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Gestão Financeira para pequenas e médias empresas

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O BOM ALUNO DE CURSOS À DISTÂNCIA: 
 
• Nunca se esquece que o objetivo central é aprender o conteúdo, e não 
apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os determinados 
aprendem! 
 
• Lê cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando 
dominar pela pressa. 
 
• Sabe que as atividades propostas são fundamentais para o entendimento do 
conteúdo e não realizá-las é deixar de aproveitar todo o potencial daquele 
momento de aprendizagem. 
 
• Explora profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois sabe que 
elas têm uma função bem mais importante que embelezar o texto, são 
fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o conteúdo. 
 
• Realiza todos os jogos didáticos disponíveis durante o curso e entende que 
eles são momentos de reforço do aprendizado e de descanso do processo de 
leitura e estudo. Você aprende enquanto descansa e se diverte! 
 
• Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que 
quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se diferencia dos demais 
alunos dos cursos. Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o 
aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem 
diferencia os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”. 
 
• Busca complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o 
curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando necessário 
procurando executar atividades práticas que não são possíveis de serem feitas 
durante as aulas. (Ex.: uso de softwares aprendidos.) 
 
• Entende que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está 
realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas 
que estão à sua volta permite encontrar elementos para reforçar aquilo que 
foi aprendido. 
 
• Critica o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo 
no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando pode efetivamente ser 
colocado em prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aproveite o seu 
aprendizado. 
 
 
LISTA DE QUADRO 
 
 
QUADRO 1 
Fórmulas para gerenciamento do caixa ........................................................... 16 
 
QUADRO 2 
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques................... 18 
 
QUADRO 3 
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber.. 22
SUMÁRIO 
 
 
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................................... 4 
 
1. Administração Financeira........................................................................... 4 
 
2. Responsabilidades do Administrador Financeiro ........................................ 4 
 
2.1 Atribuições do administrador financeiro.................................................. 4 
 
3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na Gestão 
Financeira ....................................................................................................... 6 
 
3.1 Administração Financeira e a Economia ................................................. 6 
 
3.2 Administração Financeira e a Contabilidade: .......................................... 8 
 
4. Funções da Administração Financeira ....................................................... 8 
 
4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras ......................... 8 
 
4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa ................................... 9 
 
4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa ............................. 10 
 
4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro.............. 10 
 
4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde 
financeira da empresa:............................................................................... 11 
 
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO .................................................... 12 
 
1. Introdução................................................................................................ 12 
 
2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro ................................... 13
2.1 Administração do Caixa........................................................................ 13 
 
2.2 Administração Financeira de Estoques ................................................. 16 
 
2.3 Administração de Duplicatas a Receber............................................... 19 
 
FLUXO DE CAIXA ........................................................................................... 25 
 
1. Introdução................................................................................................ 25 
 
2. Função do Fluxo de Caixa ........................................................................ 25 
 
2.1 Fluxo de Caixa Realizado ..................................................................... 25 
 
2.2 Fluxo de Caixa Projetado ...................................................................... 25 
 
3. Características do Fluxo de Caixa ........................................................... 26 
 
4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa ........................................ 26 
 
5. Gerenciando o Fluxo de Caixa ................................................................. 27 
 
6. Elaboração do Fluxo de Caixa ................................................................. 27 
 
6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa ...................................... 28 
 
6.2 Análise do Fluxo de Caixa ..................................................................... 29 
 
7. Classificação dos Fluxos de Caixa ........................................................... 30 
 
7.1 Fluxo de Caixa Operacional .................................................................. 30 
 
7.2 Fluxo de Caixa de Investimento ............................................................ 31 
 
7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento ......................................................... 31 
 
8. Equivalência de Fluxo de Caixa............................................................... 33 
 
8.1 Planos Equivalentes de Financiamento ................................................ 34 
 
9. Coeficiente de Financiamento .................................................................. 36 
 
CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES..................................................... 38 
 
1. Margem de Contribuição.......................................................................... 38 
 
2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point.................................................... 40 
 
2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio ................................................................ 41 
 
3. Formação do Preço de Vendas ................................................................ 43 
 
3.1 Formação de Preços baseada em Custos ............................................ 43
3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria ..................................... 44 
 
ANÁLISE DE INVESTIMENTO....................................................................... 50 
 
1. Introdução................................................................................................ 50 
 
1.1 Valor presente líquido – VPL ................................................................. 51 
 
1.2 Taxa interna de retorno – TIR ............................................................... 52 
 
1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK ................................... 54 
 
1.4 Índice de Lucratividade ......................................................................... 59 
 
2. Fluxo de Caixa de um Projeto..................................................................62 
 
2.1 Receita Bruta Operacional .................................................................... 62 
 
2.2 Deduções .............................................................................................. 63 
 
2.3 Receita Líquida Operacional ................................................................. 63 
 
2.4 Custos e Despesas Operacionais ......................................................... 63 
 
2.5 Depreciação .......................................................................................... 63 
 
2.6 Lucro Bruto Operacional – LBO ............................................................ 64 
 
2.7 Impostos sobre o Lucro ........................................................................ 64 
 
2.8 Investimento Bruto ................................................................................ 64 
 
2.9 Necessidade de Capital de Giro........................................................... 64 
 
2.10 Valor Residual ..................................................................................... 65 
 
3. Custo do Capital do Credor e do Acionista ............................................... 72 
 
3.1 Taxa de Desconto do Projeto ................................................................ 72 
 
3.2 Custo do Capital do Credor............................................................... 72 
 
3.3 Custo do Capital do Acionista ............................................................ 73 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 75 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
1. Administração Financeira 
 
A Função Financeira teve seu início a partir do momento que iniciaram as 
trocas (escambo), entretanto foi a partir do Século XVIII – em conseqüência da 
Revolução Industrial – que ela passa a ser reconhecida como ciência. 
 
 
 
Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a 
riqueza ou valor total de um negócio (GROPPELLI, 2002). 
 
Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os 
indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou 
investem. A Administração Financeira ocupa-se do processo, instituições, 
mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, 
empresas e governos (GITMAN, 1997) 
 
 
 
 
 
2. Responsabilidades do Administrador Financeiro 
 
O administrador financeiro tem como responsabilidade principal gerenciar os 
recursos aplicados no ativo e no passivo, de forma a aumentar o valor da empresa e, 
assim, gerar riqueza para os seus acionistas. 
 
2.1 Atribuições do administrador financeiro 
 
Para atender as exigências do cargo o administrador financeiro deverá 
desempenhar as seguintes atribuições1: 
 previsão e planejamento – coordena, juntamente, com os demais setores 
o planejamento de toda a empresa; 
 
 
 
 
 
 
1 BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 27 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
5 
 
 
 
 decisões de investimento e financiamento – decisões sobre a compra 
de ativos – equipamentos, estoques, instalações e outros – e de que 
maneira tais aquisições serão financiadas – capital de terceiros, capital 
próprio ou ambos. O administrador financeiro deve acompanhar com 
cuidado: 
 
saldo de caixa INATIVO: observar as oportunidades de investimento e 
de aplicação do saldo disponível, pois dinheiro parado gera custos; 
excesso de ESTOQUES: os estoques devem ser planejados para 
atender a demanda. Manter estoques altos e sem controle além de 
gerar custos, pode comprometer o capital de giro da empresa, 
deixando-a em uma situação de aperto financeiro; 
especulação financeira pode trazer vantagens econômicas, 
proporcionando RENTABILIDADE, porém pode prejudicar a LIQUIDEZ, 
lançando a empresa num processo de dificuldades financeiras; 
 
 
 
RENTABILIDADE indica o percentual de remuneração do capital investido 
na empresa. 
 
LUCRATIVIDADE indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas 
realizadas. 
 
LIQUIDEZ é a capacidade de pagar em dia os compromissos assumidos 
 
 
valores a receber em aberto: programação das entradas, bem como 
a sistemática fiscalização desta parcela tão importante de fonte de 
recursos da empresa; 
máquinas paralisadas: deve-se controlar a vida útil das máquinas e 
equipamentos, evitando assim a concentração de recursos 
subaproveitados que aumentariam sensivelmente “o custo de 
oportunidade”. 
coordenação e controle – deverá ter conhecimento e manter o devido 
controle sobre as decisões de outros departamentos que implicam 
gastos; 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
6 
 
 
lidar com os mercados financeiros – escolha das melhores opções 
no mercado financeiro para captação e aplicação de recursos; 
administração de risco – eliminar, o máximo possível, o risco de a 
empresa ter perda financeira: compra de seguros, diluir as aplicações 
financeiras entre vários segmentos e outros; 
 
 
 
O gestor financeiro decide quais ativos devem ser adquiridos pela empresa, 
como esses ativos devem ser financiados, e como a empresa deve 
gerenciar seus recursos. Se essas responsabilidades forem 
desempenhadas eficientemente, isso ajudará a maximizar os valores das 
empresas e também irá contribuir para o bem-estar dos consumidores e 
empregados (BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 28). 
 
