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Profª. Letícia Sinatora das Neves - Disciplina: Processo Penal III - Aula n. 2
Endereço eletrônico: leticia.neves@domalberto.edu.br – leticia_neves@msn.com 
Procedimento do Tribunal do Júri
	O Tribunal do Júri está previsto na Constituição Federal – artigo 5°, XXXVIII – no rol dos direitos e garantias fundamentais. Vejamos o que assegura a Constituição Federal:
 XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Princípios Constitucionais relacionados ao Tribunal do Júri:
a) Plenitude de defesa: exercício da defesa em um grau ainda maior que o da ampla defesa. Compreende dois aspectos: primeiro, o pleno exercício da defesa técnica (liberdade na argumentação); segundo, o exercício da autodefesa, por parte do próprio réu.[1: Esta defesa deverá ser fiscalizada pelo Juiz-presidente do Tribunal do Júri, que poderá até dissolver o Conselho de defesa e declarar o réu indefeso - artigo 497, V, CPP.]
b) Sigilo das votações: exceção ao princípio da publicidade das decisões. Quando a decisão se dá por unanimidade de votos, quebra-se o sigilo, pois todos sabem que os setes jurados votaram naquele sentido. Há quem sustente que o quarto voto idêntico deveria interromper a votação. 
c) Soberania dos Veredictos: implica na impossibilidade de o Tribunal técnico modificar a decisão dos jurados pelo mérito. [2: Verificar as hipóteses de apelação das decisões do Tribunal do Júri no artigo 593, III, CPP, bem como a súmula 714, STF. ]
d) Competência constitucional para delitos contra a vida
Procedimento do Tribunal do Júri - artigos 406 – 497 do Código de Processo Penal:
	Trata-se de um procedimento bifásico, ou seja, formado por duas fases distintas. A primeira se dá perante o Juiz presidente, sem a participação dos jurados. Já a segunda fase, esta sim, pressupõe a formação do Júri Popular.
a) Primeira fase: chamada de judicium accusationis ou sumário de culpa. Inicia com o oferecimento da denúncia e termina com a pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação.
b) Segunda fase: chamada de judicium causae. Inicia com o recebimento dos autos pelo juiz-presidente e termina com o julgamento pelo Tribunal do Júri. 
1ª fase do procedimento do Tribunal do Júri
	De acordo com o artigo 406, CPP, após a citação, o réu terá 10 dias para apresentar a RESPOSTA À ACUSAÇÃO. 
	Caso não apresente: o juiz nomeará defensor para tanto (artigo 408, CPP). A apresentação da defesa é imprescindível, sua ausência gera nulidade absoluta.
	Na resposta à acusação poderão ser argüidas preliminares e tudo o que interesse à defesa do réu (art. 406, §3°). Também deverá arrolar testemunhas, no número máximo de 8. 
	Após serão ouvidos MP, o assistente da acusação se existir, ou querelante - no prazo de 5 dias.
	Dispõe o artigo 410 que o Juiz determinará a inquirição de testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes no prazo máximo de dez dias. 
	
	Na audiência de instrução, serão tomadas as declarações do ofendido (se possível), inquiridas testemunhas de acusação e defesa, os esclarecimentos dos peritos, as acareações, o reconhecimento de pessoas e coisas, o interrogatório do acusado e, ao fim, os debates. 
	Atenção !!! O novo procedimento concentrou todos os atos instrutórios em uma única audiência – art. 411, CPP.
	Outro fator importante é que as perguntas serão feitas diretamente à testemunha, não mais por intermédio do juiz. O juiz poderá complementar, se for o caso. 
	Encerrada a instrução o Juiz observará, se for o caso, o artigo 384 do CPP - MUTATIO LIBELLI. 
	Ao fim, serão feitos os debates orais, prazo de 20 min. prorrogáveis por mais 10 min, para cada parte. Se tiver assistente de acusação serão concedidos 10 min. prorrogando-se por mais 10. 
	Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.
	Encerrada a instrução o magistrado proferirá a sentença em audiência ou em 10 dias por escrito, caso que fará conclusão dos autos.
	Outra nova regra é que o procedimento deverá ser concluído no máximo em 90 dias - art. 412, CPP.
	A decisão referida no artigo 411, §9°, CPP poderá ser:
a) Pronúncia: decisão processual de conteúdo declaratório em que o juiz proclama admissível a imputação e encaminha para o julgamento perante o Tribunal do Júri. Aqui, há um mero juízo de prelibação, pelo qual o juiz admite ou rejeita a acusação, sem entrar no mérito. Não poderá ser feito um exame aprofundado, sob pena de se furtar a competência do Júri. 
	Por conseqüência, não gera coisa julgada, pois poderá ser modificada pelos jurados. 
	Nesta fase, vigora o princípio do in dúbio pro societate, não há certeza.
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.
§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. 
§ 2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória.
§ 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.
Após a prolação da pronúncia poderá haver alteração de circunstância superveniente que modifique a classificação do delito?
Ver artigo 421, §1°, do CP.
Intimação da decisão de pronúncia: 
	Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:
	I - pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; 
II - ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1º do art. 370 deste Código.
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.
B) Desclassificação: artigo 419, CPP
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.
C) Impronúncia: rejeição da imputação – artigo 414, CPP.
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. 
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
 
