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Análise Financeira

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Universidade regional do noroeste do estado do rio grande do sUl – UnijUí 
vice-reitoria de gradUação – vrg 
coordenadoria de edUcação a distância – cead 
departamento de ciências administrativas, contábeis, econômicas e da comUnicação – dacec 
coleção educação a distância
série livro-texto
Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil
2012
ivo ney Kuhn 
amauri luis lampert
análise 
financeira
 2012, Editora Unijuí
 Rua do Comércio, 1364
 98700-000 - Ijuí - RS - Brasil 
 Fone: (0__55) 3332-0217
 Fax: (0__55) 3332-0216
 E-mail: editora@unijui.edu.br
 Http://www.editoraunijui.com.br
Editor: Gilmar Antonio Bedin
Editor-adjunto: Joel Corso
Capa: Elias Ricardo Schüssler
Designer Educacional: Jociane Dal Molin Berbaum
Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: 
Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste 
do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)
Catalogação na Publicação: 
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
K961a Kuhn, Ivo Ney.
 Análise financeira / Ivo Ney Kuhn, Amauri Luis Lampert. – Ijuí: 
Ed. Unijuí, 2012. – 86 p. – (Coleção educação a distância. Série livro-
texto).
 ISBN 978-85-419-0009-6
 1. Análise financeira. 2. Demonstrações financeiras. 3. Estrutura 
e endividamento. 4. Índices de liquidez. 5. Atividade de rotação. 6. 
Atividade de retorno. I. Lampert, Amauri Luis. II. Título. II. Série.
 CDU : 339.13
 336.126.561
Sumário
CONHECENDO OS PROFESSORES ...........................................................................................5
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA .........................................................9
Seção 1.1 – Amplitude da Análise Financeira ........................................................................10
Seção 1.2 – A Empresa e sua Estrutura de Informações ........................................................12
Seção 1.3 – Análise Financeira e Áreas Afins .........................................................................14
Seção 1.4 – Os Principais Usuários da Análise Financeira ....................................................15
Seção 1.5 – A Relevância da Informação Contábil-Financeira ..............................................16
Seção 1.6 – Contexto Legal e Fiscal da Empresa ...................................................................17
UNIDADE 2 – ETAPAS DO PROCESSO DE ANÁLISE FINANCEIRA ....................................23
Seção 2.1 – Coleta e Conferência da Documentação .............................................................24
Seção 2.2 – Preparação e Processamento das Demonstrações Financeiras ..........................25
Seção 2.3 – Análise e Conclusão .............................................................................................26
UNIDADE 3 – AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ..........................................................29
Seção 3.1 – Fundamentação Legal ..........................................................................................29
Seção 3.2 – Estrutura do Balanço Patrimonial ........................................................................30
3.2.1 – Ativo....................................................................................................................33
3.2.2 – Passivo ................................................................................................................34
Seção 3.3 – Estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício ....................................36
3.3.1 – Receita Operacional ..........................................................................................36
3.3.2 – Custo dos Produtos, Mercadorias ou Serviços Vendidos .................................37
3.3.3 – Lucro Bruto .........................................................................................................38
3.3.4 – Despesas Operacionais .....................................................................................39
3.3.5 – Lucro Líquido do Exercício ...............................................................................40
UNIDADE 4 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .............................................................43
Seção 4.1 – Análise Vertical .....................................................................................................43
Seção 4.2 – Análise Horizontal ................................................................................................46
UNIDADE 5 – ANÁLISE DA ESTRUTURA E ENDIVIDAMENTO ..........................................51
Seção 5.1 – Participação de Capitais de Terceiros (PCT) .......................................................51
Seção 5.2 – Composição do Endividamento (CE) ..................................................................54
Seção 5.3 – Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) ..........................................................55
Seção 5.4 – Endividamento Geral (EG) ..................................................................................57
Seção 5.5 – Nível de Desconto de Duplicatas (NDD) ............................................................58
UNIDADE 6 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ.....................................................................................61
Seção 6.1 – Liquidez Corrente (LC) ........................................................................................62
Seção 6.2 – Liquidez Seca (LS) ...............................................................................................63
Seção 6.3 – Liquidez Geral (LG) ..............................................................................................64
UNIDADE 7 – ANÁLISE DA ATIVIDADE DE ROTAÇÃO .........................................................67
Seção 7.1 – Prazo Médio de Estoques (PME) .........................................................................68
Seção 7.2 – Prazo Médio de Recebimentos (PMR) ................................................................69
Seção 7.3 – Prazo Médio de Compras (PMC) .........................................................................71
UNIDADE 8 – ANÁLISE DA ATIVIDADE DE RETORNO ........................................................75
Seção 8.1 – Giro do Ativo (GA) ................................................................................................76
Seção 8.2 – Margem Líquida Sobre Vendas (MLSV) .............................................................78
Seção 8.3 – Retorno sobre o Ativo (RSA) ................................................................................79
Seção 8.4 – Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) .......................................................80
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................85
EaD
5
análise financeira
ivo neY KUHn 
Sou graduado em três cursos superiores. Minha primeira Gradu-
ação concluída foi Tecnólogo em Cooperativismo, cursado entre 1980 
e 1982 na Fidene. Após, cursei Administração de Empresas (1986) e 
Ciências Contábeis (1987), pela Unijuí. Cursei especialização em Eco-
nomia Agrícola também na Unijuí e Especialização em Administração 
Rural pela Esalq/USP de Piracicaba (SP). Este período de formação foi 
muito profícuo para o desenvolvimento da minha carreira profissional 
e qualificação técnica que possuo.
Antes de iniciar o ensino superior, dos 13 aos 17 anos, trabalhava 
na lavoura, com os meus pais e irmãos mais novos, em uma pequena 
propriedade rural no interior de Cerro Largo, de onde sou natural. 
Iniciei minha carreira profissional como assistente de pesquisa 
na Fidene, em março de 1982, logo após ter concluído o curso de Tec-
nologia. Certamente aí nasceu o embrião que me conduziu à carreiraacadêmica. Entre 1982 e 1988 atuei como técnico em diversos projetos 
de extensão, voltados à área do cooperativismo, da administração ru-
ral, da assessoria aos municípios e dos movimentos sociais. Ingressei 
na carreira de professor em 1989, ano em que também iniciei o curso 
de Mestrado em Administração, ofertado pelo CMA/UFPB, em João 
Pessoa, na Paraíba. A opção por aquela instituição foi porque lá havia 
uma área de concentração em Finanças, com linha de pesquisa em 
gestão rural. O Mestrado foi concluído em 1992.
Retornando do Mestrado, ingressei como professor assistente 
no quadro de carreira da Unijuí.
A partir de 1994, além das atividades de docência e de exten-
são junto a cooperativas de assentamentos de reforma agrária, atuei 
também como coordenador de curso de Administração nos campi de 
Santa Rosa (1994 a 1996) e de Ijuí (1996 a 1998). Atuei como chefe 
Conhecendo os Professores
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
6
do Departamento de Estudos da Administração entre 1999 e 2001 e 
atualmente coordeno o colegiado dos cursos de tecnologia EaD da 
Unijuí.
Também acumulo uma boa experiência em consultoria organiza-
cional, tendo coordenado o Programa Extensão Empresarial (convênio 
Unijuí/Sedai) na Fronteira Noroeste entre 2001 e 2003, e no Noroeste 
Colonial entre 2004 e 2006, gerenciando equipes de técnicos e estagi-
ários que realizavam consultoria organizacional. Nesse período foram 
assessorados mais de 1.500 micro e pequenos empreendimentos no 
Noroeste gaúcho.
Desde 2009 até o momento, coordeno o Projeto Extensão In-
dustrial Exportadora, chamado Peiex, que é um convênio entre a 
Unijuí, a Associação IPD e a Apex/Brasil, por meio do qual já foram 
assessoradas mais de 400 indústrias do Noroeste gaúcho. Este projeto 
objetiva incentivar a competitividade empresarial e promover a cultura 
exportadora nestes empreendimentos e na economia regional.
Atuo no ensino nas disciplinas da área de finanças e do geren-
ciamento econômico e financeiro de empreendimentos. Também tenho 
uma ampla experiência em empreendedorismo, projetos e planos de 
negócio. Resido em Ijuí (RS) há mais de 32 anos.
EaD
7
análise financeira
amaUri lUis lampert
Sou natural de Augusto Pestana/RS, município no qual resido.
Minha formação acadêmica iniciou-se com o curso de Enge-
nharia Civil na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio 
Grande do Sul no ano de 1999. Ainda no segundo semestre daquele 
ano solicitei transferência para o curso de Administração, concluído 
em 2004. No período em que cursei Administração tive a oportunidade 
de atuar como bolsista de iniciação científica no Departamento de Es-
tudos da Administração por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa 
do Estado do Rio Grande do Sul – Fapergs – e pelo Pibic/Unijuí.
Em 2007 concluí o Mestrado em Desenvolvimento na linha de 
pesquisa Gestão de Organizações e do Desenvolvimento no curso de 
Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento da Universidade 
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como bolsista 
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – 
Capes. Em março de 2009 teve início o meu vínculo com a Unijuí, como 
professor alocado no Departamento de Estudos da Administração.
