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FINANÇAS E CONTABILIDADE EMPRESARIAL

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Araranguá-SC 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JANIELI CENNE STECANELLA 
JORDANA MORO 
JULIANA LIMA PATRICIO 
MAIKI BRISTOT HIRSCH 
PAULA DA SILVEIRA GUIMARÃES E OLIVEIRA 
SUELEN DOS REIS SILVEIRA 
TANIA ZEFERINO SILVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
FINANÇAS E CONTABILIDADE EMPRESARIAL 
 
Araranguá-SC 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FINANÇAS E CONTABILIDADE EMPRESARIAL 
 
Trabalho de Gestão Empresarial apresentado à 
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como 
requisito parcial para a obtenção de média semestral nas 
disciplinas de Matemática Comercial e Financeira, 
Contabilidade Aplicada à Administração, Planejamento 
Tributário. 
 
Orientadores: 
 
Profª. Alessandra Petrechi 
Prof. Aroldo Salviato 
Prof. Carlos Eduardo de Lima 
Prof. Leuter Eduardo Cardoso Júnior 
Profª. Luisa Maria Sarábia Cavenaghi 
Profª.Milene Rocha Lourenço 
Prof. Régis Garcia. 
 
JANIELI CENNE STECANELLA 
JORDANA MORO 
JULIANA LIMA PATRICIO 
MAIKI BRISTOT HIRSCH 
PAULA DA SILVEIRA GUIMARÃES E OLIVEIRA 
SUELEN DOS REIS SILVEIRA 
TANIA ZEFERINO SILVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 
 
2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4 
2.1 CONTABILIDADE APLICADA À ADMINISTRAÇÃO ......................................... 4 
2.1.1 análise Vertical e Análise Horizontal .............................................................. 5 
2.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ....................................................................... 9 
2.3 MATEMÁTICA FINANCEIRA ............................................................................ 11 
 
3 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 14 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 15 
 3 
1 INTRODUÇÃO 
Esta produção textual refere-se à empresa Edifica, uma construtora 
fundada em 21 de maio de 1983, sob a iniciativa de um grupo de engenheiros jovens 
e recém formados. Em um pequeno escritório com alguns móveis e com poucos 
aparatos tecnológicos, a empresa passou a se inserir de forma significativa no ramo 
imobiliário e de obras públicas e atualmente atua em todas as regiões do país e seu 
leque de produtos engloba o planejamento e a construção de edifícios, centros 
comerciais, obras públicas e construções industriais de pequeno e grande porte. 
Os objetivos para realização deste trabalho são: conhecer os 
fundamentos de um sistema tributário para o contexto empresarial; desenvolver o 
senso crítico em relação à importância do controle patrimonial bem como sobre a 
geração de informações úteis para apoiar o processo de decisão no contexto das 
organizações e incentivar a análise da situação econômica e financeira das 
organizações por meio das técnicas de análise dos demonstrativos financeiros, em 
especial, a análise vertical e horizontal. 
Assim, o texto é apresentado em três capítulos desenvolvido por 
meio de uma pesquisa bibliográfica com os seguintes temas: contabilidade aplicada 
à administração; planejamento tributário e matemática financeira. Incluem-se ainda, 
os cálculos da matemática financeira e as análises vertical e horizontal das 
demonstrações contábeis. 
 
 
 
 4 
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 CONTABILIDADE APLICADA À ADMINISTRAÇÃO 
De acordo com Machado (2015, p. 15), a contabilidade, assim como 
todas as coisas que fazem parte da vida, possui um objeto e um objetivo, assim, 
“para a contabilidade, o objeto seria o patrimônio, enquanto que o objetivo seria o 
controle do patrimônio”. Esse controle é possível através da realização das 
demonstrações contábeis em que há, por parte das empresas, a obrigatoriedade de 
publicá-las. 
A mesma exigência se aplica à Construtora Edifica, porque segundo 
o artigo 3º da Lei Federal nº 11.638/2007, 
[...] aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas 
sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 
de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações 
financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor 
registrado na Comissão de Valores Mobiliários. Para os efeitos desta 
determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto de 
sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo 
total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) 
ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de 
reais). (PORTAL CONTABILIDADE, 2017). 
 
