com a identificação de um V.C. apropriado e de sua S.C., nos quais uma análise é posteriormente efetuada. � Casos Especiais 1) Processo Transiente para um Sistema Fechado ∆�� = −� � Mudanças desprezíveis nas energias cinética e potencial � Em um instante t !��!� = $ −�� 2) Conservação de Energia em um Volume de Controle com Escoamento em Regime Estacionário ����� − ����� = 0 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle 3) Regime Estacionário para um Fluxo através de um Volume de Controle, sem mudança de Fase ou Geração � Taxa de Trabalho de Escoamento:������ = &'�� � Equação da Energia para Processos em Regime Estacionário : �� (�� + &' + � 2 2 + ��)��� −�� (�� + &' + �2 2 + ��)��� + $ −� � = 0 (1.11d) 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle (1.11e) � Entalpia: � Para um Gás Ideal com Calor Específico Constante, com variações nas energias cinética e potencial e trabalho desprezíveis: � = �� + &' (���� − ���� ) = �&(���� − ���� ) $ = �� �&(���� − ���� ) (1.11e) � Para um Líquido Incompressível, com variações nas energias cinética e potencial, desprezíveis e trabalho desprezível, incluindo trabalho de escoamento: (���� − ���� ) = �(���� − ���� ) (&')��� − (&')��� ≅ 0 $ = �� �(���� − ���� ) Eq. (1.11e): Equação simplificada da energia térmica para sistemas com escoamento estacionário. 1.2.2. Conservação de Energia em um Volume de Controle 1.2.3. Balanço de Energia em uma Superfície Conservação da Energia: ����� − ����� = 0 Aplicada a condições de regime estacionário e transiente. � Os termos relativos à geração e ao acúmulo de energia não são mais relevantes. � Considere a superfície da parede com transferência de calor por condução, convecção e radiação. $"���! − $"���' − $",�! = 0 (1.12) (1.13) Exemplo 1: Resfriamento de Chapas de Aço Inoxidável Uma chapa contínua de aço inoxidável AISI 304 em aquecimento é transportada com velocidade constante de 1cm/s para dentro de uma câmara, para ser resfriada. O aço inoxidável da chapa tem 5 mm de espessura e 2 m de largura. A chapa entra na câmara e sai dela a 500K e 300K, respectivamente. Determine a taxa de perda de calor da chapa de aço no interior da câmara. 1.2.3. Balanço de Energia em uma Superfície 1) Declaração do problema: Uma chapa contínua em aquecimento está sendo transportada dentro de uma câmara. Determinar a taxa de perda de calor transmitida a partir de uma chapa de aço inoxidável dentro de uma câmara. 2) Esquema: $ 3) Considerações e Suposições: i) Existem condições de operação constante, ii) a folha de aço inoxidável tem propriedades constantes, iii) as alterações em energia cinética e potencial são desprezíveis. 4) Propriedades: O calor específico à pressão constante do aço inoxidável AISI 304 na temperatura média: ��é! = (500 + 300)02 = 4000 ∴ �& = 515 3 4�. 0 A densidade do aço inoxidável AISI 304 à T = 300K: 6 = 7.900 4�/�³ (Tab. A1) 5) Análise e Cálculo: Tomamos a chapa de aço inoxidável a ser transportada dentro e fora da câmara como V.C. Assim, a taxa de perda de calor da chapa de aço inoxidável na câmara pode ser determinada como: $ = �� �&∆� �� $ = �� �&(���� − ���� ) 1.2.3. Balanço de Energia em uma Superfície �� = 6�;� ∴ �� = 7.900 4��³ . 0,01 � � . 2�. 0,005� ∴ �� = 0,794�/� Amassa da chapa de aço inoxidável transportada entra na câmara e sai dela a uma taxa de: $ = 0,794�� . 515 3 4�. 0 . (300 − 500)0 ∴ $ = −81.370 3 � ∴ $ = −81,44� 6) Comentário: O sinal negativo vem confirmar a análise de que está havendo perda de calor da chapa. 1.2.3. Balanço de Energia em uma Superfície 1.3. Origens Físicas e Equações de Taxa O que é Transferência de Calor? Transferência de calor (ou calor) é energia térmica em trânsito devido a uma diferença de temperaturas no espaço. O que é a Energia Térmica? A energia térmica está associada à translação, rotação, vibração e aos estados eletrônicos dos átomos e moléculas que constituem a matéria. 1.3. Origens Físicas e Equações de Taxa NÃO confundir ou trocar os significados físicos de Energia Térmica, Temperatura e Transferência de Calor Quantidade Significado Símbolo Unidades Energia Térmica Energia associada com o comportamento microscópico da matéria. U ou u J ou J/kg Temperatura Um modo de avaliar indiretamente a quantidade de energia térmica acumulada na matéria. T K ou ºC Transferência de Calor Transferência de energia térmica devido à gradientes de temperatura. Calor Quantidade de energia térmica transferida sobre um intervalo de tempo ∆t>0. Q J Taxa de Calor Energia térmica transferida por unidade de tempo. q W (J/s) Fluxo de Calor Energia térmica transferida por unidade de tempo e por unidade de área da superfície. q” W/m² 1.3. Origens Físicas e Equações de Taxa �Modos de Transferência de Calor �Condução: Transferência de calor em um sólido ou fluido estacionário (gás ou líquido) em virtude do movimento aleatório dos seus átomos, moléculas e/ou elétrons constituintes.. �Convecção: Transferência de calor devido ao efeito combinado do movimento aleatório (microscópico) e do movimento macroscópico (advecção) do fluido sobre uma superfície �Radiação: energia que é emitida pela matéria devido à mudanças nas configurações eletrônicas de seus átomos ou moléculas e é transportada como ondas eletromagnéticas (ou fótons). 