Como experiência profissional atuei no comércio entre 1987 e 
1988, como auxiliar de escritório, trabalhei na Cooperativa de Crédito 
Rural Pestanense Ltda. – Sicredi –, de 1990 a 1994, como escriturário. 
Também atuei na Indústria Gessy Lever de 1995 a 1998. Além disso, 
tive passagens pela gestão pública, atuando na prefeitura de Augusto 
Pestana, entre 1995 e 1996, 1998 e 1999 e de 2002 a 2005. Ao mesmo 
tempo, desde 2003 exerço a função de administrador da Associação 
Protetora do Hospital São Francisco, de Augusto Pestana (RS).
Conciliar as atividades como administrador hospitalar e profes-
sor tem sido um novo desafio, pois isto torna ainda mais relevante a 
minha formação acadêmica e profissional, a partir do momento em 
que estou tendo a oportunidade de harmonizar as experiências de 
executivo e de docente.
EaD
9
análise financeiraUnidade 1
introdUção À análise financeira 
objetivo desta Unidade
•	Conhecer	e	entender	as	principais	formas	de	organização	jurídica	das	empresas	brasileiras,	
bem como mostrar um conjunto de informações e conhecimentos básicos necessários para o 
entendimento das vantagens e limitações da análise financeira, considerando que um dos prin-
cipais objetivos da análise financeira é o fornecimento de subsídios para a tomada racional de 
decisão de investimento e de concessão de crédito, a partir de informações de boa qualidade.
as seçÕes desta Unidade
Seção 1.1 – Amplitude da Análise Financeira 
Seção 1.2 – A Empresa e Sua Estrutura de Informações 
Seção 1.3 – Análise Financeira e Áreas Afins
Seção 1.4 – Os Principais Usuários da Análise Financeira
Seção 1.5 – A Relevância da Informação Contábil-Financeira
Seção 1.6 – Contexto Legal e Fiscal da Empresa
O presente texto é fruto de leituras, discussões e contribuições de um grupo de professores, 
que ao longo dos últimos anos ministraram a disciplina Análise Financeira no curso de Admi-
nistração da Unijuí. O texto foi trabalhado a partir de dois Demonstrativos Contábeis Básicos – o 
Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
Outros demonstrativos contábeis, no entanto, também são importantes para fins gerenciais, 
constituindo-se em fontes de pesquisa para os alunos. Entre eles podemos citar a Demonstração 
do Fluxo de Caixa, a Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados, as Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras, o Relatório 
da Diretoria e do Conselho de Administração, o Parecer do Conselho Fiscal e dos Auditores.
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
10
A partir dos Demonstrativos Contábeis (BP e DRE) de uma empresa real você, aluno, será 
desafiado a sistematizar e analisar a situação patrimonial e os resultados de uma organização, 
detectando tendências quanto à evolução dos ativos, dos passivos, do patrimônio líquido, bem 
como das receitas, das despesas e dos diversos níveis de resultados, quais sejam, resultado ou 
lucro bruto, operacional e líquido.
seção 1.1 
amplitude da análise financeira
A globalização do mercado e a internacionalização das empresas em virtude da con-
corrência entre os vários países têm trazido, nas últimas décadas, mudanças significativas no 
mercado empresarial. A evolução tecnológica possibilita a produção de bens a preços cada vez 
mais competitivos e os meios de transporte e comunicação permitem que os bens e recursos 
movimentem-se rapidamente por todo o planeta.
Observa-se no cenário brasileiro uma alteração na postura das empresas para competir e 
sobreviver nesse mercado, utilizando-se, para tanto, dos mais diversos artifícios como: a redu-
ção de custos, a terceirização de atividades, o remodelamento da estrutura produtiva, enfim, um 
gerenciamento adequado dos recursos financeiros.
É justamente neste ambiente instável e turbulento que a Análise Financeira, também cha-
mada Análise de Balanços, emerge como um dos instrumentos mais importantes no processo 
de gerenciamento contábil global. Como bem explica Pereira da Silva (2010, p. 6), “a análise 
financeira de uma empresa consiste num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis 
sobre a mesma, bem como das condições endógenas e exógenas que afetam financeiramente a 
empresa”.
A Análise de Balanços objetiva extrair informações das demonstrações financeiras para as 
tomadas de decisão. Segundo Matarazzo (2010), as demonstrações financeiras fornecem uma 
série de dados sobrea empresa, de acordo com as regras contábeis. A Análise de Balanços trans-
forma esses dados em informações e esta será tanto mais eficiente quanto melhores informações 
produzir.
Já para Iudícibus (2010), a Análise de Balanços é a arte de saber extrair relações úteis para 
o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas 
extensões e detalhamentos, se for o caso.
EaD
11
análise financeira
As técnicas de Análise de Balanços são importantes para o conhecimento econômico-
financeiro de outras empresas, notadamente concorrentes e fornecedores. O mais importante do 
instrumento de Análise de Balanço, porém, é a sua utilização pela própria empresa.
A grande utilidade dessa ferramenta é o acompanhamento mensal dos indicadores esco-
lhidos. Por meio desse acompanhamento e da tendência que os mesmos evidenciam, ter-se-á 
seguramente uma visão real das operações e do patrimônio empresarial e poder-se-á tomar 
medidas corretivas do rumo dos negócios, se as conclusões do acompanhamento analítico dos 
indicadores assim o exigirem.
A análise financeira constitui-se num processo de meditação sobre as demonstrações 
contábeis, objetivando uma avaliação da situação da empresa em seus aspectos operacionais, 
econômicos, patrimoniais e financeiros. Ela serve para avaliar decisões que foram tomadas pela 
empresa em épocas passadas, bem como fornece subsídios para o planejamento financeiro, vi-
sando ao futuro.1
1
A avaliação econômica e financeira de uma 
empresa tem por finalidade detectar os pontos for-
tes e fracos do processo operacional e financeiro 
da companhia, objetivando propor alternativas 
de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos 
gestores.
Buscando auxiliar o processo de avaliação patrimonial e do desempenho da companhia, o 
analista vale-se de uma série de cálculos matemáticos, traduzindo os demonstrativos contábeis 
em indicadores de análise financeira. Esses indicadores buscam também evidenciar as carac-
terísticas das principais integrações existentes entre a situação apresentada pelo balanço e a 
dinâmica operacional da empresa representada pela demonstração de resultados.
Todos os cálculos apresentados neste livro-texto são baseados no balanço patrimonial e na 
demonstração de resultados do exercício. Em razão disso, fica evidente que o mais importante 
para o analista financeiro não é apenas saber calcular ou interpretar os indicadores, mas possuir 
um conhecimento profundo dessas duas principais peças contábeis. Nesse sentido, a Análise de 
Balanço, em teoria, poderia ser exercida sem os indicadores, bastando o conhecimento aprofun-
dado das demonstrações contábeis básicas. Sabe-se, entretanto, que tais indicadores e as técnicas 
de Análise de Balanço agilizam, sobremaneira, o processo de avaliação da empresa.
1 Disponível em: <http://www.fococonsultancy.com.br/content/cursos-e-treinamentos/financas/analise-de-
demonstrativos-economicos-financeiros-das-empresas/>. Acesso em: 12 maio 2012.
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
12
seção 1.2 
a empresa e sua estrutura de informações
Com a crescente concorrência global, as empresas terão cada vez mais necessidade de 
informação, tanto em âmbito de mercado quanto a respeito dos planos e intenções de consumi-
dores e competidores. A informação também propicia à empresa um profundo conhecimento de 
si mesma e da sua estrutura de negócios, facilitando o planejamento, organização , direção e 
controle dos processos, enfim, a gerência do negócio.
O propósito básico da informação é o de habilitar a empresa a alcançar seus objetivos pelo 
uso eficiente dos recursos disponíveis, nos quais se inserem pessoas, materiais, equipamentos, 
tecnologia, dinheiro, além da própria informação.
Neste sentido, a Teoria Geral de Sistemas surge como uma ferramenta de apoio para a 
análise e solução de problemas complexos, pois permite analisar um problema dividindo-o em 
partes, sem perder a visão do todo e o relacionamento entre as partes. Neste contexto, os sistemas 
podem ser definidos como um conjunto de partes interagentes e interdependentes que formam 
um todo com determinado objetivo e função. Esse mecanismo pode ser visualizado na figura a 
seguir, que apresenta os elementos componentes do sistema:
Figura 1 – Elementos Componentes do Sistema
→→→ →→→
↑ ↓
↑ ↓
↑ ↓
↑ ↓
← ←←←← ←←←← ←←←← ←←←Retroalimentação
Controle e avaliações
Objetivos
Processos
TransformaçõesEntradas →→ Saídas
Fonte: Oliveira (2011, p. 26).
EaD
13
análise financeira
Segundo Abreu e Abreu (2002), um Sistema de Informações Gerenciais (SIG) pode ser defi-
nido como o processo de transformação de dados em informações2 que são utilizadas na estrutura 
decisória da empresa e que proporcionam a sustentação administrativa, visando à otimização 
dos resultados esperados. Um sistema de informações pode também ser tecnicamente definido 
como um conjunto de procedimentos que coletam (ou recuperam), processam, armazenam e dis-
seminam informações para o suporte nas tomadas de decisão, coordenação, análise, visualização 
da organização e controle gerencial. Em suma, esses procedimentos devem permitir que a regra 
básica na gestão da informação nas empresas seja cumprida: a informação deve chegar no tempo 
certo e na forma certa, para a pessoa certa. A este procedimento se denomina de Just in time.
