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Formulas de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral. 2016.2 Osmolaridade É o número de partículas dissolvidas na solução. Quanto maior o número de partículas, maior é a osmolaridade. No estômago, dietas com osmolaridade elevada reduzem os movimentos de propulsão, dificultando o esvaziamento gástrico. Osmolaridade Em algumas situações são até responsáveis pela aceleração do trânsito intestinal e presença de diarréia osmótica. Assim conforme os miliosmol/litro (mOm/L), as dietas podem: Isotônicas (menor ou igual a 350); Moderadamente hipertônicas (350 a 450) Hipertônicas (maior ou igual a 550). Os componentes nutricionais que influenciam a osmolaridade da solução são principalmente Açúcares mais simples; Aminoácidos cristalinos ; Peptídeos; Cloreto de sódio (NaCl) Os lípides não influenciam a osmolaridade, pois não formam solução. Fabricação da Dieta Enteral São utilizados dois tipos de dietas,: Dietas Industrializadas - que são fabricadas de forma padronizada, especializada e comercializadas especificamente para terapia de nutrição enteral,; Dietas Não-Industriais ou Artesanais que são preparadas à base de alimentos in natura ou de mesclas de produtos naturais com industrializados (módulos), liquidificados e preparados artesanalmente em cozinha doméstica ou hospitalar. Principais Vantagens da Nutrição Enteral Aproxima-se mais da alimentação natural, sendo, portanto, mais fisiológica Pode receber nutrientes complexos, tais como proteínas integrais e fibras A presença dos nutrientes no trato digestivo estimula o trofismo intestinal, mantendo a integridade da mucosa intestinal Mantém o pH e a flora intestinal normais Estimula a atividade imunológica intestinal Reforça a barreira da mucosa intestinal, aumentando a proteção contra a translocação bacteriana Tem menor índice de complicações Vantagens da Alimentação intragástrica O estomago tolera mais facilmente que o intestino delgado uma variedade de fórmulas; Aceita normalmente grandes sobrecargas osmóticas sem cólicas, distensão, vômitos, diarréia ou desvios hidroeletrolíticos, o mesmo não ocorrendo no intestino delgado. Exibe uma enorme capacidade de armazenamento e aceita mais facilmente as refeições intermitentes; Pacientes com reflexo de vômito preservado, sem pneumopatias e lúcidos costumam aceitar bem a alimentação nasogástrica. Métodos de Administração da Dieta Enteral As dietas podem ser administradas : Intermitente, em bolos ou em infusão contínua. O importante , qualquer que seja a necessidade nutricional do paciente, se inicie com dietas diluídas e em pequenas quantidades, para que haja uma adaptação progressiva do trato digestivo frente ao aporte nutricional. Métodos de Administração da Dieta Enteral Administração Intermitente É o método mais utilizável. Utiliza a força da gravidade, a sonda pode estar localizada no estômago, no jejuno, ou no duodeno. Pode ser administrada solução de até 500 ml a cada 3 a 6 horas. Administração em Bolo É o método preferível, porque leva menos tempo e garante mais liberdade ao paciente. Não requer a utilização de bomba de infusão. A solução pode ser administrada através de um a seringa de 100 a 350 ml, no estômago a cada 2 a 6 horas. Administração Continua É o método mais oneroso, pois requer a utilização de bomba de infusão. Pode ser administrada no estômago, no jejuno e no duodeno. O volume da solução é administrado a cada 12 ou 24 horas (50 a 150 ml/hora). OBS: A administração em bolo ou intermitente deve ser feita com o paciente sentado ou reclinado em 45º (posição Fowler) para prevenir a aspiração. Complicações da Nutrição Enteral Complicações Mecânicas: Erosão da mucosa nasal; Otite, sinusite, faringite; Irritação