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Pró-reitoria de EaD e CCDD 1 Teorias Econômicas Aplicadas à Contabilidade Aula 1 Prof. Clecio S. Steinthaler Pró-reitoria de EaD e CCDD 2 Conversa Inicial Bom... se você quiser: Entender melhor o mundo em que se vive; Tornar-se um participante mais ativo da sociedade; Poder antecipar fatos; E ter uma melhor compreensão dos potenciais e limites da política econômica. Veja algumas vantagens do estudo da economia: Permite, uma melhor compreensão dos problemas socioeconômicos que afetam a sociedade, como inflação, desemprego, escassez, grau de escolaridade e nível de renda, políticas governamentais, entre muitos outros. Ela melhora nosso entendimento e nossa percepção quanto a todos os elementos que estão vinculados com as condições econômicas de um país. Contextualizando Por que os contadores precisam conhecer economia? A Contabilidade como ciência, envolve as pessoas físicas, mas especialmente as pessoas jurídicas, e em um grau de complexidade muito maior. Esse envolvimento gera uma troca incessante de informações, quer seja dentro da própria estrutura da empresa, quer seja com seu ambiente externo (clientes fornecedores bancos, governo etc.), o que caracteriza a empresa como um sistema aberto. Economia Pró-reitoria de EaD e CCDD 3 Essa característica de sistema aberto faz com que a troca de informações com o ambiente externo seja constante e o sucesso empresarial depende, em parte, do que ocorre nesse ambiente, pois as forças “econômicas” fazem parte desse ambiente externo, de forma que monitorar seu andamento, em conjunto com as informações contábeis, é fundamental para uma boa gestão empresarial. Tema 01: Conceito, Objeto e Métodos da Ciência Econômica A palavra economia deriva do grego oikonomia. Óikos = casa Nómos = lei Significando a administração de uma casa ou estado. Uma definição formal de economia nos diz que é a ciência que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base “o objeto do estudo da ciência econômica”, como: • Escolha; • Escassez; • Necessidades; • Recursos; • Produção; • Distribuição. O estudo da economia tem por base uma análise criteriosa da realidade que nos cerca, pois trata de assuntos ligados à nossa vida em sociedade, como notamos a seguir: Pró-reitoria de EaD e CCDD 4 • Aumento de preços; • Crise econômica ou de crescimento; • Desemprego; • Setores que crescem mais do que outros; • Diferenças salariais; • Valorização ou desvalorização da taxa câmbio; • Ociosidade em alguns setores de atividades; • Diferença de renda entre várias regiões do país; • Taxas de juros; • Déficit governamental; • Elevação de impostos e tarifas públicas. O objeto da Economia é o estudo dos fenômenos que envolvem a escassez. As pessoas precisam alimentar-se, vestir-se, locomover-se, ter uma moradia, lazer etc., ou seja, as várias necessidades humanas tendem a ser infinitas, mas para satisfazê-las na totalidade deve existir recursos que também sejam infinitos, mas infelizmente sabemos que a renda e os recursos não são infinitos. Veja só: os indivíduos se deparam quotidianamente com o fato de que seus desejos e necessidades extrapolam os recursos disponíveis para serem atendidos. Se um agricultor come todo o feijão colhido, o agricultor não semeará e não terá feijão no próximo ano. A sociedade também tem necessidades coletivas, tais como estradas, defesa, justiça, saúde, educação, mas o governo possui recursos limitados e escassos, e deve distribuí-los da melhor forma possível, a fim de atender ao maior número possível de cidadãos. Se todos os bens e serviços consumidos pelas pessoas “caíssem do céu”, ou seja, fossem infinitos, ninguém precisaria estudar economia, pois não Pró-reitoria de EaD e CCDD 5 haveria escassez. Sabemos que a palavra escassez não se refere somente a recursos “em extinção”, mas a todos os recursos que sejam finitos. Por exemplo: seu salário, seu tempo e até mesmo o espaço físico de sua casa, são recursos econômicos escassos. Se de um lado, há escassez dos recursos; de outro, há o desenvolvimento constante das necessidades da sociedade, sendo assim infinitos. Essa situação faz com que cada vez mais se procure otimizar e racionalizar a utilização dos recursos econômicos. Vamos resumir? • Economia obriga a escolha de alternativas e distribuição de resultados; • A escolha demonstra