A empresa, conforme as teorias sistêmica e contingencial, é tida como um sistema aberto, 
ou seja, que se relaciona e sofre pressões do ambiente, cujas dimensões de análise são: mão 
de obra disponível, tecnologia, governo, mercado, sindicatos, sistema financeiro, fornecedores, 
concorrentes, consumidores, sociedade em geral, etc., como se pode visualizar na Figura 2:
Figura 2 – A Empresa Vista Como um Sistema
Fonte: Figura Extraída de Abreu e Abreu (2002).
Já o sistema contábil é alimentado pelas entradas que constituem as movimentações nos 
elementos constitutivos do patrimônio da empresa, e podem ser expressas em valores monetários, 
e ainda constituem fatos que geram lançamentos contábeis, que são as entradas de dados para 
o sistema de informações contábeis. Esses sistemas podem também fornecer relatórios internos 
2 Dado – qualquer elemento identificado em sua forma bruta. Informação – dado constituído de significados que permite 
ao executivo tomar uma decisão.
 
Entradas: 
materiais 
energia, etc. 
Processo 
de Transformação 
Saídas: 
produtos 
serviços 
EMPRESA 
Meio Ambiente 
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
14
ou externos. Normalmente representam dados históricos que contribuem para a elaboração do 
orçamento, podendo, ainda, auxiliar na projeção de receitas, custos, despesas, financiamentos 
ou investimentos, que se constituem em instrumentos de ordem gerencial.
O sistema de informações contábeis gera as demonstrações financeiras que normalmente 
são divulgadas para o conhecimento do público interessado, principalmente analistas, credores 
e investidores. Os demais instrumentos de caráter essencialmente gerencial destinam-se a sub-
sidiar a alta administração no processo de planejamento, organização, direção e controle.
seção 1.3 
análise financeira e áreas afins
Devido a sua amplitude, a análise financeira de empresas relaciona-se a várias outras áreas, 
com destaque para Contabilidade, Administração Financeira, Economia, Direito e Estatística.
A Contabilidade é um dos componentes curriculares mais intimamente relacionado com a 
análise financeira, uma vez que fornece as demonstrações financeiras que a ela servem de base. 
Inobstante, a análise financeira, para ser consistente, não pode limitar-se aos dados contábeis, 
devendo interpretá-los e explicá-los com base em conhecimentos quetranscendem o âmbito da 
Contabilidade. 
É fundamental que se compare os dados contábeis com informações do ambiente externo à 
organização. Informações advindas de decisões governamentais, dos concorrentes, dos clientes, 
enfim, do macroambiente em que a organização está inserida.
Desse modo, chamar a análise financeira de Análise de Balanços pode soar inadequado, 
uma vez que o balanço patrimonial é apenas uma das demonstrações financeiras que a análise 
financeira estuda e interpreta.
Na realidade, a empresa mantém relação com diversos campos da ciência e do conheci-
mento. Ao mesmo tempo, internamente, a empresa é um todo, e em seu funcionamento a área 
financeira deve relacionar-se com diversas outras áreas, como marketing, produção e capital 
humano, por exemplo, cujas ações trazem efeitos financeiros. A área financeira tem como atri-
buição fornecer informações corretas, precisas e atualizadas às demais áreas, para que estas 
possam tomar decisões financeiramente corretas e adequadas.
EaD
15
análise financeira
seção 1.4 
os principais Usuários da análise financeira
Ao se falar em análise financeira, não se pode deixar de mencionar o papel do analista 
financeiro. Em seu sentido mais genérico, o analista é qualquer profissional que desenvolva a 
análise financeira de uma empresa. O gerente de um banco, ao apreciar um pedido de crédito 
de um cliente, é um exemplo de analista financeiro. Ele irá considerar os aspectos econômico-
financeiros como sendo um dos elementos que irão embasar sua decisão entre emprestar ou não 
emprestar. 
Como a empresa se relaciona com todo o ambiente empresarial e social, este certamente 
apresenta muitos interessados em melhor conhecer o desempenho atual e a tendência dos re-
sultados da companhia.
Tanto o analista de investimentos quanto o analista de crédito, de instituição financeira 
ou não, desempenham funções externas às empresas analisadas. Há ainda os analistas inter-
nos, que cuidam da análise da própria instituição em que trabalham, quer com o propósito de 
subsídio ao processo de tomada de decisão, quer com a finalidade de comparar o desempenho 
da sua empresa com o dos concorrentes.
A alta direção da empresa precisa de informações resumidas que possibilitem as tomadas 
de decisão mais rápidas e eficazes, enquanto as gerências intermediárias necessitarão de infor-
mações detalhadas sobre áreas que estão sob sua responsabilidade. Assim, o principal usuário 
das informações contábeis é, ou pelo menos deveria ser, a própria empresa.
Há ainda vários outros usuários externos como os acionistas, investidores, bancos e ins-
tituições financeiras, fornecedores e clientes, governo e órgãos governamentais, sindicatos e 
associações de classe. 
Os acionistas ou quotistas de uma empresa nem sempre são as pessoas que a administram, 
pois podem delegar essa função a administradores profissionais. Já os investidores no mercado de 
capitais necessitam tomar decisões sobre qual ação comprar, quando vender, etc. Eles necessitam 
de dados técnicos e pareceres sobre as expectativas de risco e retorno das ações, como forma de 
melhor direcionar a aplicação de recursos.
Os bancos e instituições financeiras, como intermediadores de dinheiro e financiadores de 
aquisição de bens, representam um grupo importante de usuários das demonstrações financeiras 
das empresas. É imprescindível que o profissional de banco tenha profundo conhecimento da 
área contábil-financeira, até porque precisa desfrutar de uma postura de total crédito em relação 
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
16
à análise financeira. Dentro do contexto de que os bancos necessitam tomar decisões seguras, 
as informações devem fornecer expectativas confiáveis sobre a capacidade de pagamento do 
cliente, bem como de sua solidez.
Da mesma forma que o banco, para emprestar dinheiro a seus clientes, necessita de in-
formações seguras para decidir, os fornecedores de mercadorias, serviços e/ou matérias-primas 
ou componentes também necessitam avaliar o risco de crédito de seus compradores. O cliente 
também pode analisar seu fornecedor para conhecer sua solidez ou avaliar sua condição de 
suprir a empresa com matéria-prima numa situação de expansão ou ainda de pós-venda, como 
fornecer assistência técnica.
O governo, por sua vez, tem um interesse bem particular, pois grande parte da arreca-
dação de tributos requer um sistema de apuração que se utiliza das informações contábeis. As 
demonstrações financeiras, bem como as informações prestadas aos vários órgãos do governo, 
constituem um importante banco de dados. Além disso, é desejo do Estado que as empresas 
contribuam para a geração de trabalho, renda e desenvolvimento local e regional.
Por fim, as associações de classes e sindicatos também deveriam solicitar de seus associados 
suas demonstrações financeiras, objetivando desenvolver estudos e estatísticas sobre as caracte-
rísticas e o desempenho do segmento em que atuam. Do lado dos trabalhadores, as suas entidades 
de representação certamente se amparam em análises e desempenho do setor para requerer e 
reivindicar melhores condições de trabalho e renda aos seus filiados e a sua categoria.
seção 1.5 
a relevância da informação contábil-financeira
Como visto até agora, a informação contábil-financeira é imprescindível para o gerencia-
mento dos negócios atuais e planejamento do futuro, visando a subsidiar o processo decisório. Os 
demonstrativos contábeis e demais informações destinadas aos acionistas e aos diversos grupos de 
usuários interessados prestam grande contribuição na avaliação dos riscos e das potencialidades 
de retorno da empresa. As demonstrações financeiras representam um canal de comunicação da 
empresa com os diversos usuários internos e externos.
EaD
17
análise financeira
3
É importante definir o tipo de informação a que cada 
pessoa da organização pode ter acesso. Por mais completo que 
possa ser o sistema de informações, sempre haverá algumas 
que influenciam as decisões e que podem não constar de 
nenhum registro formal.
As informações contábeis, porém, apresentam algumas limitações. Como provêm de uma 
coleta de dados quantitativos, expressos em valores monetários, fica difícil demonstrar os dados re-
ferentes a aspectos não mensuráveis monetariamente, como perfil do quadro diretivo da empresa, 
potencialidades e ameaças do mercado, nível tecnológico, agressão ao meio ambiente provocada 
pela empresa e comprometimento desta com a satisfação de seus clientes e empregados.3
Outro problema sério enfrentado pelas empresas é a defasagem da informação. As análi-
ses normalmente são feitas com base em demonstrativos de anos anteriores, que podem, prin-
cipalmente numa economia instável, não traduzir a situação atual da organização. Também a 
veracidade das informações pode ser questionada em algumas empresas que manipulam suas 
demonstrações financeiras. As limitações das informações contábeis, entretanto, não são sufi-
cientes para eliminar sua utilidade e o analista deve buscar informações complementares, mesmo 
que sejam indicadores não financeiros. Para os fins deste livro-texto e dos dados de balanço e 
DRE apresentados, vamos supor que os dados estejam atualizados para uma mesma data focal, 
e que estejam expressos em ambiente de economia estável.
seção 1.6 
contexto legal e fiscal da empresa
As empresas são regulamentadas por um conjunto de leis e normas que, entre outros as-
pectos, disciplinam a apresentação das demonstrações financeiras. Ao analista financeiro é ne-
cessário um conhecimento mínimo sobre o contexto legal e fiscal, em razão de suas implicações 
nos resultados e nas obrigações das empresas.