 
 
 
3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na 
Gestão Financeira 
 
 
A Administração Financeira é considerada por alguns autores como a 
Economia Aplicada, o que implica que suas ações dependem do conhecimento dos 
conceitos Econômicos. Já a Contabilidade é uma das principais fontes de 
informação que Administração Financeira utiliza para a tomada de decisões. 
 
 
3.1 Administração Financeira e a Economia 
 
A importância da Economia para o ambiente financeiro pode ser mais bem 
descrita em função de suas áreas mais amplas - Macroeconomia e Microeconomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
7 
 
 
3.1.1 Macroeconomia 
 
 
 
A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a 
empresa precisa operar. Exemplos de fatores macroeconômicos: a renda média, a 
produção nacional, desemprego (causa e conseqüência), taxa de inflação e política 
monetária, sistemas bancários, políticas econômicas de governo, 
 
(GITMAN, 1978, p. 4) 
 
 
 
Se a empresa opera no âmbito macroeconômico é preciso que o 
administrador financeiro esteja atento a: 
 
 estrutura institucional da empresa; 
 
 às conseqüências que as mudanças na política econômica podem afetar o 
seu próprio ambiente de decisão; 
 
 prever ameaças e oportunidades para o seu negócio; 
 
 conhecer as instituições financeiras e saber como estas funcionam, para 
ter como avaliar as fontes de financiamento da empresa. 
 
O administrador financeiro precisa enfrentar não só outros competidores de sua 
empresa, mas também as condições econômicas vigentes que podem ser favoráveis 
ou desfavoráveis. 
 
 
 
3.1.2 Microeconomia 
 
A Microeconomia e suas teorias se interessam pela operação eficiente da 
empresa. Visam definir ações que permitirão à empresa atingir sucesso 
financeiro, tais como: as relações de oferta e demanda, estratégias de 
maximização de lucro, composição de fatores de produção, níveis ótimos 
de venda, estratégias de precificação e outros, GITMAN, 1978, p. 4). 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
8 
 
 
3.2 AdministraçãoFinanceira e a Contabilidade: 
 
A função financeira e a função contábil tem sido consideradas por alguns 
empresários como sendo a mesma coisa. Entretanto são distintas, embora a 
Administração Financeira tenha como principal insumo os dados fornecidos pela 
Contabilidade. Ao contador, cabe desenvolver e fornecer dados que possibilitem 
avaliar o desempenho da empresa em suas situações econômicas, financeiras e 
patrimoniais, com base nos quais o Administrador traçará seu plano de: 
 análise e planejamento financeiro; 
 
 estimativas de entradas e saídas de caixa; 
 
 levantamento, emprego e distribuição de fundos e seu controle financeiro, 
detalhados em suas funções. 
 
 
 
4. Funções da Administração Financeira 
 
As principais funções da Administração Financeira, na perspectiva de Gitman 
(1978) são: 
 
 análise e planejamento das necessidades financeiras; 
 
 determinação da estrutura de ativo da empresa; 
 
 determinação da estrutura financeira da empresa. 
 
 
 
4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras 
 
Elaboração de planos ou orçamentos de forma a orientar a posição financeira 
da empresa, possibilitando assim a tomada de decisão no que diz respeito à: 
necessidade de aumento da produção e/ou venda; determinação de aumento de 
capital de giro; captação de recursos para suprir o déficit ou investimento dos 
recursos excedentes. 
 
As entradas de saídas de recursos financeiros de uma empresa podem ser 
controladas utilizando o fluxo de caixa, comumente são representadas pelas 
seguintes contas: 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
9 
 
 
 
 Entradas: faturamento (vendas) – capital próprio – capital de terceiros 
– vendas de imobilizado e alugueis; 
 Saídas: fornecedores, despesas operacionais, compras de 
equipamentos, pagamento de empréstimos. 
 
 
 
 
4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa 
 
A determinação da estrutura do ativo de uma empresa significa definir qual o 
montante que deverá ser investido em ativos circulantes e fixos. Este planejamento 
deverá ser estratégico, de forma a evitar alta imobilização com comprometimento do 
capital de giro da empresa. 
 
A FIG. 1 traz a demonstração das fontes e das aplicações financeiras de uma 
empresa. 
 
FIGURA 1 
Demonstração das fontes e das aplicações financeiras da empresa 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
 
APLICAÇÕES FONTES DE RECURSOS 
 
 
 
 
 
Curto Prazo 
Longo Prazo 
 
Fixo 
Capital de Terceiros 
 
 
Capital Próprio 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
10 
 
 
4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa 
 
Esta função determina a maneira de captação de recursos para formar a 
estrutura financeira da empresa. Deve-se definir se a empresa utilizará capital 
próprio ou capital de terceiros – com financiamento de curto e/ou de longo prazo. 
 
Essa definição afeta tanto a lucratividade quanto a liquidez da empresa. 
 
A FIG. 2 mostra as fontes de recursos comumente utilizadas pelas empresas. 
 
FIGURA 2 
Fontes de recursos financeiros das empresas 
 
 
Recursos de capital de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A 
BANCOS 
terceiros Fontes de 
Financiamento 
 
T 
 
Estrutura de de Ativos I 
Capital 
 
 
 
 
Fonte: Vieira (2005, p. 4) 
 
 
ACIONISTAS 
 
 
 
 
Recursos de capital 
próprio 
 
V 
 
O 
 
S 
 
 
“Vencer obstáculos com energia e firmeza, são requisitos de um 
bom Administrador Financeiro”. 
 
 
4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro 
 
 estimar os recursos que serão necessários para executar os planos 
operacionais da empresa; 
 
 determinar o montante de tais recursos que poderá ser obtido na própria 
empresa ou de fontes externas; 
 
 identificar os melhores meios e fontes para a obtenção de recursos 
adicionais, quando se fizerem necessários; 
 
 estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos para 
executar os planos operacionais. 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
11 
 
 
4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde 
financeira da empresa: 
 
 confundir gastos pessoais com gastos da empresa. O patrimônio da 
empresa não pode ser misturado ao patrimônio dos donos; 
 
 elaborar plano de negócio incompatível com a realidade do mercado; 
 
 investir e fixar metas sem uma avaliação precisa das necessidades 
operacionais – investimento não planejado; 
 
 ausência de controle dos custos, bem como de outros controles internos 
ligados à capacidade de gerenciamento de uma empresa: compras, 
vendas, estoques, finanças, contabilidade, recursos humanos, etc.; 
 
 estabelecer prazos de venda sem levar em conta o capital de giro; 
 
 acumular dívidas e utilizar recursos emprestados a uma alta taxa de juros 
para suportar os gastos da empresa; 
 
 fazer vendas a prazo sem adotar uma análise de crédito criteriosa 
(comprovante de renda ou residência, referências, consultas de crédito, 
etc.); 
 
 inexperiência dos sócios no ramo de atividade escolhido para o 
empreendimento; 
 
 remuneração dos sócios incompatível com a situação financeira da 
empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
12 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 
 
1. Introdução 
 
Na perspectiva de Vieira (2005), a Administração do Capital de Giro “pode ser 
caracterizada como o campo de estudo que trata da gestão dos ativos e passivos 
que compõem os grupos circulantes do Balanço Patrimonial – ativo circulante e 
passivo circulante”. 
 
Tem como objetivo a manutenção do equilíbrio financeiro da empresa que 
pode ser alcançado com a administração criteriosa do quanto deve ser investido nas 
contas do ativo circulante e como esses investimentos devem ser financiados. 
 
Cerca de 60% do tempo de um gestor financeiro típico é dedicado ao 
gerenciamento do capital de giro. 
 
 
 
Capital de Giro Bruto: Capital total investido no ativo circulante 
 
Capital de Giro = AC 
 
 
Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido 
 
 
 
CCL = AC - PC 
 
OBS: 
- Quando o CCL é positivo significa a existência de recursos de longo prazo 
aplicados nas contas de curto prazo do ativo; 
- Quando o CCL for negativo indica a existência de aplicações de longo prazo sendo 
financiadas por recursos de curto prazo. 
 
(VIEIRA, 2005) 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
13 
 
 
 
 
2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro 
 
O Capital de Giro Bruto consiste em quatro componentes principais: caixa, 
títulos financeiros, estoques e contas a receber. As empresas geralmente seguem 
um ciclo no qual elas compram estoques, vendem os produtos a prazo, e então 
acumulam contas a receber. Uma política correta de capital de giro destina-se 
minimizar o tempo entre os desembolsos de caixa para matérias-primas e o 
recebimento em dinheiro das vendas. 
 
 
 
2.1 Administração do Caixa 
 
O caixa pode ser considerado um “ativo não lucrativo”. Embora necessário 
para pagar as despesas operacionais, deve ser bem administrado para não 
ocasionar dinheiro parado, pois o caixa em si não recebe juros. 
 
A Administração de Caixa eficiente inclui gerenciamento correto das entradas 
e saídas de caixa, que abrange: 
 melhorar as previsões de fluxos de caixa; 
 
 sincronizar as entradas e saídas de caixa; 
 
 acelerar os recebimentos; 
 
 deslocar os fundos disponíveis para onde são necessários; 
 
 controlaros desembolsos. 
 
2.1.1 Ciclo Operacional 
 
É o período que vai da compra de matérias-primas até o recebimento das vendas 
dos produtos acabados. 
 
