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SUMÁRIO
LIBRAS
A SURDEZ ..................................................................................... LIBR 07
CAUSAS DA SURDEZ ....................................................... LIBR 13
SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... LIBR 19
A IMPORTÂNCIA DA AUDIÇÃO PARA AQUISIÇÃO DA LÍNGUA 
ORAL ............................................................................................................... LIBR 21
A LINGUAGEM E SUA IMPORTÂNCIA ......................................... LIBR 27
SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... LIBR 33
LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS ................................ LIBR 35
APARATO LEGAL – A SURDEZ E A INCLUSÃO .......................... LIBR 41
SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... LIBR 47
A EDUCAÇÃO BÍLINGÜE PARA SURDOS .................................. LIBR 49
O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ................ LIBR 57
SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO .................................... LIBR 63
O ATENDIMENTO ESCOLAR PARA O ALUNO COM SURDEZ ..... LIBR 65
A ESCRITA DO SURDO ................................................................ LIBR 69
SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... LIBR 75
1.
2.
3.
4.
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6.
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10.
11.
12.
13.
14.
15.
REFERÊNCIA CRUZADA
Libras
APOSTILA INTERNET
ATIVIDADE ASSUNTO ATIVIDADE ASSUNTO
1 A SURDEZ 1 Vídeoaula 1
2 CAUSAS DA SURDEZ 2 Vídeoaula 2
3 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 3 Auto-avaliação
4
A IMPORTÂNCIA DA 
AUDIÇÃO PARA 
AQUISIÇÃO DA 
LÍNGUA ORAL
4 Vídeoaula 3
5 A LINGUAGEM E SUA IMPORTÂNCIA 5 Vídeoaula 4
6 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 6 Auto-avaliação
7 LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS 7 Vídeoaula 5
8 APARATO LEGAL - A SURDEZ E A INCLUSÃO 8 Vídeoaula 6
9 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 9 Auto-avaliação
10 A EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS 10 Vídeoaula 7
11
O ATENDIMENTO 
EDUCACIONAL 
 ESPECIALIZADO
11 Vídeoaula 8
12 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 12 Auto-avaliação
13
O ATENDIMENTO 
ESCOLAR PARA O 
ALUNO COM SURDEZ
13 Vídeoaula 9
14 A ESCRITA DO SURDO 14 Vídeoaula 10
15 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 15 Auto-avaliação
LIBR – 7
Libras
ATIVIDADE 1A SURDEZ
OBJETIVO
Contextualizar a disciplina no universo da educação.
TEXTO
Segundo dados do Mec e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), no censo de 2000, estima-se que haja no Brasil cerca de 520 mil surdos com até 17 
anos. Estamos, portanto, longe de considerarmos a surdez uma questão para ser relegada 
a segundo plano.
 Por ser a audição essencial para a aquisição da língua 
falada, podemos imaginar o quanto sua ausência traz de prejuízos 
para a pessoa com surdez.
 A surdez não é apenas a perda auditiva orgânica, física, 
mas está totalmente relacionada a questões sociais, pois somos 
constituídos por nossa história, nossas experiências e a ausência de 
uma língua afetam de forma significativa a leitura do mundo desde o 
relacionamento mãe/bebê. 
 Problemas psicológicos também permeiam todas as experiências durante a 
vida da pessoa com surdez, basta observarmos que a grande maioria das crianças surdas 
são filhas de pais ouvintes, o que nos leva a refletir que o fato de receber um diagnóstico de 
seu filho, leva a família a um período de aceitação e adaptação, que chamamos de período 
de “luto”, e que pode se prolongar até a conscientização e superação de muitos entraves, 
passando, então, para o período da “luta”, da busca de recursos necessários para a criança. 
Enquanto esse processo se desenvolve, normalmente a criança tem seus estímulos 
reduzidos ao invés de uma estimulação precoce, tão importante para a sua experiência e 
aprendizagem. O surdo necessita de muitos estímulos visuais e também táteis para melhor 
ler e compreender o mundo que o rodeia.
 A título de ilustração, observemos a fala de 
Sarah Elizabeth, mãe de uma criança surda, referenciada por 
Sacks (1998, p.81):
Ouvimos o diagnóstico da surdez profunda de 
nossa filha Charlotte quando ela estava com dez meses de vida. 
Durante esses três últimos três anos, vivenciamos uma série 
de emoções: descrença, pânico e ansiedade, raiva, depressão 
e tristeza e, finalmente, aceitação e apreciação. À medida que 
nosso pânico inicial se esvaiu, ficou claro que precisávamos usar 
uma língua de sinais com nossa filha enquanto ela era bem nova.
LIBR – 8
Libras
ATIVIDADE 1
 Começamos as aulas de língua de sinais estudando em casa o Inglês 
Exato em Sinais ( Signed Exact English, SEE), uma réplica precisa 
em sinais do inglês falado, que a nosso ver nos ajudaria a transmitir 
a nossa língua, literatura e cultura inglesa à nossa filha. Sendo pais 
ouvintes, sentíamos esmagados pela tarefa de aprender nós mesmos 
uma nova língua e simultaneamente ter de ensiná-la a Charlotte, por 
isso, a familiaridade com a sintaxe inglesa fazia com que essa língua 
de sinais nos parecesse acessível, (...) Queríamos desesperadamente 
acreditar que Charlotte era semelhante a nós.
 Depois de um ano, decidimos passar da rigidez do SEE para o 
Inglês em Sinais (Signed English), uma língua franca que mistura o 
vocabulário da Linguagem Americana de Sinais, que é mais visual-
mente descritiva, com a sintaxe do inglês, que é familiar (...) (mas) as 
complexas estruturas lineares do inglês falado não se traduzem para 
uma língua de sinais interessante, e por isso tivemos que reorientar o 
modo como pensávamos a fim de produzir sentenças visuais. Fomos 
iniciados nos aspectos mais vívidos e excitantes da língua de sinais: 
expressões idiomáticas, humor, mímica, sinais totalmente conceituais 
e expressão facial. (...) Agora estamos passando para a Linguagem 
Americana de Sinais, estudando-a com uma mulher surda que é usu-
ária nativa dessa linguagem, consegue comunicar-se por sinais sem 
hesitação e é capaz de codificar essa linguagem para nós, ouvintes. 
Estamos animados e estimulados com o processo de aprender uma 
linguagem engenhosa e sensível, que possui imensa beleza e imagina-
ção. É uma grande alegria perceber que a comunicação de sinais por 
Charlotte reflete padrões visuais de pensamento. Surpreendemo-nos 
pensando de modo diferente a respeito de objetos físicos, e de seu 
lugar e movimento, graças às expressões de Charlotte.
 Por mais que nos esforcemos e tentamos imaginar o que representa a 
surdez para uma pessoa nunca vamos conseguir, pois ocorre que já trazemos em nosso 
“arquivo” mental todos os registros sonoros, os quais temos tido contato desde nossa 
vida intra-uterina. Mesmo que fiquemos surdos neste exato momento, o que chamamos 
de surdez pós-lingüística, não será a mesma experiência de um surdo de nascença, 
pois a língua já está registrada e com ela todas as experiências sonoras que tivemos 
anteriormente.
 O que significa, então, para uma pessoa nunca ter tido possibilidade de ter 
acesso a uma língua falada? A pessoa com surdez pré-lingüística, isto é, surdez antes 
ATIVIDADE 1
LIBR – 9
Libras
de qualquer experiência em relação à língua falada, enfrenta barreiras muitas vezes 
intransponíveis.
 Ainda, de acordo com Sacks (1998, p.22):
 (...) nascer surdo é infinitamente mais grave do que nascer cego, 
pelo menos de forma potencial. Isso porque os que têm surdez pré-
linguística, incapazes de ouvir seus pais, correm o risco de ficar se-
riamente atrasados, quando não permanentemente deficientes, na 
compreensão da língua, ao menos que se tomem providências efica-
zes com toda a presteza. E ser deficiente na linguagem, para um ser 
humano, é uma das calamidades mais terríveis, porque é apenas pelo 
meio da língua que entramos plenamente em nosso estado e cultura 
humanos, que nos comunicamos livremente com nossossemelhantes, 
adquirimos e compartilhamos informações. Se não pudermos fazer 
isso, ficaremos incapacitados e isolados, de um modo bizarro – sejam 
quais forem nossos desejos, esforços e capacidades inatas. E, de 
fato, podemos ser tão pouco capazes de realizar nossas capacidades 
intelectuais que pareceremos deficientes mentais.
A audição é um dos sentidos mais importantes para a vida humana, pois ela 
abre o caminho para a linguagem oral. A pessoa surda perde parte da conecção com o 
mundo comunicativo, sofrendo prejuízos no seu desenvolvimento lingüístico.
 Em seus estudos, Vygotsky ressalta que a linguagem tem um papel 
essencial na organização das funções psicológicas superiores. A linguagem é o 
instrumento por excelência que nos faz agir, pensar e modificar nossas relações sociais.
 Na nossa realidade brasileira, são 
relativamente poucos os surdos que dominam 
razoavelmente a língua portuguesa, geralmente 
por terem tido acesso a recursos, equipamentos, 
metodologias, professores particulares, 
fonoaudiólogos, além do diagnóstico e estimulação 
precoces. A grande maioria dos surdos difere dessa 
parcela privilegiada, tendo um diagnóstico tardio 
e iniciando seu atendimento especializado com idade mais avançada, o que contribui 
para aumentar a dificuldade lingüística e seu desenvolvimento cognitivo, pois perderam 
o melhor momento do desenvolvimento “optimal”, de maior plasticidade das funções 
neuropsicolingüísticas. 