3 Disponível em: <http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/e-legal/2011/10/07/sigilo-bancario/>.Acesso em: 12 maio 
2012.
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ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
18
Sob o aspecto jurídico, o homem se organiza de formas diferentes para produzir bens e 
serviços. No quadro a seguir, extraído de Pereira da Silva (2010, p. 44), constam as principais 
formas de organizações jurídicas conforme a legislação brasileira:
Quadro 1 – Formas de Organizações Jurídicas Conforme a Legislação Brasileira
Empresária Simples
Sim Sim
Fechada Deve ser Não
Aberta Deve ser Não
Sim Sim
Sim Sim
Sim Não
Não Deve ser
Em comandita simples
Em comandita por ações
Cooperativas
Pode ser
Empresário
Sociedade
Não 
Personificada
Personificada
Em comum
Em conta de participação
Limitada
Anônima
Em nome coletivo
Fonte: Pereira da Silva (2010, p. 44). 
Empresário, conforme o Código Civil, é aquele que exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços, sendo obrigatória a 
sua inscrição no registro público de empresas mercantis. Anteriormente ao novo Código Civil 
era chamado de empresa individual, que era aquela em que havia um único dono, isto é, o pro-
prietário.
 Sua responsabilidade é sempre ilimitada, o que significa que ele responde não só com os 
bens da empresa, mas também com todos os seus bens particulares. As principais vantagens são: 
todo o lucro fica para o proprietário; a manutenção do sigilo é mais fácil e sua dissolução é sim-
plificada. Como desvantagens, podemos citar: responsabilidade ilimitada do dono; limitação na 
obtenção de recursos; pouca oportunidade para os empregados; atividades concentradas na mão 
do proprietário e desaparecimento com a morte deste. Mesmo, contudo, havendo obrigatoriedade 
de registro na receita federal (CNPJ), a firma individual não é caracterizada como sociedade.
Também segundo o Código Civil, temos a sociedade empresária e a sociedade simples. A 
sociedade empresária é aquela que tem por objeto o exercício da atividade própria de empresá-
rio, sujeita à inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. Por outro lado, a sociedade 
simples deverá requerer sua inscrição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas de sua sede.
As sociedades classificam-se ainda como não personificadas e personificadas. O grupo de 
sociedade não personificada compreende a sociedade em comum e a sociedade em conta de 
participação.
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19
análise financeira
Sociedade em comum, regida pelos artigos 986 a 990 do Código Civil, é a sociedade que 
não possui seus atos constitutivos devidamente registrados nos órgãos competentes. Todos os 
sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluídos do benefício da 
ordem.
Sociedade em conta de participação, regida pelos artigos 991 a 996 do Código Civil. Ocorre 
quando duas ou mais pessoas unem-se sem razão social para a realização comum de uma ou 
mais operações do comércio, findas as quais a sociedade desaparece. Os sócios realizam opera-
ções em seus nomes e a sociedade só é conhecida por seus participantes. Seus sócios podem ser 
ostensivos ou ocultos. Os ostensivos são aqueles que se obrigam perante terceiros. Os ocultos 
obrigam-se perante os ostensivos.
No grupo de sociedade personificada, das quais as mais comuns são as limitadas e as 
sociedades anônimas, essas tanto podem prestar serviços quanto praticar a venda mercantil ou 
produzir bens. Seu registro é feito na Junta Comercial.
A sociedade limitada é regida pelos artigos 1.052 a 1.087 do Código Civil. De modo ge-
nérico, a sociedade limitada tende a ser empresa de porte pequeno ou médio. Nada impede, 
entretanto, que uma limitada possa ser de grande porte. Muitas empresas brasileiras de maior 
porte optam por este tipo de sociedade justamente para evitar a obrigação legal de divulgarem 
suas demonstrações financeiras. 
Elas possuem seu capital dividido em quotas. Em princípio, cada sócio responde pelas 
quotas de capital que subscreveu e, no caso de falência, também pela totalidade do capital não 
integralizado. 
Como vantagens, comparativamente ao empresário individual, as sociedades por quotas de 
responsabilidade limitada têm mais facilidade de obtenção de empréstimos e melhores condições 
para reter bons empregados, comparativamente à sociedade empresária. 
A sociedade anônima é regida pelos artigos 1.088 e 1.089 do Código Civil e pela Lei Nº 
6.404, de 15/12/1976 e suas alterações. É uma sociedade impessoal, não considera as aptidões 
pessoais de seus acionistas. A sociedade anônima tem seu capital social dividido em ações e a 
responsabilidade do acionista é limitada ao valor das ações que subscreveu. Seu capital pode 
ser aberto ou fechado.
As sociedades anônimas de capital aberto têm suas ações negociadas em Bolsas de Valores 
e possuem uma série de obrigações de divulgação de informações destinadas ao mercado de 
capitais, sendo fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
As sociedades anônimas de capital fechado não têm suas ações negociadas em Bolsa de 
Valores e, geralmente, têm menos obrigação de divulgar informações.
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ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
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De modo geral, as sociedades anônimas têm como vantagens: maior possibilidade de ob-
tenção de fundos por meio da colocação de ações no mercado, maior facilidade de transferência 
(negociação) das ações, via Bolsa de Valores e, portanto, vida longa da empresa, melhores con-
dições para manter uma administração profissional e maior capacidade de expansão (Pereira da 
Silva, 2010, p. 46).
Como desvantagens, apresentam as seguintes: maiores gastos organizacionais; maior con-
trole por parte do governo, obrigatoriedade de divulgação (por meio da CVM) de informação e 
de prestação de contas ao mercado, aos analistas e aos acionistas.
A Lei Nº 11.638/07 determinou a obrigatoriedade de as empresas de grande porte elabo-
rarem demonstrações contábeis semelhantes às sociedades por ações, ainda que não estejam 
constituídas como sociedade por ações.
Além da sociedade limitada e da sociedade anônima, existem outros tipos de sociedades 
personificadas, que aparecem em menor escala, como:
Sociedade em nome coletivo, regida pelos artigos 1.039 e 1.044 do Código Civil. Somente 
pessoas físicas podem tomar parte nesse tipo de sociedade. Os sócios têm responsabilidade soli-
dária e ilimitada. Qualquer responsabilidade assumida por qualquer sócio obriga os demais. Os 
bens particulares dos sócios respondem pelas dívidas da sociedade. A administração da sociedade 
compete exclusivamente aos sócios. A razão social é composta pelo nome de um, de alguns ou 
de todos os sócios. Quando dela não constarem os nomes de todos os sócios, deve vir acrescida 
da expressão “& Companhia”.
Sociedade em comandita simples, regida pelos artigos 1.045 a 1.051 do Código Civil. 
Os sócios comanditados, pessoas físicas, possuem responsabilidade solidária e ilimitada pelas 
obrigações. Os sócios comanditários possuem responsabilidade limitada à quota do capital que 
subscreveram. Na razão social pode constar o nome de um, de alguns ou de todos os sócios co-
manditados. Quando não constar o nome de todos, é seguida da expressão “& Companhia”.
Sociedade em comandita por ações, regida pelos artigos 1.090 a 1.092 do Código Civil e 
pelas normas das sociedades anônimas. Somente o acionista que tem qualidade para adminis-
trar a sociedade como diretor responde solidária e ilimitadamente. Os acionistas comanditários 
possuem responsabilidade limitada à quota do capital que subscreveram. Na razão social, pode 
constar o nome de um, de alguns ou de todos os sócios comanditados. Quando não constar o 
nome de todos, é seguida da expressão “& Companhia”.
Sociedade cooperativa, regida pelos artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil. Entre outrascaracterísticas, tem a intransferibilidade de suas quotas de capital de terceiros, ainda que por 
herança. A sociedade cooperativa será sempre do tipo simples, independentemente de seu obje-
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21
análise financeira
tivo social. Esta sociedade segue também a legislação específica voltada ao cooperativismo. Para 
maiores detalhes pesquisar em: lei 5.764, de 16/12/1971, que define a Política Nacional de Coo-
perativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências. 
síntese da Unidade 1
Nesta Unidade você teve a oportunidade de entender melhor as pre-
missas básicas da análise financeira, a partir do estudo da empresa 
e sua estrutura de informações, suas áreas afins, os seus principais 
usuários, a importância da informação contábil-financeira e ainda o 
contexto legal e fiscal da empresa.