Para Machado (2015, p. 92), essa obrigatoriedade constante da Lei 
Federal nº 11.638/2007, visa promover maior transparência sobre a estrutura e 
funcionamento das empresas também de capital fechado e possibilitar maior 
segurança aos usuários da informação contábil. 
Ao analisar as informações contábeis é preciso conhecer que o 
Balanço Patrimonial, contem informações sobre a situação patrimonial da empresa, 
pois nele são registrados todos os bens, direitos e obrigações da mesma, inclusive 
as contas pertencentes ao ativo imobilizado que são não circulantes, ou seja, as 
instalações para funcionamento da entidade. 
Já através da Demonstração do resultado do Exercício (DRE), a 
empresa tem a possibilidade de confrontar suas receitas, custos e despesas 
incorridas, para apurar se ao final de determinado período obteve lucro ou prejuízo. 
Independentemente do resultado, o valor obtido na DRE é transferido ao Balanço 
Patrimonial. (MACHADO, 2015, p. 72). 
 
 5 
2.1.1 Análise Vertical e Análise Horizontal 
As análises vertical e horizontal são aplicadas sobre o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício para que seja possível a 
comparação dos resultados econômicos e financeiros de uma empresa, onde, a 
análise horizontal é aplicada “para mensurar a evolução, seja positiva ou negativa, 
de um determinado parâmetro da empresa, como o lucro”, por exemplo; e a análise 
vertical tem como finalidade verificar “a participação em termos de percentuais de 
cada conta em relação ao conjunto total da demonstração”. (MACHADO, 2015, p. 
105-110). 
Devido à importância das análises vertical e horizontal, 
apresentamos da empresa Edifica nas tabelas abaixo: 
 
Tabela 1 – Análise Horizontal do Balanço Patrimonial da empresa Edifica 
BALANÇO PATRIMONIAL 2013 A.H 2012 A.H 2011 A.H 
ATIVO TOTAL 9.214.357 100% 9.230.789 1,002 9.130.626 0,989 
ATIVO CIRCULANTE 711 100% 460 0,647 11.868 25,800 
Disponibilidades 31 100% 33 1,065 15 0,455 
Aplicações Financeiras 100% 
Valores a receber 587 100% 300 0,511 11.432 38,107 
Estoques 100% 
Outros Ativos Circulantes 93 100% 127 1,366 421 3,315 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 9.213.646 100% 9.230.329 1,002 9.118.758 0,988 
Ativo Realizável a Longo Prazo 9.159.884 100% 9.179.067 1,002 9.068.767 0,988 
Ativo Permanente 53.762 100% 51.262 0,953 49.991 0,975 
Investimentos 27.139 100% 24.135 0,889 22.360 0,926 
Imobilizado 26.623 100% 27.127 1,019 27.631 1,019 
Intangível 
 2013 A.H 2012 A.H 2011 A.H 
PASSIVO TOTAL E 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 9.214.357 100% 9.230.789 1,002 9.130.626 0,989 
PASSIVO CIRCULANTE 14.953 100% 15.364 1,027 27.387 1,783 
Obrigações Sociaise 
Trabalhistas 325 100% 366 1,126 672 1,836 
Fornecedores 175 100% 600 3,429 304 0,507 
Obrigações Fiscais 3.526 100% 4.688 1,330 3.697 0,789 
Empréstimos e Financiamentos 100% 
Outros Passivos de Curto Prazo 10.927 100% 9.710 0,889 22.714 2,339 
Provisões 
Passivos sobre Ativos Não 
Correntes 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 5.713 100% 5.441.516 952,480 4.774.102 0,877 
 6 
Passivo Exigível a Longo Prazo 5.713.832 100% 5.441.516 0,952 4.774.102 0,877 
Empréstimos e Financiamentos 1.974.073 100% 1.801.289 0,912 1.628.926 0,904 
Tributos Diferidos 1.950.442 100% 1.950.605 1,000 1.951.922 1,001 
Provisões de Longo Prazo 721.668 100% 775.559 1,075 226.427 0,292 
Outros Passivos de Longo Prazo 1.067.649 100% 914.063 0,856 966.827 1,058 
Passivos sobre Ativos Não 
Correntes 
Lucros e Receitas a Apropriar 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.485.572 100% 3.773.909 1,083 4.329.137 1,147 
Capital Social 2.163.400 100% 2.163.400 1,000 1.863.400 0,861 
Reservas de Capital 
Reservas de Reavaliação 
Reservas de Lucros 1.306.020 100% 1.593.973 1,220 2.448.810 1,536 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 16.152 100% 16.536 1,024 16.927 1,024 
Lucros e Prejuízos Acumulados 
Participação de acionistas não 
control. 
Ajustes de Acumulados de 
Conversão 
Outros Resultados 
 