A surdez pode ser classificada como leve, moderada, severa ou profunda. 
Observe o quadro abaixo dos tipos de perda auditiva:
LIBR – 10
Libras
ATIVIDADE 1
- LIMITE NORMAL 0 A 25 DECIBÉIS
- PERDA LEVE 26 A 40 DECIBÉIS
- PERDA MODERADA 41 A 70 DECIBÉIS
- PERDA SEVERA 71 A 90 DECIBÉIS
- PERDA PROFUNDA ACIMA DE 90 DECIBÉIS
Uma pessoa com perda leve apresenta dificuldade em perceber todos os 
fonemas e não consegue ouvir vozes baixas ou distantes, porém ela adquirirá a língua oral 
normalmente.
Com uma perda moderada, a pessoa deixa de perceber a palavra, por ser, 
justamente, o limite da percepção desta, apresentando, normalmente, atraso de linguagem. 
Faz-se necessário intensificar a voz para que ela seja ouvida.
A pessoa com perda severa identificará apenas alguns ruídos, só 
percebendo a voz bem forte. Ela necessitará de muito apoio, clínico e educacional, para a 
aquisição da língua oral.
A perda auditiva profunda é a mais grave, por privar a pessoa, totalmente, das 
informações auditivas. Ela precisará de um atendimento especializado tanto na área clínica, 
como na educacional, o mais cedo possível para que possa amenizar suas dificuldades. 
As mais recentes pesquisas na área da surdez apontam que o mais importante para estes 
casos é a aquisição da língua de sinais, para garantir o livre intercurso de pensamento e 
linguagem interna.
A surdez, portanto, é um “Problema que Merece uma Atenção Especial”. 
Vejamos, então, o texto retirado do site www.boasaude.uol.com.br, desenvolvido pelo 
Copyright © 2000 e Health Latin America, o qual aborda o referido tema:
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 10% da popula-
ção mundial tem algum déficit auditivo. Já a chamada surdez severa 
incide em uma em cada mil pessoas nos países desenvolvidos e em 
quatro em cada mil pessoas nos países subdesenvolvidos. No Brasil, 
calcula-se que 15 milhões de homens e mulheres tenham algum tipo 
de perda auditiva e que 350 mil nada ouçam.
O ouvido é o órgão que capta esse som, transforma-o em estímulos 
elétricos e os envia ao nervo auditivo, para que cheguem ao cérebro. 
Ali, eles são decodificados como uma palavra, ou como uma canção. 
Quando esse precioso mecanismo apresenta falha, surgem as defi-
ciências auditivas, que podem ter vários graus e culminar na surdez 
total. O som é energia mecânica de vibração do ar.
ATIVIDADE 1
LIBR – 11
Libras
A surdez tem a sua classificação de acordo com a área do ouvido que 
apresenta a deficiência. Quando ela está relacionada a problemas do 
ouvido interno, cóclea, labirinto ou nervo auditivo (que transmite as 
informações geradas no ouvido até o cérebro), chama-se surdez neu-
rossensorial. Normalmente é de difícil tratamento e possui intensidades 
variadas. Muitas vezes é total. Podem surgir por causas congênitas e 
hereditárias, ou em razão de doenças sistêmicas, drogas tóxicas para 
o ouvido, trauma acústico sonoro e envelhecimento. O outro tipo é a 
surdez de condução do som do meio externo para o ouvido interno. 
Tudo o que obstrui a passagem do som, como “rolhas” de cera e as oti-
tes (inflamações do ouvido), causa essa surdez, além de problemas na 
membrana timpânica ou nos ossinhos do ouvido que ampliam o som. 
Podemos citar ainda nesse grupo a surdez transitória, que acontece 
quando se está gripado ou se desce a serra ou, ainda quando se viaja 
de avião. Felizmente, na maior parte dos casos, a surdez de condução 
pode ser revertida por meio de tratamentos clínicos ou cirúrgicos.
Caso a deficiência auditiva seja unilateral, causará poucos problemas, 
pois há a compensação do outro lado. Se atingir os dois ouvidos e, 
dependendo do grau, causará dificuldades sociais e de comunicação. 
No idoso, costuma gerar isolamento, o que pode levar à depressão e 
a problemas no trabalho e de relacionamento.
Na criança, se a deficiência aparece já nos primeiros anos de vida, 
poderá causar distúrbios ou atrasos na aquisição da linguagem, além 
de problemas no desenvolvimento intelectual e de aprendizado. A de-
tecção e a correção da doença devem ocorrer o quanto antes.
Importante ressaltarmos que o artigo acima trata a surdez de uma forma clínica.
REFERÊNCIAS 
CALOR provoca inflamação do ouvido. Revista Gente Ciente, Campinas, fev.2006. 
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução de Laura Teixeira 
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BRASIL. Cadernos da TV Escola. Deficiência auditiva. Brasília: MEC/SED, 2001. 
BRASIL. Libras em contexto: curso básico. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
JUNIOR, M.J.M. As origens sociais e políticas da noção de cultura surda na cidade do Rio de 
Janeiro. Espaço informativo técnico científico do INES, n. 21. Rio de Janeiro: INES, 2004.
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Libras
ATIVIDADE 1
ANOTAÇÕES
LIBR – 13
Libras
ATIVIDADE 2CAUSAS DA SURDEZ
OBJETIVO
Fundamentar as causas da surdez.
TEXTO
São várias as causas da surdez, sendo que elas podem ser congênitas ou 
adquiridas. 
Entre as causas congênitas existem as pré-natais e as perinatais. São 
causas pré-natais: a hereditariedade, a má formação do ouvido, infecções maternas 
(rubéola, sífilis, caxumba, toxoplasmose), desnutrição, drogas, medicamentos ototóxicos 
e radiações. As causas peri-natais podem ser: anoxia, traumatismo, prematuridade, 
incompatibilidade do fator RH (mãe x bebê), doença hemofílica do recém-nascido.
Já as causas adquiridas, pós-natais, estas podem ser: otite média, infecções 
viróticas (caxumba, sarampo, encefalite, meningite), tumores intracranianos, trauma 
acústico, medicamentos ototóxicos, presbiacusia, perfuração do tímpano, obstrução tubária 
e otosclerose.
(Perfuração do tímpano, obstrução tubária e tumores intracranianos)
As formas de prevenção são de suma importância, pois muitos tipos de 
surdez podem ser evitados. Mais uma vez recorramos às orientações do texto “Formas de 
Prevenção”, retirado do Copyright© 2000 e Health Latin America:
A prevenção é a palavra-chave, pois é possível prevenir alguns tipos 
de surdez, um exemplo: a rubéola é a doença contagiosa que ataca 
gestantes nos primeiros meses de gravidez e pode afetar seriamente o 
desenvolvimento normal do aparelho auditivo do feto e causar a surdez 
infantil. São instrumentos de prevenção:a vacina contra a rubéola em 
mulheres antes da gravidez; o tratamento de doenças como a sífilis, 
a toxoplasmose e o citomegalovírus; a imunização contra a meningite 
meningocócica; o tratamento adequado de otites na infância; e a pre-
LIBR – 14
Libras
ATIVIDADE 2
caução no uso de medicamentos potencialmente tóxicos para o ouvido. 
Infelizmente, poucos hospitais e maternidades hoje fazem exame de 
audição em recém-nascidos. Ele é importante porque, se a deficiência 
auditiva não for percebida a tempo, causará alterações no desenvolvi-
mento normal das vias auditivas cerebrais por falta de estimulação. Em 
casa e na escola, é importante observar o comportamento da criança. 
Atrasos no desenvolvimento da linguagem e da comunicação, alte-
rações de comportamento, dificuldade no aprendizado e isolamento 
são indícios que pedem exames. Nas empresas e indústrias, testes de 
audição periódicos e proteção de ouvido para empregados expostos 
a muito barulho ajudam a prevenir a surdez ocupacional, relacionada 
a ruídos em ambiente de trabalho. De modo geral deve-se evitar a 
exposição a ruídos que agridem o ouvido.
Os especialistas no assunto lembram que a surdez de condução pode 
ser tratada com medicamento ou cirurgia. Já a surdez neurossensorial 
dificilmente tem solução. Por isso, é necessário que se procure um 
especialista a qualquer sinal de perda de audição. Um diagnóstico 
precoce do problema pode impedir a progressão da surdez e, em 
casos raros, saná-la. Na presbiacusia (surdez do idoso), a perda de 
audição se deve ao desgaste provocado pelo envelhecimento. Nos 
casos em tratamento, a melhor opção para recuperar a audição é a 
prótese auditiva (aparelho de surdez). É fundamental ainda ressaltar 
a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do problema 
auditivo, na infância, como forma de evitar que crianças tenham seu 
desenvolvimento afetado pela surdez.
Podemos, assim, perceber a enorme importância da prevenção da surdez, 
como também do diagnóstico precoce para a atuação em cada caso de forma mais efetiva.