D) Absolvição Sumária: artigo 415, CPP
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
I - provada a inexistência do fato;
II - provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III - o fato não constituir infração penal; 
IV - demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
V - mediante edital, no caso do nº III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado e assim o certificar o oficial de justiça;
VI - mediante edital, sempre que o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.
Após a exposição da matéria, será realizadauma atividade em aula.
Quadro Esquematizado: 1ª Fase, judicium accusationis (fase da acusação) – de acordo com a Lei n. 11.689/2008
O MP oferece a denúncia com até 08 testemunhas. (§2º, art. 406, CPP)
Não recebimento da denúncia. (art. 41, CPP)
Recebimento da denúncia. (art. 406, CPP)
Rejeição da denúncia. (art. 395, CPP)
Em caso de inércia, será nomeado defensor para fazê-lo (princípio da defesa efetiva). (art. 408, CPP)
RSE (
inc
. I, art. 581, CPP)
O Juiz ao receber a denúncia ordenará a citação do acusado para responder a acusação em 10 dias. (art. 406, CPP)
Demais TJ do País e 
TRF’s
 – RSE (inc. 
I, art.
 581, CPP)
TJRS – Apelação (inc. II, art. 593, CPP)
Apresenta preliminares, documentos, provas, etc. Arrola até 
8
 testemunhas. §3º, art. 406, CPP.
Apresentada a 
resposta escrita
 
abre-se vista à acusação "sobre preliminares e
 
documentos", para manifestação em 
5
 dias
. (art. 409, CPP)
O Juiz designará audiência 
una
 de instrução e julgamento e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo de 10 dias. (art. 410, CPP)
Na 
audiência de instrução
 se realizará a oitiva: 
1º
 do ofendido (quando possível); 
2º
 testemunhas de acusação; 
3º
 testemunhas de defesa; 
4º
 Peritos (quando houver); 
5º
 Acareações (se necessário); 
6º 
Reconhecimento de pessoas e coisas (se necessário); 
7º
 Interrogatório do acusado; 
8º 
Debates orais. (art. 411, CPP)
Importante:
 As alegações finais serão orais, vide §4º, §5º e §6º, art.411, CPP.
Atenção
 ao §3º, art. 411, CPP.
Após os debates o Juiz proferirá a sentença ou determinará a conclusão dos autos, proferindo em 10 dias. §9º, art. 411, CPP
Restou provada a inexistência do fato, ou não ser o acusado o autor ou participe do fato. O fato não constitui infração penal ou restou demonstrada causa de isenção de pena ou de excludente de ilicitude. (art. 415, CPP).
O juiz está convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação (art. 413, CPP).
O juiz não se convence da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação (art. 414, CPP)
O juiz entende que não há pratica de crime doloso contra a vida. (art. 419, CPP)
A 
linguagem da 
decisão de pronúncia 
deve ser comedida. E deve conter o dispositivo legal em que o acusado estiver incurso, as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. As circunstâncias atenuantes não precisam ser mencionadas, pois podem ser reconhecidas independentemente
 