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análise financeira
etapas do processo de análise financeira 
objetivo desta Unidade
•	Conhecer	e	entender	o	trabalho	de	preparação	dos	dados	para	análise	financeira	com	destaque	
para a revisão dos demonstrativos financeiros da empresa, uma vez que a análise financeira 
exige uma elaboração preliminar das peças contábeis, a chamada padronização das demons-
trações contábeis, considerada uma etapa que antecede a análise propriamente dita.
as seçÕes desta Unidade
Seção 2.1 – Coleta e Conferência da Documentação
Seção 2.2 – Preparação e Processamento das Demonstrações Financeiras
Seção 2.3 – Análise e Conclusão
Nesta Unidade, vamos tratar de todas as etapas que envolvem o trabalho de análise, indo 
desde a obtenção dos dados e informações que a sustentam, até a elaboração de um parecer final 
e conclusivo sobre a situação econômico-financeira da empresa analisada.
A análise das demonstrações financeiras exige uma preparação preliminar das peças con-
tábeis. O processo de análise como um todo obedece a uma sequência, conforme segue:
a) Coleta de documentação para análise.
b) Conferência da documentação recebida.
c) Padronização das demonstrações financeiras: ajustes na estrutura e nos valores.
d) Análise propriamente dita:
•	Cálculo	dos	indicadores	e	obtenção	de	relatórios.
•	Análise	dos	indicadores	e	relatórios.
•	Conclusão	e	elaboração	de	pareceres.
Unidade 2
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A análise financeira de uma empresa, no entendimento de Pereira da Silva (2010, p. 6), 
consiste num minucioso exame dos dados financeiros disponíveis sobre a organização, bem como 
das condições endógenas e exógenas que a afetam financeiramente.
Dados financeiros disponíveis são as demonstrações contábeis, programas de investimentos, 
projeções de vendas e projeções de fluxo de caixa. Como condições endógenas, podemos citar 
estrutura organizacional, capacidade gerencial e nível tecnológico da empresa. Como condições 
exógenas, temos fatores de ordem política e econômica, concorrência e fenômenos naturais, 
entre outros.
As demonstrações contábeis são apenas canais de informação sobre a empresa, tendo como 
objetivo principal subsidiar a tomada de decisão. A análise financeira de uma empresa envolve 
basicamente as seguintes atividades:
Figura 1 – Etapas Básicas da Análise Financeira
Coletar → Conferir → Preparar → Processar → Analisar → Concluir
Fonte: Pereira da Silva (2010, p. 6).
seção 2.1 
coleta e conferência da documentação
O produto da análise financeira depende diretamente da completude e confiabilidade dos 
dados e informações coletadas. De nada adianta produzirmos indicadores a partir de valores que 
não representam a realidade do negócio sob análise. 
Quando se trata de companhias sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários – 
CVM –, o trabalho do analista fica facilitado, uma vez que os demonstrativos contábeis, além 
de obedecerem a um padrão definido, passam pelo crivo de auditorias externas independentes, 
trazendo maior confiabilidade às informações. 
Não podemos esquecer, contudo, daquelas empresas não auditadas ou que nem mesmo 
apresentam ou elaboram demonstrativos contábeis. Nesses casos, o trabalho do analista torna-
se mais árduo, uma vez que cabe a ele checar os valores apresentados ou mesmo construir os 
demonstrativos para análise. 
Neste momento de coleta e análise da documentação, uma peça muito importante a ser 
estudada são as Notas Explicativas, obrigatórias para as companhias abertas, e que tem como 
objetivo clarear e explicar a composição de algumas contas patrimoniais, assim como discorrer 
EaD
25
análise financeira
sobre as práticas e critérios contábeis empregados na elaboração dos demonstrativos. Trata-se de 
uma leitura prévia obrigatória, que irá facilitar e melhor fundamentar o trabalho e as conclusões 
do analista.
seção 2.2 
preparação e processamento das demonstrações financeiras
A preparação e o processamento das demonstrações financeiras para fins de análise têm por 
finalidade levar as peças contábeis a uma padronização que atenda às diretrizes técnicas internas 
da instituição ou do profissional que esteja desenvolvendo a análise, atendendo a determinada 
finalidade, como subsidiar decisões de investimentos ou de crédito, entre outros objetivos.
Há todo um aparato legal e conceitual que orienta os profissionais da área contábil na 
elaboração das demonstrações financeiras. 
A legislação comercial, tributária, a Comissão de Valores Mobiliários (CMV), o Conselho 
Federal de Contabilidade, o Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon), são alguns dos órgãos 
nacionais que cuidam de normas contábeis. Na esfera internacional o Ifac (Internacional Fede-
ration of Accounting), o Iasc (Internacional Accouting Standards Committee) e até a Organiza-
ção das Nações Unidas são exemplos de instituições que têm preocupação com a qualidade das 
informações e que emitem normas e orientações de natureza contábil. 
No momento, o mundo discute a instituição das Normas Internacionais de Contabilidade 
– International Accounting Standard – também divulgadas pela sigla IFRS – International Finan-
cial Reporting Standard – em parte, objeto da Lei 11.638/07. Esta lei aproximou a contabilidade 
brasileira aos padrões internacionais.
Assim, as exigências externas da legislação, dos Princípios Contábeis geralmente aceitos 
e de outras normas, visando a regulamentar os procedimentos contábeis, têm grande validade, 
na medida em que possam transmitir segurança ao analista quanto às técnicas adotadas pela 
empresa na elaboração das demonstrações financeiras.
Como já foi mencionado anteriormente, a reclassificação ou padronização das demonstra-
ções financeiras tem como objetivo trazê-las a um padrão de procedimento e de ordenamento na 
distribuição das contas, visando a diminuir as diferenças nos critérios utilizados pelas empresas 
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
26
na apresentação de tais demonstrações. Outro objetivo é fazer com que as demonstrações aten-
dam às necessidades de análise e sejam apresentadas de forma simples de visualizar e fácil de 
entender.
A reclassificação, portanto, tem a finalidade de: trazer todas as demonstrações financeiras 
a um mesmo critério, permitindo a comparabilidade entre empresas; fornecer o detalhamento 
necessário às diversas etapas do processo de análise, adequando-se a uma política interna que 
foi adotada pela empresa ou pelo analista; fornecer índices e indicadores isentos dos efeitos 
dos diferentes critérios adotados por diferentes empresas na elaboração de suas demonstrações 
financeiras e aprimorar conceitualmente a classificação de um valor com vistas a uma posição 
cautelosa, na interpretação do analista.
seção 2.3 
análise e conclusão
A fase da análise consiste do estudo das informações disponíveis, principalmente dosrelatórios e indicadores já obtidos, compreendendo a consistência das informações, a observa-
ção das tendências apresentadas pelos números e todas as demais conclusões que possam ser 
extraídas do processo.
Esta é uma etapa que exige muito da capacidade de observação, do conhecimento e 
experiência do analista. Nessa fase, portanto, há dois focos principais: o primeiro diz respeito 
à análise da empresa e dos diversos fatores relacionados a seu risco; já o segundo refere-se à 
transação que pretendemos, por exemplo, a compra de ações ou a aprovação de operação ou de 
limite de crédito.
Ainda na etapa de análise vamos estudar os conceitos e a operacionalização tanto da análise 
vertical e horizontal quanto da chamada análise por índices ou indicadores.
O desenvolvimento da análise das demonstrações financeiras tem como objetivo compre-
ender e avaliar os seguintes aspectos, entre outros:
a) capacidade de pagamento da empresa mediante a geração de caixa;
b) capacidade de remunerar os investidores gerando lucro em níveis compatíveis com suas ex-
pectativas;
c) nível de endividamento, motivo e qualidade do endividamento;
EaD
27
análise financeira
d) políticas operacionais e seus impactos na necessidade de capital de giro da empresa;
e) impacto das decisões estratégicas relacionadas a investimentos e financiamentos.
Sem prejuízo de um parecer final sobre a situação geral da empresa, a ser produzido no 
final da análise, à medida que formos apresentando cada um dos métodos e produzindo os res-
pectivos indicadores, comentaremos a respeito do seu conceito e interpretação. Ressaltamos que 
os comentários e colocações deste texto, para aprofundamento dos conhecimentos, devem ser 
complementados com as leituras indicadas nas referências.
1
É importante ressaltar que a análise 
financeira não pode ser limitada apenas aos 
indicadores desta natureza financeira, pois há 
uma série de fatores que, mesmo não podendo 
ser chamados de financeiros, causam impacto 
na saúde financeira da empresa.
A etapa que passamos a concluir é uma das fases mais importantes da análise, consistindo 
em identificar, ordenar, destacar e escrever sobre os principais pontos e recomendações acerca 
da empresa.1
Precisamos ter presente que não basta ser um bom analista, é preciso saber expor seu pa-
recer em linguagem simples, clara, consistente, de modo que o usuário da análise, pela leitura 
do relatório, conheça a empresa e possa tomar decisões sobre a mesma. Nesse sentido, vale 
ressaltar que o conhecimento prévio do objetivo da análise é fundamental para o analista no 
direcionamento e conclusão de seu trabalho.
síntese da Unidade 2
Nesta Unidade você pôde entender melhor a etapa preparatória que 
antecede a análise financeira propriamente dita, considerando a 
coleta e conferência das demonstrações financeiras e a sua devida 
preparação e processamento para posteriormente iniciar a análise 
das informações.
