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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
 
 
Empresa ABCD Engenharia, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº..., com sede na rua..., vem, por seu advogado, infra-assinado, com procuração anexa e endereço profissional na rua..., onde serão encaminhadas as intimações do feito, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR contra ato do Ministro da Cultura, agente público, endereço profissional na rua... e em face da União Federal, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ nº..., com sede na rua..., pelos fatos e fundamentos a seguir:
 
DO CABIMENTO
 
É cabível o presente mandado de segurança com fulcro no Art. 5º, inciso LXIX c/c artigo 105, I, b, da Constituição Federal e Art. 1º e seguintes da Lei n. 12.016/09, por se tratar de ato lesivo ao interesse público.
 
DOS FATOS
 
O Ministério da Cultura publicou, na imprensa oficial, edital de licitação que veio assinado pelo próprio Ministro da Cultura, na modalidade de tomada de preços, para a elaboração do projeto básico, do projeto executivo e da execução de obras de reforma de uma biblioteca localizada em Brasília.
 
O custo da obra está estimado em R$ 2.950.000,00 (dois milhões novecentos e cinquenta mil reais). O prazo de execução é de 16 (dezesseis) meses, e, de acordo com o cronograma divulgado, a abertura dos envelopes se dará em 45 (quarenta e cinco) dias e a assinatura do contrato está prevista para 90 (noventa) dias.
 
Do edital constam duas cláusulas que, em tese, afastariam do certame a empresa ABCD Engenharia. A primeira diz respeito a um dos requisitos de habilitação, pois se exige dos licitantes, para demonstração de qualificação técnica, experiência anterior em contratos de obra pública com a União (requisito não atendido pela empresa, que já realizou obras públicas do mesmo porte que a apontada no edital para diversos entes da Federação, mas não para a União). A segunda diz respeito à exigência de os licitantes estarem sediados em Brasília, sede do Ministério da Cultura, local onde se dará a execução das obras (requisito não atendido pela empresa, sediada no Município de Bugalhadas).
 
Na mesma semana em que foi publicado o edital, a empresa o procura para que, na qualidade de advogado, ajuíze a medida cabível para evitar o prosseguimento da licitação, reconhecendo os vícios do edital e os retirando, tudo a permitir que possa concorrer sem ser considerada não habilitada, e sem que haja vício que comprometa o contrato. Pede, ainda, que se opte pela via, em tese, mais célere.
 
Elabore a peça adequada, considerando não ser necessária a dilação probatória, haja vista ser preciso apenas a juntada dos documentos próprios (edital, cópia dos contratos com outros entes federativos, etc.) para se comprovar os vícios alegados. Observe o examinando que o interessado quer o procedimento que, em tese, seja o mais célere.
DA MEDIDA LIMINAR
 
O Art. 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/09 estabelece como requisitos obrigatórios para concessão de medida liminar o fundamento relevante do pedido e o perigo de ineficácia da medida.
 
O fundamento relevante do pedido decorre da evidente violação a disposições constantes da Lei federal nº 8.666/93, quais sejam: Art. 7º, § 2º, I; 9º, I; 23, I, a e b; 30, II; 3º, § 1º, I e 20, parágrafo único da referida lei gera de licitações e contratos, no que tange a impossibilidade de licitar sem a prévia existência de projeto, da impossibilidade de elaboração de projeto básico e de execução da obra pelo mesma pessoa, pela violação ao limite de valor para tomada de preço, pela invalidade da exigência de contratação anterior com a união e pela vedação da cláusula que estabelece preferência ou distinção em razão da sede da concorrente.
 
O perigo de ineficácia da medida resta demonstrado uma vez que o certame pode ser efetivado com a adjudicação do objeto ao licitante vencedor e o início da execução das obras, caso não deferida a liminar, situação que resultará em prejuízo ao impetrante.
 
Logo, o ato impugnado deve ser suspenso até a decisão final do writ.
 
DO MÉRITO
 
Primeiramente, o Art. 7º, § 2º, I da Lei n. 8.666/93 estabelece que a licitação para execução de obras e prestação de serviços deve ser precedida de projeto básico. Vejamos:
 
§ 2o  As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório.
 
No mesmo sentido, o Art. 9º, caput e inciso I da Lei n. 8.666/93 determina que o autor do projeto básico ou o executor, seja pessoa física ou jurídica, não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários.
 
Na situação apresentada o projeto básico e a execução da obra estão sendo licitado, em conjunto, pela mesma pessoa, o que é vedado pela lei geral de licitações e contratos (Lei n. 8.666/1993), conforme se depreende da norma constante do Art. 7º, § 2º, I e Art. 9º, I, da referida lei.
 
Ademais, o custo da obra está estimado em R$ 2.950.000,00 (dois milhões novecentos e cinquenta mil reais), violando ao limite máximo de valor para a tomada de preços, que é de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), conforme previsão constante do Art. 23, I, b, da Lei 8.666/93.
 
Outrossim, a exigência de experiência de contratação anterior com a União é inválida, uma vez que o Art. 30, caput, e inciso II, da Lei n. 8.666/1993, estabelece que a documentação relativa à qualificação técnica deve limitar-se à comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, sendo indevida tal exigência.
 
Por fim, é inválida, por estrita vedação legal, a cláusula que estabelece preferência ou distinção em razão da sede da empresa, na forma do Art. 3º, §1º, I, da Lei nº 8.666/1993, bem como é ilegal utilizar a sede como impedimento à participação em licitação, nos termos do Art. 20, parágrafo único, da referida lei. Isso fere o princípio da isonomia, da igualdade e da legalidade previstos no artigo 3º da lei geral de licitações e contratos.
 
Logo, em razão dos vícios constante no edital, o procedimento licitatório não pode prossegui sem que antes haja a devida retificação do edital para se adequar aos ditames da lei regente.
 
DOS PEDIDOS
 
Pelo exposto requer:
 
1. a notificação da autoridade coatora para que prestes as informações, no prazo de lei;
2. a ciência do órgão de representação judicial da União para que, querendo, ingressar no feito;
3. a concessão da medida liminar para suspender o procedimento licitatório até a decisão final do writ com a concessão da segurança anulando o procedimento licitatório, viciado pelo edital, ou a determinação da retificação do edital para que não haja vícios que comprometa o contrato e que não desclassifique indevidamente a impetrante;
4. a intimação do Ilustríssimo representante do Ministério Público para atuar como fiscal da lei;
6. a juntada dos documentos anexos que comprovam o direito líquido e certo da Autora, inclusive a juntada do edital do certame.
7. a condenação do Réu ao pagamentos das custas processuais.
 
 
Dá-se à causa o valor de R$...
Termos em que pede deferimento.
Brasília, data.
 
               Advogado
 
                 OAB/...

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