Tabela 2 – Análise Horizontal da DRE da empresa Edifica 
DEMONSTRAÇÃO DO 
RESULTADO DO EXERCÍCIO 2013 AH 2012 AH 2011 AH 
(=) RECEITA DE VENDAS 5.492 100% 2.835 0,516 1.918 0,677 
(-) Custo dos bens e serviços 
vendidos -480 100% -504 1,050 -506 1,004 
(=) RESULTADO BRUTO 5.012 100% 2.331 0,465 1.412 0,606 
(-) Despesas Operacionais -106.021 100% -554.905 5,234 -26.896 0,048 
Despesas com Vendas 100% 
Despesas Gerais e 
Administrativas -12.528 100% -25.766 2,057 -17.348 0,673 
Perdas pela Não 
recuperabilidade de ativos 100% 
Outras receitas Operacionais 100% 
Outras despesas operacionais -97.976 100% -530.914 5,419 -10.624 0,020 
Resultado da Equivalência 
Patrimonial 4.483 100% 1.775 0,396 1.076 0,606 
(=) RESULTADO ANTES DO 
JUROS E NÃO OPER. -101.009 100% -552.574 5,471 -25.484 0,046 
(+) Receitas Financeiras 194.130 100% 205.607 1,059 1.074.047 5,224 
(-) Despesas Financeiras -488.743 100% -492.359 1,007 -183.311 0,372 
(=) RESULTADO ANTES 
DIR/CSLL E DEDUÇÕES -395.622 100% -839.326 2,122 865.252 -1,031 
(-) provisão para IR e CSLL 123.510 100% 284.098 2,300 -286.346 -1,008 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DAS 
OP. CONTINUADAS -272.112 100% -555.228 2,040 578.906 -1,043 
(+) Resultado Líquido de 
Operações Descontinua. 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO 
EXERCÍCIO -272.112 100% -555.228 2,040 578.906 -1,043 
 7 
 
Tabela 3 – Análise Vertical do Balanço Patrimonial da empresa Edifica 
BALANÇO PATRIMONIAL 2013 A.V 2012 A.V 2011 A.V 
ATIVO TOTAL 9.214.357 100% 9.230.789 100% 9.130.626 100% 
ATIVO CIRCULANTE 711 
 
0,0077 460 0,004983 11.868 0,1300 
Disponibilidades 31 
 
0,0003 33 0,000357 15 0,0002 
Aplicações Financeiras 
Valores a receber 587 
 
0,0064 300 0,003250 11.432 0,1252 
Estoques 
Outros Ativos Circulantes 93 
 
0,0010 127 0,001376 421 0,0046 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 9.213.646 
 
99,9923 9.230.329 99,995017 9.118.758 99,8700 
Ativo Realizável a Longo Prazo 9.159.884 
 