Nas empresas industriais a duração do ciclo operacional depende: 
 
 do prazo de estocagem de matérias-primas; 
 
 da extensão do ciclo produtivo; 
 
 do prazo de estocagem dos produtos acabados; 
 
 do prazo de crédito concedido aos clientes. 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
14 
 
 
 
 
Graficamente tem-se: 
 
Ciclo Operacional 
 
 
Compra Venda Recebimento 
 
 
 
 
 
PME PMC ou PMRV 
 
Ciclo Operacional = PME + PMC Ou CO = PME + PMC 
 
 
 
 
2.1.2 Ciclo de conversão de caixa ou ciclo de caixa 
 
O ciclo de conversão de caixa representa o período médio compreendido entre 
os pagamentos e os recebimentos operacionais. 
 
 
Graficamente tem-se: 
 
Ciclo Operacional 
 
 
Compra de 
Matéria-Prima Venda de Prod. Acabado Cobrança Dupl. a Receber 
 
PME = 85 dias PMC = 70 dias 
 
0 
D=35 D=85 D=155 
 
PMP=35 dias 
Pgto.Duplicatas Recebimento 
 
 
Ciclo de Conversão de Caixa 
Fonte: Vieira, 2005. 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo de Conversão de Caixa = CO - PMP 
‘ 
Ciclo de Conversão de Caixa = PME + PMC - PMP 
15 
 
 
 
 
 
 
 
CO = Ciclo Operacional 
PMC = Período Médio de Cobrança 
PME = Período Médio de Estoque 
PMP = Período Médio de Pagamento 
 
 
 
 
- Quanto maior o Ciclo de Conversão de Caixa, maior o custo para a 
empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento ou 
mesmo do Capital Próprio; 
 
- Ciclo de Conversão de Caixa positivo significa que a empresa precisa se 
utilizar de recursos de origem não operacional (empréstimos de curto 
prazo) para o financiamento das suas atividades operacionais. 
 
 
 
 
2.1.3 Giro de Caixa 
 
O giro de caixa representa o número de vezes em que o caixa girou no período de 
análise. Quanto maior for o giro de caixa, menor será a necessidade de caixa para 
suportar as operações. 
 
Maximização do giro do caixa 
 
Existem maneiras de maximizar o giro do caixa, minimizando, por conseguinte, as 
necessidades de caixa: 
 
 aumentar o giro do estoque por meio de: aumento do giro das matérias- 
primas; diminuição do ciclo de produção; aumento do giro de produtos 
acabados; 
 
 acelerar o processo de recebimento; 
 
 reduzir o prazo concedido nas vendas a prazo; 
 
 aumentar o prazo de pagamento a fornecedores. 
 
 
O QUADRO 1 traz as principais fórmulas utilizadas para o gerenciamento do caixa. 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
Fórmulas para gerenciamento do caixa 
16 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 Administração Financeira de Estoques 
 
O Estoque representa um investimento importante em Ativo Circulante para a 
maioria das empresas industriais. 
 
A Gestão de Estoque é geralmente controlada pelas áreas de Compras, de 
Produção e Vendas. O Gestor Financeiro não exerce controle direto, apenas 
contribui na tomada de decisão, pois tem a responsabilidade tanto de levantar o 
capital necessário para manter estoques quanto pela lucratividade geral da empresa. 
 
Objetivos Financeiros x Objetivos de Produção x Objetivo da Empresa: 
 
 objetivo financeiro: alcançar o maior giro de estoque possível, porque 
quanto maior for o giro de estoque menor será a necessidade de 
investimento que a empresa fará; 
 
 objetivo de produção: manter estoques suficientes para satisfazer a 
demanda de produção; 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
 
Giro de Caixa no Ano 
 
Pagamento Anual de Duplicatas 
--------------------------------------------- 
Saldo Médio de Caixa 
 
Saldo Médio de Caixa 
ou Caixa Mínimo 
 
Pagamento Anual de Duplicatas 
------------------------------------------------- 
Giro de Caixa 
 
Giro de Caixa 
 
360 
---------------------------------------- 
Ciclo de conversão de caixa 
17 
 
 
 
 objetivo da empresa: determinar o nível ótimo de estoque que reconcilie 
esses objetivos conflitantes; 
 
2.2.1 Mensuração de Desempenho Financeiro dos Estoques 
 
De um ponto de vista financeiro, o estoque é um ativo e representa dinheiro 
preso, que não pode ser utilizado para outros propósitos. Além disso, manter 
estoques gera custos de capital, de armazenagem e de risco. 
 
A área de finanças deseja o menor estoque possível e precisa de alguma 
mensuração do nível de estoque. O investimento total em estoques é uma boa 
medida, mas em si mesmo não se relaciona às vendas. 
 
Duas medidas que efetivamente se relacionam com as vendas são: 
 
 Giro de Estoque ou Rotatividade; 
 Cobertura de Estoque ou Período Médio de Estocagem 
 
2.2.2 Rotatividade ou Giro de Estoque 
 
A Rotatividade ou o Giro de Estoque é a relação existente entre o consumo anual 
e o estoque médio do produto. Em princípio, quanto maior o Giro dos Estoques 
melhor será a situação da empresa, uma vez que tal acontecimento estará indicando 
um alto grau de comercialização de seus produtos (grande demanda, boa aceitação, 
etc.). Todavia, a rotação elevada poderá exprimir um subinvestimento em estoque, 
revelando que a empresa opera com estoques inferiores à suas necessidades, 
perdendo, portanto, oportunidades de vendas e, conseqüentemente, de gerar 
maiores lucros. Da mesma forma, uma baixa rotação pode denotar 
superinvestimento em estoques, ou seja, a empresa estaria investindo em estoques, 
quantidades superiores às suas necessidades. 
 
2.2.3 Cobertura de estoque ou período médio de estoque (PME) 
 
A Cobertura de Estoque, também conhecida por Período Médio de Estoque ou 
Período de Renovação dos Estoques indica o número de meses ou de dias durante 
os quais poderá o estoque movimentar-se, sem que haja necessidade de nova 
encomenda. É o prazo decorrido entre a compra (efetivo recebimento) e a venda ou 
consumo do material. 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
18 
 
 
QUADRO 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giro de Estoque de Produto Acabado 
(consumo em unidades) 
Consumo Médio Anual (un.) 
------------------------------------------ 
Estoque Médio (un.) 
 
Giro de Estoque de Produtos Acabados 
(Consumo em R$) 
Custo de Mercadoria Vendida (CMV) 
----------------------------------------------------------- 
Estoque médio de produto acabado (R$) 
 
Giro de Estoque de Matéria-Prima 
Custo dos Materiais Utilizados 
----------------------------------------------------- 
Estoque médio de matéria-prima 
Período Médio de Estocagem (PME) 360 
----------------------- 
Giro de Estoque 
Período Médio de Estocagem (PME) 360 x estoque ($) 
----------------------------- 
CVM 
Período Médio de Estocagem (PME) Estoque Médio em unidades 
-------------------------------------------- 
Consumo Médio em unidades 
Lucro Bruto Vendas x Margem Bruta 
Lucro Líquido Vendas x Margem Líquida 
Margem Bruta Lucro Bruto 
------------------------------- 
Vendas 
Margem Líquida Lucro Líquido 
------------------------------- 
Vendas 
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto menor for o período médio de estoques da empresa, mais 
líquida ou ativa a empresa poderá ser considerada. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
19 
 
 
2.3 Administração de Duplicatas a ReceberAs empresas, em geral, preferem vendas a vista em vez de vendas a crédito, 
porém pressões competitivas forçam a maioria das empresas a oferecer crédito. A 
fim de conservar os clientes atuais e atrair outros, a maioria das Empresas acha 
necessário oferecer crédito. 
 
Já que para quase todas as empresas as duplicatas a receber representam uma 
grande parte dos seus ativos circulantes, dá-se, normalmente, muita atenção à 
administração eficiente dessas duplicatas. 
 
2.3.1 Políticas de Concessão de Crédito 
 
A política de crédito é o conjunto de princípios que, durante certo período, 
norteiam o comportamento da empresa quanto à concessão de crédito. Em 
situações de forte concorrência entre empresas, a política de prazos de pagamento 
pode ser utilizada como vantagem competitiva, para conquistar novas fatias de 
mercado. 
 
Ao estipular uma política de crédito a empresa estará colocando em prática 
uma estratégia mercadológica para atrair clientes, mas se não houver recursos 
financeiros para administrar um volume elevado de valores a receber, pode-se 
comprometer a situação financeira da mesma, pois não haverá liquidez financeira 
para honrar os compromissos assumidos. 
 
 
 
2.3.2 Tipos de Política de Crédito 
 
O crédito para vendas a prazo é liberado segundo três tipos de política: 
 
 liberal: maior risco de não recebimento ou de impontualidade; 
 
 rígida: menor risco de não recebimento ou de impontualidade; 
 
 compatível: risco médio, pela utilização simultânea das políticas 
anteriormente citadas; 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
20 
 
 
O risco existente na autorização de uma venda a prazo é o do recebimento 
com impontualidade, o que prejudica o fluxo diário de caixa do fornecedor, e o do 
não recebimento. Ambos são prejudiciais. 
 