1 Disponível em: <http://www.forex89.com/analise-fundamental/>. Acesso em: 12 maio 2012.
EaD
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análise financeira
as demonstraçÕes financeiras
objetivo desta Unidade
•	Conhecer	e	entender	o	significado	e	as	relações	entre	os	principais	demonstrativos	financei-
ros, considerando a legislação, o ambiente normativo e a obrigatoriedade das demonstrações 
contábeis, bem como a harmonização dos procedimentos contábeis brasileiros com os padrões 
internacionais, com destaque para o estudo da estrutura do balanço patrimonial e da demons-
tração de resultados do exercício.
as seçÕes desta Unidade
Seção 3.1 – Fundamentação Legal
Seção 3.2 – Estrutura do Balaço Patrimonial
Seção 3.3 – Estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício
seção 3.1 
fundamentação legal
A obrigatoriedade das demonstrações financeiras, além da exigência do Código Civil já 
mencionado, está previsto no artigo 176 da Lei nº 6.404, de dezembro de 1976 (com as modifi-
cações introduzidas pela Lei nº 11.638, de dezembro de 2007), que estabelece:
Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil 
da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão expressar com clareza a 
situação patrimonial da companhia e as mutações no exercício:
I – balanço patrimonial;
II – demonstração do resultado do exercício;
Unidade 3
EaD
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30
III – demonstrações dos lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do pa-
trimônio líquido;
IV – demonstração dos fluxos de caixa e
VI – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
O principal objetivo da Lei nº 11.638/07 foi a busca de uma convergência contábil inter-
nacional, visando, portanto, ao benefício do acesso das empresas brasileiras a capitais externos 
a um custo e uma taxa de risco menores.
seção 3.2 
estrutura do balanço patrimonial
A Contabilidade retrata, por meio do balanço, a situação patrimonial da empresa em deter-
minada data, propiciando aos analistas o conhecimento de seus bens e direitos, de suas obrigações 
e de sua estrutura patrimonial. Em suma, o balanço retrata a posição patrimonial da organização 
em determinado momento, composta por bens, direitos e obrigações. É a fotografia da empresa 
em determinado momento, normalmente por ocasião do encerramento do exercício social.
1
O Balanço Patrimonial, uma das principais peças de aná-
lise financeira, no entendimento de Pereira da Silva (2010, p. 
74), retrata a posição patrimonial da empresa em determinado 
momento, composta por bens, direitos e obrigações. 
O ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos, ou seja, os bens e direitos que possui. 
O passivo e o patrimônio líquido revelam de onde vieram os recursos, isto é, os recursos prove-
nientes de terceiros e os próprios. Os recursos próprios podem ser originários de capital colocado 
na empresa pelos sócios ou de lucro gerado pela empresa e reinvestido nela. No quadro a seguir 
podemos verificar esquematicamente como apresentar o balanço.1
1 Disponível em: <http://www.quebarato.com.br/servicos.html?q=Balan%C3%A7o>. Acesso em: 12 maio 2012.
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31
análise financeira
Quadro 1 – Estrutura Conceitual do Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
Indica onde a empresa aplica os re-
cursos de que dispõe.
Assim, compreende:
•	 bens e
•	 direitos
Indicam de onde provêm os recursos utilizados pela 
empresa, isto é, quais são as fontes que os fornecem.
Assim, os recursos podem ser provenientes de:
• Terceiros (dívidas):
** curto prazo
** longo prazo
• Próprios
** dos sócios
** dos lucros
Fonte: Pereira da Silva (2010, p. 74).
Denomina-se ativo ou patrimônio bruto ao conjunto de bens e direitos possuídos por um 
agente econômico em determinado momento – o momento da apuração do Balanço Patrimo-
nial. No ativo, as Contas, representativas dos bens e direitos que registram, estão devidamente 
dispostas e agrupadas em ordem decrescente de grau de liquidez, conforme previsto no artigo 
178 da Lei 6.404.
Dá-se a denominação de passivo à listagem das obrigações ou exigibilidades da empresa, 
que financiam as aplicações demonstradas no ativo ou patrimônio bruto, num determinado mo-
mento, ou seja, o momento da apuração do Balanço Patrimonial. No passivo, as Contas, repre-
sentativas das obrigações ou exigibilidades que registram são devidamente dispostas em ordem 
decrescente de exigibilidade, também ordenadas de acordo com o artigo 178 da Lei 6.404.
Denomina-se patrimônio líquido a enumeração e especificação dos recursos próprios da 
empresa, que se encontram aplicados no ativo ou patrimônio bruto no momento da apuração do 
Balanço Patrimonial. O Patrimônio Líquido, ou Capital Próprio, ou ainda,Situação Líquida da 
empresa, vem a ser a diferença entre o ativo e o passivo exigível ou, dito de outra forma, entre 
bens e direitos e correspondentes obrigações da empresa. A seguir apresentamos a estrutura 
básica do balanço patrimonial.
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Quadro 2 – Estrutura Legal do Balanço Patrimonial
 
 
 
Fonte: Adaptado de Pereira da Silva (2010, p. 96).
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análise financeira
3.2.1 – ativo
As contas do ativo estão dispostas segundo uma suposta ordem de liquidez ou de conversi-
bilidade. Assim, as contas com maior liquidez são as que aparecem na parte superior do ativo e 
as de mais difícil realização na parte inferior. Por exemplo, o dinheiro (que é o ativo mais líquido) 
que a empresa possui em caixa na data do balanço é classificado no ativo circulante, enquanto os 
equipamentos que a empresa usa na produção são classificados no ativo imobilizado. Esse critério 
é adotado no Brasil e em outros países para classificar os bens e direitos da empresa no ativo
3.2.1.1 – ativo circulante
O primeiro grupo de ativo, Ativo Circulante, compreende as disponibilidades, os direitos 
realizáveis no exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício 
seguinte. As disponibilidades são compostas pelos recursos financeiros possuídos pela empresa 
que podem ser utilizados imediatamente, sem restrições, tais como: caixa, bancos conta movi-
mento, aplicações de liquidez imediata. Os direitos realizáveis no exercício social subsequente 
expressam as contas a receber de clientes, a provisão para devedores duvidosos, os estoques, as 
aplicações de liquidez não imediata, os adiantamentos a fornecedores e outros valores a receber. 
As despesas do exercício seguinte representam algumas despesas antecipadas e que competem 
ao exercício social subsequente.
3.2.1.2 – ativo não circulante
O ativo não circulante compreende o ativo realizável a longo prazo, investimentos, imo-
bilizado e o intangível.
O realizável a longo prazo é composto pelas rubricas que tiverem prazo de realização após 
o término do exercício seguinte ao do balanço, ou seja, demorarem mais de um ano para serem 
recebidas.
Os investimentos podem ser separados em dois grandes grupos: as participações perma-
nentes em outras sociedades e os direitos não classificados no ativo circulante.
O imobilizado compreende os direitos que tenham por objeto bens destinados à manuten-
ção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade 
industrial e comercial. É representado por bens tangíveis que sejam utilizados nas atividades da 
empresa e que não sejam destinados à venda. São exemplos os imóveis e terrenos, máquinas e 
equipamentos, equipamentos de informática, veículos, móveis e instalações, imobilizações em 
andamento, entre outros.
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O intangível, como o próprio nome diz, é representado por bens incorpóreos, como o valor da 
marca, os investimentos em capacitação técnica dos empregados e os sistemas de informatização.
3.2.2 – passivo
O passivo representa as fontes de recursos utilizadas pela empresa, podendo tais recursos 
ser provenientes de terceiros (dívidas) ou dos sócios por meio de aporte de capital ou de lucro 
gerado pela própria empresa.
3.2.2.1 – passivo circulante
O passivo circulante compreende obrigações vencíveis no exercício social seguinte. As con-
tas mais frequentes são: fornecedores, salários e encargos sociais, impostos e taxas, empréstimos 
de curto prazo junto a instituições financeiras, debêntures a curto prazo, e outros.
3.2.2.2 – passivo não circulante
Estas obrigações, identificadas como de longo prazo, são caracterizadas por terem seus 
vencimentos após o término do exercício seguinte, isto é, num prazo superior a um ano. As mais 
frequentes são: financiamentos de longo prazo, debêntures de longo prazo, tributos parcelados, 
dentre outros.
3.2.2.3 – patrimônio líquido
Por fim, no passivo consta o Patrimônio Líquido, ou seja, a parte da empresa que pertence a 
seus proprietários. Ele representa as fontes próprias à disposição da empresa. É subdividido em:
Capital Social – no caso das sociedades anônimas, o capital social é representado pelas 
ações. Quando se trata de uma sociedade limitada, o capital é dividido em quotas. Na subscrição, 
o acionista, sócio ou quotista assume o compromisso perante a própria empresa de participar de 
seu capital social, adquirindo determinada quantidade de ações ou de quotas. A integralização 
do capital ocorre quando o sócio ou acionista efetua o pagamento à empresa pelas ações ou 
quotas que havia subscrito. Capital a integralizar representa as parcelas de capital que foram 
subscritas pelos acionistas ou proprietários das empresas e que ainda não foram integralizadas. 
