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Entrevista com: Mario H. de Castro Caldeira Disciplina: Tópicos de Atuação Profissional UNIP Thaís Cardoso de Araújo Gorni B70610-4 AU0P20 SÃO PAULO 2017 QUEM É MARIO HENRIQUE DE CASTRO CALDEIRA? • Nascido no Maranhão, possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1994). • Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1999). • Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2005). • Atualmente é professor adjunto e coordenador auxiliar do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Paulista - UNIP. • Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em História da Arquitetura e Urbanismo e Projeto Arquitetônico, atuando principalmente nos seguintes temas: história da arquitetura e projeto arquitetônico, as áreas que mais gosta. Como escolheu a arquitetura como profissão? “Quando estava no colegial, morava em São Paulo e entre idas e vindas do Maranhão, na metade do Ensino Médio, teve uma série de palestras sobre profissões, apareceu uma chamada Designer de Stands, sempre gostei de mexer com papel, eu fazia maquetes, ou eu inventava ou de modelos de livros a disposição, e de forma autodidata ia dominando escalas e proporção (...) era uma experiência legal pegar uma história e transformá-la em 3D.” Como foi a experiência na faculdade de arquitetura? “Tinha uns 16 anos quando conheci o edifício da FAU-USP, e meus pais acharam que aquele era um caminho que eu podia seguir. Prestei o vestibular e passei em 28º lugar de 150 vagas e pela primeira vez me senti livre (...) aproveitei o que pude na faculdade... Uma das razões por ter feito a faculdade em 6 anos foi por ter parado de me dedicar ao trabalho de conclusão por 1 ano e aproveitei a faculdade, ajudei a montar escritório modelo e escrevi pra revista Caramelo que era famosa, além de viajar com os amigos. Após finalizar o curso, fiz pós-graduação imediatamente (...) numa época de transição, era uma saída já que não havia trabalho, era algo que eu poderia fazer.” Como apareceu a oportunidade de trabalhar na UNIP? “Eu já trabalhava na UNESP como convidado palestrante durante 1 ano por indicação de um amigo meu, o professor Adalberto, a Ana Elena (coordenadora geral) já me conhecia da pós-graduação, nos encontrávamos e trabalhávamos juntos na FAU- USP, foi uma indicação... O Adalberto fazia mestrado comigo e comentou sobre a vaga de professor em Bauru e eu topei sem nem saber onde estava me metendo... Deu certo e fiquei lá por 1 ano e na minha saída, indiquei Leandro, um cara que estudou comigo... Passado alguns anos, ele me liga e me pergunta sobre trabalhar na UNIP, eu fui entrevistado pela Ana Elena, e comecei pelo campus de Alphaville, depois Bacelar e continuei por muito tempo em outras unidades, na área de história e projeto arquitetônico (...) fui assumindo muitos cargos como a elaboração de material didático até que apareceu a oportunidade há um 1 ano e meio atrás de ser coordenador local.” COMO SE TORNOU PROFESSOR DE HISTÓRIA DA ARTE/ARQUITETURA DENTRO DA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP? “Eu gosto, e arte é parte integrante da formação do arquiteto, não tem como se formar sem conhecer o mínimo possível de arte (...) é uma das principais fontes de inspiração e estímulo, precisamos disso. A gente usa a arte diretamente na produção.” O QUE OBJETIVA ENSINAR AOS ALUNOS DENTRO DAS AULAS DE HISTÓRIA DA ARTE/ARQUITETURA? “Duas coisas: primeiro, da arte você consegue se inspirar para fazer projeto, vários arquitetos fazem isso (...), é uma coisa tão direta, uma coisa está associada à outra. E segundo, a gente precisa aprender a atender a arte como suporte da arquitetura, como a arte pode se relacionar com um espaço que pode receber um elemento artístico, como um museu.” COMO ARTICULA OS CONTEÚDOS QUE CONSIDERA NECESSÁRIOS E OS EXIGIDOS PELA UNIVERSIDADE? “Via de regra sei que o que é exigido é necessário, o que se torna um problema é o tempo para lecionar com profundidade o que é exigido.” COMO