2.3.3 Variáveis da política de crédito 
 
A Política de Crédito de uma empresa consiste em determinar quatro variáveis: 
 
a) O Período de crédito - fixação de prazos para pagamentos pelos 
clientes: É o período de tempo que a empresa concede aos clientes para 
pagamento das compras realizadas. 
A definição de prazos depende: 
 
 da política adotada pela concorrência; 
 das características e do risco inerentes ao mercado consumidor; 
 da natureza do produto vendido; 
 do desempenho da conjuntura econômica; 
 do atendimento de determinadas metas gerenciais internas; 
 de mercadologia; 
 do prazo do fornecedor e outros fatores. 
b) Os Padrões de Crédito - fixação de critérios para aceitação (seleção) 
de clientes: os padrões de crédito da empresa definem os critérios mínimos 
para a concessão de crédito a um cliente. O estabelecimento de padrões de 
crédito requer implicitamente uma medida de qualidade de crédito, que é 
definida em termos da probabilidade de inadimplência de um cliente. 
 
b.1) Processo para Avaliação de um Pedido de Crédito: a concessão de 
 
crédito deve ser feita com muito critério técnico, com base em: 
 
 análises de balanços: analisar os elementos de decisão, apoiada em 
índices de liquidez e estimativas do risco de não pagamento; 
 
 informações comerciais junto a fornecedores; 
 
 bancos ou instituições especializadas (exemplo: Serasa). 
 
 vendedores; 
 
 visita às instalações da empresa e entrevistas com seus executivos; 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
21 
 
 
 
 o solicitante de crédito possui casa própria; 
 há quanto tempo o solicitante trabalha em seu emprego atual; 
 qual a dívida a pagar do solicitante em relação à sua renda anual? 
 o cliente potencial tem o histórico de ser pontual em seus pagamentos. 
 
b.2) Padrões de crédito x vendas x recebimento: espera-se que à medida 
que uma empresa afrouxa seus padrões de crédito, cresçam suas vendas, 
enquanto um arrocho nos padrões de crédito implicará em menores vendas. 
Quando as condições de crédito são afrouxadas, concede-se crédito a 
clientes menos confiáveis que provavelmente retardarão o pagamento de 
suas contas. Quando os padrões de crédito são arrochados, a concessão de 
crédito será limitada aos clientes mais confiáveis, e a expectativa é que 
paguem suas contas mais depressa. 
 
 
c) A Política de Cobrança: definição dos métodos de cobrança 
(instrumentos, agressividade relativa, etc.). Análise permanente das duplicatas 
com atraso e o esforço para seu recebimento; 
 
Tipos de Procedimentos de Cobrança 
Inúmeros tipos de procedimentos de cobrança são normalmente empregados. 
Se uma conta não for paga na data do vencimento, com a passagem do 
tempo as cobranças tornam-se mais pessoais e rigorosas. Os procedimentos 
básicos de cobrança são: cartas; telefonemas; visitas pessoais; agência de 
cobrança; ação judicial. 
 
 
d) Descontos - formalização de procedimentos para concessão de 
descontos: 
 
Os descontos financeiros são oferecidos objetivando o incremento das 
vendas, atraindo novos clientes ou incentivando volumes maiores de vendas, 
e também, a redução de necessidade de caixa através de uma diminuição do 
prazo médio de cobrança. 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
22 
 
 
2.3.4 Os cinco Cs do crédito 
 
A base de concessão de crédito deve respeitar os cincos Cs do crédito, criados 
por Weston e Brigham: 
 caráter - percepção de integridade ou qualidade moral – o cliente procurará 
cumprir a sua obrigação? 
 
 condições – constatações de problemas conjunturais – quais serão os possíveis 
efeitos de acontecimentos externos sobre a capacidade do cliente para pagar as 
suas dívidas; 
 
 capacidade: constatação de competência gerencial para o negócio – o 
desempenho operacional e financeiro do cliente permitirá a geração de recursos 
para efetuar os pagamentos? 
 
 capital - existência de condições financeiras – o cliente possui bens e outros 
recursos disponíveis para cobrir o valor exigido pela transação? 
 
 colateral - existência de garantias que poderiam ser disponibilizadas – o cliente 
pode oferecer garantias reais ou não? 
 
Estas condições devem existir, simultaneamente, em qualquer relação de compra e 
venda. O atendimento a elas significa a tranqüilidade que o ativo “Duplicatas a 
Receber” deve merecer. 
 
QUADRO 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giro de Duplicatas a Receber Vendas Anuais a Credito 
------------------------------------------ 
Duplicatas a Receber 
 
Período Médio de Cobrança (PMC) 
 
360 
------------------------ 
Giro de Duplicatas 
 
Período Médio de Cobrança (PMC) 
 
360 x duplicatas a receber 
------------------------------------------- 
Vendas anuais a crédito 
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber 
 
 
 
 
 
 
 
O Período Médio de Cobrança mostra a média em dias que a 
empresa leva para cobrar uma duplicata. Se o índice encontrado for 
menor que o prazo concedido para pagamento, então o índice é 
aceitável. 
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Ativo Circulante Passivo Circulante 
Com os dados da tabela acima, pede-se: 
23 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
 
 
Exercício 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Capital de Giro; 
b) Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido; 
 
 
Exercício 2 
Uma empresa opera com ciclo de caixa de 32 dias, resultante de 15 dias de 
estoques, 35 dias de recebimento de clientes e de 18 dias de pagamento a 
fornecedores. As vendas totais anuais é de R$ 2.000.000,00 sendo que desse valor 
R$1.200.000,00 correspondem a vendas a prazo. As compras são realizadas a 
prazo e o montante anual foi de R$1.700.000,00. A empresa trabalha com uma 
margem de lucro brutade 25%. Determine o valor de cada item componente do 
circulante dessa empresa e o capital circulante líquido. 
 
 
Exercícios 3 
Uma empresa apresenta os seguintes dados: custo anual das mercadorias vendidas 
de R$24.000.000 e o estoque médio de R$6.000.000. 
Responda as questões abaixo: 
a) Qual será a taxa de giro de estoque? 
b) Qual seria a redução no estoque se o giro de estoque crescesse para 12 
vezes por ano? 
c) Se o custo de estocagem corresponde a 25% do estoque médio, de quanto 
será a economia? 
 
 
Exercício 4 
Em cada um dos seguintes casos, calcule o investimento médio em estoque. 
Suponha um ano de 360 dias. 
a. A empresa tem vendas de R$2.000.000,00, uma margem bruta de 20% de 
lucro e o período médio de estoque de 60 dias. 
b. O custo de mercadoria vendida é de R$230.000,00 e o período médio de 
estoque é de 65 dias. 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
Disponível 53.172 21,0 Fornecedores 57.584 21,2 
Estoques 51.657 20,4 Empréstimos 95.910 35,2 
Clientes 89.145 35,2 Controladas/Coligadas 40.180 14,8 
Controladas/Coligadas 12.423 4,9 Outras Contas 78.492 28,8 
Outras Contas 47.114 18,6 
Total 253.511 100,0 272.166 100,0 
24 
 
 
c. As vendas da empresa são de R$790.000,00, sua margem bruta de lucro é de 
12% e a taxa de giro de estoque é de 5. 
d. O custo de mercadorias vendidas da empresa é de R$5.480.000,00 e a taxa 
de giro de estoque é de 6. 
 
 
Exercício 5 
O PMP da Cia. Barcos Ltda. é de 50 dias. A Empresa tem uma taxa de Giro de 
Estoque de 4 e Giro de Duplicatas a receber de 9. Seus desembolsos anuais com 
pagamento de duplicatas são de aproximadamente R$2.500.000,00. Calcule a 
necessidade mínima de caixa operacional, supondo um ano de 360 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
25 
 
 
 
 
 
FLUXO DE CAIXA 
 
1. Introdução 
 
O fluxo de caixa é um instrumento gerencial de grande importância na tomada 
de decisões empresariais, possuindo como objetivos básicos: 
 
 coletar dados; 
 
 organizar dados; 
 
 gerar subsídios (dados, informações) para previsões. 
 
2. Função do Fluxo de Caixa 
 
O Fluxo de Caixa visa o controle rígido dos recursos financeiros da empresa, 
de forma a permitir antecipadamente a decisão quanto ao destino a ser dado aos 
recursos, bem como determinar como serão pagos os desembolsos. 
 
 
 
O Fluxo de Caixa é um instrumento de Gestão que provém da 
integração do contas a receber com o contas a pagar, podendo se 
referir ao passado (fluxo realizado) ou ao futuro (fluxo projetado). 
 
 
 
2.1 Fluxo de Caixa Realizado 
 
 
Quando se olha para o passado e se comparam as contas recebidas com as 
contas pagas. 
 