99,4088 9.179.067 99,439680 9.068.767 99,3225 
Ativo Permanente 53.762 
 
0,5835 51.262 0,555337 49.991 0,5475 
Investimentos 27.139 
 
0,2945 24.135 0,261462 22.360 0,2449 
Imobilizado 26.623 
 
0,2889 27.127 0,293875 27.631 0,3026 
Intangível 
 2013 A.V 2012 A.V 2011 A.V 
PASSIVO TOTAL E 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 9.214.357 100% 9.230.789 100% 9.130.626 100% 
PASSIVO CIRCULANTE 14.953 0,16228 15.364 0,1664 27.387 0,29995 
Obrigações Sociais e 
Trabalhistas 325 0,00353 366 0,0040 672 0,00736 
Fornecedores 175 0,00190 600 0,0065 304 0,00333 
Obrigações Fiscais 3.526 0,03827 4.688 0,0508 3.697 0,04049 
Empréstimos e Financiamentos 0,00000 0,00000 
Outros Passivos de Curto Prazo 10.927 0,11859 9.710 0,1052 22.714 0,24877 
Provisões 
Passivos sobre Ativos Não 
Correntes 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 5.713 0,06200 5.441.516 58,9496 4.774.102 52,28669 
Passivo Exigível a Longo Prazo 5.713.832 62,01010 5.441.516 58,9496 4.774.102 52,28669 
Empréstimos e Financiamentos 1.974.073 21,42388 1.801.289 19,5139 1.628.926 17,84024 
Tributos Diferidos 1.950.442 21,16742 1.950.605 21,1315 1.951.922 21,37775 
Provisões de Longo Prazo 721.668 7,83200 775.559 8,4019 226.427 2,47986 
Outros Passivos de Longo Prazo 1.067.649 11,58680 914.063 9,9023 966.827 10,58884 
Passivos sobre Ativos Não 
Correntes 
Lucros e Receitas a Apropriar 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.485.572 37,82762 3.773.909 40,8839 4.329.137 47,41336 
Capital Social 2.163.400 23,47858 2.163.400 23,4368 1.863.400 20,40824 
Reservas de Capital 
Reservas de Reavaliação 
 8 
Reservas de Lucros 1.306.020 14,17375 1.593.973 17,2680 2.448.810 26,81974 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 16.152 0,17529 16.536 0,1791 16.927 0,18539 
Lucros e Prejuízos Acumulados 
Participação de acionistas não 
control. 
Ajustes de Acumulados de 
Conversão 
Outros Resultados 
 
Tabela 4 – Análise Vertical da DRE da empresa Edifica 
DEMONSTRAÇÃO DO 
RESULTADO DO EXERCÍCIO 2013 A.V 2012 A.V 2011 A.V 
(=) RECEITA DE VENDAS 5.492 -2,0183 2.835 -0,511 1.918 0,3313 
(-) Custo dos bens e serviços 
vendidos -480 0,1764 -504 0,091 -506 -0,0874 
(=) RESULTADO BRUTO 5.012 -1,8419 2.331 -0,420 1.412 0,2439 
(-) Despesas Operacionais -106.021 38,9623 -554.905 99,942 -26.896 -4,6460 
Despesas com Vendas 
Despesas Gerais e 
Administrativas -12.528 4,6040 -25.766 4,641 -17.348 -2,9967 
Perdas pela Não 
recuperabilidade de ativos 
Outras receitas Operacionais 
Outras despesas operacionais -97.976 36,0058 -530.914 95,621 -10.624 -1,8352 
Resultado da Equivalência 
Patrimonial 4.483 -1,6475 1.775 -0,320 1.076 0,1859 
(=) RESULTADO ANTES DO 
JUROS E NÃO OPER. -101.009 37,1204 -552.574 99,522 -25.484 -4,4021 
(+) Receitas Financeiras 194.130 -71,3419 205.607 -37,031 1.074.047 185,5305 
(-) Despesas Financeiras -488.743 179,6110 -492.359 88,677 -183.311 -31,6651 
(=) RESULTADO ANTES 
DIR/CSLL E DEDUÇÕES -395.622 145,3894 -839.326 151,168 865.252 149,4633 
(-) provisão para IR e CSLL 123.510 -45,3894 284.098 -51,168 -286.346 -49,4633 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DAS 
OP. CONTINUADAS -272.112 100,0000 -555.228 100,000 578.906 100,0000 
(+) Resultado Líquido de 
Operações Descontinua. 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO 
EXERCÍCIO -272.112 100,0000 -555.228 100,000 578.906 100,0000 
 
