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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

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Faculdade de Direito de Ipatinga 
Direito Constitucional 
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2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
2.1. Princípios e regras constitucionais. 2.2. Estrutura da Constituição brasileira de 1988. 
2.3. Preâmbulo. 2.4. Fundamentos. 2.5. Separação de poderes. 2.6. Objetivos. 2.7. 
Princípios regentes das relações internacionais. 
 
2.1. Princípios e regras constitucionais. 
 
O sistema constitucional (Constituição Federal) representa um conjunto de normas, 
que podem ser consideradas com princípios ou regras. Os princípios e as regras, portanto, 
são espécies do gênero norma. 
 
 
 
Os princípios constitucionais são normas de natureza geral, cujo conceito é 
propositalmente impreciso e aberto justamente para facilitar a interpretação e orientar a 
aplicação das demais normas, servindo como verdadeiro vetor para a hermenêutica válida 
da Constituição, como é o caso do princípio da isonomia, previsto no art. 5.°, caput e inciso I 
da Lei Fundamental. 
As regras constitucionais são normas específicas, aplicáveis a casos concretos, em 
que o grau de generalidade é inferior ao dos princípios constitucionais, tratando-se 
basicamente de uma derivação destes. Como exemplo pode-se citar o art. 40, II da 
Constituição Federal, que trata da aposentadoria compulsória dos servidores públicos aos 
70 anos de idade. O dispositivo simplesmente não abre espaço para interpretação 
abrangente. 
Não se pode confundir princípios com direitos e garantias fundamentais, conforme 
normas contidas no Título II da Constituição Federal (art. 5.° a 17). De fato, parte das 
disposições do Título II da Lei Maior são princípios, como o mencionado caput do art. 5.° e 
alguns dos seus incisos, a exemplo da legalidade (inciso II) e a ampla defesa e contraditório 
(inciso LV), mas outra parte são regras, como a proibição à tortura e ao tratamento 
desumano ou degradante (inciso III), que é uma regra, assim também o inciso XI 
(inviolabilidade domiciliar). 
Os princípios constitucionais do Estado brasileiro estão previstos no Título I da 
Constituição Federal, sob a denominação “Dos Princípios Fundamentais”, sendo divididos 
em fundamentos (art. 1.°), separação de poderes (art. 2.°), objetivos fundamentais (art. 3.°) 
e princípios regentes das relações internacionais (art. 4.°). 
 
2.2. Estrutura da Constituição brasileira de 1988. 
 
Segundo Pedro Lenza, a Constituição Federal de 1988 pode ser estruturada da 
seguinte forma: preâmbulo, corpo (art. 1.° a 250) e Ato das Disposições Constitucionais 
Normas 
(Preceitos)
Princípios Regras
 
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Transitórias (art. 1.° a 97). O corpo da Constituição é dividido em 9 títulos, de modo que o 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, apesar de se situar após os dispositivos 
integrantes do corpo da Constituição, tem natureza jurídica de norma constitucional, 
somente podendo ser alterado por emenda à Constituição. 
 
 
Importante ter-se em mente os elementos do Estado que podem ser extraídos do 
próprio nome da Constituição de 1988: Constituição da República (forma de governo) 
Federativa (forma de Estado) do Brasil. Forma de Estado é o modo pelo qual o Estado 
organiza o povo e o território e estrutura seu poder relativamente a outros poderes de igual 
natureza. Exemplos: federação, confederação, ditadura. Forma de governo refere-se à 
posição em que se encontram os diversos órgãos constitucionais do Estado. Exemplos: 
monarquia, aristocracia e república. 
 
Observação: não confundir forma de Estado com forma de governo, sistema de 
governo e regime de governo. No Brasil, como dito, a forma de Estado é a federação; a 
forma de governo é a república; o sistema de governo é o presidencialismo; e, o regime de 
governo é democracia. 
 