2.2 Fluxo de Caixa Projetado 
 
Quando se compara o contas a receber com o contas a pagar. 
O fluxo de caixa projetado permite visualizar, simultaneamente, o contas a pagar e o 
contas a receber e, conseqüentemente, decidir sobre: 
 
 o melhor momento da compra; 
 
 o melhor momento da venda à vista; 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
26 
 
 
 
 os momentos mais “carregados” do contas a pagar; 
 
 projetar “estouros / sobras” de caixa; 
 
3. Características do Fluxo de Caixa 
 
O fluxo de caixa possui as seguintes características: 
 
 é imediato – o que indica que deva ser atualizado diariamente – 
garantindo assim uma visão realistas da situação financeira da empresa; 
 
 permite olhar tanto para o passado quanto para o futuro - o que possibilita 
ao administrador projetar, dia-a-dia dentro de determinados limites, a 
evolução de seu disponível. Dessa forma ele poderá tomar, com a devida 
antecedência, as medidas que se façam necessárias para enfrentar a 
escassez ou excesso de recursos; 
 
 de fácil análise - ou o dinheiro entrou ou não entrou. Ou saiu ou não saiu. 
 
4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa 
 
 
Fluxo de Caixa ou Fluxo Financeiro 
 
A- Entradas 
Discriminação de todos os ingressos 
 
 
B- Saídas 
Discriminação de todos os desembolsos 
 
 
C- Saldo no Período (A-B) 
 
 
D- Saldo Acumulado Anterior 
 
 
E- Saldo Acumulado Atual (C+D) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
27 
 
 
5. Gerenciando o Fluxo de Caixa 
 
 
 
Saldo Inicial 
 
+ 
 
Entradas 
 
- 
 
Saídas 
 
= 
Saldo Final 
 
 
Aporte de recursos 
próprios 
 
ou de terceiros 
 
- 
 
+ 
Aplicação no 
negócio 
 
Aplicação 
Financeira 
 
 
 
6. Elaboração do Fluxo de Caixa 
 
O fluxo de caixa, a primeira vista, é uma ferramenta simples de ser utilizada, 
o que dificulta a sua elaboração é o levantamento dos dados referentes às entradas 
e saídas do caixa. Principalmente quando se trata de pequenas empresas, pois seus 
empreendedores adotam procedimentos nem sempre recomendáveis no trato 
dessas contas. Dessa maneira, algumas dicas são fundamentais para a elaboração 
do fluxo de caixa, para que este forneça informações confiáveis à tomada de 
decisão: 
 
 todos os pagamentos deverão ser feitos em cheque - evitar os 
pagamentos em dinheiro, isto porque se perde o histórico da operação; 
 
 criar um fundo de troco para as pequenas despesas - passar para esse 
fundo, no início da semana, valor suficiente para despesas como 
condução e café e prestar contas no final da semana; 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
28 
 
 
 
 não confundir pessoa física com pessoa jurídica - evitar sempre que 
possível o pagamento de contas da empresa com cheque do sócio e vice- 
versa; 
 
 não confundir pró-labore com lucro - pró-labore é a retirada do sócio que 
trabalha na empresa, enquanto que o lucro é a remuneração do capital 
investido; 
 
 realizar sempre a conciliação bancária - é importante lembrar que o saldo 
da empresa não vai coincidir com o do banco, em função do período de 
tempo existente entre o recebimento/emissão do cheque e a operação 
bancária, daí a importância da conciliação bancária, no mínimo 
semanalmente; 
 
 documentar todas as operações com cópias - todo o cheque emitido 
deverá ser acompanhado de cópia. Igual procedimento se aplica a 
contratos e recibos. Enfim, o arquivo das informações é muito importante 
para futuras consultas. 
 
 
6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa 
 
6.1.1 Elaboração 
 
 verificar o saldo inicial; 
 
 obter previsão do contas a receber; 
 
 obter previsão do contas a pagar; 
 
 atualizar diariamente o movimento do caixa, lançando na planilha de 
trabalho (ou no sistema) as informações obtidas em seus respectivos 
campos e datas. 
 
6.1.2 Monitoramento 
 
 providenciar extratos bancários; 
 
 conciliar os extratos bancários com seus lançamentos e identificar os 
depósitos; 
 
 atualizar os saldos; 
 
 comparar campos de “previstos” com “realizado”; 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
29 
 
 
 
 analisar os saldos para aporte de recursos ou para direcionar as 
aplicações; 
 
 analisar as contas problemáticas e as contas que superam as previsões 
(gráficos); 
 
 tomar medidas preventivas e corretivas para a saúde do caixa. 
 
6.2 Análise do Fluxo de Caixa 
 
A análise é feita depois do lançamento dos dados. Deve-se verificar a relação 
das entradas com as saídas de dinheiro. Se houver um equilíbrio entre essas contas, 
significa que o valor de dinheiro que entrou foi suficiente para pagar todos os 
compromissos assumidos. 
 
Duas situações demonstradas pelo fluxo irão exigir mais atenção do gerente 
financeiro:quando as entradas forem inferiores às saídas – estouro de caixa; 
 
 quando as entradas forem superiores às saídas – excedente de caixa. 
 
6.2.1 Estouro de Caixa 
 
Existem momentos que, por vários motivos, o famoso “estouro de caixa” 
acontece. O contas a pagar é superior ao contas a receber e o saldo é insuficiente 
para pagar os compromissos assumidos pela empresa. No quadro abaixo tem-se um 
resumo dos possíveis sintomas de um estouro de caixa, as causas prováveis que 
levaram a essa situação e algumas sugestões de como melhorar esse desempenho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
 
 
 
 
 
 
Sintomas 
 
Insuficiência 
crônica de 
caixa; 
 
 
Captação 
sistemática de 
recursos 
através de 
empréstimos; 
 
 
Sensação de 
esforço 
desmedido. 
 
 
 
 
 
 
Causas 
 
Vendas baixas; 
Excesso de 
investimentos em 
estoque; 
Excesso de 
imobilizações; 
Excesso de retirada 
dos sócios; 
Descompasso 
negativo entre 
recebimento e 
pagamento; 
Recessão econômica. 
30 
 
 
 
 
 
Decisões 
 
Aumento de Capital Próprio 
(aporte de capital pelos sócios 
ou ingresso de novos sócios); 
Adequação do nível de 
operações e recursos 
disponíveis; 
Contenção de custos e 
despesas; 
Venda de ativos; 
Geração de novas receitas e 
maior controle do contas a 
receber (redução da 
inadimplência). 
Alterações nas datas dos 
desembolsos; 
Vendas a vista; 
Operações financeiras para 
reforçar o caixa, arcando com 
os custos. 
 
 
 
 
7. Classificação dos Fluxos de Caixa 
 
Os fluxos de caixa podem ser classificados em: 
 
 Fluxo de caixa operacional; 
 
 Fluxo de caixa de investimento; 
 
 Fluxo de caixa de financiamento. 
 
7.1 Fluxo de Caixa Operacional 
 
É aquele que mostra a movimentação financeira relacionada com a atividade 
principal da empresa. 
 
Exemplos: Compra de material, pagamento de pessoal, Receitas resultantes 
de vendas etc. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
VP = R x [(1+i) – 1] 
31 
 
 
 
 
 
7.2 Fluxo de Caixa de Investimento 
 
São as saídas monetárias da empresa destinadas à aquisição de ativos 
permanentes (terreno, maquinário, equipamento), assim como as entradas de 
recursos financeiros provenientes da venda destes mesmos ativos. 
 
 
 
7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento 
 
Decorrentes de decisões de captação de recursos junto aos acionistas e às 
instituições financeiras, para pagamento de dividendos, juros, amortizações de 
empréstimos e para suprir a necessidade da empresa face aos fluxos operacionais e 
de investimento. 
 
 
 
Cálculo do Valor Presente 
 
Fórmula para Pagamento sem entrada 
 
 
 
 
VP = R x [(1+i)
n
 -1] 
---------------------- 
[i.(1+i)
n
] 
 
 
Fórmula para Pagamentos com Entrada 
Onde:
 
VP = Valor Presente; 
 
R = Valor da Parcela ou 
n 
---------------- 
[i(1+i)
n-1
] 
Prestação; 
 
I = Taxa de juros; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
32 
 
 
 
 
Cálculo do Valor da Prestação 
 
Fórmula para Pagamento sem Entrada 
 
R = VP x [i.(1+i)
n
] 
----------------- 
[(1+i)
n
-1] 
 
 
 
 
 
Fórmula para Pagamento com Entrada 
 
 
R = VP [i.(1+i)n-1] 
------------- 
[(1+i)n -1] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
33 
 
 
 
 
E X E R C Í C I O S PROPOSTO S 
 
Execício 1 
Uma pessoa financia um objeto em 5 parcelas iguais e seguidas de R$1.000,00 a 
partir do próximo mês (ou seja, sem entrada). Se a taxa bancária de juros é de 7% 
ao mês, qual é o Valor Presente (VP) deste objeto? 
 
 
Exercício 2 
Considere o problema do exemplo anterior e uma nova alternativa. Refinanciar a 
compra do objeto que custa o Valor Presente em 5 parcelas iguais e seguidas a 
partir do mês inicial. Considere a mesma taxa bancária de juros. Qual deverá ser o 
valor de cada nova parcela R? 
 
