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TRABALHO RESPIRATÓRIA DPOC

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REABILITAÇÃO PULMONAR NO PACIENTE PORTADOR DE DPOC
INTRODUÇÃO: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem por característica a obstrução lenta e progressiva das vias aéreas, promovendo a limitação ao fluxo expiratório e o aumento da resistência das vias aéreas, além de gerar sobrecarga muscular inspiratória e aumento da carga elástica, decorrente das mudanças na arquitetura do tecido pulmonar, e do volume residual do pulmão (hiperinsuflação). A hiperinsuflação exerce efeito marcante sobre o padrão de recrutamento dos músculos respiratórios, podendo alterar profundamente a mobilidade da parede torácica e a atuação dos demais músculos inspiratórios. (CUNHA et al, 2005). Seu diagnóstico e a progressiva incapacidade de realizar as atividades de vida diárias, dificuldades respiratórias e a diminuição da qualidade de vida. Os sintomas decorrentes da DPOC são tosses produtivas diárias e intermitentes, dispneia e hipersecreção de muco. O principal agente causador é o fumo em 85% doa casos, fumaça de lenha, poeira ocupacional, irritantes químicos, infecções respiratórias na infância e condições socioeconômicas.
 	
As doenças associadas a DPOC são o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. O enfisema pulmonar é caracterizado pela perda da elasticidade do tecido pulmonar, destruição dos alvéolos e seus capilares. Conforme os danos aumentam, as vias aéreas colapsam, resultando em menos superfície para trocas gasosas, levando a uma forma obstrutiva de doença pulmonar: o ar entra nos pulmões e não sai. A diminuição da ventilação e obstrução das vias aéreas e a hiperinflação dos pulmões resultam em baixos níveis de oxigênio (hipóxia) e, eventualmente, níveis de dióxido de carbono (hipercapnia) no sangue cada vez maiores, conforme o espaço para troca gasosa reduz. Durante a hiperinflação pulmonar, o risco de inflamação das vias aéreas também aumenta, o fluxo de ar expiratório reduz e diminui ainda mais a transferência de gás. Os níveis de oxigênio no sangue progressivamente menores aumentam a frequência respiratória como resposta compensatória. Os baixos níveis de oxigênio, se presente por um período prolongado, podem resultar em estreitamento por reflexo das artérias dos pulmões (shunt pulmonar), enquanto as inflamações e lesões por produtos tóxicos levam à ruptura de capilares e alvéolos dos pulmões. Ambas as mudanças resultam em aumento da pressão sanguínea nas artérias pulmonares, que podem causar cor pulmonale. A bronquite crônica é causada por uma lesão recorrente ou irritação do epitélio respiratório dos brônquios, resultando em crônica a inflamação, edema (inchaço), e aumento da produção de muco pelas células caliciformes. O fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões é parcialmente bloqueada devido do muco inchaço e extra nos brônquios ou devido a reversível broncoespasmo. A bronquite crônica é tratada com os sintomas. Inflamação e edema do epitélio respiratório pode ser reduzida com inalado corticosteróides. Chiado e falta de ar pode ser tratada através da redução broncoespasmo (estreitamento reversível dos brônquios de menor devido à constrição do músculo liso) com broncodilatadores inalatórios, como β-adrenérgicos agonistas (por exemplo, salbutamol) e inalados anticolinérgicos (por exemplo, brometo de ipratrópio). Hipoxemia também pouco oxigênio no sangue, pode ser tratada com oxigênio suplementar. No entanto, a suplementação de oxigênio pode resultar em diminuição do impulso respiratório, levando a níveis sanguíneos aumentados de dióxido de carbono e subsequente acidose respiratória .
O Fisioterapeuta Respiratório no exercício profissional atua em todos os níveis de atenção à saúde, no desenvolvimento ontogênico, com ações de prevenção, promoção, proteção, educação, intervenção, recuperação e reabilitação do paciente, como descrito no Art. 7° da Resolução n°400, de 03 de agosto de 2011/ COFFITO. Diante das seguintes afirmações expostas, este presente estudo procura identificar quais os benefícios e condutas fisioterapêuticas podem ser adotadas para minimizar os sintomas decorrentes da DPOC através da reabilitação pulmonar. 
OBJETIVO: Buscar na literatura indícios da importância da fisioterapia no tratamento de pacientes com DPOC. Avaliar a eficácia da reabilitação pulmonar bem direcionada para corrigir ou minimizar as disfunções provocadas pela DPOC, na capacidade de tolerância ao exercício, na força da musculatura respiratória e na qualidade de vida. 
METODOLOGIA: A pesquisa é uma revisão bibliográfica, composta de literatura nacional, sendo a pesquisa realizada na base de dados SciELO, onde os achados foram 95 (noventa e cinco) artigos, utilizando o descritor “DPOC” e filtros selecionados: coleções Brasil, idioma português, anos de publicação de 2010 a 2015, SciELO áreas temáticas Ciências da Saúde, tipo de literatura artigo. Foram selecionados 3 (três) artigos pertinentes ao assunto proposto publicados em revistas e jornais, sendo excluso 92 (noventa e dois) que fugiam da temática. Utilização de 2 (dois) livros de literatura cinzenta que focalizam bem o assunto, com edições nos anos de 2010 e 2011. 
RESULTADOS: Neste presente trabalho foram investigadas a importância das intervenções fisioterapêuticas em portadores de DPOC. O fisioterapeuta desempenha um papel-chave em qualquer programa de reabilitação pulmonar, orientando e supervisionando. A avaliação fisioterapêutica é de fundamental importância possibilitando a conduta mais adequada no tratamento do indivíduo. A manovacuometria e a espirometria/prova de função pulmonar, auxiliam o fisioterapeuta durante a sua avaliação na elaboração de protocolos terapêuticos. 
A manovacuometria trata-se de um exame fácil realização e que necessita de um medidor de baixo custo. Através do manovacuômetro pode-se determinar com ótima precisão as alterações na musculatura respiratória, pois permite a mensuração da força da musculatura inspiratória e expiratória, determinada pela pressão positiva negativa e positiva. A mensuração da força dos músculos respiratórios tem inúmeras aplicações, como diagnosticar insuficiência respiratória por falência muscular respiratória.
 
