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Lógica A Lógica (do grego λογική logos) é o estudo filosófico do raciocínio válido. Utilizada em atividades mais intelectuais, a lógica é usada principalmente as disciplinas de filosofia, matemática, semântica e ciência da computação. Ela examina de forma genérica as formas que a argumentação pode tomar, quais dessas formas são válidas e quais são falaciosas. Em filosofia, o estudo da lógica aplica-se na maioria dos seus principais ramos: metafísica, ontologia, epistemologia e ética. Na matemática, estudam-se as formas válidas de inferência de uma linguagem formal. Por fim, a lógica também é estudada na teoria da argumentação e hoje principalmente na Computação. A lógica foi estudada em várias civilizações da Antiguidade. Na Índia, a recursão silogística, Nyaya remonta há 1900 anos. Na China, o Moísmo e a Escola dos Nomes datam de a 2200 anos atrás. Na Grécia Antiga a lógica foi estabelecida como disciplina por Aristóteles, com a sua obra Organon. Ele dividiu a lógica em formal e material. O estudo da lógica era parte do Trivium clássico, juntamente com a gramática e a retórica. A lógica é frequentemente dividida em três partes: o raciocínio indutivo (Pg 2), o raciocínio abdutivo (Pg 3) e o raciocínio dedutivo (Pg 4). Dedução e indução A lógica diferencia duas classes fundamentais de argumentos: os dedutivos e os indutivos. Os argumentos dedutivos são aqueles que as premissas fornecem um fundamento definitivo da conclusão, enquanto nos indutivos as premissas proporcionam somente alguma fundamentação da conclusão, mas não uma fundamentação conclusiva1 , identificando dessa maneira os conceitos de dedução e raciocínio válido. Outra maneira de expressar essa diferença é dizer que numa dedução é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, mas no raciocínio indutivo no sentido forte isso é possível, mas pouco provável2 . Num raciocínio dedutivo a informação da conclusão já está contida nas premissas, de modo que se toda a informação das premissas é verdadeira, a informação da conclusão também deverá ser verdadeira. No raciocínio indutivo a conclusão contém alguma informação que não está contida nas premissas, ficando em aberto a possibilidade de que essa informação a mais cause a falsidade da conclusão apesar das premissas verdadeiras. Raciocinar indutivamente é partir de premissas particulares, na busca de uma lei geral, universal, por exemplo: O ferro conduz eletricidade O ferro é metal O ouro conduz eletricidade O ouro é metal O cobre conduz eletricidade O cobre é metal Logo os metais conduzem eletricidade. Abdução (lógica filosófica) A abdução foi a noção que Charles Sanders Peirce adaptou, usando-a no suposto sentido aristotélico, e contemporaneamente é utilizada em pesquisas acadêmicas, principalmente na Semiótica e nas Ciências da Comunicação. A forma lógica é a seguinte: Tem-se observado B (um conjunto de dados ou factos). A pode explicar B. Logo, é provável que A. A melhor explicação que temos é aquilo que torna A provável. Assim, a abdução é a inferência a favor da melhor explicação. A hipótese A, a ser verdadeira, explica B. nenhuma outra hipótese pode explicar tão bem B como A. Logo, A é provavelmente verdadeira. Na abdução utilizam-se certos dados para se chegar a uma conclusão mais ampla, como acontece nas inferências da melhor explicação. Na abdução, o que está implicado não é uma função de verdade, mas antes uma relação de causalidade. A abdução estabelece a probabilidade da conclusão da inferência e não necessariamente a sua verdade. O facto de um conjunto de dados B poder ser o efeito da causa A, pode não permitir inferir categoricamente uma elação de A sobre B, dado ser uma causa possível entre muitas outras. O mesmo efeito pode ser consequência de diferentes causas. Mesmo naqueles casos em que a massa de dados disponível a favor de uma dada hipótese seja tão grande quanto possamos desejar, é sempre possível imaginar consistentemente que outra causa originou o conjunto de efeitos conhecido. A selecção de uma dada hipótese causal tem de depender de outros critérios de escolha, como por exemplo a simplicidade da explicação. Assim, o objectivo de um processo abdutivo é o de alcançar uma explicação para um determinado acontecimento ou conjunto de acontecimentos. Um exemplo poderia ser ao se deparar com pegadas de um equino, estando num país não africano, a abdução mais provável seria de que esta marca pertencesse a espécie Equus Ferus Caballus, ou seja, um simples cavalo, do que uma zebra. Método dedutivo Método dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada(s) premissa(s). A indução normalmente se contrasta à dedução. Essencialmente, os raciocínios dedutivos se caracterizam por apresentar conclusões que devem, necessariamente, ser verdadeiras caso todas as premissas sejam verdadeiras se o raciocínio respeitar uma forma lógica válida. Partindo de princípios reconhecidos como verdadeiros (premissa maior), o pesquisador estabelece relações com uma segunda proposição (premissa menor) para, a partir de raciocínio lógico, chegar à verdade daquilo que propõe (conclusão). O que é uma dedução? Uma dedução é uma espécie de argumento no qual a forma lógica válida garante a verdade da conclusão se as premissas forem verdadeiras. Por exemplo: Temos duas premissas verdadeiras: "P1:Todos os homens são mortais"/ "P2:Sócrates é homem Logo, z é y" Veja que as duas premissas obedecem à uma forma lógica válida. Se a conclusão for "Logo, Sócrates é mortal (Logo, z é y)", então temos uma dedução. É comum definir erradamente que na dedução inferimos uma conclusão particular de premissas gerais (o famoso do geral para o particular). Isto é falso. Esse tipo de pensamento existe porque muitas pessoas só conhecem UM tipo de dedução. "TODO x é y. z é x. Logo, z é y" O problema é que existem deduções cujas premissas maiores são iniciadas por condicionais e não partem necessariamente de premissas gerais, como os modus tollens e ponens: Modus ponendo ponens "Se P, então Q. P. Portanto Q." Modus tollens "Se P, então Q. Q é falso. Logo, P é falso." Exemplo de modus ponens que não parte de premissas gerais: "Premissa 1:Se Lula nasceu em Caetés, nasceu em Pernambuco. Premissa 2:Lula nasceu em Caetés. Conclusão:Logo, Lula nasceu em Pernambuco." Referências Mautner, T. The Penguin Dictionary of Philosophy. Penguin Books Ltd, 1997. Ed. Portuguesa – Edições 70, 2010. Simon Blackburn – Dicionário de Filosofia, 1997. Tradução portuguesa Ed. pela Gradiva, 1997 João Branquinho, Desidério Murcho e Nelson Gonçalves Gomes – Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos, São Paulo: Martins Fontes, 2006 http://criticanarede.com/intropf.html, Acessado em 05/01/2014 as 21:00 http://jerzy.cfh.prof.ufsc.br/files/falacias-form.pdf, Acessado em 05/01/2014 as 21:35 Copi, I., Cohen, C. Introduction to logic. 8 ed. New York: Macmillan Publishing Company, 1990. 569 p. p. 45--46. Cook, Roy T.. A Dictionary of Philosophical Logic. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2009. p. 273.
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