Exercício 3 
 
O gerente da empresa Alfa detectou a necessidade da aquisição imediata de 4 
computadores. Analisando o seu fluxo de caixa projetado ele percebeu que haverá 
uma sobra de caixa mensal de R$1.800,00 nos próximos 6 meses. Ele poderá 
utilizar este dinheiro para aquisição das máquinas. Ele recebeu algumas propostas 
de financiamento. Analise a melhor opção. 
 
Valor do Financiamento = R$6.000,00 
Taxa de juros mensal = 6% 
 
1
a
. Opção – pagamento de 6 parcelas fixas, sem entrada; 
2
a
. Opção – pagamento em 4 parcelas fixas, sem entrada; 
3
a
. Opção – pagamento em 3 parcelas fixas, com entrada. 
 
 
8. Equivalência de Fluxo de Caixa 
 
Dois ou mais fluxos de caixa são equivalentes a uma determinada taxa de 
juros, se os seus valores atuais, calculados com essa mesma taxa, forem iguais. O 
estudo da equivalência se faz no regime de juros compostos. 
 
Convém ressaltar que se os fluxos de caixa tiverem o mesmo valor atual a 
uma determinada taxa de juros, então os seus montantes após n períodos, obtidos 
com essa mesma taxa, serão necessariamente iguais. 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
34 
 
 
É importante destacar que a equivalência de fluxos de caixa depende da taxa de 
juros. Assim, se dois fluxos são equivalentes a uma certa taxa, essa equivalência 
deixará de existir se a taxa for alterada. 
 
 
 
8.1 Planos Equivalentes de Financiamento 
 
8.1.1 Sistema Americano - Pagamento Final 
 
O financiamento feito pelo Plano de Pagamento Final implica que o valor 
financiado é pago de uma só vez, no final do período. Os juros são capitalizados ao 
final de cada período (mês ou ano). Esta modalidade de pagamento é utilizada em: 
Papéis de Renda Fixa (Letras de Câmbio ou Certificado de Depósito com renda 
final), Títulos descontados em banco comercial; 
 
 
 
8.1.2 Sistema Americano - Pagamento Periódico de Juros 
 
É realizado o pagamento somente de juros ao final de cada período. No final 
do prazo do empréstimo é pago, além dos juros do último período, também o 
principal integral. Esta modalidade é utilizada em - Papéis de Renda Fixa, com renda 
paga periodicamente (letras de câmbio com renda mensal, certificado de depósito 
com renda mensal, trimestral). 
 
 
 
8.1.3 Sistema Francês - Sistema Price 
 
A parcela periódica de pagamentos compreende os juros do período mais 
amortização de parte do principal. Esta modalidade é utilizada em: financiamento 
imobiliário, crédito direto ao consumidor: automóveis, eletrodomésticos: 
 
Como Calcular: 
 
 Cálculo do valor da prestação; 
 Cálculo dos juros do período pela aplicação da taxa do contrato sobre 
os valores do saldo (remanescente do principal) no início do período; 
 Cálculo da amortização do principal, pela diferença entre o valor da 
prestação e o valor dos juros do período. 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
35 
 
 
 
 
 
Observa-se que os juros de cada prestação vão diminuindo com o 
tempo, pois o principal remanescente vai se tornando cada vez 
menor. Como o valor da prestação é constante, a parcela de 
amortização de cada prestação vai aumentando ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
 
8.1.4 Sistema de Amortização Constante – SAC 
 
O financiamento é pago em prestações decrescentes. Cada parcela 
compreende pagamento de juros e da amortização de parte do principal. 
 
Esta modalidade é utilizada em: financiamentos imobiliários e em financiamentos à 
empresa, por parte de entidades governamentais. 
 
Como cálcular: 
 
 Cálculo da amortizaçãodo principal, que tem valor constante em todas as 
prestações, por meio da divisão do principal pelo número de prestações; 
 
 Cálculo dos juros do período, pela aplicação da taxa do contrato sobre o 
valor do saldo (remanescente do principal) no início do período; 
 
 Cálculo do valor da prestação pela soma da amortização do principal com 
os juros do período. 
 
 
 
Em cada período, o principal remanescente decresce do valor de 
uma amortização. Como todas as amortizações são iguais esse 
decréscimo será uniforme, e, portanto os juros dos períodos 
também serão uniformemente decrescentes ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
Para 6 meses 
Para 12 meses 
36 
 
 
9. Coeficiente de Financiamento 
 
Um gerente de uma agência de automóveis quer calcular coeficientes para 
financiamentos, por unidade de capital emprestado. Estes coeficientes quando 
aplicados ao total do capital darão como resultado a prestação. Sabendo-se que a 
agência cobra 5% de juros ao mês, calcule o coeficiente para 6 e 12 meses. 
 
Usando a HP: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desconsidere o sinal negativo. Ele só representa a direção de saída do fluxo. Neste 
caso, para um financiamento de R$10.000,00, em 6 meses, as prestações devem 
ser de: 
 
10.000,00 x 0,19702 = 1.970,20 
 
 
 
 
Empregando a Fórmula: 
PMT = PV x i(1+i)n 
------------------------ 
(1+i)
n – 1 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
Pela HP Visor 
Limpe as memórias:[F][REG] 0.00 
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00 
Entre com o número de meses:6[n] 6.00 
Entre com a unidade de capital 
emprestado:1[PV] 
1.00 
Calcule o coeficiente para as 
prestações:PMT 
- 
0.19702 
Pela HP Visor 
Limpe as memórias:[F][REG] 0.00 
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00 
Entre com o número de meses:12[n] 12.00 
Entre com a unidade de capital 
emprestado:1[PV] 
1.00 
Calcule o coeficiente para as 
prestações:[PMT] 
- 
0.11283 
37 
 
 
 
 
 
E X E R C Í C I O S P ROPOSTOS 
 
Exercício 1 
Um empresário adquiriu um equipamento por R$42.000,00 hoje, com pagamentos 
em 5 prestações trimestrais postecipadas, a uma taxa de juros de 4% ao trimestre. 
Se o empresário decidir quitar o financiamento no final do terceiro trimestre (após 
efetuar o terceiro pagamento), qual será o valor pago para resgatar a dívida nesta 
data? Fazer os cálculos assumindo que o empresário contraiu o financiamento nos 
seguintes sistemas: PRICE e SAC. 
 
 
 
Exercício 2 
Uma empresa adquiriu um financiamento no valor de R$185.000,00 em um Banco 
de Desenvolvimento, se comprometendo a pagar em 4 prestações anuais, a uma 
taxa de juros de 8% ao ano. No entanto, a empresa só começará a pagar as 
prestações no final do terceiro ano, pois conseguiu negociar com o Banco esse 
período de carência. Montar as tabelas de amortização e determinar os valores das 
prestações, juros e saldos, nos seguintes sistemas: PRICE e SAC. 
OBS: Durante o período de carência a empresa não paga a prestação, mas o valor 
financiado é acrescido dos juros correspondente a este período. 
 
 
 
Exercício 3 
Um empresário adquiriu uma frota de caminhões por R$300.000,00 hoje, com 
pagamentos em 6 prestações mensais a uma taxa de juros de 1,5% ao mês. Sendo 
que a primeira prestação ocorre somente no final do 3º mês após a compra. Se o 
empresário decidir quitar o financiamento após efetuar o quarto pagamento, qual 
será o valor pago para resgatar a dívida nesta data? Fazer os cálculos, assumindo 
que o empresário contraiu o financiamento os seguintes sistemas: PRICE e SAC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
P e d e -se 
38 
 
 
CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES 
 
 
 
1. Margem de Contribuição 
 
Pode-se entender Margem de Contribuição como a parcela do preço de venda 
que ultrapassa os custos e despesas variáveis e que contribuirá para a absorção dos 
Custos Fixos e, ainda, para a formação do Lucro. 
 
A Margem de Contribuição Unitária é dada pela fórmula: 
 
 
MCunitária = PV – (CV + DV) 
MCunitária = Margem de Contribuição 
Unitária; 
 
PV = Preço de Venda; 
CV = Custo Variável 
DV = Despesa Variável 
 
Exemplo 1 
Determinado produto é vendido por R$15,00 a unidade. O seu custo variável unitário 
é formado por: material direto (MD) no valor de R$3,00 e mão-de-obra direta (MOD) 
R$4,00. A comissão de venda é de 5% sobre o valor vendido e os impostos de 
venda correspondem a 15% do preço de venda. A média de venda da empresa é de 
300 unidades por período. Pede-se: 
a) O valor a margem de contribuição unitária; 
b) O valor da margem de contribuição total; 
c) Análise do dado encontrado. 
 