a escassez: recursos limitados contrapõem necessidades humanas ilimitadas. Sabemos que as necessidades sendo infinitas e os recursos limitados, como satisfazer as necessidades humanas ao máximo? Podemos afirmar que a escassez dos bens materiais e imateriais está associada à sua própria demanda, se não houver demanda não haverá escassez, mas havendo a demanda, ocorrerá a escassez, e assim somos forçados a fazer escolhas. Essa questão é resolvida por três variáveis: I. O que produzir: Uma questão econômica II. Como produzir: Uma questão tecnológica III. Para quem produzir: Uma questão social Pró-reitoria de EaD e CCDD 6 Então, em economia, tudo passa a ser um problema de escolha: Pró-reitoria de EaD e CCDD 7 Vamos exemplificar: Olha só: Um novo conceito = Custo de Oportunidade Pró-reitoria de EaD e CCDD 8 O conceito de custo de oportunidade ilustra a ideia das escolhas conflitivas (trade-off) em toda tomada de decisão, pois ao fazermos uma escolha temos que renunciar a outras. Vamos imaginar o salário de uma pessoa: Para cada real do salário que gasta com roupa, existe um real a menos para gastar com qualquer outra coisa. Então, obrigatoriamente terá que fazer escolhas entre as necessidades a serem satisfeitas. E você? Como tem feito suas escolhas: Tema 02: A Economia e as Outras Ciências A economia possui um núcleo de análise e um objeto bem definidos, mas por sua característica de ciência social, possui intercorrências com outras ciências, pois estudam a mesma realidade. Dessa forma, a economia está vinculada com vários aspectos da vida social. Pró-reitoria de EaD e CCDD 9 1) Economia, Física e Biologia O início do estudo da economia como ciência, coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas nos séculos XVIII e XIX. A concepção biológica e física originou-se do princípio de que a economia se comporta como um órgão vivo, cabendo a cada ação uma reação. Essa concepção biológica originou termos utilizados até hoje, como órgãos dos sistemas econômicos, funções da economia, circulação e fluxos da teoria econômica. A concepção física incorporou-se na economia através das Leis Econômicas, atribuindo os conceitos de dinâmica, aceleração, velocidade e forças entre outros. 2) Economia, Matemática e Estatística Matemática – torna possível escrever de forma resumida importantes conceitos e relações de economia e permite análises econômicas na forma de modelos analíticos. Estatística – as análises não são exatas, mas probabilísticas, recorre-se à estatística. Essa correlação é muito importante quando estabelecemos a relaçãoentre a produção de bens e serviços e os fatores de produção a serem utilizados. Nesse ponto surge a necessidade da utilização da Matemática e da Estatística como ferramentas, para que seja estabelecida uma correlação entre o total de produção desejado (necessidades) e a limitação física (recursos). A decisão passa por um processo de análise de modelos analíticos, onde poucas variáveis resumem os aspectos essenciais da questão de estudo. Vamos ver um exemplo clássico: “(...) o consumo nacional está diretamente relacionado com a renda nacional.” Pró-reitoria de EaD e CCDD 10 Essa frase quer dizer que o consumo da população (demanda) está vinculado ao poder de compra da própria população; de tal forma; que se não houver renda (salários) não haverá consumo (venda), portanto, a economia estará em crise. Essa relação pode ser expressa matematicamente: C= (r n) e ∆C / ∆ RN > 0 Difícil? Nem tanto: A primeira expressão diz que o Consumo (C) é uma função da renda nacional, e a segunda equação informa que uma variação na renda nacional (∆ RN) trará uma variação diretamente proporcional ao consumo (∆C), que será sempre maior que zero (0). Veja a mesma expressão em uma situação prática: Vamos pensar que, se o salário mínimo sofrer um aumento de 100%, as pessoas que ganham um salário mínimo passarão a comprar mais, não necessariamente o total do aumento obtido (100%), mas uma parcela significativa desse aumento. Ficou mais fácil de entender agora? Mas, e a questão do “quanto” elas passarão a comprar mais? Essa é uma questão probabilística (olha a estatística mostrando sua utilidade na economia), pois se o consumo aumentar muito, poderá haver um desabastecimento de produtos, e com poucos produtos poderemos ter ágio (comprará quem pagar o preço mais alto) e