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Aula 6

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Aluna: NARA JOSÉ DA COSTA MOURA Matrícula: 201102115614
	Professor: Osias Peçanha 
	Disciplina: Pratica Simulada V Aula:06
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDER AL DE FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA.
JOÃO, brasileiro, (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade n° (número), inscrito no CPF/MF n° (num ero), residente e domiciliado (end. Completo), nesta cidade, por s eu advogado infra - assinado, conforme procuração anexa, com escritório à rua (end. Completo), endereço para onde devem ser remetidas notificações e intimações conforme estabelece o art. 39, I, do C PC, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos termos do art. 5º, LXXIII, da CRFB/ 88 e da Lei n. 4.7 17/65, ajuizar a presente: 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR 
Em face de ato praticado pelo senhor SENADOR DA REPÚBLICA, com domicílio profissional no prédio do Senado Federal, na esplanada dos Ministérios, em Brasília, com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
DOS FATOS
João, nascido e domiciliado em Florianópolis – SC, indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em m ais de R$ 1.000.000,00, a qual ser ia custeada pelo Se nado Federal. 
A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que João considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. 
O senador declarara, em entrevistas, que os gastos c om a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. 
Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, 
João, tem endo que nenhum ente público tom asse qualquer atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. 
DO DIREITO
A ação popular é a ação constitucional de natureza civil, conferida a to dos os cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, com a imediata condenação dos administradores, dos agentes administrativos e, também, dos beneficiados pelos atos lesivos ao ressarcimento dos cofres públicos, em prol da pessoa jurídica lesada, conforme estabelece o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, onde se lê: 
‘’Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta do partícipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus d a sucumbência.’’
Assim, para ser legitimado ativo da ação popular segundo o m andamento constitucional do art. 5º, LXXIII, combinado com o art. 1º da Lei n. 4.717/65, é necessário ser cidadão na forma do art. 12 da CRFB/88, desde que em pleno gozo dos seus direitos políticos, o que o impetrante comprova juntando Título de Eleitor e a certidão de regularidade da Justiça Eleitoral, anexos na inicial. 
A exigência de ser cidadão também está expressam ente prevista n o art. 1º da Lei n. 4.717/6 5, abaixo transcrito: 
Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a Un ião represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
Além disso, para a propositura da Ação Popular, há ainda os requisitos legais previstos no art. 2º da Lei n. 4. 717/65, onde se lê: 
‘’Art. 2º São nulos os at os lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas n o artigo anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. ’’ 
Cumpre destacar que houve lesão ao patrimônio público, pois foi utilizado dinheiro do Senado Federal para beneficiar um agente político em suas pretensões pessoa is, em termos de melhorias do seu próprio gabinete, o que de forma expressa é vedado pela Constituição, nos termos do art. 37, caput, já que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Havendo, portanto, expressa violação ao princípio da moralidade, uma vez que o dinheiro público e a máquina pública foram gastos para atender fins pessoa is. 
Também pode ser aplicado ao caso em tela o disposto no art. 4º, I, da Lei n. 4.717/65, que estabelece que sejam também nulos os atos ou contratos, praticados ou celebrados por quais quer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º da Lei n. 4.7 17/65, com o por exemplo, a admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de habilitação, das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
DA MEDIDA LIMINAR 
Conforme estabelece o art. 5º, § 4º, da Lei n. 4. 717/65, na defesa do patrimônio público caberá à suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Observa-se que, no caso em tela, a situação atenta contra a moralidade administrativa, princípio expresso no caput do art. 37 da Constituição Federal, o que demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. 
Já o periculum in mora faz-se presente, visto que o processo licitatório já se encerrou. Em bora as obras ainda não tenham s e iniciado, necessário se faz evitar que os gastos sejam efetuados, tendo em vista a enorme dificuldade de reembolso ou ressarcimento futuro do Erário por parte do Político. 
Assim, presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, é cabível e necessária à concessão da liminar. 
DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer: 
a) Oitiva do Ministério Público (Art. 6º, §4º, LAP)
b) Deferimento da tutela provisória para o propósito da assinatura do contrato (Art. 5º, 4º LAP + Art. 300 CPC);
c) Citação do réu para integrar a relação jurídica processual (Art. 6º, §3º LAP);
d) Seja julgado procedente o pedido para invalidar o ato administrativo impugnado, bem como o eventual ressarcimento ao erário por despesas que venham a ser efetuados e já tenham sido efetuadas ao longo do processo.
e) A condenação do réu nos ônus de sucumbência (Art. 12 LAP);
f) Requerimento de provas (Art. 369 CPC).
DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ R$ 1.000.000,00 (Hum Milhão de Reais) Art. 292 CPC. 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
Local e data 
Advogado 
OAB

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