2.3. Preâmbulo. 
 
O preâmbulo é a parte introdutória ou preliminar das constituições, servindo para 
proclamar os valores e princípios da nova ordem, bem como certificar a legitimidade e a 
origem do texto constitucional. Não há padrão ou regra fixa para a redação dos preâmbulos, 
variando eles em conteúdo e tamanho. 
A doutrina diverge sobre a força normativa do preâmbulo, ou seja, há divergência 
sobre se o conteúdo do preâmbulo constitucional tem a mesma validade e eficácia das 
normas do corpo da Constituição e do ADCT ou se seu conteúdo é meramente político. 
Há três correntes doutrinárias sobre o tema: 
a) Teoria da irrelevância jurídica, segundo o qual o preâmbulo se situaria fora 
do domínio do Direito, tratando-se de fator histórico ou meramente político, ou seja, 
não teria qualquer valor normativo e não equivaleria às normas do corpo 
constitucional ou do ADCT. 
b) Teoria da eficácia idêntica, que sugere que o preâmbulo corresponde a um 
conjunto de preceitos que tem a mesma validade e eficácia de qualquer dispositivo 
da Constituição, isto é, o preâmbulo seria equivalente a qualquer norma do corpo 
ou do ADCT. 
c) Teoria da relevância indireta, a qual defende a ideia de que o preâmbulo 
não tem força normativa, mas fornece critérios para a interpretação do texto 
Constituição 
Federal de 1988
Preâmbulo Corpo (art. 1.° a 250) ADCT (art. 1.° a 97)
 
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constitucional, ou seja, embora não equivalha às normas do corpo ou do ADCT, 
serve para auxiliar na interpretação destas. 
Na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal prevalece a teoria da irrelevância 
jurídica, uma vez nossa Corte Suprema entende que o preâmbulo situa-se apenas no 
campo político e histórico, não possuindo natureza de norma constitucional. 
Doutrinariamente, no entanto, prevalece a terceira corrente, já que, analisado 
separadamente, o preâmbulo não servirá de parâmetro de interpretação, dada sua ausência 
de força normativa, porém, partindo de uma análise conjunta do texto constitucional, extrai-
se certa relevância do preâmbulo, que expõe ao início da Constituição as vigas-mestras 
sobre as quais será construída. 
Não é demais pontuar que, apesar de o preâmbulo citar a Constituição Federal 
estava sendo promulgada “sob a proteção de Deus”, o Brasil é um Estado laico, leigo, sem 
religião oficial. O constituinte de 1988 apenas reconheceu que a maior parte da população 
crê em Deus. No Brasil, apenas as Constituições de 1891 e 1937 não evocaram Deus no 
preâmbulo; em 1891 pelo rompimento do Estado com a Igreja e em 1937 pelo pensamento 
positivista da época ditatorial. O Deus referido no preâmbulo da Constituição de 1988 é 
apenas ecumênico, não pertence a esse ou aquele credo religioso, tanto que o STF 
reconheceu não ser obrigatória sua menção nas Constituições dos Estados. 
 
Observação: embora seja incomum, é perfeitamente possível a alteração do texto 
do preâmbulo através de emenda à Constituição. Apesar de o preâmbulo não ser 
considerado norma constitucional, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
integra a Constituição Federal e, uma vez integrando-a, pode ter seu texto modificado. 
 
2.4. Fundamentos. 
 
Os fundamentos previstos no art. 1.° da Constituição Federal representam 
princípios que dizem respeito à própria estrutura do Estado brasileiro, sem os quais o 
constituinte de 1988 entendeu não ser possível a construção de um Estado Democrático de 
Direito. 
Conforme referido dispositivo constitucional, são considerados fundamentos da 
República Federativa do Brasil: soberania, cidadania, dignidadeda pessoa humana, valores 
sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político (SO-CI-DI-VA-PLU). 
Em relação aos fundamentos, merece destaque a soberania, que expressa a 
liberdade que o Estado brasileiro tem para tomar suas próprias decisões, sem que ter que 
se submeter a nenhuma força externa, bem como a cidadania, que deve ser entendida 
amplamente, como a condição jurídica-política conferida aos brasileiros, natos ou 
naturalizados, para participar, direta ou indiretamente, da vida civil e política do Estado — 
votar, ser votado e iniciativa popular (art. 14 Constituição Federal). 
Nesse aspecto, é importante lembrar que o fundamento do pluralismo político não 
se restringe apenas a partidos políticos, mas à vasta participação do indivíduo na sociedade, 
como acontece através de sindicatos, associações, entidades de classe, universidades, 
escolas, igreja e etc. Não se pode confundir pluralismo político com pluripartidarismo, este, 
sim, um fenômeno relacionado à necessidade de existência de diversos partidos políticos no 
Estado brasileiro. 
 