É uma conta redutora do “capital subscrito”. 
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análise financeira
Reservas de capital – constituem-se numa espécie de reforço ao capital social, podendo advir 
de ágio na emissão de ações, alienação de partes beneficiárias, alienações de bônus de subscri-
ção, prêmio recebido pela emissão de debêntures, doação de bens e subvenções recebidas pelas 
empresas, entre outros. Reservas de Lucros – são constituídas a partir do lucro da empresa. 
Ações em tesouraria – são as ações adquiridas pela própria empresa, cujo valor deve ser 
deduzido do patrimônio líquido.
Ajustes de Avaliação Patrimonial – referem-se à contrapartida de reavaliações efetuadas 
nos bens e obrigações da empresa. Entende-se por reavaliação de bens aqueles ajustes proces-
sados em seus valores como decorrência de laudos de avaliações elaborados por especialistas e/
ou auditores independentes. Essas reavaliações visam a trazer ativos e passivos a preços justos 
ou de mercado.
Um aspecto importante do arcabouço contábil das organizações é o seu Plano de Contas, 
cujos códigos representam o principal elemento de organização, conforme pode ser observado 
no Balanço Patrimonial da Empresa Alfha:
Quadro 3 – Balanço Patrimonial da Empresa Alfha
 
Código Balanço Patrimonial 20X1 20X2 20X3
1 Ativo Total – AT 3.807 5.071 6.871
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 2.889 3.957
1.01.01 Disponibilidades 859 1.177 1.862
1.01.02 Créditos/Contas a receber/DR 583 737 844
1.01.03 Estoques 587 675 908
1.01.04 Outros 178 301 342
1.02. Ativo Não Circulante 1.601 2.182 2.914
1.02.01 Realizável a Longo Prazo – RLP 232 251 267
1.02.02 Investimentos 16 21 141
1.02.03 Imobilizado 1.254 1.747 2.244
1.02.03 Intangível 99 163 262
2 Passivo Total 3.807 5.071 6.871
2.01 Passivo Circulante – PC 1.187 1.355 2.039
2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 576 574 1.104
2.01.02 Fornecedores 349 511 604
2.01.03 Impostos, Taxas e Contribuições 50 50 58
2.01.04 Dividendos a Pagar 14 45 1
2.01.05 Provisões 68 75 84
2.01.06 Outros 130 100 187
2.02 Passivo Não circulante 1.336 1.506 1.445
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 1.182 1.351 1.275
2.02.02 Provisões 133 125 131
2.02.03 Outros 22 70 40
3 Patrimônio Líquido – PL 1.284 2.210 3.387
3.01 Capital Social Integralizado 901 1.601 1.948
3.02 Reservas 128 221 339
3.03 Lucros/Prejuízos Acumulados 254 388 1.101
Fonte: Elaborado pelos autores.
– ANC
– PNC
EaD
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seção 3.3 
estrutura da demonstração de resultados do exercício
A demonstração de resultados mostra o lucro ou o prejuízo obtido pela empresa no período. 
Expressa o desempenho econômico, por meio das receitas, dos custos e despesas de um período. 
É uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações 
da empresa. As receitas representam normalmente aumento do Ativo, mediante ingresso de no-
vos elementos. As despesas representam redução do PatrimônioLíquido, por meio da redução 
do ativo, ou do aumento do passivo exigível.
Cabe salientar que a DRE retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo 
de dinheiro). Para a DRE não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, bas-
ta apenas que afete o Patrimônio Líquido, entre duas datas. É apresentada de forma dedutiva 
(vertical), ou seja, das receitas subtraem-se os custos e as despesas e em seguida indica-se o 
resultado (lucro ou prejuízo). Veja o quadro a seguir.
Quadro 4 – Estrutura legal da Demonstração do Resultado do Exercício
( - ) P a rtic ip a çõ e s
LU C R O LÍQU ID O D O E X E R C ÍC IO
LU C R O LÍQU ID O P OR A Ç Ã O
R E S U LTA D O D A S ATIV ID A D E S D A E M P R E S A
( + /- ) R e su lta d o d a e q u iva lê n c ia p a trim o n ia l
R E S U LTA D O A N TE S D A S D E S P E S A S E R E C E ITA S FIN A N C E IR A S
( + /- ) D e sp e sa s e /o u re ce ita s f in a n ce ira s (va ria çã o )
R E S U LTA D O A N TE S D OS TR IB U TOS S OB R E O LU C R O
( - ) D e sp e sa s co m trib u to s so b re o s lu c ro s
( -/+ ) Ou tra s d e sp e sa s e /o u re ce ita s o p e ra c io n a is
D E M ON S TR A Ç Ã O D O R E S U LTA D O D O E X E R C ÍC IO
R E C E ITA OP E R A C ION A L B R U TA
( - ) Ve n d a s ca n ce la d a s
( - ) A b a tim e n to s so b re ve n d a s
( - ) Im p o s to s so b re ve n d a s
R E C E ITA OP E R A C ION A L LÍQU ID A
( - ) C u s to d o s p ro d u to s , m e rca d o ria s o u se rv iço s ve n d id o s
LU C R O B R U TO
( - ) D e sp e sa s co m ve n d a s
( - ) D e sp e sa s a d m in is tra tiva s
( - ) D e sp e sa s g e ra is
Fonte: Pereira da Silva (2010, p. 126).
3.3.1 – receita operacional
A receita operacional decorre das operações normais e habituais da empresa. Se a empresa 
é industrial ou comercial, decorre das vendas das mercadorias, se é de prestação de serviços, 
decorre dos serviços prestados. A Medida Provisória nº 449/08 não segregou os resultados em 
operacionais e não operacionais, deixando estes de existirem conceitualmente.
EaD
37
análise financeira
Receita operacional bruta: representa o faturamento bruto da empresa, também deno-
minada de vendas brutas. Estas vendas ocorrem durante o ano e os preços unitários da venda 
de determinados produtos podem variar ao longo do próprio exercício social. Nas empresas 
prestadoras de serviços, o faturamento pode ser em função dos serviços prestados ou postos à 
disposição do cliente, ou mesmo de tarefas concluídas ou de horas trabalhadas.
Vendas canceladas: são aquelas decorrentes das devoluções efetuadas pelos clientes, em 
razão de os produtos não atenderem a suas especificações, apresentarem defeitos, ou por qualquer 
outro motivo. São aquelas vendas que não se efetivaram de fato, e que, por razões de registro 
contábil, assim são denominadas.
Abatimentos sobre vendas: são decorrentes de descontos especiais concedidos aos clientes 
em virtude de defeitos apresentados, por exemplo.
Impostos incidentes sobre vendas: no caso de impostos incidentes sobre vendas, trata-se 
de valores que foram transferidos pela empresa para os governos federal (IPI), estadual (ICMS) 
ou municipal (ISS), por exemplo. A empresa é mera depositária destes recursos, porém eles são 
registrados na Contabilidade.
Receita operacional líquida: é efetivamente a parte da receita que ficará para a empresa 
cobrir seus custos e despesas e para gerar lucro. Em síntese, a receita operacional bruta é ge-
rada pela dedução das devoluções, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas da receita 
operacional bruta conforme podemos visualizar no quadro a seguir.
Quadro 5 – Receita Operacional Bruta 
 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 
( - ) Vendas canceladas 
( - ) Abatimentos sobre vendas 
( - ) Impostos sobre vendas 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 
Fonte: Pereira da Silva (2010, p. 129).
3.3.2 – cUsto dos prodUtos, mercadorias oU serviços vendidos
A expressão “custo das vendas” é bastante genérica, devendo, por essa razão, ser especi-
ficada por setor da economia:
•	Para	empresas	 industriais	o	 custo	das	vendas	é	denominado	Custo	dos	Produtos	Vendidos	
(CPV)
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
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•	Para	as	empresas	comerciais	o	custo	das	vendas	é	denominado	Custo	das	Mercadorias	Vendidas	
(CMV)
•	Para	as	empresas	prestadoras	de	serviços	o	custo	das	vendas	é	denominado	Custo	dos	Serviços	
Prestados (CSP)
3.3.3 – lUcro brUto
É a diferença entre a receita operacional líquida e o custo dos produtos, mercadorias ou 
serviços vendidos. A chamada margem bruta das vendas é a relação percentual entre o lucro 
bruto e a receita operacional líquida.
Quadro 6 – Lucro Bruto 
Fonte: Pereira da Silva (2010, p. 131).
3.3.4 – despesas operacionais
Despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a empresa 
e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da 
atividade operacional da empresa. Seus principais grupos são especificados a seguir:
Despesas com vendas: abrangem desde a promoção do produto até sua colocação junto 
ao consumidor (comercialização e distribuição). São despesas com o pessoal da área de vendas, 
comissões sobre vendas, salários e encargos do pessoal da área de vendas, aluguéis relativos aos 
escritórios de vendas, material de escritório, propaganda e publicidade, marketing. Também a 
provisão para devedores duvidosos é considerada uma despesa operacional com vendas, porém 
não dedutível para fins de apuração do lucro tributável.
Despesas administrativas: são aquelas necessárias para administrar (dirigir) a empresa. 
