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A IMPORTANCIA DA FAMILIA NO CONTEXTO ESCOLAR CELIMAR

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FACULDADE LATINO AMERICANA DE EDUCAÇÃO - FLATED
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
CELIMAR NUNES DE SOUSA
A IMPORTANCIA DA FAMILIA NO CONTEXTO ESCOLAR
BOA VIAGEM/CE
2017
 CELIMAR NUNES DE SOUSA
A IMPORTANCIA DA FAMILIA NO CONTEXTO ESCOLAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Latino Americana de Educação - FLATED, como requisito para a conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia.
 Orientador (a): Sandoval Vieira Junior
 
BOA VIAGEM/CE
2017
A IMPORTANCIA DA FAMILIA NO CONTEXTO ESCOLAR
TCC apresentado Faculdade Latino Americana de Educação - FLATED, como requisito para a conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia.
______________________________________
Celimar Nunes de Sousa
Aprovado em _____/____/______.
Orientador (a): _________________________________________
Profº. Sandoval Vieira Junior
 
_____________________________________
Coordenador (a)
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo e paciência para cumprir esta importante etapa. 
AGRADECIMENTOS
À Deus, por todos os dons que Ele nos dá. 
Aos meus pais Francisco e Paula, e a toda a minha família pelo incentivo, apoio, paciência e pelo companheirismo, pois, sempre estiveram ao meu lado. 
Agradeço também a todos que direta ou indiretamente ajudaram para a realização e conclusão deste trabalho. 
Os filhos não precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar-lhes o coração [...] Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de idéias. 
(AUGUSTO CURY)
RESUMO
A integração família-escola é um dos mais importantes recursos para a melhoria na aprendizagem. Esta parceria deve estar baseada na participação da família na vida escolar do aluno visando a melhoria do processo ensino-aprendizagem. A partir desta problemática este trabalho de conclusão de curso tem por objetivo despertar e conscientizar professores, alunos e familiares no processo educacional que, com a participação da família, o aproveitamento escolar do aluno será melhor. Na atualidade, apesar das políticas educacionais dos últimos governos estarem voltadas na busca da internacionalização do ensino, esta meta está longe de ser atingida, e continuamos ainda um país de “analfabetos”. Através de contatos entre os pais e alunos as deficiências existentes em seus estudos podem ser sanadas. A família é a primeira instituição onde a criança nasce, vive e se desenvolve. Ela deve estar atenta à vida educacional de seus filhos, sendo ela, também responsável pelo processo de ensino-aprendizagem. Percebe-se então que escola e família em âmbito geral devem trabalhar com os mesmos objetivos, fazer com que a criança se desenvolva em todos os aspectos e ter sucesso na sua aprendizagem. É nesse sentido que se justifica a importância da intervenção propor uma parceria família escola para o melhor desenvolvimento emocional, intelectual da criança no contexto investigado.
Palavras-chave: Família, Aprendizagem, Ensino, Escola, Conscientizar.
ABSTRACT
The integration family-school is one of the most important resources for the improvement in the learning. This partnership must be established in the participation of the family in the pertaining to school life of the pupil aiming at the improvement of the process teach-learning. From this problematic this work of course conclusion it has for objective to awake and to acquire knowledge professors, familiar pupils and in the educational process that, with the participation of the family, the pertaining to school exploitation of the pupil will be better. In the present time, although the educational politics of the last governments to be come back in the search of the internationalization of education, this goal is far from being reached, and still continues a country of “illiterates”. Through contacts between the parents and pupils the existing deficiencies in its studies can be cured. The family is the first institution where the child is born, she lives and if she develops. It must be intent to the educational life of its children, being it, also responsible for the teach-learning process. One perceives then that school and family in general scope must work with the same objectives, make with that the child if develops in all the aspects and have success in its learning. It is in this direction that if justifies the importance of the intervention to consider a partnership family school for optimum emotional development, intellectual of the child in the investigated context.
Keywords: family, learning, teaching, school, raise awareness
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A sociedade tem passado por transformações sociais e culturais importantes nos últimos tempos. As novas concepções familiares, bem como o relacionamento entre indivíduos no meio familiar, refletem em larga escala essas mudanças. Atualmente, a família tem passado para a escola a responsabilidade de instruir e educar seus filhos e espera que os professores transmitam valores morais, princípios éticos e padrões de comportamento, desde boas maneiras até hábitos de higiene pessoal. Justificam alegando que trabalham cada vez mais, não dispondo de tempo para cuidar dos filhos. 