de estarem previstas na pronúncia. De igual modo, não deve o magistrado tratar das causas de diminuição de pena (art. 7º, LICPP).
Desclassificação
Pronúncia
Impronúncia
O juiz
 determina a distribuição para o juízo competente
Recurso 
em Sentido Estrito
 (inc. 
IV, art.
 581, CPP)
Recurso de Apelação Criminal (art. 416, CPP)
Absolvição Sumária
O juiz
 singular que receber o processo deverá observar se há necessidade de aplicar um dos 
arts
. 
383 e 384, CPP
.
Recurso de Apelação Criminal (art. 416, CPP)
O TJ poderá confirmar a decisão ou reformá-la.
O TJ poderá confirmar a decisão ou reformá-la.
Após o trânsito em julgado da sentença de absolvição sumária, haverá coisa julgada material, sendo impossível reabrir o processo, mesmo que surjam novas provas.
O TJ poderá confirmar a decisão ou reformá-la.
Coisa julgada meramente formal. Assim, enquanto não ocorrer 
a
 extinção da punibilidade poderá ser formulada nova acusação.
 Parágrafo único, art. 416, CPP
Atenção: Somente será iniciada a segunda fase após a preclusão da decisão que pronunciou o acusado, nos termos do artigo 421 do Código de Processo Penal.
2ª Fase, chamada de judicium causae (fase da causa)
O Juiz Presidente do Tribunal do Júri determinará a citação do Ministério Público e a Defesa.
As partes terão 05 dias para arrolar até 05 testemunhas para depor em plenário, juntar documentos e pedir diligências. (art. 422, CPP)
O Juiz Presidente ordenará as diligências necessárias e elaborará um relatório do caso, determinando sua inclusão na pauta. (art. 423, CPP)
Estando o processo em ordem, o juiz presidente
 
mandará intimar as partes, o
 
ofendido, se 
for
 possível, as testemunhas e os peritos, quando
 
houver requerimento, para a sessão de instrução e julgamento
 (art. 431, CPP)
O representante ministerial 
poderá 
fazer 
até 03 recusas imotivadas
 (art. 468, CPP)
Compar
ecendo, pelo menos, 15 
jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento
 (art. 463, CPP)
A defesa poderá 
fazer até 03 recusas imotivadas (art. 468, CPP)
E nos casos de mais de um réu poderá haver cisão do processo
 (§1º, art. 469,
 CPP
)
Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades 
(
art. 466, CPP)
O juiz procede ao sorteio dos jurados para comporem o Conselho de Sentença (art. 467, CPP)
O
 Juiz P
residente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível,
 
e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação e defesa (art. 473,
 
CPP)
A inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor
 
do acusado formulará as
 
perguntas antes do Ministério Público e do assistente (§1º, art. 473, CPP)
Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução
 
plenária 
(art. 473, CPP)
Interrogatório do acusado (art. 474, CPP)
O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia
 