1.3.1. Condução Condução: é a transferência de energia das partículas mais energéticas de uma substância para partículas vizinhas adjacentes menos energéticas, como resultado da interação entre elas. • A condução está diretamente ligada à atividades atômicas e moleculares • A condução pode ocorrer em sólidos, líquidos e gases. a) Mecanismo Físico �Gases • Quando as moléculas colidem energia é transferida das mais energéticas para as de menor energia. • A temperatura em um ponto está relacionada com a energia das moléculas naquele ponto. • Não há movimento macroscópico ou global. 1.3.1. Condução Difusão de Energia: transferência líquida de energia pelo movimento molecular aleatório. • Na presença de um gradiente de temperatura a transferência de energia ocorre na direção da diminuição da temperatura. • O plano hipotético é atravessado devido ao movimento aleatório das moléculas. 1.3.1. Condução �Líquidos �Sólidos É devida à combinação de vibrações das moléculas em uma rede e movimento dos elétrons livres. Moléculas mais próximas e interações mais fortes e mais frequentes. b) Equações de Taxa $"> = −4 !�!> (1.1) Aplicação para condução unidimensional de calor, através de uma parede plana com condutividade térmica constante: :Fluxo térmico (W/m²) :Gradiente de temperatura (ºC/m ou K/m) (-): assegura quea transferência de calor no sentido positivo de x seja uma quantidade positiva. :condutividade térmica do material (W/(m. K)). 1.3.1. Condução Sentido da T decrescente. $"> = 4 �1 − �2? = 4 ∆� ? (1.2) • Taxa de Calor (qx) $> = $"> . @ (W) 1.3.1. Condução L: espessura da parede (m) $A $> = −4@ !� !> (W) Lei de Fourier 1.3.2. Convecção Convecção: é o modo de transferência de energia entre uma superfície sólida e uma líquida ou gás adjacente, que está em movimento e que envolve os efeitos combinados de difusão e do movimento de um fluido. a) Mecanismo Físico Dois Mecanismos Difusão Advecção Movimento molecular aleatório Movimento global ou macroscópico do fluido (agrupados de moléculas) Na ausência de qualquer movimento de massa de fluido, a transferência de calor entre a superfície sólida e o fluido será por pura condução � Desenvolvimento da camada limite na transferência de calor � Camada limite hidrodinâmica ou de Velocidade: Região no fluido onde a velocidade varia de zero (em y=0) até um valor u∞ associado ao escoamento do fluido. � Camada limite térmica: Se as temperaturas do fluido e da superfície forem diferentes existirá uma região no fluido onde a temperatura varia entre Ts (y=0) até T∞, associada á região de escoamento afastada da superfície. • Contribuição do movimento molecular aleatório (difusão)? • Contribuição do movimento global do fluido (advecção)? O modo de transferência de calor por convecção é mantido pelo movimento molecular aleatório e pelo movimento global do fluido no interior da camada limite. 1.3.2. Convecção Forçada X Natural (Livre) b) Classificação em Função do Escoamento Utilização de equipamentos para aumentar a velocidade do fluido Ocorre naturalmente, escoamento induzido por forças de empuxo. Convecção Forçada: se o fluido é forçado a fluir sobre uma superfície por meios externos. Convecção Natural ou Livre: se o movimento do fluido é causado por forças de flutuação induzidas por diferenças de densidade, decorrentes da variação de T no fluido. Processos de transferência de calor que envolvem mudança de fase: subida de bolhas de vapor durante a ebulição ou queda de gotículas de líquido durante a condensação. 