CONCILIA NOVAS TECNOLOGIA E A AULA A SER DADA? “Descobrindo de forma empírica (...) tradicionalmente há uma gigantesca, quase total, resistência à aplicação de novas tecnologias dentro da sala de aula. Faço algumas experiências com alguns colegas que topam e aceitam trazer as novas tecnologia, porque elas são necessárias e nos ajudam a acostumarmos com as ferramentas fora da faculdade. Vou tentando criar sistemas e métodos com os alunos (..) seja com computador, desenhos e imagens de como fazer uma maquete, como por exemplo, ou ainda o uso de softwares para o estudo de insolação.” ALÉM DESSAS TECNOLOGIAS, QUAIS AS METODOLOGIAS QUE UTILIZA DENTRO DA SALA DE AULA? “Em um momento de assessoria eu misturo um pouco, pela transição de metodologias, eu pego um tablet e faço um desenho que explique e ajude o aluno.” O QUE CONSIDERA INDISPENSÁVEL A SER ENSINADO AOS ALUNOS? “Amar. Amar a arquitetura. A arquitetura é uma profissão muito difícil, demora a aprender e se estabelecer no mercado caso não tenha apoio ou algo que já tenha construído. É uma área ampla, é difícil definir o que quer fazer logo que sai da graduação. A primeira coisa é amar os alunos e amá-los a ensinar a amar a arquitetura, quem me ensinou foi um professor chamado Valdir que agora trabalha como arquiteto dentro da UNICAMP, porque depois o que passa a ser necessário é sentir a necessidade de se atualizar para ensinar. Então eu diria amar a ensinar e buscar novos métodos dentro da estrutura que a universidade fornece, é uma construção diária. QUAIS AS FACILIDADES E DIFICULDADES QUE ENCONTROU NESTA PROFISSÃO? “A facilidade é que os alunos são a melhor parte do trabalho, sem dúvida, realmente é a razão de ser integralmente uma dedicação a eles. As dificuldade são a necessidade de atualização de ensino que sente necessidade em uma estrutura que nem sempre age tão rápido, é aos poucos, mas tem muito professor que sente vontade de se atualizar.” QUE PONTOS OU FATORES CONSIDERA PRIMORDIAIS PARA A BOA FORMAÇÃO DE UM PROFESSOR DE HISTÓRIA DA ARTE/ARQUITETURA? “Na verdade, deveria ter, mas não existe uma formação para professor nesta área (...) eu acho que o que ajuda é que, além de fazer a pós-graduação, é começar dando aula com professores mais experientes, e não começar a dar aula sozinho, o que infelizmente acontece. O jovem professor deve começar a dar aula com um professor mais experiente por alguns anos e aí diminuir a dificuldade gerada pela ausência de um curso preparatório.” COMO AVALIA SEU TRABALHO E A RELAÇÃO COM OS ALUNOS? “A relação com os alunos é ótima. Agora avaliar o meu trabalho (...) pode parecer prepotente ou presunçoso mas acredito muito no meu trabalho e gosto muito, acho que faço um ótimo trabalho, mas é minha opinião, o que conta é a opinião dos alunos e dos colegas de trabalho. Mas acho que é boa sim a relação com os alunos, a unanimidade é ilusória como dizia meu pai dizia, que também era professor universitário, então sempre tem alguém que não está satisfeito ou não gosta, mas no geral é uma relação muito boa.” TEM ALGUM CONSELHO OU SUGESTÃO PARA ALGUÉM QUE QUEIRA SEGUIR ESSA CARREIRA, COMO PROFESSOR DE HISTÓRIA DA ARTE/ARQUITETURA? “Primeiro: sempre se atualize, é inevitável e necessário, a profissão exige, estamos atrasados com isso no Brasil. Segundo: se espelhe em professores que sejam bons, as vezes acabamos reproduzindo uma coisa que é velha porque só aprendeu daquele jeito, não porque necessariamente é o melhor. Não existeuma forma diferente de fazer algo? Mais rápida e simples... Então: atualização, observação de bons professores, além de gostar de estudar.” REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS • Entrevista concedida pelo professor Mario H. de Castro Caldeira no dia 28 de outubro de 2017 na Universidade Paulista – UNIP, campus Norte. • ESCAVADOR. Mário henrique de castro caldeira. Disponível em: <www.escavador.com/sobre/599057/mario-henrique-de-castro-caldeira>. Acesso em: 29 out. 2017.
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