Exercício 2 
A empresa está estudando qual o produto dará mais lucro, para poder incentivar 
suas vendas. Os custos fixos da empresa são de R$2.455.000,00. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Calcular a margem de contribuição de cada produto; 
Produto Custo Direto 
Variável 
Custo 
Indireto 
Variável 
Custo 
Variável 
Total 
Preço de 
Venda 
Margem de 
Contribuição 
Unitária 
A 700 80 780 1.550 
B 1.000 100 1.100 2.000 
C 750 90 840 1.700 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
39 
 
 
b) Analisando a margem de contribuição, determine qual o produto deverá ter 
suas vendas incentivadas. Explique a sua resposta; 
 
c) Faça a Demonstração dos Resultados para as seguintes vendas: produto A 
1.500 unidades; produto B 1.800 unidades e produto C 1.000 unidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício 3 
A empresa Arquivaço S A fabrica armários de 
aço de diversos modelos e que têm as 
seguintes características de custos num ní
vel de produção de 100 unidades de 
cada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com esses dados, apresente a margem de contribuição de cada produto. 
Produtos A B C To t a l 
Ve n d a s 
( - ) C u s t o Va r i á ve l d o s 
P r o d u t o s Ve n d i d o s 
 
( = ) Ma r g e m d e 
Contribu ição 
 
( - ) C u st o s F i xo s Tot ai s 
(=) Resultado 
Produto/ 
Modelo 
MP 
$/un 
MOD 
$/un 
CIF 
$/un 
Custo total 
$/un 
01 300 500 450 1.250 
02 400 500 550 1.450 
03 500 600 550 1.650 
04 600 600 550 1.750 
Preços de Venda por Unidade 
Modelo 01 R$ 1.500 
Modelo 02 R$ 1.550 
Modelo 03 R$1.750 
Modelo 04 R$1.900 
Quais são os dois produtos que garantem maior lucratividade para a empresa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
40 
 
 
 
 
 
2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point 
 
Refere-se ao ponto de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no 
qual, os gastos totais (custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais. 
 
Fórmula: 
 
Receita Total = Gastos Totais 
 
Quantidade x Preço de Venda = Custo Fixo + (Custo Variável x Quantidade) 
 
 
 
(Quantidade x Preço de Venda) – (Custo Variável x Quantidade) = Custo Fixo 
 
(QxPV) – (CV x Q) = CF 
 
 
 
QPE = CF 
---------------- 
(PV – CV) 
MC x QPE = CF 
 
 
Receita no PE = Qpe x PV 
 
 
 
 
Onde: 
QPE = Quantidade no Ponto de Equilíbrio ou Produção no Ponto de Equilíbrio; 
CF = Custo Fixo; 
PV = Preço de Venda; 
CV = Custo Variável. 
 
 
Exemplo 1 
Preço de Venda = R$10,00 
Custo Fixo Total = R$2.000,00 
Custo Variável = R$6,00 
Pede-se: 
a) Calcular a Margem de Contribuição e a Quantidade no Ponto de Equilíbrio; 
b) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio. 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIASEMPRESAS 
Pede-se 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio 
 
Pelo índice do ponto de equilíbrio a empresa poderá saber o quanto as suas 
receitas de vendas podem cair e ainda permanecer na faixa de segurança. Significa 
dizer o quanto as receitas podem cair sem entrar no prejuizo. 
 
 
 
Índice de Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo 
---------------------------------------------------------- 
Receita Vendas – Custo Variável Total 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO 
Quanto menor o Índice de Ponto de Equilíbrio, tanto melhor, pois maior 
será a Margem de Segurança da Empresa. Um PE de 0,10 indicará que a 
empresa contará com uma Margem de Segurança de 90%, ou seja, para 
a empresa entrar em prejuízo a receita precisará cair 90%. 
 
 
Exemplo 2 
Diante dos seguintes dados: 
 
 
 
a. O Ponto de Equilíbrio para as 
duas empresas em termos de 
unidade; 
b. O Ponto de Equilíbrio e termos 
de vendas; 
c. O Índice do Ponto de Equilíbrio 
e a Margem de Segurança; 
d. Conclusões. 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Receita Total 
Custo Variável Total 
Margem de Contribuição Total 
Custo Fixo 
Lucro Líquido Operacional 
Especificações Cia X Cia Y 
Vendas Anuais 100.000,00 100.000,00 
Preço Médio de Venda p/ un 10,00 5,00 
Custo Variável p/ un 8,00 2,50 
Custo Fixo Total 16.000,00 25.000,00 
Portões Praia. 
42 
 
 
 
 
E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S 
 
Exercício 1 
Com os seguintes dados: 
Custos Fixos = R$12.000,00; 
Custos Variáveis = R$7,50 por unidade produzida 
Preço de Venda = R$10,50 
Pede-se: 
a) A Quantidade no Ponto de Equilíbrio; 
b) Receita no Ponto de Equilíbrio; 
c) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio. 
 
Exemplo 2 
Qual a Quantidade e a Receita no Ponto de Equilíbrio, se o Custo Fixo Total for de 
R$24.000,00, o Custo Variável Total igual a R$9,60 por unidade produzida e o Preço 
de Vendas de R$12,00 por unidade. Faça a Demonstração de Resultado no Ponto 
de Equilíbrio. 
 
 
Exemplo 3 
Você pode alugar um carro a R$1,00 por quilômetro, ou então, adquiri-lo. Os Custos 
Fixos na compra do carro serão de R$11.000,00 por ano e os Custo Variáveis de 
R$0,50 por quilômetro. Quantos quilômetros você terá de dirigir o carro por ano, a 
fim de que a compra se torne mais econômica do que o aluguel? 
 
 
Exemplo 4 
 
Os dados abaixo foram estimados para 100% da capacidade da Cia. Industrial de 
 
Pede-se: 
 
a) Determinar a percentagem da 
capacidade de operação, ou 
seja, o índice do Ponto de 
Equilíbrio e a Margem de 
Segurança. 
b) Calcular o volume de vendas 
no Ponto de Equilíbrio; 
c) Preparar a Demonstração de 
Resultado no Ponto de 
Equilíbrio 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Especificações Valores 
Vendas Líquidas: 100.000 un 2.500.000,00 
Material Direto (CV) 360.000,00 
MOD (CV) 400.000,00 
DIF (CF) 400.000,00 
CIF (CV) 500.000,00 
Despesas Comerciais e Adm. (CF) 150.000,00 
Despesas Comerciais e Adm. (CV) 240.000,00 
43 
 
 
 
 
3. Formação do Preço de Vendas 
 
Vários fatores influenciam a formação de preço de um produto ou serviço, dentre 
eles: 
 
 concorrência: mercados onde há várias empresas oferecendo produtos 
semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que se não houvesse 
competidores; 
 clientes: as empresas devem se preocupar com a reação dos clientes ao 
estabelecer ou alterar os preços dos produtos; 
 gastos: a empresa espera recuperar todos os gastos efetuados para produzir 
o produto e ainda obter algum lucro; 
 governo: pode influir nos preços por meio de: subsídios, incentivos fiscais à 
produção, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de 
tributos. 
 
 
3.1 Formação de Preços baseada em Custos 
 
O preço de venda de um produto está mais relacionado com fatores externos 
à empresa do que propriamente aos seus custos. Entretanto, o preço obtido a partir 
do custo é uma referência valiosa para comparar com o preço de mercado e 
determinar a conveniência ou não de vender o produto pelo preço que o mercado 
esteja disposto a pagar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
44 
 
 
 
 
3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria 
 
Calcular Custo de Produção 
 
Calcular o Custo de Fabricação ou de Produção 
 
Mão-de-Obra Direta + Material Direto (Matéria-Prima) + Custo Indireto de Fabricação. 
(MOD + MD + CIF) 
Cálculo do Material Direto 
 
Custo da Nota Fiscal - Descontos Concedidos - Impostos Recuperáveis, incluso no custo 
de aquisição (ICMS) + Fretes pagos pelo comprador + Seguro de responsabilidade do 
comprador + Impostos não recuperáveis não inclusos no preço de venda do produto (IPI) 
+ Custos de recebimento e inspeção + Custos de armazenamento. 
 
Cálculo da MOD 
 
Salário Base + Horas Extras +13º Salário proporcional + Férias Proporcionais + 
Adicional de Férias (1/3 sobre férias) + INSS Patronal + FGTS + Outros 
 
 
 
 
Calcular o Mark-UP 
Corresponde aos gastos que só acontecem após a venda. Constitui-se, 
normalmente dos seguintes elementos: 
PIS sobre Faturamento (Programa de Integração Social – Imposto Federal) – 0,65% sobre 
a receita bruta de vendas; 
 
COFINS – Contribuição Social sobre Faturamento (Imposto Federal) = 2% sobre 
faturamento; 
 
ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. 
Imposto de competência estadual; 
Comissões e Encargos Sociais: percentual em relação ao preço de venda; 
Fretes: percentual em relação ao preço de venda 
 
% Despesas Administrativas + % Despesas Fixas de Vendas + % Despesas Financeiras + 
% Custos Fixos de Fabricação + % de Lucro Líquido Operacional 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
45 
 
 
 
 
 
Calcular o Preço de Venda 
 
 
PV = Custo de Fabricação 
--------------------------------- 
1 – Mark-Up 
 
 
 
Exemplo 1 
A Indústria ABC Ltda. possui os seguintes dados, referentes ao seu custo de 
produção: 
a) Custo Unitário de Produção = R$500,00; 
b) PIS = 0,65%; 
c) COFINS = 2,0%; 
d) ICMS = 18,0%; 
e) Comissão sobre vendas = 5,0%; 
f) Lucro = 15,0%. 
 
 
Pede-se: 
Calcular o Preço de Venda para este produto. 
 