isso não é bom para a economia, pois é um processo de inflação e crise. Portanto, aumentar a renda nacional exige um cálculo matemático e estatístico, de forma a mensurar qual o impacto desse aumento na economia. A área da economia que está voltada para a quantificação dos modelos matemáticos e estatísticos é a Econometria. Pró-reitoria de EaD e CCDD 11 3) Economia e a Política São duas áreas extremamente interligadas, o que torna extremamente difícil estabelecer uma relação de causa e efeito entre elas. A Política, por atribuição, fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Já a Economia se subordina à estrutura e ao regime político estabelecido. Pode ocorrer que em algumas situações, a política esteja subordinada ao poder econômico, como por exemplo: Poder econômico dos oligopólios e monopólios Poder econômico das corporações estatais 4) A Economia e a História A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a economia, uma vez que a compreensão do passado, através de um processo analítico, nos permite compreender fatos econômicos ocorridos, que podem estar se repetindo de alguma forma no presente, e consequentemente termos de forma antecipada uma visão do futuro. Fatos econômicos afetam o desenrolar da história. Alguns importantes períodos históricos são associados a fatores econômicos, como os ciclos do ouro e da cana-de-açúcar no Brasil, a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa em Nova Iorque (1929), a crise do petróleo, etc. Essa inter-relação permite corrigir de forma antecipada, resultados indesejados que podem estar previsíveis numa situação atual. 5) Economia e Geografia A geografia vai muito além do simples registro de acidentes geográficos e climáticos, ela nos permite avaliar as condições geoeconômicas de mercados, a concentração espacial de fatores produtivos, a localização de pólos industriais, criando vantagens competitivas em relação a outros países. Pró-reitoria de EaD e CCDD 12 A importância da geografia na economia é evidenciada em áreas de estudo econômico específicas como a Economia Regional e Urbana, as Teorias da Localização Industrial, e a Demografia Econômica. 6) Economia, Moral, Justiça e Filosofia Até a Revolução Industrial, a economia era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética. Assim, a economia era orientada por princípios morais e de justiça, não havendo até aquele período um estudo sistêmico das leis econômicas. O que predominava então era apenas os princípios da Usura e o conceito de preço justo. Atualmente as encíclicas papais refletem a aplicação da filosofia moral e ética nas relações econômicas, para que o mundo possa suplantar suas desigualdades, permitindo condições dignas de vida a todos os homens. Tema 03: Síntese do Pensamento Econômico Olhar para o passado, na verdade, é vislumbrar o futuro. A relação - passado e presente; antigo e novo; constituem a base da história, pois esse processo transformativo nos mostra que tanto a história como a economia são uma ciência do presente, que se valem do passado para serem explicadas. Pró-reitoria de EaD e CCDD 13 Em toda sociedade, um regime econômico precede a outro, ou seja, a insatisfação com o regime econômico adotado induz a mudanças que estabelecem um novo sistema. Primórdios da Civilização Organismos Fechados Produção voltada para o consumo Sociedade Ampliada Trocas Internas e Externas Unidade Universal de Trocas Modernamente é a “Moeda” ou o “dinheiro” Sistema Econômico Organização da vida econômica, conforme um ideal filosófico, adaptado a realidade sócio econômico de um determinado povo Pró-reitoria de EaD e CCDD 14 O pensamento econômico passou por diversas fases, que se diferenciam amplamente, vamos ver as principais: A Evolução deste pensamento pode ser dividida em dois grandes períodos: Fase Pré-Científica; Fase Científica Econômica. A Fase Pré-Científica é composta por três subperíodos: 1) A Antiguidade Grega, que se caracteriza por um forte desenvolvimento nos estudos político-filosóficos. 