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Além dos fundamentos enumerados nos incisos do art. 1.° da Constituição Federal, 
o dispositivo em comento contém, ainda, outros princípios de relevante envergadura para 
nosso Estado, sendo que em seu caput temos a consagração dos princípios republicano 
(forma de governo) e federalista (forma de Estado), além do Estado Democrático de Direito. 
Segundo a doutrina, todos eles constituiriam cláusulas pétreas, apesar de o art. 60, § 4.° 
mencionar de forma expressa apenas a forma federativa de Estado. 
O princípio federativo prega a indissolubilidade do vínculo federal entre União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, representando a proibição ao chamado direito de 
secessão, que seria a prerrogativa de os entes da federação se desvincular do poder 
central. Qualquer tentativa de violação ao princípio federativo pode acarretar a medida 
extrema de intervenção. 
Por seu turno, o princípio do Estado Democrático de Direito é aquele que consagra 
a titularidade do poder por parte do povo, veiculando a ideia de que o Brasil não é um 
Estado policial, autoritário, mas sim um Estado onde há o respeito aos direitos e garantias 
fundamentais, sem os quais não existe democracia. 
Temos ainda o chamado princípio representativo, previsto no parágrafo único do 
art. 1.° da Carta da República de 1988, segundo o qual o povo, apesar de ser o titular do 
poder, não pode se apresentar na função de governo, competindo a representantes eleitos 
administrarem o Estado em nome do povo, pelo povo e em benefício do povo, lembrando 
que adotamos o regime semidireto de democracia (no Brasil a democracia pode ser 
exercida de maneira direta e indireta). 
 
Observação: a democracia no Brasil é exercida de forma direta através dos 
instrumentos previstos no art. 14 da Constituição Federal, ou seja, plebiscito, referendo e 
iniciativa popular. Por seu turno, a democracia indireta é a exercida através de 
representantes eleitos, que ficam encarregados de dirigir e administrar o Estado em nome 
do povo. 
 
2.5. Separação de poderes. 
 
No art. 2.° da Carta Política de 1988 não temos um grupo de princípios, como os 
fundamentos e objetivos, mas sim a consagração da teoria da separação dos Poderes – 
cláusula pétrea expressa, conforme art. 60, § 4.°, III –, segundo o qual, são Poderes da 
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, Executivo e o Judiciário. 
Esse princípio transmite a clássica lição de que o Estado deve dividir as suas 
funções, delegando-as a instituições e órgãos especializados em cada atribuição (legislar, 
administrar e julgar). É a manifestação da ideia aperfeiçoada por Montesquieu, baseada no 
famoso sistema de freios e contrapesos, segundo o qual um poder deve frear o outro, sem 
que haja necessariamente alguma espécie de interferência, mas tão somente uma 
fiscalização para que nenhuma poder se sobreponha ou acumule mais prerrogativas e 
funções do que os demais. 
Exemplos de como funciona o sistema de freios e contrapesos em nossa 
Constituição: a) o Presidente (chefe do Executivo) não tem influência na função jurisdicional, 
mas detém a prerrogativa de nomear os ministros dos Tribunais Superiores e do Supremo 
Tribunal Federal (Judiciário), com necessidade de aprovação do Senado Federal 
(Legislativo); b) no processo de criação de leis, o Executivo tem participação nas fases de 
 