Vale lembrarmos que através de artigo recente veiculado pela revista Gente 
Ciente intitulado “Calor provoca inflamação do ouvido” temos a possibilidade de avaliarmos 
as conseqüências do calor para a nossa audição, tendo, também, acesso a orientações 
sobre os cuidados necessários para a conservação de uma boa saúde auditiva. Vejamos 
um trecho do artigo:
Com o aumento da temperatura, as praias e as piscinas são os locais 
prediletos para um banho refrescante. Nesses casos, o resultado pode ser o aumento das 
inflamações e infecções no ouvido, conhecidas como otite externa – um tipo de infecção 
que acomete o canal externo do órgão auditivo. Por ser quente, úmido e escuro, o canal 
pode facilmente inflamar-se ou infectar-se com fungos ou bactérias
LIBR – 15
Libras
ATIVIDADE 2
 
(...) Afeta tanto adultos como crianças e deve ser diferenciada da otite 
média aguda, que apresenta uma incidência maior nos meses de in-
verno e nas crianças (até os seis anos de vida).
Quando o ambiente está úmido e quente, o contato constante com 
a água (muitas vezes imprópria para o banho), pode modificar o re-
vestimento do canal auditivo externo gerando descamação e prurido 
(coceira). Como reação imediata, muitas pessoas costumam coçar 
o ouvido, e utilizam os mais variados objetos (cotonetes, tampas de 
caneta, agulhas de tricô, etc) o que pode causar sérios traumas no 
revestimento interno do ouvido. Estas microrrupturas na pele servem, 
então, como ótimas portas de entrada para microrganismos que po-
dem causar infecções locais ou infecções mais importantes atingindo 
áreas vizinhas (...)
(...) é preciso tomar muito cuidado com alguns tratamentos ou métodos 
caseiros: nunca pingue nada no ouvido. Algumas pessoas costumam 
utilizar álcool ou vinagre. Este tratamento pode causar desidratação da 
pele, predispondo a infecção (...) o ideal é que antes de praticar espor-
tes aquáticos, a pessoa procure um otorrinolaringologista para ver se 
está tudo correto com o ouvido. Depois da piscina e da praia, se ficar 
uma sensação de que existe água dentro do ouvido é um sinal de que 
algo não está bem. Tente secar o ouvido com um secador de cabelo, 
posicionado a uns 10 centímetros de distância da orelha, selecionando 
uma temperatura e um jato de ar moderado. Caso permaneça a sen-
sação de molhado e entupido, procure um otorrinolaringologista. Os 
sintomas mais comuns de otite externa são: dor de ouvido que piora 
quando a orelha é pressionada ou puxada; a coceira no canal externo, 
saída de secreção, inchaço e diminuição da audição. O tratamento 
inclui uma limpeza cuidadosa do canal auditivo externo, que deve ser 
LIBR – 16
Libras
ATIVIDADE 2
feita por um otorrinolaringologista. Habitualmente, são receitados me-
dicamentos tópicos e analgésicos.O s médicos não recomendam o uso 
de xampu, sabão e outros agentes que irritam o canal, ou de hastes de 
diferentes espécies para manipular o ouvido (com o uso de cotonetes). 
Também, durante o período de inflamação, não é recomendado pra-
ticar natação. Nunca pingue nada no ouvido sem o consentimento do 
seu otorrinolaringologista. 
Para prevenir a otite externa recorrente é preciso, em alguns casos, o 
uso de medicação, além de cuidados locais realizados em um consul-
tório. É recomendável também não nadar em águas poluídas.
Sempre que tiver dor de ouvido, procure um otorrinolaringologista, pois 
existem outras doenças que podem estar associadas à otite externa. Somente um 
especialista poderá orientá-lo.
 Como pudemos ver, essas orientações são esclarecedoras e nos 
conscientizam quanto aos problemas que podem afetar o nosso órgão da audição, 
ocasionando, muitas vezes, sérios comprometimentos. 
O OUVIDO - O ÓRGÃO DA AUDIÇÃO
O ouvido é o órgão responsável pela captação dos sons e, 
conseqüentemente, pela aprendizagem da língua falada e esta se torna seriamente 
comprometida na pessoa com surdez por não acontecer de forma natural. Por isso que a 
surdez é vista como a perda que mais aliena o indivíduo, pois ela está diretamente ligada à 
comunicação. O ouvido humano está dividido em três partes: ouvido externo, ouvido médio e 
ouvido interno.
O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular (orelha), e pelo canal 
auditivo. O ouvido médio é constituído pela membrana timpânica e pelo martelo, bigorna e 
estribo, que são três ossículos minúsculos. É no ouvido interno que se encontra a cóclea, a 
parte mais importante do ouvido, por ser a responsável pela percepção auditiva, e os canais 
semicirculares.
 
 
 
 (Ouvido externo, médio e interno)
LIBR – 17
Libras
ATIVIDADE 2
FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO
O som chega até nosso ouvido através de ondas sendo captadas pelo 
pavilhão auditivo e seguindo pelo canal auditivo. Quando ele chega ao ouvido médio, 
passa então a ter um movimento mecânico, fazendo a membrana timpânica vibrar, e esta 
por sua vez movimenta o martelo, a bigorna e o estribo. A partir daí, o estribo empurra a 
janela oval, sai pela membrana da janela circular pondo em movimento o fluído que fica no 
ouvido interno, passando então a ser uma mensagem elétrica. No labirinto membranoso, as 
terminações pilosas auditivas mandam a mensagem ao cérebro onde as vibrações serão 
identificadas e ouvidas.
É interessante percebermos a delicadeza e perfeição de todo esse processo, 
para que possamos reconhecer e distinguir cada som que identificamos.
Vejamos a descrição desta fisiologia retirada da enciclopédia wikipédia:
O ouvido ou orelha humana normal pode distinguir cerca de 400.000 sons 
diferentes, alguns fracos o suficiente para mover a membrana timpânica 
tão pouco quanto um décimo da molécula de hidrogênio. O ouvido hu-
mano registra sonsque vão desde 20 Hz (Hertz) até 20.000 Hz.
Um exemplo dessa propriedade é que uma pessoa pode ouvir desde o 
som de um mosquito numa tarde silenciosa de verão ou de um avião a 
jacto que aparece a voar no céu. Aqui estão dois sons diferentes tanto 
em intensidade como em características, que o sentido da audição 
humano pode reconhecer e rotular.
A audição funciona da seguinte maneira: o som propaga-se produzindo 
ondas sonoras que se deslocam até atingir a orelha. O mecanismo 
da audição transforma estas ondas em sinais elétricos que transmite 
como mensagens, através do nervo auditivo para o nosso cérebro que 
as interpreta.
O aparelho auditivo humano é dividido em três partes cada uma com 
suas funções próprias sendo as três indispensáveis para o bom fun-
cionamento da audição: ouvido externo ou orelha, ouvido médio e 
ouvido interno.
REFERÊNCIAS
CALOR provoca inflamação do ouvido. Revista Gente Ciente, Campinas, fev.2006. 
LIBR – 18
Libras
ATIVIDADE 2
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução de Laura Teixeira 
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BRASIL. Cadernos da TV Escola. Deficiência auditiva. Brasília: MEC/SED, 2001. 
BRASIL. Libras em contexto: curso básico. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
JUNIOR, M.J.M. As origens sociais e políticas da noção de cultura surda na cidade do Rio de 
Janeiro. Espaço informativo técnico científico do INES, n. 21. Rio de Janeiro: INES, 2004.
ANOTAÇÕES
LIBR – 19
Libras
ATIVIDADE 3SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO
TEXTO
Nesta primeira matéria faremos uma rápida reflexão sobre o real significado 
da surdez para uma pessoa, com suas devidas conseqüências.
O Brasil apresenta um alto índice de pessoas com surdez ou com algum tipo 
de perda auditiva, o que nos leva a refletir sobre a necessidade da garantia ao respeito de 
seus direitos para que possam exercer com dignidade sua cidadania.
Para que a língua oral seja desenvolvida de forma satisfatória, é necessário 
que tenhamos a audição preservada e em bom estado. E é essa língua oral que dará todo 
embasamento para a língua na modalidade escrita.
Podemos deduzir, então, toda a problemática que a surdez acarretará ao 
indivíduo, principalmente em se tratando de uma surdez pré-lingüística.
Se a criança não for estimulada, o quanto antes, poderá ter sérios 
comprometimentos, pois por ser a linguagem essencial para o nosso desenvolvimento 
como seres humanos, sua deficiência a afastará de toda a comunicação, acesso a 
informações, troca de experiências, enfim, do estado de cultura do homem.
Não é apenas a questão da fala, propriamente dita, que envolve a pessoa surda, 
pois várias outras áreas como a emocional, psicológica, social e cognitiva poderão sofrer 
comprometimentos, se não tivermos um diagnóstico precoce para uma estimulação correta.
Dependendo da perda auditiva, a qual é medida em decibéis, ela poderá ser 
classificada em leve, moderada, severa e profunda e, para cada uma delas, devemos atuar 
na estimulação de forma diferenciada.
CAUSAS DA SURDEZ
As causas da surdez podem ser congênitas (pré-natais ou perinatais) ou 
adquiridas (pós-natais).
Entre as causas pré-natais a da maior incidência é a rubéola materna. Já nas 
causas adquiridas, a maior “vilã” é a meningite.
A prevenção é indispensável, pois muitos tipos de surdez podem ser evitados.
O diagnóstico precoce também é de suma importância, para que a criança 
possa ser atendida o mais rápido possível.
O ouvido está divido em três partes: ouvido externo (pavilhão auditivo e canal 
auditivo), ouvido médio (membrana timpânica, martelo, bigorna e estribo) e ouvido interno 
(cóclea e canais semicirculares).