 
 
A espirometria/prova de função pulmonar através deste exame, é possível aferir o fluxo de ar e a presença de obstruções nas vias respiratórias ou brônquios, além de avaliar se os volumes dos pulmões estão normais. Consiste numa sequência de inspirações e expirações, com auxilio de um espirômetro. Com a obtenção da curva expiratória volume-tempo é obrigatória na suspeita clínica de DPOC, devendo ser realizada antes e após administração de broncodilatador, de preferência em fase estável da doença. A espirometria permite a avaliação de uma multiplicidade de parâmetros, porém os mais importantes do ponto de vista de aplicação clínica são a CVF (capacidade vital forçada), o VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo), e a relação VEF1/CVF, pois mostram menor variabilidade inter e intra-individual. A existência de limitação do fluxo aéreo é definida pela presença da relação VEF1/CVF abaixo de 0,70 pós-broncodilatador. Depois de realizado o exame, o fisioterapeuta classifica o paciente DPOC num estádio de I a IV na tabela de estadiamento GOLD de acordo com os resultados da espirometria.
A intervenção fisioterapêutica pode ser desenvolvida em home-care, ambulatorial, hospitalar e em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A suspensão do uso do cigarro para pacientes fumantes é primordial para o sucesso do tratamento de reabilitação pulmonar. O fisioterapeuta poderá realizar treinamento muscular respiratório, aerosolterapia com broncodilatadores, drenagem postural, cinesioterapia, vibratorerapia, terapias desobstrutivas, terapias desensuflativas, auxiliando posições a serem adotadas quando o paciente estiver com dispneia, na mobilidade funcional geral do paciente, eletroterapia coma utilização da FES (Estimulação Elétrica Funcional), hidroterapia, game-terapia, atividades lúdicas, utilização de equipamentos de VNI (ventilação não invasiva) como exemplo o CPAP (continue positive airway pressure) e a utilização de VI (ventilação invasiva) como a ventilação mecânica de acordo com a necessidade e complicação do quadro sintomatológico de cada indivíduo. Diante do exposto o fisioterapeuta é um profissional essencial na equipe multidisciplinar contribuindo na qualidade de vida do paciente DPOC. 
CONCLUSÃO: É possível evidenciar os benefícios pelo alívio dos sintomas oriundos da DPOC com a reabilitação pulmonar, trazendo melhorias significativas nas alterações extrapulmonares causada por essa doença como as disfunções musculares periféricas, e contribuir para reverter às alterações ventilatórias de forma indireta. 
 
Na melhora na tolerância ao exercício, redução da ansiedade e da depressão, redução da dispnéia e melhora para realizar as atividades de vida diárias. Pode-se concluir que a fisioterapia respiratória em seus diversos âmbitos é primordial. Os bons resultados do programa de reabilitação pulmonar se dão com sua continuidade visando alcançar e manter o máximo nível de independência e funcionalidade do indivíduo acometido pela DPOC.
PALAVRAS-CHAVE: Doença pulmonar obstrutiva crônica; reabilitação; fisioterapia; qualidade de vida.
REFERÊNCIAS: 
CARVALHO, A.R.G, Reabilitação Pulmonar em Idosos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Revista Interdisciplinar em Saúde, Cajazeiras, 2 (2): p. 224-233, abr/jun. 2015. 
DAVID, C.M. Ventilação Mecânica: da fisiologia à prática clínica. 2 ed.,Rio de Janeiro, 2011. 
GULART, A. A et al. Relação entre a capacidade funcional e a percepção de limitação em atividades de vida diária de pacientes com DPOC. Fisioterapia e Pesquisa [online], vol.22, n.2, pp.104-111, 2015.
PRYOR, J.A, WEBBWE, B.A, Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. 2.ed., Rio de Janeiro, 2010.
WEHRMEISTER,F.C, Programas de reabilitação pulmonar em pacientes com DPOC. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, v.37, no4, jul/ago.2011.
http://coffito.gov.br/nsite/?p=3163
Faculdade de Medicina do Juazeiro Estácio- FMJ
Curso de Fisioterapia - 5° Semestre
Disciplina de Fisioterapia Respiratória
Prof. Msc. Rodrigo Luís Mousinho
Autores:
Marina Rodrigues da Silva Batista
Layre Cecília de Oliveira Fabrício
Maria Geilda Sousa de Oliveira
Nicácia Maria Oliveira Gomes
Alaíde Hévila Araújo Soares
Joelma Macêdo da Silva
Antônia Jaqueline Braga
REABILITAÇÃO PULMONAR NO PACIENTE PORTADOR DE DPOC
Juazeiro do Norte – Ceará
2016

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