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iniciativa, sanção e veto, sendo que o Legislativo pode rejeitar projetos apresentados pelo 
Executivo; c) fiscalização do Executivo pelo Legislativo (julgar contas, por exemplo); d) 
necessidade de autorização do Legislativo para que o chefe do Executivo ausente-se por 
prazo superior a 15 dias (art. 49, III da Constituição Federal). 
Cada poder tem funções típicas e atípicas. O Legislativo tem a função de legislar, o 
Executivo de administrar (função de governo) e o Judiciário de julgar conflitos de interesses 
de acordo com a lei. Esses poderes, no entanto, desempenham outras funções 
eventualmente, sendo estas chamadas de atípicas, como o Legislativo, que pode julgar o 
Presidente nos crimes de responsabilidade (art. 52, I), o Executivo também pode julgar, nos 
casos de recursos contra multas de trânsito, por exemplo, e o Judiciário pode legislar, 
quando os Tribunais editam seus regimentos internos. 
No Brasil nem sempre se adotou a teoria da separação dos poderes tal como 
conhecida atualmente, pois a Carta Imperial de 1824 previa a existência de quatro Poderes: 
Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador (quadripartição funcional do poder), sendo 
que este último controlava as ações dos demais e era o soberano. As constituições 
posteriores adotaram a teoria clássica atualmente consagrada. 
 
2.6. Objetivos. 
 
Os objetivos fundamentais, previstos no art. 3.° da Constituição Federal, 
representam metas estabelecidas pelo constituinte de 1988 visando à melhoria das 
condições de vida do povo brasileiro, constituindo legítima expressão da vontade dirigista ou 
dirigente da nossa Constituição (conforme estudado, a Constituição da República de 1988 é 
classificada como dirigista, sendo, portanto, analítica). 
Dizem respeito, basicamente, àquilo que deve ser buscado gradativamente através 
de ações do Estado e da própria sociedade, cuidando-se de novidade inserida pelo 
constituinte de 1988, pois não há normas diretamente correspondentes em nossas Cartas 
anteriores, importando pontuar que os objetivos do art. 3.° não são exaustivos, mas apenas 
exemplificativos, já que ele não exaure os objetivos da República Federativa do Brasil, ou 
seja, além dos objetivos do art. 3.° há diversos outros que devem ser perseguidos por nosso 
Estado e por nosso povo. 
São considerados objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; 
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e 
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação (CO-GA-ER-PRO). 
É importante distinguir os objetivos fundamentais estatuídos no art. 3.° da 
Constituição Federal dos fundamentos previstos no art. 1.° da mesma Lei Fundamental. 
Observe-se que os fundamentos estão dispostos em substantivos (soberania, cidadania, 
dignidade e etc.), enquanto os objetivos em verbos (construir, garantir, erradicar e etc.).2.7. Princípios regentes das relações internacionais. 
 
Os princípios regentes das relações internacionais previstos no art. 4.° da 
Constituição Federal são os critérios que nortearão a atividade política do Brasil nas suas 
relações com Estados estrangeiros e organismos internacionais, como a Organização das 
 
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Nações Unidas, Organização do Tratado do Atlântico Norte, blocos econômicos e etc. Esses 
princípios deverão ser observados não apenas nas tratativas havidas entre o Estado 
brasileiro e as mencionadas pessoas jurídicas (Estados estrangeiros e organismos 
internacionais), mas também em sua vida interna, conforme entende o Supremo Tribunal 
Federal. 
A autodeterminação dos povos (art. 4.°, III), por exemplo, é considerado pelo texto 
constitucional como princípio regente das relações internacionais, porém, nada impede que 
aludido princípio seja aplicado na resolução de conflitos internos vivenciados em nossa 
nação. Esse princípio significa que todos os povos têm o direito de tomar as próprias 
decisões. Fazendo-se um paralelo, seria perfeitamente possível dizer que o Estado 
brasileiro deve respeito à comunidade indígena, por exemplo, quanto aos costumes 
praticados pelos índios, em razão do princípio da autodeterminação. 
Art. 4.° A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: 
 I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América 
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de 
nações. 
Para fins de distinção dos princípios regentes das relações internacionais com os 
fundamentos e os objetivos fundamentais, recomenda-se a regra da exclusão, pois o art. 4.° 
da Carta República contém onze incisos, sendo mais conveniente memorizar os 
mencionados fundamentos e objetivos fundamentais, de modo que, o que não for 
fundamento ou objetivo, insere-se nos princípios regentes das relações internacionais.

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