Através da propagação do som, que produz ondas sonoras, ele chega até o 
pavilhão auditivo fazendo em seguida a membrana timpânica vibrar levando os ossículos 
a se movimentarem (de forma mecânica) e, em seguida, na janela oval, já em contato com 
o liquido, o estímulo passa a ser elétrico, levando a mensagem ao nervo auditivo, o qual 
encaminhará até a área específica do cérebro responsável pela decodificação de cada som. 
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Libras
ATIVIDADE 3
ANOTAÇÕES
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ATIVIDADE 4
OBJETIVO
Compreender as relações existentes entre a audição e a linguagem oral.
TEXTO
Para que uma criança desenvolva 
de modo satisfatório a língua oral, é necessário que 
a sua audição esteja em bom estado. Qualquer 
comprometimento auditivo irá afetar de modo significativo 
seu desenvolvimento total, tanto no aspecto da fala, 
propriamente dito, como também nos aspectos 
psicológicos e sociais.
Imaginem, por exemplo, um bebê o qual a 
mãe ainda não saiba de sua surdez e que é deixado em um quarto escuro para adormecer. 
Com certeza esse bebê entrará em desespero, pois todo seu referencial é visual e ele 
poderá desenvolver sentimentos de abandono. Se esse fato ocorrer com freqüência 
poderá acarretar desequilíbrios emocionais. Enquanto a mãe não tem conhecimento das 
necessidades do filho surdo, ele não será tratado adequadamente, o que poderá ocasionar 
uma distância entre a comunicação de ambos, dificultando a integração de experiências. 
Mais uma vez podemos perceber a importância de um diagnóstico precoce.
Assim que for diagnosticada a surdez, 
precisamos garantir o domínio de uma língua para 
proporcionar bases sólidas ao desenvolvimento cognitivo da 
criança. Futuramente, a aquisição do conteúdo escolar será a 
conseqüência desse processo e não a principal finalidade.
Para que o desenvolvimento cognitivo de 
uma criança ocorra da melhor forma possível, é de suma 
importância que haja uma linguagem com a qual ela poderá 
mediar suas interações.
Precisamos oferecer suporte imediato nos 
primeiros anos de vida. As crianças surdas que têm oportunidade de aprender a língua 
de sinais, desde cedo, além de conseguirem construir uma linguagem mais elaborada, se 
mostram mais atentas, receptivas e emocionalmente mais equilibradas.
Vejamos o que nos diz o seguinte trecho de Oliver Sacks:
A mãe, ao que me parece, detém um poder tremendo: comunicar-se 
apropriadamente com o filho ou não; introduzir perguntas que induzam 
à investigação, do tipo “Como?” “Por quê?” e “E se?” ou substituí-las 
por um monólogo indiferente composto de “ O que é isso?” e “ Faça 
A IMPORTÂNCIA DA AUDIÇÃO PARA AQUISIÇÃO DA 
LÍNGUA ORAL
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Libras
ATIVIDADE 4
isso.; transmitir um senso de lógica e causalidade ou deixar tudo ao ní-
vel obtuso do inexplicável; introduzir um vívido senso de lugar ou tempo 
ou referir-se apenas ao aqui e agora; introduzir uma “ reflexão genera-
lizada sobre a realidade”, um mundo conceitual que dará coerência e 
significado à vida e instigará a mente e as emoções da criança, ou dei-
xar tudo no nível do não-generalizado, do não-questionado algo quase 
abaixo do nível perceptivo do animal. As crianças, ao que parece, não 
podem escolher o mundo em que desejam viver – nem o mundo físico 
nem o mundo mental e emocional; dependem, no princípio, do que 
lhes apresentar a mãe. Não é só a língua que deve ser introduzida, 
mas também o pensamento. Caso contrário, a criança permanecerá 
inapelavelmente presa a um mundo concreto e perceptivo (...)
 Os artigos abaixo, retirados, respectivamente, dos sites www.bradex.com.br 
e www.fonoaudiologos.net, vêm oferecer-nos mais informações a respeito da importância 
da audição para a aquisição da língua oral.
A audição é considerada um dos sentidos essenciais ao desenvol-
vimento global do ser humano, principalmente quanto aos aspectos 
lingüísticos e psicossociais. Inclusive, esta habilidade em ouvir já se 
inicia nos últimos meses de vida uterina. Os primeiros anos de vida da 
criança são considerados períodos críticos, pois propiciam, devido ao 
processo de maturação das vias auditivas centrais, o desenvolvimento 
da linguagem orale das habilidades auditivas. 
Pensando justamente na estreita relação que a audição e a linguagem 
oral possuem e também no quanto à linguagem oral é parte integrante 
em todos os momentos da nossa vida diária, e que tal habilidade so-
mente se desenvolverá se o sistema auditivo como um todo possuir 
completa integridade tanto a nível periférico como central, é de suma 
importância que o diagnóstico precoce da deficiência auditiva, assim 
como a intervenção fonoaudiológica seja enfatizada. 
Uma perda de audição pode ser considerada como qualquer diminui-
ção na capacidade de ouvir e/ou detectar um som de fala ou ambiental, 
sendo que esta independe da causa, tipo ou grau. Pode ser causada 
em diferentes momentos da vida do indivíduo, ou seja, durante a 
gestação ou parto e após o nascimento. No entanto, quanto antes for 
diagnosticada, menos danos serão causados ao desenvolvimento da 
fala, social, escolar e psicológico da criança. 
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ATIVIDADE 4
A ocorrência da perda auditiva é muito mais comum do que aparenta. 
Segundo pesquisa realizada por White, Vohr e Behrens (1993) há uma 
prevalência de 5,95 crianças com perda de audição neurossensorial e 
20 com perda condutiva para cada 1000 neonatos nascidos vivos. 
A observação, pelos pais e/ou profissionais, de alguns aspectos refe-
rentes à função auditiva podem colaborar propiciando um diagnóstico 
precoce, mas para que isso seja realmente possível, é importante que 
os pais saibam como seus filhos podem, de acordo com a sua faixa 
etária, responder ou comportar-se aos estímulos sonoros, e quais sons 
são mais fáceis de serem notados por apresentarem uma intensidade 
mais elevada ou uma freqüência específica. 
Mediante o diagnóstico da deficiência auditiva é fundamental que 
esta criança inicie um trabalho terapêutico com um fonoaudiólogo a 
fim de que este profissional possa trabalhar as habilidades auditivas 
otimizando a sua audição residual através do uso de um aparelho 
de amplificação sonora, enfatizando para os pais a importância que 
possuem neste processo de reabilitação e também o quanto às vi-
vências proporcionadas a esta criança facilitarão todo o trabalho a ser 
desenvolvido. 
A utilização do aparelho auditivo irá possibilitar o desenvolvimento e 
aquisição da linguagem oral de forma funcional à vida em sociedade, 
já que irá melhorar os sons ouvidos pela criança tanto pela qualidade 
quanto pela quantidade, principalmente dos sons da fala, deixando-os 
o mais próximo possível do espectro da fala.
 Vejamos, agora, o que nos diz o segundo texto, escrito por Suelen Sabrina 
Teixeira Martins:
A audição é um dos sentidos mais importantes para a vida humana. É a 
chave para a linguagem oral e uma forma de sentir o mundo. Podemos 
perceber que sem ela, o indivíduo perde parte do mundo real, podendo 
ter problemas emocionais e sociais.
Qualquer indivíduo que não é exposto à estimulação auditiva nos 
primeiros anos de vida apresentará uma defasagem em seu desen-
volvimento lingüístico. A prevenção da perda auditiva é uma forma de 
proteger e impedir que o indivíduo sofra as conseqüências da falta de 
estimulação auditiva sobre a função da linguagem.
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Libras
ATIVIDADE 4
Os primeiros anos de vida têm sido considerados como o período crí-
tico para o desenvolvimento das habilidades auditivas e da linguagem. 
Esse é o período de maior plasticidade neuronal da via auditiva, ou 
seja, quando a audição mais se desenvolve. Nesse período, o siste-
ma nervoso auditivo central pode ser modificado de maneira positiva 
ou negativa, dependendo da quantidade e qualidade dos estímulos 
sonoros captados.
O diagnóstico audiológico realizado durante o primeiro ano de vida 
possibilita a intervenção médica e/ou fonoaudiológica, ainda nesse 
período crítico, permitindo um prognóstico mais favorável em relação 
ao desenvolvimento global da criança.
Em 1994, o Comitê Americano sobre Perdas Auditivas (Joint Com-
miteeon Infant Hearing) elaborou uma lista de fatores de risco para a 
deficiência auditiva para bebês, entre eles:
• antecedentes familiares de perda auditiva hereditária;
• consangüinidade materna;
• infecções congênitas (rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes e 
toxoplasmose);
• peso de nascimento inferior a 1.500g;
• hiperbilirrubinemia;
• medicação ototóxica (aminoglicosídios, associação com diuréticos, 
agentes quimioterápicos);
• meningite bacteriana;
• ventilação mecânica e permanência na incubadora por mais de 
sete dias;
• alcoolismo materno ou uso de drogas psicotrópicas na gestação, 
entre outros.
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ATIVIDADE 4
As crianças consideradas de risco para a deficiência auditiva devem 
ser submetidas a uma avaliação auditiva denominada Exame da Ore-
lhinha. Este exame ainda não é oferecido pelo SUS, sendo realizado 
apenas em clínicas particulares. Mas dada à importância dele, já existe 
um projeto de lei onde solicita que ele se torne obrigatório assim como 
o Exame do Pezinho.