 
3.1.2 Formação do Preço de Venda para o Comércio: 
 
 
Cálculo do Valor da Mercadoria: 
(+) Valor da Mercadoria constante na Nota Fiscal; 
 
(-) Valor do ICMS 
 
(+) Valor do Frete de responsabilidade do comprador 
 
 
Cálculo do Mark-Up: 
(+) % de Lucro Líquido Operacional; 
 
(+) % Comissão sobre Vendas; 
 
(+) % Impostos; 
 
(+) % de Custos Fixos 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
46 
 
 
 
 
 Cálculo do Preço de Vendas: 
 
PV = Custo Total Unitário da Mercadoria 
--------------------------------------------------- 
(1-Mark-Up) 
 
 
 
 
Exemplo 2 
O Armarinho Agulha Ltda., quer calcular, com a seguinte estrutura de custos, o preço 
de venda de um determinado produto. 
- Valor unitário do produto constante na Nota Fiscal = R$13,00; 
- Frete pago = R$1,30; 
- ICMS destacado na Nota Fiscal = R$1,56; 
- ICMS = 18%; 
- PIS = 0,65%; 
- COFINS = 2,0%; 
- Venda Média Mensal da Empresa = R$3.000,00; 
- Custo Fixo Mensal = R$R$450,00; 
- Comissão sobre vendas = 8,0%; 
- Lucro Desejado = 10,0%. 
Pede-se: 
Calcular o Preço de Venda do Produto citado. 
 
 
3.1.3 Formação de Preço para Empresas Prestadoras de Serviços 
 
 
Cálculo do Custo Total Unitário dos Serviços Prestados 
(+) Saláriode Pessoal; 
 
(+) Encargos Sociais; 
 
(+) Custos Fixos Unitário. 
 
 
Cálculo do Mark-Up 
% de Impostos; 
 
% de Comissão sobre vendas; 
 
% de Lucro Líquido Operacional 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
47 
 
 
 
 
 
 
Preço de Venda = Custo Unitário Serviço Prestado 
------------------------------------------------ 
(1- Mark-UP) 
 
 
 
 
Exemplo 3 
 
A empresa de Assistec, especializada em consertos de eletrodomésticos, apresenta 
os seguintes dados na composição do seu custo: 
- Oito técnicos com disponibilidade de 176 hora/mês cada um; 
- Custos Fixos Mensais = R$1.200,00; 
- Salário do pessoal técnico sem encargos = R$1.765,00; 
- Encargos sobre a folha de pagamento de 71% do valor dos salários; 
- ISS sobre a prestação dos serviços = 3,0%; 
- PIS = 0,65%. 
O proprietário da empresa deseja um Lucro de 15% sobre o preço de venda de seus 
serviços e deseja saber quanto deve cobrar por uma hora técnica, referente aos 
serviços prestados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
base nos números fornecidos, pede-se calcular o mark-up da empresa. 
Pede-se: 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S 
 
 
Exercício 1 
A Mercantil Ltda. projetou os seguintes valores associados às suas operações. Com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Calcular o mark-up da empresa. 
 
 
Exercício 2 
A Indústria Unida Ltda. pretende vender os seus produtos com uma margem igual a 
10%. Sabe-se que o custo variável da empresa é igual a R$540,00 por unidade. As 
demais taxas associadas ao preço são iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais 
despesas e impostos. Pede-se: 
a) Qual deveria ser a taxa de marcação correspondente? 
b) Qual deveria ser o preço praticado? 
 
 
Exercício 3 
 
 
 
 
 
 
 
Valor pago pela matéria-prima R$2.100,00, com 12% de ICMS incluso. 
Despesas variáveis de vendas 4% 
Despesas fixas comerciais e administrativas 12% 
PIS e COFINS 3,65% 
ICMS sobre vendas 17% 
Descrição Valor Descrição Valor 
Faturamento R$ 500.000,00 por mês Outros gastos R$70.000,00 por mês 
Comissões 2% do valor da venda ICMS 18% do valor da venda 
Aluguel da Loja R$20.000,00 por mês Lucro R$10.000,00 por mês 
A empresa Radical Ltda. apresentou os dados que constam na tabela abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
49 
 
 
Pede-se: 
a) Qual o mark-up multiplicador para um lucro de 10% sobre o preço de vendas? 
b) Qual o valor do preço de vendas para um lucro de 20%? 
c) Qual a margem de contribuição para um preço de venda de R$3.500,00? 
d) Qual será o ICMS a recolher sobre um preço de venda de R$3.500,00? 
 
 
Exercício 4 
Uma loja de perfumes deseja aplicar um mark-up considerando ICMS igual a 18%, 
comissão de venda igual a 2%, despesas iguais a 25% e margem de lucro igual a 
15%. Qual o valor da taxa de marcação que ela deve usar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
50 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE INVESTIMENTO 
 
 
 
1. Introdução 
 
Diante das várias alternativas de investimento as empresas optam por 
aquelas que lhes oferecem um retorno financeiro superior à melhor aplicação já 
existente no mercado. Decisões que envolvem a escolha de aplicação em projetos 
nem sempre são simples, pois na maioria das vezes a escolha de um exclui o outro. 
 
Com vistas a contribuir para a escolha entre projetos excludentes Brasil (2002), 
sugeriu estudar as seguintes metodologias: 
 
 
valor presente líquido – VPL; 
taxa interna de retorno – TIR; 
período de recuperação do capital – Payback; 
índice de lucratividade – IL; 
valor anual equivalente – VAE. 
 
 
 
 
 
Horizonte de Planejamento: período de tempo determinado pela empresa, 
para analisar os ganhos líquidos referentes a determinado projeto. 
Normalmente esse período é definido baseado na vida útil dos ativos 
envolvidos, (CLEMENTE, 2008). 
 
 
Fluxo de Caixa de um Projeto: resultado da diferença entre as entradas e 
saídas esperadas de recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
(1+i) (1+i)2 (1+i)3 (1+i) 
51 
 
 
1.1 Valor presente líquido – VPL 
 
Brasil (2002), esclarece que quando se analisa o VPL de um projeto busca-se 
o potencial de criação de valor sobre o investimento exigido por ele. 
Sobre o resultado se faz as seguintes considerações: 
 
 
Se o VPL for maior do que zero = aceita-se o projeto; 
 
Se o VPL for igual ou menor do que zero = rejeita-se o projeto 
 
 
 
 
 
 
VPL = FC0 + FC1 + FC2 + FC3 +......+ FCn 
- --------- ---------- -- ---------- -------------- 
n 
 
 
 
 
 
 
Sendo: 
FC = Fluxo de caixa (do período zero até o período n); 
i = taxa de desconto 
 
 
Taxa de desconto ou Taxa Mínima de Atratividade – i 
 
Representa o retorno esperado pelo resultado do projeto. Deverá ser no 
mínimo igual à taxa de juros paga pela melhor alternativa de investimento. 
 
 
 
 
 
 
Cálculo do VPL pela HP 
 
f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj i f NPV 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
Fonte: Brasil, (2002) 
52 
 
 
Exercício 1 
Analisar se o projeto com os seguintes fluxos de caixas projetados deve ser aceito 
ou rejeitado. Suponha uma taxa de atratividade de 10% ao ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício 2 
Calcular o VPL da mesma série de fluxos de caixa do exercício 1, considerando 
taxas de desconto de 6%, 8%, 10%, 12%, 14% e 16% ao ano. 
 
 
 
1.2 Taxa interna de retorno – TIR 
 
A TIR representa a taxa máxima que um projeto suporta sem dar prejuízo, ou 
seja, a que faz VPL igual a zero. Segundo Brasil (2002), é o ponto de reversão da 
decisão de investir. 
 
 
Cálculo do VPL pela HP 
 
f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj f IRR 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
Anos Fluxos de Caixa (milhão) 
0 -15 
1 4 
2 4 
3 4 
4 3 
5 3 
6 3 
7 3 
8 2 
9 2 
10 5 
53 
 
 
 
 
 
 
Análise da TIR 
Se a TIR for maior que a Taxa de Desconto, aceita o projeto; 
Se a TIR for menor ou igual a Taxa de Desconto, rejeita o projeto. 
 
 
 
 
Exercício 1 
Encontre a taxa interna de retorno (TIR) da seguinte série de fluxos de caixa. A taxa 
de desconto é de 10%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício 2 
Calcular e analisar a TIR para os projetos que apresentam os fluxos de caixa da 
tabela abaixo. Qual seria o projeto mais indicado? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 
Anos Fluxos de Caixa 
0 -20 
1 8 
2 8 
3 4 
4 4 
5 4 
Anos Projeto 1 Projeto 2 
0 -30 -20 
1 -15 -10 
2 20 15 
3 25 20 
4 40 25 
capital investido. 
54 
 
 
Exercício 3 
Um investidor tem duas opções de aplicação, cujos fluxos de caixa abaixo. Os 
projetos são mutuamente excludentes. Escolha qual a melhor opção de aplicação 
utilizando a análise da TIR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK 
 
A recuperação do capital investido em determinado projeto é medido pelo 
método do Payback, considerando a mudança do valor do dinheiro no tempo. 
Quanto maior o payback maior será o risco de recuperação do capital investido. 
 
 
 
PAYBACK 
 
Significa o tempo suficiente

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