Buscar

DELAÇÃO E COLABORAÇÃO PREMIADA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DELAÇÃO E COLABORAÇÃO PREMIADA	
Origem e conceito
Instituto no qual o acusado ou indiciado que, tenha espontânea e voluntariamente colaborado com a investigação ou processo criminal, pode ser beneficiado com a redução de um a dois terços da pena ou mesmo a obtenção do perdão judicial, desde que preenchidos os requisitos legais de ordem subjetiva e objetiva. Cita-se Damásio e Aranha:[1: TEIXEIRA, Adenilton Luiz. Da prova no processo penal. 4 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 45.]
“[...] é incriminação de terceiro, realizada por um suspeito, investigado, indiciado ou réu, no bojo de seu interrogatório ou outro ato processual. Configura aquela incentivada pelo legislador, que premia o delator, concedendo-lhe os benefícios como redução de pena, perdão judicial, aplicação de regime penitenciário brando, etc.”[2: JESUS, Damásio. E. de Estágio atual da “delação premiada” no Direito Penal brasileiro. Jus Navigandi. Teresina. Ano 10. N.854. 4 nov 05. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7551> Acesso em: 24 de out. 2017.]
“A delação, ou chamamento de corréu, consiste na afirmativa feita por um acusado, ao ser interrogado em juízo de um fato criminoso igualmente atribui a um terceiro a participação como seu comparsa. ”[3: ARANHA, Adalberto José Q. T. de Camargo. Da Prova no Processo Penal. 4 ed. E ampl. São Paulo: Saraiva, 1996, p.110]
O instituto da delação premiada, como o conhecemos na atualidade, é bastante recente e foi disciplinado somente em fins do século XX. Contudo, desde os primórdios das civilizações, há na história memoráveis casos de delatores que receberam recompensa, em razão de sua traição, e que permaneceram vivos na história da humanidade, marcados como infames, a exemplo de Judas Iscariotes que, por determinada quantia, traiu Jesus Cristo, levando o exército romano até seu paradeiro, permitindo sua captura. Segundo Eduardo Araújo SILVA, o surgimento dessas organizações, data do início do século XVI, resultante da ação dos grandes proprietários de terras e do. Estado para refrear os movimentos sociais dos pequenos produtores rurais4. O ilustre professor Juarez CIRINO DOS SANTOS também atribui o surgimento das organizações à luta entre grandes latifundiários e camponeses. Inserida em sistemas jurídicos conflagrados pela criminalidade violenta, a colaboração premiada está hoje presente no direito processual penal de várias nações, a exemplo da França, do México, do Reino Unido e da Espanha, encontrando sua matriz de homogeneização global em tratados internacionais, como a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado (Convenção de Palermo ou UNTOC) e a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (Convenção de Mérida), ambas concluídas em 2000 e em 2003.[4: CIRINO DOS SANTOS, Juarez. Crime organizado. In: BONATO, Gilson (org.). Direito Penal e Direito Processual Penal: Uma Visão Garantista. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, p. 139-150.]
Distinção Entre Colaboração Premiada e Delação Premiada
Há quem entenda que as expressões são sinônimas, não tendo, assim, qualquer relevância prática a diferenciação terminológica. Nesse sentido, por exemplo, afirmam Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto que “O instituto da colaboração premiada, ainda que contando com nomenclatura diversa, sempre foi objeto de análise pela doutrina, tratado que é como “delação premiada (ou premial)”, “chamamento de corréu”, “confissão delatória” ou, segundo os mais críticos, “extorsão premiada” etc.” Embora a nova lei tenha utilizado a expressão “colaboração premiada”, a maior parte da doutrina emprega o termo “delação premiada, que podem ser considerados sinônimos para fins didáticos. Percebe-se, pois, que há diferença na colaboração para localização e recuperação, por exemplo, do produto do crime – sem que, para isso, se denunciem os demais agentes –, para a delação propriamente dita, que, além de o agente confessar o cometimento de determinada infração, expõe, informa, dá conhecimento da participação de outras pessoas envolvidas na empreitada antijurídica. Delação premiada (também denominada de chamamento de corréu), além de confessar seu envolvimento na prática delituosa, o colaborador expõe as outras pessoas implicadas na infração penal, razão pela qual é denominado de agente revelador. A doutrina tem apontado diferenças entre os institutos. A nomenclatura “colaboração” é mais ampla e deve ser entendida como gênero. Já a “delação” é uma forma de colaboração com a Justiça, confessando seu envolvimento apontando os demais partícipes na empreitada criminosa.[5: ]