No Brasil, a deficiência auditiva tem sido detectada muito tardiamente, 
impedindo uma melhor qualidade de vida para a criança com defici-
ência auditiva. É necessária uma maior conscientização por parte dos 
profissionais, que entram em contato primeiramente com o recém-
nascido, para que eles possam auxiliar na detecção precoce da defi-
ciência auditiva, fazendo a identificação dos bebês de alto risco. Além 
disso, o fonoaudiólogo é o profissional capacitado e habilitado dentro 
dessa área, para poder ajudar essa criança no processo de aquisição 
de linguagem.
Cada vez se torna mais evidente a importância do diagnóstico precoce para 
a intervenção, o mais cedo possível, para que comprometimentos possam ser amenizados 
ou até mesmo evitados, conforme o caso.
REFERÊNCIAS 
CALOR provoca inflamação do ouvido. Revista Gente Ciente, Campinas, fev.2006. 
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução de Laura Teixeira 
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BRASIL. Cadernos da TV Escola. Deficiência auditiva. Brasília: MEC/SED, 2001. 
BRASIL. Libras em contexto: curso básico. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
JUNIOR, M.J.M. As origens sociais e políticas da noção de cultura surda na cidade do Rio de 
Janeiro. Espaço informativo técnico científico do INES, n. 21. Rio de Janeiro: INES, 2004.
ANOTAÇÕES
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Libras
ATIVIDADE 4
ANOTAÇÕES
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Libras
ATIVIDADE 5
OBJETIVO
Estudar sobre a comunicação entre os indivíduos.
TEXTO
Segundo Piaget, “a linguagem é um sistema 
para representar a realidade tornando possível a comunicação 
entre os indivíduos, a transmissão de informações e a troca de 
experiências”.
A linguagem tem função fundamental na vida 
de qualquer pessoa. É ela que nos constitui como sujeitos, 
como seres humanos capazes de interagirmos com o meio. 
É através dela que nos tornamos sujeitos participantes do 
mundo, podendo interagir e desenvolver social, emocional, 
cognitivamente e é a palavra que dá forma à atividade mental, 
nos motivando e levando a raciocinar, a abstrair, a discutir, 
enfim, a expressar nossas idéias.
As relações sociais são mediadas pela linguagem, a educação é mediada 
pela linguagem e para termos acesso à língua escrita, precisamos ter certo domínio da 
língua falada. Partindo deste pressuposto podemos entender por que, muitas vezes, o surdo 
se torna alienado no mundo, pois privado da linguagem ele sofrerá inúmeras perdas.
A criança ouvinte desenvolve e adquire 
a língua desde a mais tenra idade, pois está 
constantemente exposta a ela, tendo o canal 
receptivo, o ouvido, preservado aprende e interage 
com os pais e pessoas com as quais convive, 
de um modo natural. Desde muito cedo o bebê 
ouvinte começa a brincar com os sons que produz 
no balbucio e por ter retorno auditivo ele sente 
prazer nesta “brincadeira”,que já é um treino para 
o desenvolvimento da futura fala. Já o bebê surdo vai perdendo a interação, a conversa com 
a mãe do dia-a-dia e por não possuir retorno auditivo, apesar de iniciar a fase do balbucio, 
ele a interrompe precocemente por falta de estímulos.
Para que se estabeleça uma comunicação com o bebê surdo e faça com 
que ela flua naturalmente é necessário fazermos uso de outros estímulos que envolvam o 
campo visual, por ser a visão o seu canal receptor.
Várias pesquisas comprovam que a melhor maneira de favorecer esta 
A LINGUAGEM E SUA IMPORTÂNCIA
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ATIVIDADE 5
comunicação, o desenvolvimento da linguagem e aquisição de uma língua é através da 
língua brasileira de sinais (LIBRAS), o mais cedo possível, por ser a maneira de mais fácil 
assimilação e mais acessível ao surdo.
É importante que a criança surda seja exposta em um ambiente lingüístico 
informal, em língua de sinais, para que ative mecanismos lingüísticos, os quais favorecerão 
na formação de sua consciência através da interação, onde seus questionamentos 
e suposições possam ser esclarecidos para a construção e estruturação de seus 
pensamentos.
É interessante observarmos que a criança ouvinte, quando chega à 
idade escolar, já é possuidora do conhecimento e manejo da língua oral, sendo apenas 
necessário envolvê-la no processo de decodificação da língua escrita e do letramento. Por 
outro lado, na nossa realidade, na maioria das vezes, o aluno surdo chega à idade escolar 
sem conhecer e utilizar língua alguma, nem a língua falada, nem a língua de sinais. Vejamos 
o que nos diz Sacks sobre esse assunto.
A língua deve ser introduzida e adquirida o mais cedo possível, senão 
seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e prejudi-
cado, com todos os problemas ligados à capacidade de “proposicionar” 
mencionados por Hughlings-Jackson. No caso dos profundamente 
surdos, isso só pode ser feito por meio da língua de sinais. Portanto, 
a surdez deve ser diagnosticada o mais cedo possível. As crianças 
surdas precisam ser postas em contato primeiro com pessoas fluentes 
na língua de sinais, sejam seus pais, professores ou outros. Assim 
que a comunicação por sinais for aprendida – e ela pode ser fluente 
aos três anos de idade -, tudo então pode decorrer: livre intercurso de 
pensamento, livre fluxo de informações, aprendizado da leitura e escrita 
e, talvez, da fala. Não há indícios de que o uso de uma língua de sinais 
iniba a aquisição da fala. De fato, provavelmente ocorra o inverso.
 Refletindo sobre essa realidade não é difícil percebermos a defasagem 
que acompanha o nosso aluno com surdez. Cabe a nós a responsabilidade de oferecer 
orientações às famílias no sentido de esclarecer a importância da comunicação nos 
primeiros anos de vida.
Fazendo uso das palavras de Sacks (1998) “um ser humano não é desprovido 
de mente ou mentalmente deficiente sem uma língua, porém está gravemente restrito no 
alcance de seus pensamentos, confinado, de fato, a um mundo imediato, pequeno”.
 Reflitamos sobre o texto abaixo (BRASIL, 1997), que aborda questões 
relacionadas à linguagem e à surdez.
A linguagem permite ao homem estruturar seu pensamento, traduzir 
o que sente, registrar o que conhece e comunicar-se com outros ho-
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Libras
ATIVIDADE 5
mens. Ela marca o ingresso do homem na cultura, construindo-o como 
sujeito capaz de produzir transformações nunca antes imaginadas. 
Apesar da evidente importância do raciocínio lógico-matemático e dos 
sistemas de símbolos, a linguagem, tanto na forma verbal, como em 
outras maneiras de comunicação, permanece como meio ideal para 
transmitir conceitos e sentimentos, além de fornecer elementos para 
lançar, explicar e expandir novas aquisições de conhecimento. 
A linguagem, prova clara da inteligência do homem, tem sido objeto 
de pesquisa e discussões. Ela tem sido “um campo fértil” para estudos 
referentes à aptidão lingüística, tendo em vista a discussão sobre falhas 
decorrentes de danos cerebrais ou de distúrbios sensoriais, como a 
surdez. 
Com os estudos do lingüista Chomsky (1994), obteve-se um melhor 
entendimento acerca da linguagem e do seu funcionamento. Suas 
considerações partem do fato de que é muito difícil explicar como a 
linguagem pode ser adquirida de forma tão rápida e tão precisa, apesar 
das impurezas nas amostras de fala que a criança ouve. Chomsky, 
junto com outros estudiosos, admite, ainda, que as crianças não seriam 
capazes de aprender a linguagem, caso não fizessem determinadas 
suposições iniciais sobre como o código deve ou não operar. E acres-
centa que tais suposições estariam embutidas no próprio sistema 
nervoso humano. 
A palavra tem uma importância excepcional no sentido de dar forma 
à atividade mental e é fator fundamental de formação da consciência. 
Ela é capaz de assegurar o processo de abstração e generalização, 
além de ser veículo de transmissão do saber. 
Os indivíduos “normais” parecem utilizar, em sua linguagem, os dois 
processos: o verbal e o não verbal. A surdez congênita e pré-verbal 
pode bloquear o desenvolvimento da linguagem verbal, mas não im-
pede o desenvolvimento dos processos não-verbais. 
A fase de zero a cinco anos de idade é decisiva para a formação psíqui-
ca do ser humano, uma vez que ocorre o ativamento das estruturas ina-
tas genético-constitucionais da personalidade, e a falta do intercâmbio 
auditivo-verbal traz para o surdo prejuízos ao seu desenvolvimento. 
LIBR – 30
Libras
ATIVIDADE 5
 A teoria sobre a base biológica da linguagem admite a existência de 
um substrato neuroanatômico, no cérebro, para o sistema da lingua-
gem, portanto todos os indivíduos nascem com predisposição para 
a aquisição da fala. Nesse caso, o que se deduz é a existência de 
uma estrutura lingüística latente responsável pelos traços gerais da 
gramática universal (universais lingüísticos). A exposição a um am-
biente lingüístico é necessária para ativar a estrutura latente e para 
que a pessoa possa sintetizar e recriar os mecanismos lingüísticos. 
As crianças são capazes de deduzir as regras gerais e regularizar os 
mecanismos de uma conjugação verbal, por exemplo. Dessa forma, 
utilizam as formas “eu fazi”, “eu di” enquadrando-os nas desinências 
dos verbos regulares - eu corri, eu comi. 