1.3.2. Convecção c) Equações de Taxa A equação da taxa de transferência de calor por convecção é conhecida como a Lei do Resfriamento de Newton: (1.3a)$" = ℎ(�� − �∞) q” (W/m²): fluxo de calor por convecção Ts: temperatura da superfície T∞: temperatura do fluido suficientemente longe da superfície h (W/(m².k)): coeficiente de transferência de calor por convecção. � Considerações para uso da equação (1.3a): � Se Ts > T∞ � Se T∞> Ts $" = ℎ(�∞ − ��) A transferência de calor é positiva se ocorrer para a superfície (1.3b) 1.3.2. Convecção Problema central da convecção: determinação de valor de h Tab. 1.1 Incropera 1.3.3. Radiação Radiação: é a energia emitida pela matéria sob a forma de ondas eletromagnéticas (ou fótons) como resultado das mudanças nas configurações eletrônicas de átomos ou moléculas. A transferência por radiação ocorre mais eficientemente no vácuo. � Radiação Térmica É a energia emitida pela matéria que se encontra a uma temperatura não-nula. Todos os sólidos, líquidos e gases emitem, absorvem ou transmitem radiação em diferentes graus. Absorção Transmissão Emissão Reflexão a) Mecanismo Físico Transferência de energia por ondas eletromagnéticas. b) Equações de Taxa A transferência de calor por radiação em uma interface gás/sólido envolve a emissão de radiação a partir da superfície e pode também envolver a absorção da radiação incidente, bem como da convecção. � Emissão de Radiação (fluxo de energia que sai devido à emissão) �� = D��4 (1.4)Lei de Stefan-Boltzmann En (W/m²): poder emissivo de um corpo negro Ts: temperatura absoluta (K) da superfície σ: Constante de Stefan-Boltzmann (σ = 5,67.10-8W/(m².K4)) � = ED��4 (1.5)Corpo real E (W/m²): poder emissivo da superfície ε : emissividade da superfície (0≤ ε ≤1). 1.3.3. Radiação Corpo negro: superfície idealizada que emite radiação a uma taxa máxima. � Absorção de Radiação (energia absorvida devida à irradiação) F�G� = HF (1.6) Gabs (W/m²): radiação incidente absorvida G: irradiação α : absortividade (0≤ α ≤1). Um corpo negro é um perfeito absorvedor (α=1) e um perfeito emissor (ε=1) Se α < 1 e a superfície é opaca: porções da irradiação são refletidas; Se a superfície é semitransparente: porções da irradiação podem ser também transmitidas; A água e o vidro são considerados semitransparentes à radiação solar. � A taxa na qual a radiação incide sobre uma área unitária da superfície é chamada de Irradiação (G) � Considerações 1.3.3. Radiação � Taxa na qual a energia radiante é absorvida, por unidade de área da superfície: � Caso Particular: Troca por radiação entre uma pequena superfície e uma grande vizinhança, Tviz. �� = D�'�� 4 = F Em alternativa, (1.7)$",�! = $@ = E��(��) − HF = ED(��4 − �'�� 4) $,�! = ℎ,@(�� − �'�� ) (1.8) hr (W/m².K): Coeficiente de Transferência de Calor por radiação ℎ, ≡ ED(�� + �'�� )(��2 + �'�� 2) (1.9) � Para convecção e radiação combinadas: $ = $���' + $,�! = ℎ@(�� − �∞) + E@D(��4 − �'�� 4) (1.10) 1.3.3. Radiação Taxa líquida de transferência de calor por radiação, expressa por unidade de área da superfície. Superfície cinza: α = ε Exemplo 2: Perda de Calor de uma Pessoa Considere uma pessoa em pé em uma sala a 20ºC. Determine a taxa total de transferência de calor dessa pessoa considerando que a superfície exposta e a temperatura média da superfície da pessoa são 1,6 m² e 29ºC, respectivamente. O coeficiente de transferência de calor por convecção é de 6 W/m².K. 1.3. Origens Físicas e Equações de Taxa 1) Declaração do problema: Uma pessoa em pé em uma sala com temperatura especificada. Determinar o valor total da taxa de transferência de calor dessa pessoa. 2) Esquema: $IJKL $MNL $IJKO 1.3. Origens Físicas e Equações de Taxa (1) Existem condições de regime estacionário; (2) a pessoa está completamente cercada pelas superfícies internas da sala; (3) as superfícies circundantes (vizinhas) estão na mesma temperatura do ar na sala; (4) a condução de calor através dos pés para o piso é desprezada. 3) Considerações e Suposições: 4) Propriedades: A emissividade da pessoa (pele) é ε = 0,95. (Tab. A.11 Incropera) 5) Análise e Cálculos: • Taxa de Transferência de calor por convecção: A transferência de calor entre a pessoa e o ar na sala se dá por convecção (em vez de condução): $���' . = ℎ@�(�� − �∞) ∴ $���' . = 6 ��2. 0 . 1,6�2. (29 − 20)° ∴ $���' . = 86,4� 1.3. Origens Físicas e Equações de Taxa A pessoa também perde calor por radiação para as superfícies das paredes envolventes. Considera-se as temperaturas das superfícies das paredes, teto e piso igual à temperatura do ar. • Taxa de Transferência de calor por radiação: $,�! = ED@�(��4 − �'�� 4) ∴ $,�! = 0,95.5,67. 10−8 ��².04 . 1,6�². S(29 + 273)4 − (20 + 273)4T04 $,�! = 81,7127� • A taxa total de transferência de calor a partir do corpo é determinada pela adição das duas quantidades encontradas: $����U = $���' + $,�! ∴ $����U = 86,4� + 81,7127� ∴ $����U = 168,1127� 6) Discussão: � A transferência de calor seria muito maior se a pessoa não estivesse vestida, já que a temperatura da superfície exposta seria maior; � Nesse cálculo, a transferência de calor por condução através dos pés para o chão, que normalmente é muito pequena, é negligenciada;
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