2) A Idade Média ou Pensamento Escolástico, repleta de doutrinas teológico- filosóficas e tentativas de moralização das atividades econômicas 3) O Mercantilismo, quando houve uma expansão dos mercados consumidores e, consequentemente, do comércio. O período mais importante dessa fase foi o Mercantilismo: Tratava-se de um pensamento econômico-comercial que vigorou principalmente na Europa, nos séculos XVI e XVII. A sua base de pensamento originava-se no princípio de que países enriquecem vendendo mais aos outros, do que comprando deles. Sua política era denominada Bulionismo, e pregava a acumulação da maior quantidade possível de ouro e prata, a proibição da sua exportação, e incentiva ainda a conquista de colônias com grandes reservas desses metais. A Fase Científica pode ser dividida em três escolas do Pensamento Econômico: 1) Fisiocracia; 2) Escola Clássica; 3) Pensamento Marxista. Fisiocracia Movimento Francês que combatia o Mercantilismo, propondo a desestatização da economia. Sua estrutura social era dividida em três classes sociais. Pró-reitoria de EaD e CCDD 15 Classe produtiva (agricultura); Classe estéril (indústria e comércio); Classe ociosa (proprietários de terra). Escola Clássica Surgiu na Inglaterra a partir do último quarto de século XVIII e cujos preceitos dominaram o pensamento econômico até meados do século XIX. Acreditavam que o estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), atravésdo ajuste de preços ("mão-invisível"). Teve como base o Liberalismo econômico, e defendia a: Liberdade pessoal; Propriedade privada; Iniciativa individual; Controle individual da empresa. Pensamento Marxista Criticava a "ordem natural" e a "harmonia de interesses" (defendida pelos clássicos), afirmando que tanto um como outro resultava na concentração de renda e na exploração do trabalho. As linhas básicas do marxismo foram traçadas entre 1840 e 1850 pelo filósofo social alemão Karl Marx e o revolucionário alemão Friedrich Engels, sendo o sistema mais tarde completado e modificado por eles e por seus discípulos, entre eles, Trotsky, Lenine e Stalin. No ano de 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicam o Manifesto Comunista, no qual fizeram uma análise da própria realidade em que viviam e chegaram a algumas conclusões acerca do trabalho, da propriedade, das relações produtivas e principalmente a violenta exploração do proletariado. Propostas: A luta pelo fim do capitalismo; Aplicação imediata do socialismo; Os trabalhadores deveriam assumir os meios de produção, e os poderes político e econômico. Pró-reitoria de EaD e CCDD 16 Foi na Rússia, que o Socialismo Marxista teve maior repercussão, serviu de inspiração para o Partido Operário Social Democrata Russo e fundamentou a criação do primeiro Estado Socialista, em 1917, dividindo o mundo em Capitalista de um lado e Socialista do outro. Tema 04: Formação Econômica do Brasil Até o início da década de 1930, o espaço geográfico brasileiro foi estruturado exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador, fazendo com que a configuração das atividades econômicas fosse dispersa. Dentre os produtos que compunham a pauta comercial brasileira destacaram-se a cana-de-açúcar, o algodão, o ouro, a borracha e o café. Como colônia, o Brasil servia unicamente para fins de “exploração” por parte de Portugal, de maneira que o que era produzido aqui servia basicamente para o sustento da coroa portuguesa. Foi apenas em meados do século XIX, de maneira ainda lenta, que se iniciou o processo de industrialização brasileira: A forma assumida pela industrialização brasileira, pelo menos entre 1930 e 1960, foi a chamada industrialização substituidora de importações. Foi um processo de industrialização fechada, pois era voltada para dentro (visava apenas o atendimento ao mercado interno). A ruptura desse processo exigiu uma mudança de uma sociedade rural e agrária para uma sociedade urbana e industrial, que iniciou apenas na segunda metade do século XIX, e com um forte crescimento no período pós Segunda Guerra Mundial. Em virtude dessa raiz totalmente agrária, a própria industrialização tardia e considerando ainda suas condições geográficas, a agricultura ocupa importante papel na economia brasileira. Dessa forma, o Brasil teve formação fortemente rural e, de início, servia unicamente como fonte de produção de riquezas para a Coroa Portuguesa. Pró-reitoria de EaD e CCDD 17 Com sua independência e desenvolvimento, entrou em processo de industrialização, passando por quatro etapas distintas: Primeira etapa: ocorreu entre 1500 e 1808, quando o país ainda era colônia. Dessa forma, a metrópole não aceitava a implantação de indústrias (salvo em casos especiais, como os engenhos) e a produção tinha regime artesanal. Segunda etapa: corresponde a uma fase que se desenvolveu entre 1808 a 1930, que ficou marcada pela chegada da Família Real Portuguesa. Nesse período foi concedida a permissão para a implantação de indústria no país a partir de vários requisitos, dentre muitos, o pagamento de tributos à Coroa. Um fator determinante nesse período foi o declínio do café, momento em que muitos fazendeiros deixaram as atividades do campo e, com seus recursos, entraram no setor industrial, e limitavam-se à produção de alimentos, de tecidos, além de velas e sabão. Terceira etapa: período que ocorreu entre 1930 e 1955, momento em que a indústria recebeu muitos investimentos. Assim, houve a construção de vias de circulação de mercadorias, matérias-primas e pessoas, proveniente das evoluções nos meios de transporte que facilitaram a distribuição de produtos para várias regiões do país (muitas ferrovias que anteriormente transportavam café, nessa etapa, passaram a servir os interesses industriais). Foi instalada no país a Companhia Siderúrgica Nacional, construída entre os anos de 1942 e 1947, empresa de extrema importância no sistema produtivo industrial, uma vez que abastecia as indústrias com matéria-prima, principalmente metais. No ano de 1953, foi instituída uma das mais promissoras empresas estatais: a PETROBRAS. Quarta etapa: teve início em 1955, e segue até os dias de hoje. Essa fase foi promovida inicialmente pelo presidente Juscelino Kubitschek, que promoveu a abertura da economia e das fronteiras produtivas, permitindo a entrada de recursos em forma de empréstimos e também em investimentos com a instalação de empresas multinacionais. Pró-reitoria de EaD e CCDD 18 Com o Regime Militar a partir do ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos rumos, como a intensificação da entrada de empresas e capitais de origem estrangeira. No fim do século XX houve um razoável crescimento econômico no país, promovendo uma melhoria na qualidade de vida da população brasileira, além de maior acesso ao consumo. O Brasil é considerado um país emergente ou em desenvolvimento. Apesar disso, está quase um século atrasado industrialmente e tecnologicamente em relação às nações que ingressaram no processo de industrialização no momento em que a Primeira Revolução Industrial entrou em vigor, como Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, Japão e outros. Tema 5: Economias Centralizadas e Economias Descentralizadas Economias Descentralizadas ou Economias Capitalistas, são caracterizadas por um sistema de organização econômica baseado na propriedade privada dos meios de produção. Nas Economias Descentralizadas, o problema básico do que, quanto, como e para quem produzir são determinados pelos sistemas de preços; ou seja; o lucro determina o investimento. Isso representa que o capitalismo se apropria de parte da renda gerada nas atividades econômicas, garantindo assim o estímulo aos novos investimentos e à concorrência. Nas Economias Centralizadas há problemas básicos do que, quanto, como e para quem produzir são determinados pelos órgãos planejadores centrais, e não pelo sistema de preços como nas economias de mercado. Distinção básica entre os dois tipos de sistemas econômicos, quanto ao sistema de preços: Pró-reitoria de EaD e CCDD 19 Propriedade Privada Propriedade Pública O sistema de preços leva a uma maior eficiência no uso de recursos escassos e consequentemente na organização da produção. O controle seletivo no sistema de preços produz maior justiça social na distribuição da produção. Funcionamento de uma economia de mercado As economias de mercado podem ser analisadas por dois sistemas: 1) Sistema de concorrência pura (sem interferência do governo); 2) Sistema de economia mista (com interferência do governo). Veremos os sistemas a seguir: 1) Sistema de concorrência pura (sem interferência do governo) Nesse sistema predomina a autorregulação do mercado, guiado por uma “mão invisível”. A flutuação de preços afetaria a oferta, criando um mecanismo de autorregulação. Se houver excesso de oferta: aumenta os estoques, diminuindo o preço. Se houver excesso dedemanda: formar-se-ão filas, provocando o aumento dos preços até atingir o equilíbrio. 