As crianças “ditas normais” e também um grande número de crianças 
“com necessidades especiais” aprendem a língua de uma forma se-
melhante e num mesmo espaço de tempo. No entanto, não se podem 
esquecer as diferenças individuais. Essas são encontradas nos tipos 
de palavras que as crianças pronunciam primeiro. Algumas emitem 
nomes de coisas, enquanto outras, evitando substantivos, preferem 
exclamações. Outras, ainda, expressam automaticamente os elemen-
tos emitidos pelos mais velhos. 
Há crianças, no entanto, que apresentam dificuldades na aquisição da 
linguagem. Às vezes, a dificuldade aparece, principalmente, no que se 
refere à percepção e à discriminação auditiva, o que traz transtornos 
à compreensão da linguagem. Outras vezes, a dificuldade é relativa à 
articulação e à emissão da voz, o que produz transtornos na emissão 
da linguagem. Tudo isso pode ou não ter relação com a surdez, visto 
que muitas crianças que apresentam dificuldades lingüísticas não têm 
audição prejudicada. Por exemplo: a capacidade de processar rapida-
mente mensagens lingüísticas - um pré-requisito para o entendimento 
da fala - parece depender do lóbulo temporal esquerdo do cérebro. Da-
nos a essa zona neural ou seu desenvolvimento “anormal” geralmente 
são suficientes para produzir problemas de linguagem. 
Segundo Luria (1986), os processos de desenvolvimento do pensa-
mento e da linguagem incluem o conjunto de interações entre a criança 
e o ambiente, podendo os fatores externos afetar esses processos, 
positiva ou negativamente. Torna-se,pois, necessário desenvolver 
alternativas que possibilitem às crianças “com necessidades especiais” 
LIBR – 31
Libras
ATIVIDADE 5
meios de comunicação que as habilitem a desenvolver o seu potencial 
lingüístico. Pessoas surdas podem adquirir linguagem comprovando 
assim seu potencial lingüístico. 
Já está comprovado cientificamente que o ser humano possui dois 
sistemas para a produção e reconhecimento da linguagem: o sistema 
sensorial que faz uso da anatomia visual/auditiva e vocal (línguas orais) 
e o sistema motor que faz uso da anatomia visual e da anatomia da 
mão e do braço (língua de sinais). Essa é considerada a língua natural 
dos surdos, emitida através de gestos e com estrutura sintática própria. 
Na aquisição da linguagem, as pessoas surdas utilizam o segundo sis-
tema porque apresentam o primeiro sistema seriamente prejudicado. 
Várias pesquisas já comprovaram que crianças surdas procuram criar e 
desenvolver alguma forma de linguagem, mesmo não sendo expostas 
a nenhuma língua de sinais. Essas crianças desenvolvem espontanea-
mente um sistema de gesticulação manual que tem semelhança com 
outros sistemas desenvolvidos por outros surdos que nunca tiveram 
contato entre si e com as línguas de sinais já conhecidas. Existem 
estudos que demonstram as características morfológicas. 
A capacidade de comunicação lingüística apresenta-se como um dos 
principais responsáveis pelo processo de desenvolvimento da criança 
surda em toda a sua potencialidade, para que possa desempenhar seu 
papel social e integrar-se verdadeiramente na sociedade. 
Entre os grandes desafios para pesquisadores e professores de sur-
dos situa-se o de explicar e superar as muitas dificuldades que esses 
alunos apresentam no aprendizado e uso de línguas orais como é o 
caso da Língua Portuguesa. Sabe-se que, quanto mais cedo tenha sido 
privado de audição e quanto mais profundo for o comprometimento, 
maiores serão aquelas dificuldades. No que se refere à Língua Por-
tuguesa, segundo Fernandes (1990), a grande maioria das pessoas 
surdas já escolarizada continua demonstrando dificuldades tanto 
nos níveis fonológico e morfossintático, como nos níveis semântico e 
pragmático. 
É de fundamental importância que os efeitos da língua oral portu-
guesa sobre a cognição não sejam supervalorizados em relação ao 
desempenho do portador de surdez, dificultando sua aprendizagem e 
diminuindo suas chances de integração plena. Faz-se necessário, por 
LIBR – 32
Libras
ATIVIDADE 5
conseguinte, a utilização de alternativas de comunicação que possam 
propiciar um melhor intercâmbio, em todas as áreas, entre surdos e 
ouvintes. Essas alternativas devem basear-se na substituição da au-
dição por outros canais, destacando-se a visão, o tato e movimento, 
além do aproveitamento dos restos auditivos existentes. 
Face ao exposto, pode-se concluir que o portador de surdez tem as 
mesmas possibilidades de desenvolvimento que a pessoa ouvinte, pre-
cisando, somente, que tenha suas necessidades especiais supridas, 
visto que o natural do homem é a linguagem. 
REFERÊNCIAS
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução de Laura Teixeira 
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BRASIL. A linguagem e a surdez, n. 4, vol. II, p. 279-282. Brasília:MEC/SEESP, 1997. (Série 
Atualidades Pedagógicas).
BRASIL. Cadernos da TV Escola. Deficiência auditiva. Brasília: MEC/SED, 2001.
BRASIL. Libras em contexto: curso básico. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
QUADROS, R. M. de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1997.
ANOTAÇÕES
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ATIVIDADE 6SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO
TEXTO
Como já analisamos na matéria anterior, a audição é indispensável para o 
desenvolvimento global da criança. 
A falta de um diagnóstico precoce de surdez, além de contribuir para o atraso 
do desenvolvimento da criança, dificulta o relacionamento mãe-bebê.
A garantia de acesso a uma língua, no caso a de sinais, é direito de toda 
criança surda para que ela possa desenvolver-se cognitivamente, interagindo com o outro. 
No caso do bebê surdo, a melhor opção para o desenvolvimento da 
linguagem interna é o contato precoce com a língua de sinais. Bebês que têm tido acesso 
a ela têm se demonstrado mais atentos, receptivos e equilibrados. O grande agravante é 
que a maioria dos bebês surdos vêm de lares de pais ouvintes. Então, é essencial que se 
ofereça o contato com um adulto surdo, que poderá oferecer-lhe, de modo natural, o acesso 
à língua de sinais. 
Por ser a mãe, regularmente, a pessoa de maior contato com o bebê, 
portanto, detentora de grande poder comunicativo, é essencial que ela seja bem orientada 
para melhor estimulá-lo lingüisticamente.
Os primeiros anos de vida é o melhor período para o desenvolvimento do 
processo de maturação das vias auditivas centrais, para o desenvolvimento da linguagem 
oral e habilidades auditivas. Portanto, a mãe precisa estar bem conscientizada das 
necessidades do seu filho.
A LINGUAGEM E SUA IMPORTÂNCIA
A comunicação entre indivíduos, a transmissão de informações e a troca de 
experiência são algumas das funções da linguagem mencionadas por Piaget.
Por nos constituir como seres humanos capazes de interagir com o meio, a 
linguagem é fundamental para a vida do ser humano. 
É a palavra que vai dar forma a atividade mental fazendo com que, através 
da interação com o outro e com o meio possamos pensar, refletir, ponderar, imaginar, 
raciocinar, abstrair e criar.
Precisamos oportunizar aos surdos, o acesso a todas essas funções, 
oferecendo-lhes precocemente a língua de sinais, a qual lhes dará o acesso ao 
desenvolvimento das atividades mentais.
Para ativar seus mecanismos lingüísticos é de suma importância que a 
criança surda seja exposta a ambiente lingüístico informal e, conseqüentemente, após a 
aquisição da língua de sinais, tudo poderá decorrer de modo natural. 
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ATIVIDADE 6
ANOTAÇÕES
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ATIVIDADE 7LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
OBJETIVO
Apresentação e contato com a língua de sinais.
TEXTO
A Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS foi adotada por votação em 1993 na 
Federação Nacional de Educação e Integração do Surdo (FENEIS).
Trata-se de uma língua gesto-visual por ser emitida através de “gestos” no 
espaço e recebida, captada através do órgão visual, os olhos.
É uma língua natural, pois surgiu e se desenvolveu naturalmente entre surdos 
brasileiros e por possuir toda complexidade de qualquer outra língua falada, cumprindo com 
o mesmo objetivo, que é o de transmitir um pensamento e desenvolver a comunicação, ela 
é viva e autônoma. Através da utilização da língua de sinais os seus usuários podem discutir 
qualquer assunto. 
Desde a década de 60, a linguagem Libras vem sendo estudada e 
pesquisada por lingüistas que tem comprovado que ela possui todos os elementos 
classificatórios de que uma língua necessita, tais como 
gramática, semântica, sintaxe entre outros, recebendo, 
assim, o status de língua e não apenas um mero 
conjunto de gestos.
Ao contrário do que muitos pensam, a 
Libras expressa tanto idéias concretas quanto abstratas 
e é ela que melhor satisfaz as necessidades de seus 
usuários. 
As línguas de sinais não são universais, 
isto é, não são a mesma no mundo todo. Justamente por ser natural e não uma língua 
“criada”, o que a levaria à extinção, ela possui características próprias da comunidade e 
cultura onde o grupo está imerso. Há diferenças dentro do próprio país, que podemos 
considerar como sotaques ou regionalismos. No Brasil, além de Libras, há um grupo 
indígena, Tupi-Kaapor, na Amazônia, que faz uso de uma outra língua de sinais, desde 
a década de 80, por ter na época uma incidência de surdez de 2% da totalidade de sua 
população. 