Com as análises vertical e horizontal apresentadas é possível 
perceber que no ano de 2011 para 2012 a empresa apresentou crescimento 
econômico, pois houve aumento em seus ativos e também em suas receitas. Porém, 
no ano de 2012 para 2013, o mesmo crescimento econômico não ocorreu em 
relação aos ativos, havendo uma queda significativa, mesmo havendo um aumento 
na receita. Aumentou os ativos permanentes em 2013, contudo, os ativos circulantes 
no ano de 2011 foram maiores. Houve queda também nas reservas de lucro de 2011 
para 2013 e o capital social em 2012 foi o mesmo que em 2013, não houve 
 9 
investimentos de capitais de terceiros. 
Observa-se inclusive que as receitas foram maiores em 2013 quenos demais anos, mas não foram suficientes para cobrir os custos e despesas, 
gerando dessa forma, prejuízos. Pode-se perceber que não houve crescimento 
econômico para a Edifica nos três anos analisados. 
Assim, na condição de diretor da empresa Edifica, com o objetivo de 
buscar o crescimento econômico pretendido pela empresa, o ideal seria optar pela 
realização de obras com custos mais baixos, para que fosse possível elevar a 
margem de lucro, com ações internas voltadas para a redução de despesas e ainda 
incentivar a política de vendas, incluindo um estudo para redução da carga tributária 
através de um planejamento estruturado e direcionado para construtoras. 
 
2.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
O planejamento tributário é uma ferramenta que pode ser utilizada 
pelos gestores com a finalidade de eliminar ou reduzir a incidência de tributos, 
buscando-se alternativas menos onerosas para a organização, sem se constitua um 
ato ilícito de evasão ou sonegação fiscal. O planejamento tributário trata-se de uma 
ação empresarial de extrema relevância, comparada ao planejamento de fluxo de 
caixa ou de produção, tendo em vista que causa impacto direto sobre os resultados 
econômicos. (PROENÇA, 2014, p. 10). 
Assim, ao estudar o caso da empresa Edifica, que atua na área da 
construção civil, o planejamento tributário apresenta duas possibilidades: o sistema 
de Lucro Real ou o Sistema de Lucro Presumido. A escolha da empresa deverá ser 
pautada por alguns fatores essenciais que são: a atividade exercida pela empresa: 
se apenas presta serviços com fornecimento de mão de obra, se enquadra-se como 
comércio de imóveis construídos como uma atividade secundária, se trabalha com a 
incorporação de imóveis; e qual o valor de sua receitas bruta anual. 
É importante destacar que no sistema de Lucro Presumido, o valor 
do tributo é determinado com base na receita bruta, por meio da aplicação de 
alíquotas variáveis em função da atividade geradora da receita, podendo ser 
utilizado por empresas com faturamento igual ou inferior a R$ 48 milhões ao ano, ou 
o limite proporcional de R$ 4 milhões ao número de meses da atividade da empresa. 
 10 
Na opção pelo Lucro Presumido a empresa terá que arcar com o PIS e a COFINS, 
cuja apuração é mensal e o IRPJ e a CSLL com apuração trimestralmente. (SOUZA, 
2017). 
De acordo com Souza (2017), no sistema de Lucro Real, 
[...] o lucro líquido do período, apurado com observância das normas das 
legislações comercial e societária, ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações prescritas pela legislação do Imposto de Renda. 
 