nasofaríngea; Esofagite; Obstrução da sonda; Deslocamento da sonda; Aspiração pulmonar; Complicações da Nutrição Enteral Complicações Gastrointestinais: Desconforto, distensão e cólica abdominal Náuseas, soluços e vômitos Diarréia Infecção intestinal Complicações Metabólicas Distúrbios hidroeletrolíticos Hiperglicemia, glicosúria(excreção de glicose pela urina), poliúria osmótica (aumento do volume urinário com perda de água e eletrólitos); Encefalopatia metabólica. Fabricação da Dieta Parenteral As soluções nutritivas dever ser preparadas em farmácias industriais sob supervisão direta do farmacêutico. Componentes Das Soluções Nutritivas Parenteral: As soluções nutritivas devem conter todos os nutrientes indispensáveis à manutenção da vida, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. Basicamente, esses ingredientes compreendem fontes calóricas, destinadas ao fornecimento de energia para o organismo, fonte de nitrogênio, destinada ao fornecimento de matéria-prima para a síntese protéica; Água; eletrólitos(sódio, cloro, potássio, cálcio, magnésio e fosfato) e outros macrominerais; vitaminas e oligoelementos(ferro, iodo, zinco, cobre, cromo, manganês, selênio, molibdênio e cobalto). Vias de Acesso Venoso: Periférico e Central. Qual utilizar? Tradicionalmente, o termo nutrição parenteral periférica (NPP) designa a administração de água, eletrólitos, proteína e substratos calóricos através de uma via periférica do paciente. Na nutrição parenteral total(NPT) estão substâncias que são administradas através do sistema venoso central do paciente. O objetivo de ambas é aliviar ou corrigir os sinais, os sintomas e as seqüelas da desnutrição. Contra Indicação da Nutrição Parenteral Quando o paciente tiver capacidade de se alimentar por via oral e/ou enteral, ou então quando o estado nutricional estiver adequado. E ainda deve-se contra-indicar a nutrição parenteral total em pacientes terminais, quando não houver esperanças de melhora de vida e do sofrimento. Processos de nutrição Ingestão: Processo de traze o alimento e fluidos para dentro do trato digestivo. Digestão: Processo de desdobramento que transforma pedaços grandes de comida em estruturas muito menores, eu podem então ser absorvida através do intestino até o sangue ou linfa. Absorção: É a mudança do alimento digerido do trato gastrintestinal para o sangue ou linfa para transporte às células do organismo. A absorção ocorre primeiramente no intestino delgado. Eliminação: Através das fezes e urina. Critério de Seleção de Dietas Enterais • Densidade calórica • Osmolaridade / osmolalidade • Fórmula, via e tipo de administração • Fontes e complexidade do nutrientes • Desenho da fórmula x indicação clínica Critério de Seleção de Dietas Enterais Densidade calórica Densidade calórica é a expressão da quantidade de calorias fornecida por mililítro de dieta pronta EX: Pacientes com restrição hídrica tem indicação de dieta com menor densidade calórica = 1,5 a 2,0 kcal/ml. Critério de Seleção de Dietas Enterais Quantidade de Líquido Recomendado • É necessário o cálculo da recomendação hídrica diária para determinar a quantidade de dieta (ml/dia) a ser infundida. • Recomendação hídrica para indivíduo adulto sadio: 25 a 40ml/Kg/dia (Dan, 2001); 35ml/kg/dia ou 1ml de água/ kcal (Krause,2002) Crianças: 50 – 60ml/kg/dia • Para prescrição hídrica considerar: faixa etária, condições climáticas e clínica do paciente (hidratação, hipertermia, diarréia, vômitos, fístulas, grandes queimaduras) Quantidade de Líquido Recomendado RDA: 1 ml/kcal 25 ml/kg (> 65 anos) 30 ml/kg (55-65 anos) 30-35ml/kg (18-64 anos) 30-35 ml/kg (média adultos) Osmolaridade ou Osmolalidade Osmolaridade: n° de miliosmoles por litro de solução Osmolalidade: n° de miliosmoles por kg de água = padrão + utilizado Ambas refletem concentração de partículas osmoticamente ativas em solução. Classificação de Osmolalidade Muito hipertônica > 750 mOsm Hipertônica 550 – 750 mOsm Levemente hipertônica 350 – 550 mOsm Isotônica 300 – 350 mOsm Hipotônica 280 – 300 mOsm Osmolaridade ou Osmolalidade Na prática clínica, estes valores são relacionados com a tolerância digestiva da dieta enteral Estômago tolera fórmulas com osmolalidade menor , enquanto no posicionamento pós pilórico as isotônicas são melhor toleradas. Quanto mais hidrolisada, maior a osmolalidade da fórmula. •ATENÇÂO: média das medicações = 450 a 10.950 mOsm observar se não é a medicação a causa da intolerância. •Nutrientes que afetam a osmolalidade da fórmula Minerais/eletrólitos, Proteínas Carboidratos (> hidrolisados) Carboidratos Normalmente fornecem de 40-60% do VET (Dan), mas podem compreender entre 40 e 90% do VET (Krause) Apresentam-se na forma de: Monossacarídeos (frutose e glicose), Dissacarídeos (sacarose e lactose), Oligossacarídeos (amido de milho parcialmente hidrolisado, maltodextrina) Polissacarídeos (amido de milho). OBS: Oligossacarídeos: mais eficientemente absorvidos no TGI (melhor que a glicose livre), Oligossacarídios diminui a interferência na osmolalidade que carboidrato simples causa e melhora a absorção de Ca, Zn e Mg. • ATENÇÃO: a lactose pode causar intolerância principalmente em desnutridos que tem ↓ da lactase ( monossacarideo) A maioria das fórmulas são isentas de lactose. Fibras Principais fontes em NE: pectina, goma guar e polissacarídeos de soja Não há recomendações específicas, mas deve-se iniciar com quantidades mínimas e ⇑ gradualmente. Utiliza probioticos e prébioticos Ajudam no controle da glicemia ; ↓ a hipoglicemia de rebote pós prandial Regularizam transito intestinal Proteinas Correspondem, em geral, a 14 a 20% do VET (Dan), mas podem compreender entre 4-32% VET (Krause) Principais fontes : soja, caseína e em menor escala lactoalbumina, gema de ovo e soro de leite Encontradas como: Proteína intacta: necessita capacidade de digestão de absorção completa, TGI íntegro, Promove aumento do estimulo para hormônios intestinais, afeta pouco osmolalidade; Proteinas AA cristalinos: Não requerem capacidade digestiva e absortiva normal, portanto indicada em situações patológicas que levam ao comprometimento GI, absorção por transporte ativo, maior osmolalidade da fórmula e prejudica palatabilidade da solução. Di/tripeptideos: Não requer capacidade de digestão, absorção, portanto são indicados no comprometimento GI e na hipoalbuminemia, absorvidos passivamente, melhoram retenção nitrogenada melhoram função hepática, melhora a absorção de Na e água.; Lipídeos Correspondem, em geral, a 30-35% do VET (Dan) ou 30-40% VET (Krause). Principais fontes: TCL - óleo de milho, girassol, de carne bovina, gordura láctea, óleo de peixe. Fornecem suporte importantes para integridade de membrana e produção de eicosanóides. Não exercem efeito sobre a osmolalidade da solução. -TCM – óleo de coco ou industrialmente extraído, rapidamente absorvidos pela veia porta, estimulam menos a contração da vesícula biliar, tem aumentam a influencia na osmolalidade. AGE. Lipídeos estruturados – são moléculas de glicerol contendo tanto TCLs quanto TCMs Atuam positivamente na modulação do sistema imune. Quanto à complexidade ( quebra) dos nutrientes: Dietas poliméricas: Macronutrientes, em especial a proteína, estão na forma intacta (polipeptídeos) Dietas oligoméricas: Macronutrientes, em especial a proteína, estão na forma parcialmente hidrolisada (oligopeptídeos) Dietas monoméricas ou elementares: Macronutrientes, em especial a proteína, estão na forma totalmente hidrolisada (AA)
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