LIBR – 36Libras
ATIVIDADE 7
A interação com um adulto surdo é de suma importância para que o bebê 
surdo desenvolva a língua de sinais, pois como qualquer outra língua, ela necessita de 
prática para a sua aprendizagem através de uma interação informal. Como a maioria dos 
surdos são filhos de pais ouvintes é importante proporcionar o contato com o surdo adulto, o 
mais cedo possível, para que não haja prejuízo da criança em termos lingüísticos, cognitivos 
e até mesmo emocionais. A Libras precisa ser a primeira língua dos surdos, pois é ela que 
irá oferecer oportunidade para que eles se tornem pessoas comunicadoras.
Fazendo uso das palavras de Junior (2004) “A Libras seria uma resposta 
à necessidade de se comunicar sem o uso da audição, ou seja, uma resposta cultural 
encontrada pelos surdos para uma necessidade prática e específica do seu dia-a-dia”.
As línguas de sinais são constituídas pela combinação de 5 (cinco) 
parâmetros os quais formarão os sinais propriamente dito. Estes parâmetros podem 
ser comparados à estruturação das línguas orais nos seus vários níveis (fonológico, 
morfológico, sintático e semântico).
Os parâmetros são os seguintes:
- Configuração das mãos: são as formas que a mão assume para executar 
o sinal que podem ser tanto as letras do alfabeto manual, como o de outras formas. 
Podemos citar como exemplo uma configuração da mão com a letra “y” para DESCULPA 
quando executada no queixo; TELEFONE, quando executada no ouvido; AZAR quando 
executada sobre o nariz.
 (Desculpa | Telefone | Azar)
- Ponto de articulação: é o local no qual o sinal é feito. Aproveitando os 
exemplos acima, podemos observar que em cada palavra o sinal foi feito num ponto 
diferente do corpo (queixo, ouvido, nariz).
- Movimento: os sinais podem ter ou não algum movimento. Nos exemplos 
dados acima apenas a sinalização de DESCULPA tem movimento, pois ele é feito batendo 
duas vezes no queixo, ao passo que os outros dois sinais são isentos de movimento.
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Libras
ATIVIDADE 7
- Direcionalidade: os sinais podem ter uma direção quando feitos. 
Normalmente os sinais que indicam o passado (antes, ontem, ano passado, há muito 
tempo atrás) são executados com movimentos para trás. Já os que indicam futuro (depois, 
amanhã, eterno, futuro) são feitos com movimento para frente. Podemos também citar 
verbos com concordância que são feitos dependendo da relação sujeito/objeto.
- Expressão: Ela pode ser facial ou corporal e tem suma importância para 
a língua de sinais. Dependendo da expressão utilizada muda o significado do sinal. Por 
exemplo, o dedo indicador em riste colocado na frente dos lábios pode ser um pedido 
de silêncio ao passo que se executado com uma expressão mais severa, passa a ter 
o significado de “cale a boca!”. Também podemos notar que conforme a tensão que 
utilizamos para realizar o sinal combinado com a expressão facial e corporal, podemos, por 
exemplo, estar falando de uma simples brisa ou de um vendaval, de um simples fogo ou de 
um incêndio, uma garoa ou uma tempestade. É impossível falarmos de sentimentos, sem 
utilizarmos a expressão. 
Assim, o sinal é elaborado através da combinação destes cinco parâmetros. 
Há pessoas que acham que a língua brasileira de sinais é nossa língua 
portuguesa representada por sinais ou mesmo pelo alfabeto manual. Isso não é verdade, 
pois ela tem sua própria estrutura independente de qualquer outra língua.
Os sinais podem ser icônicos ou arbitrários. Os icônicos representam a forma 
ou o movimento do objeto ao qual se faz referência e isso faz com que o sinal seja mais 
facilmente compreendido. Por exemplo, o sinal de CASA, COMER, BEBER, entre vários 
outros. Porém a iconicidade não é o mais importante para a construção dos sinais, como 
em qualquer outra língua, a tendência é a arbitrariedade do sinal (palavra). 
Abaixo apresentaremos outras definições e explicações do que vem ser a 
LIBRAS.
O que é Libras 
(retirado do site: www.libras.org.br)
Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais
As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas.
Ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são 
simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. 
São línguas com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas também são 
compostas pelos níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico.
O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas são 
denominados sinais nas línguas de sinais.
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Libras
ATIVIDADE 7
O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua 
modalidade visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá 
aprender uma outra língua, como o Francês, Inglês etc.
Os seus usuários podem discutir filosofia ou política e até mesmo produzir 
poemas e peças teatrais.
 
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) tem sua origem na Língua de Sinais 
Francesa. 
As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria 
língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional. 
Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de 
região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como língua.
 
Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das 
mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais 
podem ser encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais.
A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
(Ronice Muller Quadros)
Existem diferentes línguas de sinais para cada comunidade de surdos. Como 
já foi mencionado, existe a língua de sinais americana que é usada por surdos dos Estados 
Unidos, há a língua de sinais brasileira que é usada pelos surdos dos grandes centros 
urbanos do Brasil e assim por diante.
Os estudos da língua de sinais americana começaram na década de 50 
através de uma descrição realizada por Willian Stokoe, publicada em 1965 pela primeira 
vez (STOKOE et al., 1976). Esse trabalho representou uma revolução social e lingüística. 
A partir dessa obra, várias outras pesquisas foram publicadas apresentando perspectivas 
completamente diferentes do estatuto das línguas de sinais (BELLUGI; KLIMA, 1972; 
SIPLE, 1978; LILLO-MARTIN, 1986) culminando no seu reconhecimento lingüístico nas 
investigações da Teoria da Gramática com Chomsky (1995:p. 434, nota 4) ao observar que 
o termo “articulatório” não se restringe à modalidade das línguas faladas, mas expressa 
uma forma geral da linguagem ser representada no nível de interface articulatório-
perceptual incluindo, portanto, as línguas sinalizadas.
Quase que em paralelo a esses estudos, iniciaram-se as pesquisas sobre 
o processo de aquisição da linguagem em crianças surdas filhas de pais surdos (MEIER, 
1980; LOEW, 1984; LILLO-MARTIN, 1986; PETTITO, 1987). Essas crianças apresentam 
o privilégio de terem acesso a uma língua de sinais em iguais condições ao acesso que 
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ATIVIDADE 7
as crianças ouvintes têm a uma língua oral-auditiva. No Brasil, a língua de sinais brasileira 
começou a ser investigada na década de 80 (FERREIRA-BRITO, 1986) e a aquisição da 
língua de sinais brasileira nos anos 90 (KARNOPP, 1994;QUADROS,1995) .
Todos esses estudos concluíram que o processo das crianças surdas 
adquirindo língua de sinais ocorre em período análogo à aquisição da linguagem em 
crianças adquirindo uma língua oral-auditiva. Assim sendo, mais uma vez, os estudos 
de aquisição da linguagem indicam universos lingüísticos. O fato de o processo ser 
concretizado através de línguas espaciais e visuais, garantindo que a faculdade da 
linguagem se desenvolva em crianças surdas, exige uma mudança nas formas como esse 
processo vem sendotratado na educação de surdos.
A língua de sinais brasileira é a língua de sinais que se constituiu 
naturalmente na comunidade surda brasileira. Tal língua apresenta todos os níveis 
de análise de quaisquer outras línguas, ou seja, o nível sintático (da estrutura), o nível 
semântico (do significado), o nível morfológico (da formação de palavras), o nível fonológico 
(das unidades que constituem uma língua) e o nível pragmático (envolvendo o contexto 
conversacional) .
História da Libras
(Raquel Bonino)
A primeira instituição brasileira criada para apoiar a alfabetização dos 
surdos foi o Instituto Nacional de Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educação de 
Surdos (Ines), criado por D. Pedro II, em 1857. Dezoito anos depois, em 1875, foi publicado 
o primeiro livro com os sinais usados por aqui, o Iconographia dos Signaes dos Surdos-
Mudos, de Flausino da Gama. O autor utilizou os mesmos sinais franceses, colocando a 
tradução em português. Daí a influência da língua francesa de sinais na brasileira.
- Esse sinais do livro deveriam ser usados concomitantemente com outros já 
usados no Brasil naquele período (1875). 
Provavelmente havia dois sinais e um “vingou”. Pude observar em viagem 
aos Estados Unidos que há sinais do livro de Flausino que são usados pela ASL [American 
Sign Language], o que comprova o parentesco lingüístico entre as três línguas – analisa a 
lingüista Tanya Amara Felipe.
Quase um século depois, em 1969, estudiosos descobriram que no Brasil há 
outra língua de sinais usada pelos índios urubus-caapores, do Maranhão, que têm elevada 
taxa de surdez (1 surdo para cada 75 ouvintes).
Naquela década também foram publicadas, por iniciativa estrangeira, mais 
duas obras sobre os sinais brasileiros e que por muitos anos foram usadas no ensino de 
sinais: Linguagem das Mãos, de E. Dates; e Linguagem de Sinais do Brasil, de H. Hoeman. 
Ambas muitos influenciadas pela ASL.
Só na década de 80 é que estudos mais aprofundados em lingüística foram 
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Libras
ATIVIDADE 7
feitos. Nessa época, constituíram-se as principais instituições de apoio ao surdo. São Paulo 
e Rio de Janeiro influenciaram os sinais dos outros Estados por terem sido os pioneiros no 
estudo do tema.
Foi em 2002 que o governo federal reconheceu a Libras como língua. Com a 
lei, a educação inclusiva dos surdos passou a ser obrigatória nas escolas públicas de todos 
os níveis. Dados do Censo 2000, reunidos pelo IBGE, indicam que dos 5,7 milhões de 
brasileiros com algum grau de deficiência auditiva, pouco menos de 170 mil se declararam 
surdos.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Cadernos da TV Escola. Deficiência auditiva. Brasília: MEC/SED, 2001.