No planejamento tributário de uma empresa, a opção pela escolha 
do sistema de tributação irá depender não só da atividade da empresa e de sua 
receita bruta, mas das vantagens que cada sistema oferece para reduzir o valor 
pago em tributos, que impede o crescimento da empresa. 
Diante disso, salienta-se que o sistema do Lucro Presumido é mais 
simplificado em relação ao Lucro Real, porque caso o lucro for maior dentro da 
média determinada para as empresas da mesma atividade, terá a vantagem de 
pagar seus impostos utilizando uma alíquota pré-fixada. Outra vantagem do sistema 
de Lucro Presumido é que as alíquotas de PIS e COFINS são inferiores as do Lucro 
Real. (SOUZA, 2017). 
Além da opção pelo sistema de Lucro Presumido ser mais vantajosa 
para a Edifica, por atuar na área da construção civil, há ainda a possibilidade de 
reduzir seus encargos através dos benefícios da desoneração da folha de 
pagamento, desde que a empresa não tenha em suas atividades a incorporação de 
imóveis. 
Segundo Mendes (2017), a desoneração da folha de pagamento 
ocorre quando a receita da empresa é originária da prestação de serviços de 
construção, que se constitui da redução da “contribuição patronal por outro tributo 
incidente sobre o faturamento da empresa, e não mais sobre a folha de pagamentos, 
com alíquotas entre 1% e 2%, a depender do setor da economia”. 
Outro fator importante para o planejamento tributário da empresa 
Edifica é investir em construções de imóveis do Programa Minha Casa Minha Vida, 
que conforme Staczuk (2017) oferece a possibilidade de aplicação de alíquota de 
1% sobre as receitas provenientes de vendas das construções residenciais. 
A empresa poderá também, no caso de atividades com incorporação 
de imóveis, utilizar o Regime Especial de Tributação (RET), com uma alíquota global 
sobre o faturamento de 4%. A vantagem do RET é a alíquota reduzida e o 
 11 
pagamento único de “quatro tributos devidos pelas empresas em decorrência do 
exercício dessa atividade empresarial, os mesmos do Simples: IRPJ, CSLL, PIS e 
COFINS”. (STACZUK, 2017). 
 
2.3 MATEMÁTICA FINANCEIRA 
1. Considerando o valor a receber do Ativo Circulante e o empréstimo e 
financiamentos no passivo circulante do ano de 2013, qual seria a taxa de juros 
compostos mais adequada para que a empresa tenha um acréscimo de 5% no valor 
das suas disponibilidades no ativo circulante em um período de 12 meses? 
 
Valor a Receber do Ativo Circulante = 587 
Financiamentos no passivo circulante do ano de 2013 = 0 
Quer obter 5% em cima das disponibilidades = 31,00 + 5% = 32,55 
Capital é o ativo mais o passivo = 587 
N = 12 meses 
M=C(1+i)n 
32,55 = 587 (1 + i)12 
Taxa = - 21% 
No período de 12 meses, a taxa de juros compostos para que a 
empresa obtenha um acréscimo de 5% no valor de suas disponibilidades, seria 
necessário um desconto de 21%. 
 
2. Se o empréstimo e financiamento no Passivo Circulante de 2013 tivessem que ser 
pagos em 5 parcelas iguais e mensais: 
 
2.1) Qual tipo de amortização seria a mais adequada? 
 
Sugere-se como tipo de amortização mais adequado o Sistema 
Francês de Amortização ou Tabela Price, comumente utilizado para parcelas iguais 
e mensais. Na Tabela Price os juros serão sempre incidentes pelas parcelas 
restantes, ou seja, o saldo devedor, tornando-se decrescente com o pagamento das 
parcelas. A vantagem da Tabela Price é a manutenção do mesmo valor de parcela 
 12 
pelo período contratado, que permite com que a empresa mantenha seu 
planejamento e equilíbrio financeiro. (DRAMBOWSKI, 2014, p. 134). 
 
2.2) Qual seria o valor das parcelas considerando uma taxa de 1,7% a. m.? 
 
PV = 0 
n = 5 
i = 1,7% = 0,017 
PMT = ? 
PMT = PV. (1+i)n . i ÷ (1+i)n – 1 
PMT = 0 . [(1+ 0,017)5 . 0,017] ÷ (1 + 0,017)5 – 1 
PMT = 0 . [0,0185 ÷ 0,0879] 
PMT = 0 . 0,2104 
PMT = 0 
 
Não houveram financiamentos no Passivo Circulante do ano de 
2013, portanto, o número de parcelas encontradas é igual a zero. 
 
3. Imagine que o valor a receber no ativo circulante de 2012 não ocorreu até 
dezembro 2012, então é feito um novo planejamento para que esse valor seja pago 
à empresa em junho de 2013. Qual o novo valor a receber pela empresa 
considerando uma taxa de juros compostos de 2% a. m.? 
 
Valor a receber no ativo circulante de 2012 = 460 
n = 6 meses (período de final de 2012 à junho de 2013) 
i = 2% ou 0,02 
M=C.(1+i)n 
M = 460. (1 + 0,02)6 
M = 460 . (1,02)6 
M = 460 . 1,126 
M = 518,03 
Se considerarmos uma taxa de juros de 2% a.m., o novo valor a 
receber pela empresa será de R$ 518,03. 
 