Ética e Moral
Diversas leis tratam do assunto, a exemplos da lei dos crimes hediondos (lei 8072/1990); o Código Penal (CP, artigo 159, parágrafo quarto); lei de lavagem de dinheiro; lei de proteção a vítimas e a réus colaboradores (lei 9807/1999); lei antidrogas (lei 11343/2006) e lei de crime organizado (lei 12850/2013). A Colaboração/Delação Premiada é medida de duvidosa moralidade (moralidade que é um dos princípios basilares do ordenamento constitucional), tendo em vista que o estado se vale da palavra de um investigado para condenar os demais e, em uma troca de concessões, propor-lhe penas mais brandas ou, até mesmo, a extinção da punibilidade pelo perdão judicial, como preceitua Foppel. A delação premiada encontra seu alicerce não no arrependimento do criminoso, mas numa nova investida reprovável do cidadão que cometeu o crime para se beneficiar e se compromete a colaborar com as investigações, se for beneficiado. É o ápice da corrupção e da degradação humana. Uma das maiores críticas a delação premiada é ela premiar a imoralidade, a traição. Para alguns desses doutrinadores, o Estado não pode incentivar, através de benefícios aos delatores, ações estritamente imorais, independente do objetivo que se busca atingir. O fim, o esclarecimento e a prevenção de crimes, não justificaria o meio, o incentivo a traição entre comparsas. Alguns sustentam, por isso mesmo, que se reveste de prática antiética. Não concordamos com este raciocínio porque se busca exatamente a aplicação de um instrumento previsto em lei – trazido, portanto, ao mundo jurídico, que tem a finalidade de tornar mais eficiente a aplicação da justiça, exatamente nos casos mais graves, que abalem de forma mais agressiva a ordem pública. Permite-se o afrouxamento de uma punição pela facilitação da ação da justiça em face do objetivo de coibir a continuidade ou majoração da prática criminosa de maior vulto e/ou intensidade. Bem aplicado, torna a investigação mais rápida e mais eficiente. Além do mais, pode-se considerar que a “ética” seja um valor moral de menor agressividade do que a prática de um crime, ou melhor, do crime que comporta a aplicação da medida de delação premiada. Na hipótese do confronto de ambos, não parece incoerente sacrificar tópicos de ética em troca da restauração da ordem pública abalada pela prática do crime grave, defende o professor Marcelo Mendroni. [6: ]
Direito ao Silencio
Previsão Normativa
Disciplinada no Brasil como forma de estímulo à elucidação e punição de crimes praticados em concurso de agentes, a delação premiada encontra-se prevista em vários instrumentos normativos do ordenamento jurídico brasileiro, dentre os quais apontamos as Leis 8.072/90 e 9.269/96; § 2º, do art. 24, da Lei 7.492/86, acrescentado pela Lei 9.080/95; par. único do art. 16, da Lei 8.137/90, acrescentado pela Lei 9.080/95; art. 6º, da Lei 9.034/95 e § 5º, do art. 1º, da Lei 9.613/98, bem como o próprio Código Penal, mais especificamente no crime de extorsão mediante seqüestro (art. 159, § 4º). Além dos dispositivos normativos já mencionados, citamos também a Lei 9.807, de 13.07.99, que estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal. A Lei 9.807/99, assim como os textos legais aos quaisjá nos referimos, estimula a delação que é forma aética de revelação da verdade.
VOLUNTARIEDADE E MOTIVAÇÃO;
 EFICÁCIA OBJETIVA;
 PRÊMIOS LEGAIS, EM CADA UMA DAS LEIS NACIONAIS CONTEMPLANDO O INSTITUTO;
 NATUREZA JURÍDICA DA COLABORAÇÃO PREMIADA;
REGRA DE CORROBORAÇÃO: VALOR PROBATÓRIO DA DELAÇÃO-COLABORAÇÃO PREMIADA;
ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA: LEGITIMIDADE PARA CELEBRAÇÃO, RETRATAÇÃO DO AGENTE, INTERVENÇÃO JUDICIAL, MOMENTO PARA A CELEBRAÇÃO, PUBLICIDADE DO ACORDO;
O “CASO JBS”: A INTELIGÊNCIA DADA AO INSTITUTO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Um dos assuntos mais comentados é a jogada de mestre do pessoal da JBS. Eles, juntamente com a Globo e o MPF, vazaram os áudios com o Temer e o Aécio envolvidos em crimes: de pagamento de propina, de Responsabilidade e etc.

Outros materiais