BRASIL. Libras em contexto: curso básico. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução de Laura Teixeira 
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
ANOTAÇÕES
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Libras
ATIVIDADE 8
OBJETIVO
Favorecer o contato com a legislação.
TEXTO
O Brasil foi um, entre tantos outros países, que optou por um sistema 
educacional inclusivo proposto nos documentos elaborados na Declaração de Salamanca 
(1994), considerada mundialmente um dos mais importantes documentos que norteiam 
a inclusão social e onde o foco central é a diversidade humana constituída pelos mais 
variados indivíduos de nossa espécie e muitos dos quais têm necessidades educacionais 
especiais. Leia abaixo um pequeno trecho da referida declaração.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas
Especiais
Reconvocando as várias declarações das Nações Unidas que cul-
minaram no documento das Nações Unidas “Regras Padrões sobre 
Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências”, o qual 
demanda que os Estados assegurem que a educação de pessoas com 
deficiências seja parte integrante do sistema educacional.
Notando com satisfação um incremento no envolvimento de governos, 
grupos de advocacia, comunidades e pais, e em particular de organiza-
ções de pessoas com deficiências, na busca pela melhoria do acesso 
à educação para a maioria daqueles cujas necessidades especiais 
ainda se encontram desprovidas; e reconhecendo como evidência para 
tal envolvimento a participação ativa do alto nível de representantes 
e de vários governos, agências especializadas, e organizações inter-
governamentais naquela Conferência Mundial.
1. Nós, os delegados da Conferência Mundial de Educação Especial, 
representando 88 governos e 25 organizações internacionais em 
assembléia aqui em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 
1994, reafirmamos o nosso compromisso para com a Educação para 
Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento 
de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades 
educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e reen-
dossamos a Estrutura de Ação em Educação Especial, em que, pelo 
APARATO LEGAL – A SURDEZ E A INCLUSÃO
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ATIVIDADE 8
espírito de cujas provisões e recomendações governo e organizações 
sejam guiados.
2. Acreditamos e Proclamamos que:
• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,
• toda criança possui características, interesses, habilidades e neces-
sidades de aprendizagem que são únicas, 
• sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educa-
cionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta 
a vasta diversidade de tais características e necessidades,
• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso 
à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia 
centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades,
• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os 
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se 
comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e al-
cançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma 
educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em 
última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
3. Nós congregamos todos os governos e demandamos que eles:
• atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramen-
to de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a 
incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças 
ou dificuldades individuais.
• adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de po-
lítica, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos 
que existam fortes razões para agir de outra forma.
• desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios 
em países que possuam experiências de escolarização inclusiva.
LIBR – 43
Libras
ATIVIDADE 8
• estabeleçam mecanismos participatórios e descentralizados para pla-
nejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças 
e adultos com necessidades educacionais especiais.
• encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organi-
zações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de pla-
nejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços 
para necessidades educacionais especiais.
• invistam maiores esforços em estratégias de identificação e inter-
venção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação 
inclusiva.
• garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas 
de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a for-
mação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas 
inclusivas.
A inclusão destas pessoas, não só nas escolas, mas em toda a sociedade, 
favorecendo sua participação ativa na constituição da igualdade de oportunidades, vem 
garantir-lhes a formação de cidadãosque têm seus direitos legais e, acima de tudo, 
humanos, respeitados.
A inclusão é uma responsabilidade governamental e incluir não significa 
apenas dar acesso, mas principalmente oferecer todo apoio necessário para que o aluno 
tenha condições de permanência e continuidade.
Frente a esses pressupostos pôde-se notar que as leis, decretos e diretrizes 
passaram a contemplar de modo mais significativo as pessoas com necessidades 
especiais de todas as áreas.
O Conselho Nacional de Educação aprovou a Resolução n.02/2001, 
onde no seu parágrafo 2º do art.12 podemos ver a ênfase dada aos alunos surdos nos 
seguintes dizeres: “Deve ser assegurada, no processo educativo de alunos que apresentam 
dificuldades de sinalização diferenciadas dos demais educandos, a acessibilidade aos 
conteúdos curriculares mediante a utilização de linguagens e códigos aplicáveis, como o 
sistema Braille e a língua de sinais, sem o prejuízo do aprendizado da língua portuguesa, 
facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem 
adequada, ouvidos os profissionais especializados em cada caso”.
Em abril de 2002, o então presidente da república, Fernando Henrique 
Cardoso, sancionou a lei de n.1.0436 que veio reconhecer a Língua Brasileira de Sinais 
(LIBRAS) como meio legal de comunicação e expressão, constituindo um sistema 
lingüístico de transmissão de idéias e fatos nas comunidades de pessoas surdas do Brasil.
LIBR – 44
Libras
ATIVIDADE 8
Essa mesma lei já fazia menção à obrigatoriedade do sistema educacional 
federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal em garantir 
a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de 
Magistério, em níveis médio e superior, o ensino da Língua Brasileira de Sinais, como parte 
integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais. 
Três anos depois da lei n.10436, o Decreto n.5.626, de 22 de dezembro de 
2005, veio regulamentá-la. Este decreto dispõe de forma bem detalhada sobre a formação 
do professor e instrutor de Libras; o uso e difusão da Libras e da Língua Portuguesa 
para o acesso das pessoas surdas à educação; da formação do tradutor e intérprete de 
Libras/Língua Portuguesa; da garantia do direito à educação das pessoas surdas ou com 
deficiência auditiva; da garantia do direito à saúde das pessoas surdas ou com deficiência 
auditiva e do papel do Poder Público e das empresas que detêm concessão ou permissão 
de serviços públicos, no apoio ao uso e difusão da Libras.
A lei, portanto, já existe, resta-nos agora fazê-la cumprir, pois a partir do 
momento que nos tornamos conscientes delas, passa a ser nossa responsabilidade 
agilizar meios para favorecer as pessoas que necessitam e não têm tal conhecimento. Isso 
também faz parte de uma verdadeira e consciente inclusão social. 
Uma das primeiras iniciativas, no sentido de certificar as pessoas que já 
dominam a Libras para poderem trabalhar nos mais variados segmentos, foi a prova de 
proficiência em Libras (Prolibras), que já teve a sua segunda aplicação no mês de outubro 
de 2007.
Precisamos continuar a luta pelo reconhecimento e divulgação da Libras, 
no sentido de conscientizarmos as pessoas da importância e necessidade de seu uso 
para atender as especificidades das pessoas surdas, as quais são nossos semelhantes 
e têm os mesmos direitos, apenas necessitando de um outro caminho para construir sua 
aprendizagem, por lerem o mundo de um outro modo, pois são extremamente visuais.
Transcrevo abaixo a Lei de n.10.436/02 para sua apreciação.
LEI FEDERAL N. 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a 
Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais, a Libras, 
a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-
motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão 
de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
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Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas 
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar ao uso e difusão 
da Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização 
corrente das comunidades surdas do Brasil. 
 
Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços 
públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos 
portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. 
 
Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, 
municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de 
Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, 
do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras – como parte integrante dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais – PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais – Libras – não poderá 
substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa. 
 
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de abril de 2002; 181º da Independência e 114º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Cadernos da TV Escola. Deficiência auditiva. Brasília: MEC/SED, 2001.
BRASIL. Libras em contexto: curso básico. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução de Laura Teixeira 
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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ATIVIDADE 9
TEXTO
LIBRAS
Libras é a língua brasileira de sinais que foi adotada por votação na FENEIS 
(Federação Nacional de Educação e Integração do Surdo) no ano de 1993.
É uma língua de modalidade espaço-visual por ser sinalizada pelo emissor 
por gestos no espaço e captada pelo receptor através da visão.
Libras é uma língua natural que se desenvolveu nas comunidades surdas 
brasileiras.
Ela tem estrutura própria e é composta por todos os elementos 
classificatórios que qualquer outra língua oral possui.
A libras, portanto, pode expressar tantos idéias concretas como abstratas.
Ela não é universal, pois cada país possui sua língua de sinais. É interessante 
ressaltarmos que dentro do próprio país também temos diferenças regionais.
 A libras precisa ser a primeira língua dos surdos e para isso é importante 
expor o bebê surdo, o mais cedo possível, em contato com um usuário de línguas de sinais 
para que ele possa se desenvolver de modo similar ao bebê ouvinte, tendo o seu campo 
visual bem estimulado.
O surdo, por não fazer uso da audição, concentra toda a sua atenção 
no campo visual e é por esse motivo que a língua de sinais é a mais viável para sua 
comunicação. 
As línguas de sinais são constituídas por cinco parâmetros:
- Configuração das mãos;
- Ponto de articulação;
- Movimento;
- Direcionalidade;
- Expressão.
APARATO LEGAL
O Brasil está em consonância com os postulados da Declaração de 
Salamanca (1994) os quis norteiam a educação inclusiva. 
A educação inclusiva visa à valorização de toda pessoa com necessidades 
educacionais especiais, dentro da diversidade humana, buscando e lutando pelos seus 
direitos para que possam exercê-los como verdadeiros cidadãos.
A partir de então os órgãos governamentais têm buscado através de leis 
e decretos favorecer essa inclusão. Exemplo disso foi a Resolução 02/2001, a qual entre 
outra providências,

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