para cada, e de uma hora
 
para a réplica e outro tanto para a
 
tréplica
 (art. 477, CPP)
Será concedida a palavra ao Ministério Público e ao assistente, ao termino da acusação, a palavra será concedida a defesa do acusado. (art. 476 e §§, CPP)
Encerrada a instrução se dará início aos debates orais (art. 476, CPP)
A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada quesito (§1º, art. 484, § 1º, CPP)
Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos
 (§1º, art. 480, CPP)
O juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação
 (art. 485, CPP)
Encerrada a votação, será o termo assinado pelo presidente, pelos jurados e pelas partes
 (art. 491, CPP)
Em seguida será lavrada a sentença de acordo com 
veredicto dos jurados.
A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de instrução e julgamento
 (art. 493, CPP)
Sentença Desclassificatória
Sentença Condenatória
Sentença Absolutória
Encerramento da sessão.
Procedimento antigo - para estudo comparado : 1ª Fase (Do recebimento da Denúncia ao trânsito em julgado da Sentença de Pronúncia) - Chamada de judicium accusationis - Fase da Acusação
2ª Fase (Do oferecimento do Libelo ao trânsito em julgado da Sentença proferida pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri na Sessão Plenária)
Chamada de judicium causae - Fase da Causa
Observações:
Art. 424 do CPP – A lei especifica os quatro casos em que poderá ser desaforado o processo: a) se o interesse de ordem pública reclamar; b) se houver dúvida sobre imparcialidade do júri; c) se houver dúvida sobre a segurança do réu; e d) se o julgamento não se realizar no período de um ano após o recebimento do libelo, desde que para a demora não haja concorridoo réu ou a defesa.[3: LEAL, Saulo Brum. Júri popular. 4ª ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001. p. 117.]
Os quadros esquematizados são da autoria da Advogada, Especialista em Direito Penal e Processual Penal, Taísa Salvi. 
Procedimento do Tribunal do Júri – 2ª fase 
	No novo procedimento do júri transitada em julgado a sentença de pronúncia – definida a competência do Conselho de Sentença para o julgamento dos fatos – o processo é remetido ao juiz de direito presidente do Tribunal do Júri. [4: No procedimento anterior o Ministério Público oferecia o chamado libelo-acusatório, que era a peça acusatória a ser julgada pelo Júri. Hoje o texto da pronúncia é que traz a acusação. ]
	Vejamos o artigo 421 do CPP:
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri.
§ 1º Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público. 
§ 2º Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão.
	Preparação do Processo para julgamento em Plenário
		Quando o Juiz-presidente receber os autos intimará o MP e o defensor para que no prazo de 5 dias, indique as testemunhas para depoimento em plenário (5 testemunhas), juntem documentos e requeiram diligências. [5: Em relação as testemunhas é importante destacar o seguinte artigo: Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização. § 1º Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução. § 2º O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.]
	Importante a leitura dos seguintes artigos:
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.
		Após o juiz deliberar sobre os requerimentos, ordenará as diligências para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa. Por fim, ele fará um relatório sucinto do processo e determinará a inclusão em pauta da reunião do Júri (artigo 423, CPP). 
Desaforamento - artigos 427 – 428, CPP
Sorteio e convocação de jurados		
Após a organização da pauta o juiz-presidente determinará a intimação do MP, da OAB e da Defensoria para acompanhar o sorteio dos jurados que participarão da reunião periódica. 
O sorteio inicial é dos 25 jurados.
	O artigo 433 do CPP disciplina o sorteio:
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária. 
§ 1º O sorteio será realizado entre o 15º (décimo quinto) e o 10º (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião. 
§ 2º A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes.
§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões futuras.
Alistamento dos Jurados
	
	Anualmente, os jurados serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri.
				Número de Jurados
	Comarcas / habitantes
	800 – 1.500 jurados
	Mais de 1.000.000 habitantes
	300 – 700 jurados
	Mais de 100.000 habitantes
	80 – 400 jurados 
	Menor população (100.000 ou menos)
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população. 
§ 1º Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3º do art. 426 deste Código. 
Como é formada a lista geral § 2º O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado.
 
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri. 
§ 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva. 
§ 2º Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
§ 3º Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.
§ 4º O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído.
§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada.
Da composição do Tribunal do Júri e da formação do Conselho de Sentença
		
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. 
Parágrafo único - A intervenção do assistente no plenário de julgamento será requerida com antecedência, pelo menos, de 3 (três) dias, salvo se já tiver sido admitido anteriormente.
 
Atenção !!!
Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar novo compromisso.
Da reunião e das Sessões do Tribunal do Júri
	
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento. 
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos. 
§ 2º Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal.
	Verificando a presença de, no mínimo, 15 jurados, o juiz-presidente sorteará 7 jurados.
No momento em que as cédulas forem retiradas o juiz a lerá e a defesa, depois o MP, poderão RECUSAR OS JURADOS – até 3 – cada parte, sem motivar (artigo 468, CPP). 
Atenção !!!
Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser feitas por um só defensor. 
§ 1º A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentença.
§ 2º Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art. 429 deste Código.
Instrução em Plenário	 
	
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessivae diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação. 
§ 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo.
§ 2º Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz presidente.
§ 3º As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis
- Interrogatório do acusado: artigo 474 do CPP – MP, querelante, defensor, assistente, poderão formular perguntas diretamente ao acusado. Os jurados perguntam por intermédio do juiz.
- Debates orais: artigo 476, CPP.
- Questionário e votações: art. 482, CPP
- Sentença 
- Recurso da decisão. 
Referências bibliográficas:
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. Saraiva, 2010. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, RT, 2009. 
Marques, Jader. Tribunal do júri: considerações críticas à Lei 11.689/08 de acordo com as Leis 11.690/08 e 11.719/08. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
Nassif, Aramis. O novo júri brasileiro: conforme a Lei 11.689/08, atualizado com as Leis 11.690/08 e 11.719/08. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.

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