De maneira geral, são gastos nos escritórios que visam à direção ou à gestão da empresa. Podem 
ser citados como exemplo: honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal ad-
ministrativo, aluguéis dos escritórios, materiais do escritório, seguro do escritório, depreciação 
de móveis e utensílios, assinatura de jornais e periódicos, etc.
 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 
( - ) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos 
LUCRO BRUTO 
EaD
39
análise financeira
Despesas gerais: as despesas com vendas e administração mencionadas nos tópicos an-
teriores constituem as principais despesas operacionais da empresa. Assim sendo, nos casos 
excepcionais em que as despesas gerais sejam elevadas, será necessário que o analista busque 
esclarecimentos sobre a sua natureza.
Outras despesas e receitas: com a eliminação das despesas não operacionais, as entidades 
deverão apresentar as “outras receitas/despesas” no grupo operacional, ao invés de após a linha 
operacional. Assim, a nova estrutura contábil não adota as despesas e receitas não operacionais, 
possibilitando seu agrupamento em “outras despesas e receitas”. Para fins de análise financeira, 
avaliação de empresas e tomada de decisão, as despesas e as receitas devem ser tratadas como 
operacionais quando forem recorrentes.
Resultado de equivalência patrimonial: Conforme o artigo 248 da Lei 6.404, é obrigatório 
o uso do método da equivalência patrimonial para avaliação dos investimentos relevantes em 
sociedades coligadas, sob cuja administração tenha influência significativa ou de que participe 
com 20% ou mais do capital social, e em sociedades controladas. Por este método, a empresa 
investidora irá reconhecer em sua demonstração de resultado uma parcela do lucro ou prejuízo 
da empresa na qual tem investimentos, na proporção de sua participação no capital da outra.
Resultado antes das receitas e despesas financeiras: este totalizador é sugerido na norma 
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que tem por finalidade expressar o resultado antes 
de computar o resultado financeiro.
Despesas e receitasfinanceiras: as despesas financeiras decorrem dos empréstimos e 
financiamentos que a empresa tem ou teve no período junto aos credores. As receitas finan-
ceiras decorrem fundamentalmente das aplicações financeiras feitas pela empresa no período. 
Também são contabilizados como receitas financeiras os descontos obtidos por antecipação de 
pagamentos a fornecedores.
Imposto sobre o lucro: representa o imposto de renda do exercício que é uma percentagem 
do lucro tributável. Cabe destacar que o lucro tributável (chamado pela Receita Federal de lucro 
real) difere do lucro contábil que aparece na demonstração de resultado. Segundo a legislação 
fiscal, o lucro real (tributável) é o lucro líquido do exercício, mais as despesas não dedutíveis 
(consideradas na apuração do lucro líquido), menos os valores autorizados na apuração do lucro 
líquido, menos as receitas não tributáveis. Considerando que a legislação fiscal é muito dinâ-
mica no Brasil, apresentando mudanças com relativa frequência, é recomendável que o analista 
procure acompanhá-la com atenção para estar a par das possíveis mudanças.
Participações: compreende as participações estatutárias, que representem parcelas dos 
lucros destinadas a empregados, diretores, debenturistas ou a portadores de partes beneficiárias, 
por exemplo.
EaD
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3.3.5 – lUcro líqUido do exercício
O lucro líquido indica o resultado do exercício após computar a totalidade das receitas de 
vendas, a dedução dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos, a dedução das 
despesas operacionais, as receitas e despesas financeiras em geral, o resultado de equivalência 
patrimonial, o imposto de renda, a contribuição social e as participações. O lucro líquido, portanto, 
é a parcela do resultado do período que sobrou para os acionistas, os sócios ou os quotistas.
O lucro líquido terá sua destinação orientada pelo estatuto ou contrato social da empresa, 
observadas as diretrizes da Lei das S.A., em seus artigos 193 a 203. O lucro líquido é um dos 
itens mais importantes para os proprietários da empresa, pois representa o retorno sobre o capital 
por eles investidos.
A seguir um exemplo de DRE, em que podem ser observados os códigos do Plano de Contas.
Quadro 7 – Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Alfha 
Fonte: Elaborado pelos autores.
 Código Demonstração do Resultado do Exercício 20X1 20X2 20X3 
1 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 5.402 5.670 6.965 
2 (-) Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos 3.870 - 4.059 - 4.998 - 
3 Resultado Bruto 1.532 1.611 1.967 
4 (-) Despesas/Receitas Operacionais 1.146 - 1.327 - 1.543 - 
4.01 Com Vendas 889 - 1.124 - 1.343 - 
4.02 Administrativas 60 - 76 - 81 - 
4.03 Honorários dos Administradores 10 - 10 - 14 - 
4.04 Financeiras Líquidas 87 - 136 - 111 - 
4.04.01 Receitas Financeiras 12 62 12 
4.04.02 Despesas Financeiras 99 - 198 - 122 - 
4.05 Outras Receitas Operacionais 9 28 35 
4.06 Outras Despesas Operacionais 18 - 8 - 30 - 
4.07 Outros Resultados 5 - 6 - 21 - 
5 Resultado Antes Tributação/Participações 386 284 424 
6 Provisão para IR e Contribuição Social 63 - 28 49 - 
7 Participações/Contribuições Estatutárias 29 - 12 - 29 - 
8 Lucro/Prejuízo do Período 294 300 347 
EaD
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análise financeira
síntese da Unidade 3
Nesta Unidade você pôde entender melhor a fundamentação legal e 
a respectiva estrutura e as principais contas (e grupos) relativas ao 
balanço patrimonial, além de compreender as principais rubricas da 
demonstração de resultados do exercício, com destaque para a im-
portância da compreensão dos princípios contábeis na atividade de 
análise financeira.
EaD
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análise financeira
análise vertical e HoriZontal 
objetivo desta Unidade
•	Conhecer	e	entender	a	finalidade	da	análise	vertical	e	a	sua	importância	para	avaliar	a	estrutura	
de composição de itens e sua evolução no tempo, e aprender que a análise horizontal aponta 
o crescimento dos itens do balanço e da demonstração de resultado através de períodos.
as seçÕes desta Unidade
Seção 4.1 – Análise Vertical 
Seção 4.2 – Análise Horizontal
Os métodos de análise vertical e horizontal prestam valiosa contribuição à estrutura e à 
tendência dos números de uma empresa. De acordo com Pereira da Silva (2010, p. 198), a aná-
lise vertical e horizontal podem auxiliar na análise dos índices financeiros e em outros métodos 
de análise. No entendimento de Matarazzo (2010, p. 170), por intermédio da análise vertical e 
horizontal é possível conhecer pormenores das demonstrações financeiras que escapam à análise 
genérica por meio de índices.
seção 4.1 
análise vertical
Segundo Pereira da Silva (2010, p. 199), o primeiro propósito da análise vertical (AV) é 
mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em relação a de-
terminado referencial. O percentual de cada conta revela sua real importância no conjunto. No 
entendimento de Iudícibus (2010, p. 86), este tipo de análise é importante para avaliar a estrutura 
da composição de itens e sua evolução no tempo.
Unidade 4
EaD
ivo ney Kuhn – amauri luis lampert
44
Para calcularmos os percentuais da coluna da análise vertical (AV), dividimos o valor da 
rubrica que queremos calcular pelo valor base e multiplicamos o resultado por cem. Para tanto 
podemos utilizar a seguinte fórmula:
AV = Análise Vertical
Rubrica = conta contábil que queremos calcular (ex.: ativo circulante)
Base = no BP usamos o ativo total, na DRE usamos as Vendas Operacionais Líquidas.
Exemplo:
Código Balanço Patrimonial 20X1
1 Ativo Total – AT 3.807 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.206 
Quanto ao cálculo podemos observar que a análise vertical toma o ativo total como base 
100%, de modo que o ativo circulante representa 58% do total do ativo.
A análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras e para 
isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor base. No balanço, por exemplo, 
é comum determinar quanto por cento representa cada rubrica (e grupo de rubricas) em relação 
ao ativo total e na demonstração do resultado do exercício calcula-se o percentual de cada conta 
em relação às vendas líquidas ou receitas operacionais líquidas.
Exemplo:
Quadro 1 – Análise Vertical do Ativo em 20X1 da empresa Alfha
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.01 Ativo Circulante – AC 2.207 58,0 
1.01.01 Disponibilidades 859 22,6 
1.01.02 Créditos 583 15,4 
1.01.03 Estoques 587 15,4 
1.01.04 Outros 178 4,7 
1.02. Ativo Não Circulante 1.600 42,0 
1.02.01 Realizável a Longo Prazo – RLP 231 6,1 
1.02.02 Investimentos 16 0,4 
1.02.03 Imobilizado 1.254 32,9 
1.02.03 Intangível 99 2,6 
- 
2 Passivo Total - PT 3.807 100 
Fonte: Elaborado pelos autores.
 
AV = R U BRICA BASE 
 X 100 
EaD
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análise financeira
A partir do exemplo podemos identificar que o Ativo Circulante representa 58% do ativo 
total, com as disponibilidades representando 22,5%, os créditos 15,4%, os estoques também 
totalizam 15,4%

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