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O Devido Processo Legal

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O DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
 
As garantias do devido processo legal: conjunto de garantias 
constitucionais que asseguram às partes o exercício de suas faculdades e 
poderes processuais, sendo indispensáveis ao exercício da jurisdição; são a 
salvaguarda do próprio processo, principal fator que dá legitimidade ao 
exercício da jurisdição. (art. 5º, LIV CF/88, primeira previsão constitucional 
do devido processo legal, no ordenamento brasileiro). 
 
São garantias específicas: 
 
1 – Juiz natural e juiz competente art. 5º, XXXVII e LIII; 
2 – O direito ao contraditório e à ampla defesa assegurados em todos os 
processos, inclusive administrativos, desde que haja litigantes ou acusado 
(art. 5º, LV); 
3 – Princípio da isonomia: igualdade processual (art. 5º, I) “par conditio” 
ou igualdade de armas ou paridade de armas, traz o equilíbrio aos 
litigantes, quer no processo civil, quer no processo penal; 
4 – a publicidade e o dever de motivar as decisões judiciárias (art. 5º, LX e 
93, IX); 
5 – Inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI); 
6 – a inviolabilidade do domicílio (art. 5º, XI), com restrições legais; 
7 – o sigilo das comunicações em geral e de dados (art. 5º, XII); 
 
Garantias para o processo penal: 
 
8 – presunção de não-culpabilidade do acusado (art. 5º, LVII); 
9 - vedação da identificação criminal datiloscópica de pessoas já 
identificadas civilmente, ressalvadas as hipóteses previstas em lei (art. 5º, 
LVIII); 
10 – indenização pelo erro judiciário e pela prisão que supere os limites da 
condenação (art. 5º, LXXV); 
11- Salvo as hipóteses do flagrante e das transgressões e crimes 
propriamente militares, a prisão somente pode ser ordenada por 
autoridade judiciária competente (art. 5º, LXI); 
12 – comunicação imediata da prisão ao juiz (art. 5º, LXII e LXV); 
13 – direito à identificação dos responsáveis pela prisão ou pelo 
interrogatório (art. 5º, LXIV); 
14 – a liberdade provisória com ou sem fiança (art. 5º, LXVI); 
15 – a incomunicabilidade do preso é vedada (art. 5º, LXIII). 
 
Conclusão: a garantia do acesso à justiça, consagrado constitucionalmente 
como direito de ação (direito à prestação jurisdicional) e o direito de defesa 
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(direito à adequada resistência às pretensões adversárias) constituem o 
direito ao processo, com as garantias do devido processo legal, visando 
sempre a “ordem jurídica justa”, incluindo os outros direitos e garantias 
decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição ou dos 
tratados internacionais dos quais o Brasil se tornar signatário. 
 
As garantias processuais da Convenção Americana sobre Direitos Humanos 
(Pacto de São José da Costa Rica) 
1 – integrada ao Brasil: Decreto nº 678, de 06/11/1992, fazendo com que 
os direitos e garantias processuais tivessem índole e nível constitucional, 
complementando a Lei Maior, complementando as regras do devido 
processo legal. 
 
Em relação à nossa Constituição: 
1 – avanços: direito do acusado ao intérprete, à comunicação livre e 
particular com o defensor, ao comparecimento do perito, à concessão do 
tempo e meios necessários à preparação da defesa; 
2 – direito ao processo em prazo razoável: três critérios que determinam o 
prazo: 1) a complexidade do assunto; 2) o comportamento dos litigantes; 
3) a atuação do órgão jurisdicional. 
 
1 – avanço da CF/88: não permite a mera autodefesa, eis que indisponível 
a defesa técnica no processo penal. 
 
Sanção prevista na Convenção: o descumprimento da regra do direito ao 
justo processo, em prazo razoável, dá direito à Comissão e à Corte 
Americanas dos Direitos do Homem a aplicar sanções pecuniárias ao 
Estado descumpridor.

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