 13 
4. Para o empréstimo no Passivo Exigível a Longo Prazo não Circulante em 2013, 
qual forma de pagamento abaixo é mais interessante para a Mendes Jr., por quê? 
 
4.1) Juros simples 
i = 0,0065 a.m 
n = 8 meses 
Passivo Exigível a Longo Prazo não Circulante em 2013 = 5713,832 
Ji = C . i . n 
J = 5.713,83 . 0,0065 . 8 
J = 297,11 
M = C + J 
M = 5.713,832 + 297,11 = 6.010,95 
 
4.2) Juros compostos 
i = 0,0075 a.m 
n = 5meses 
Passivo Exigível a Longo Prazo não Circulante em 2013 = 5713,832 
M=C.(1+i)n 
M = 5.713,832 . (1 + 0,0075)5 
M = 5.713,832 . (1,0075)5 
M = 5.713,832 . 1,038 
M = 5.931,33 
Para a empresa a forma de pagamento mais interessante seria a 
opção 2, por que em 5 meses a uma taxa de 0,0075 a.m. o montante final a ser 
pago seria de R$ 5.931,33, mais vantajoso que na primeira opção com uma taxa 
menor, porém com período maior, cujo valor final seria de R$ 6.010,95. 
 
 14 
3 CONCLUSÃO 
Neste trabalhão abordamos a análise vertical e horizontal da 
empresa Edifica, através da qual foi possível perceber que a empresa não 
apresentou crescimento econômico em razão de aumento nas despesas, custos e 
investimentos em ativo permanente, o que consequentemente reduziu sua receita 
bruta e seus ativos circulantes, respectivamente. Diante dessa situação sugerimos, 
na condição de diretor da empresa, adotar políticas de incentivo às vendas, redução 
de custos e despesas com as obras e elaboração do planejamento tributário. 
Ao elaborar o planejamento tributário para a Edifica, 
compreendemos que a melhor opção seria o sistema de Lucro Presumido, que 
possui vantagens em relação ao sistema de Lucro Real, e que a empresa poderá 
obter vantagens ficais se optar por construir unidades habitacionais no programa 
Minha Casa Minha Vida ou por atividades de incorporação de imóveis. 
Através de cálculos da matemática financeira observamos as 
melhores opções de investimentos e financiamentos para a empresa Edifica, através 
do Sistema de Amortização Frances (Tabela Price) e que nem sempre as taxas 
menores em maior tempo são mais vantajosas, é necessário analisar o tempo, a 
taxa aplicada e a forma de amortização, para que a empresa opte pela opção mais 
segura ao seu equilíbrio financeiro. 
 15 
REFERÊNCIAS 
 
DAMBROWSKI, Adrian. Matemática financeira e comercial. Londrina: Editora e 
Distribuidora Educacional S.A., 2014. 
 
MACHADO, Vânia de Almeida Silva. Contabilidade aplicada à administração. 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015. 
 
MENDES, Marcos. O que é desoneração da folha de pagamento e quais são 
seus possíveis efeitos? Disponível em: http://www.brasil-economia-
governo.org.br/2014/08/11/o-que-e-desoneracao-da-folha-de-pagamento-e-quais-
sao-seus-possiveis-efeitos/. Acesso em: 13 mai. 2017. 
 
PROENÇA, Fábio Rogério. Planejamento tributário. Londrina: UNOPAR, 2014. 
 
SOUZA, Samuel Barbosa de. A importância da contabilidade aplicada à 
Administração, matemática financeira e do planejamento tributário para as 
organizações nos dias atuais. Disponível em: 
http://www.webartigos.com/storage/app/uploads/public/588/508/18c/58850818c5e5b
111966767.pdf. Acesso em: 13 mai. 2017. 
 
STACZUK, Maria Emília. Novos dispositivos na legislação tributária ampliam 
opções às construtoras e incorporadoras e exigem a revisão de rotinas e 
procedimentos contábeis pelas empresas. Disponível em: 
http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/163/artigo338030-3.aspx. Acesso em: 13 mai. 2017.

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