2) Sistema de economia mista As grandes crises mundiais mostraram que o mercado sozinho não garante o pleno emprego dos fatores de produção, necessitando de uma maior atuação do governo na economia para evitar as distorções e promover a melhoria do padrão de vida. Formas de atuação do governo na economia mista: Atuação sobre a formação de preços via impostos, subsídios, tabelamentos, fixação do salário mínimo, preços mínimos etc.; Fornecimento de bens públicos, tais como educação, segurança, justiça etc.; Pró-reitoria de EaD e CCDD 20 Principais diferenças entre os sistemas econômicos: Economia de mercado Economia centralizada Propriedade privada Propriedade pública Mais eficiente na alocação dos recursos e menos eficiente na distribuição do produto Mais eficiente na distribuição do produto e menos eficiente na alocação dos recursos Solução dos problemas econômicos via mercado Solução dos problemas econômicos via órgão central de planejamento Síntese Iniciamos essa unidade analisando a importância de estudarmos Economia, e de que forma seu conhecimento nos proporciona uma compreensão mais abrangente dos problemas socioeconômicos que nos cercam. Após entendermos a origem da palavra Economia, discutimos sua essência como ciência, que é o estudo de como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos e escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Nesse conceito, analisamos algumas variáveis, como: Escolha Escassez Necessidades Recursos Produção Passamos então a discutir o objeto da Economia, e sua questão fundamental: O que produzir? Como produzir? Para quem produzir? E concluímos com a questão das escolhas, que levou ao conceito de custo de oportunidade. Pró-reitoria de EaD e CCDD 21 Em seguida fizemos uma viagem no tempo, e estudamos de forma sintética a evolução do pensamento econômico e suas principais escolas. Após, analisamos a formação econômica do Brasil, e discutimos a formação das economias centralizadas e descentralizadas. Na Prática A Ciência que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas, estamos nos referindo a definição formal de: A) Economia B) Contabilidade C) Política D) Sociologia E) Psicologia Resposta: Letra A. Economia. O estudo da _________________ permite uma melhor compreensão dos problemas socioeconômicos que afetam a sociedade, como inflação, desemprego, escassez, grau de escolaridade e nível de renda, políticas governamentais. Consideramos que toda __________ é um sistema aberto (troca de informações constantes com o ambiente externo), sendo que seu sucesso depende, em grande parte, do que ocorre nesse ambiente. Como a __________, a __________ também fornece aos gestores um grande leque de informações, que permitem analisar a ____________, auxiliando na criação de cenários futuros. I - Economia – empresa – contabilidade – economia – atividade econômica. II - Empresa – Economia – contabilidade – economia – atividade econômica. Pró-reitoria de EaD e CCDD 22 III - Economia – economia – contabilidade – empresa – atividade econômica. Alternativas: A) Somente a opção I está correta. B) Somente a opção II está correta. C) Somente a opção III está correta. D) Somente as opções I e III estão corretas. E) Somente as opções II e III estão corretas. Resposta: Letra A, opção I. Em economia devemos otimizar e racionalizar os recursos, o que nos obriga a escolha de alternativas, pois sabemos que as necessidades tendem a ser infinitas, conquanto os recursos sejam limitados. Essa questão refere-se ao objeto da economia que é a: A) Redistribuição de Renda. B) Escassez. C) Inflação. D) Locação de Recursos. E) Necessidades Humanas. Resposta: Letra B, Escassez. O conceito que ilustra a ideia das escolhas conflitivas (trade-off) em toda tomada de decisão, é o conceito de: A) Custo de oportunidade. B) Custo de escassez. C) Custo relativo. D) Custo médio. E) Custo total de fatores. Pró-reitoria de EaD e CCDD 23 Resposta: Letra A, Custo de oportunidade. Bibliografia FERREIRA, Paulo Wagner. Análise de Cenários Econômicos. Curitiba: Inter- Saberes 2015. MICHELS, Erico. Fundamentos de Economia. Curitiba: Inter-Saberes, 2013. VASCONCELLOS, Marco Antonio S. Fundamentos de Economia. SP: Saraiva 2ª Ed. ______.; PINHO, Diva Benevides Pinho Org. Manual de Economia, SP: Saraiva 2ª ed. WESSELS, Walter. Economia. Trad. Sara Gedanke. SP Saraiva 1998.
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