A escola, por sua vez, afirma que o êxito do processo educacional depende, e muito, da atuação e participação da família, que deve estar atenta a todos os aspectos do desenvolvimento do educando. Reclama bastante da responsabilidade pela formação ampla dos alunos que os pais transferiram para ela, e alega que isto a desviou da função precípua de transmitir os conteúdos curriculares, sobretudo de natureza cognitiva. Com isso, ao invés de ter as famílias como aliadas, acaba afastando-as ainda mais do ambiente escolar. 
A escola, incansavelmente, tem buscado parceria com as famílias através de palestras, confraternizações, em que pais, alunos, professores coordenadores pedagógicos e demais funcionários se interagem com atividades reflexivas, com o objetivo de estreitar o relacionamento tanto família escola, como também fazer com que os pais e filhos se interagem nas relações afetivas. Percebe-se que os pais, ainda, estão muito ausentes no que se refere o acompanhamento “ideal” para com seus filhos na escola, como também na vida cotidiana. Também pode se perceber que a grande maioria dos alunos apresenta dificuldades de aprendizagem, como também falta de limite e interesse pelas aulas. 
O objetivo geral dessa pesquisa foi o de identificar as estratégias de intervenção da coordenação pedagógica junto aos professores visando á realização de intervenção capaz de inserir as famílias, contribuindo assim para o desenvolvimento escolar e afetivo da criança. Diante desse objetivo a coordenação pedagógica buscou envolver toda equipe escolar em atividades planejadas para destacar que a integração dos esforços da família e da escola é base para mudanças no processo constante de educar os filhos, pois, a educação não cabe apenas aos profissionais, mas sim a toda a sociedade, principalmente à família que é a maior interessada na educação das crianças.
1. ESCOLA: QUE ESPAÇO É ESSE?
O perfil da educação brasileira passou por muitas mudanças nas últimas décadas. O desempenho dos alunos remete-nos à necessidade de considerarem a formação do professor, como sendo requisito fundamental para a melhoria dos índices de aprovação, repetência e evasão do ensino.
As expectativas do professor sobre o desempenho dos alunos podem funcionarcomo uma “suposição de auto-realização”. Isto é: o aluno de quem o professor espera menos é o que realiza menos, ao passo que aqueles de quem se espera um bom desempenho acabam, na realidade, por apresentá-lo. Assim, as taxas de evasão evidenciam a baixa qualidade do ensino e a incapacidade dos sistemas educacionais e das escolas de garantir a permanência do aluno, penalizando os alunos de nível de renda mais baixos. Exatamente por fazerem parte de famílias desprovidas de recursos, as crianças não têm acesso ao mínimo de informações culturais no lar, e por isso, chegam à escola em situação de inferioridade em relação à maioria dos estudantes de classes mais altas.
Como a criança faz parte de uma família de poucos recursos, sua alimentação é deficiente e, por isso, seu desenvolvimento físico e sua saúde são deficientes. Por viver em ambientes com pessoas que não tiveram uma boa formação escolar, sua linguagem tem muitas falhas, o estudante carente usa uma linguagem pobre em vocabulário e em sua estruturação. Seus colegas de famílias de melhor posição social, que cresceram entre pessoas com algum grau de instrução, teriam domínio de um proveitoso vocabulário. Coll (1996) afirma que:
Os alunos formam seu próprio conhecimento por diferentes meios: por sua participação em experiências diversas, por exploração sistema tica do meio físico ou social, ao escutar atentamente um relato ou uma exposição feita por alguém sobre um determinado tema, ao assistir um programa de televisão, ao ler um livro, ao observar os demais e os objetos com certa curiosidade e ao aprender conteúdos escolares propostos por seu professor na escola. (Coll,1996: p.95)
Os regulamentos e exigências escolares também são vistos como causas dos problemas que a educação enfrenta. Logo de início há uma extrema falta de vagas, a escola tem uma localização que dificulta o trajeto de ida e volta dos alunos. Depois temos os horários estabelecidos pelas escolas, que são muito criticados por não atenderem a realidade da população. Outro fator que dificulta a permanência e o bom desempenho dos alunos na escola são as despesas com materiais exigidos pela escola como: uniforme, livros, taxas, etc..., isso porque na maioria dos casos, os pais não podem comprar o que a escola exige. Todos esses regulamentos não são problemas para as crianças de classe média, cujos pais são bem empregados. No entanto, para as crianças de famílias pobres, estas exigências representam grandes dificuldades e obstáculos para conseguir aprovação na escola.
A família é colocada como principal responsável pelo fracasso dos alunos, não sendo questionadas, as condições materiais de vida dessas famílias, nem sua participação nas relações sociais de produção que são o que determinam, em última instância, as possibilidades de assistência aos filhos. Essas conclusões ideológicas eximem os professores de observar sua própria atuação no contexto escolar, sua participação na seletividade e, principalmente, a função da escola como reprodutora da sociedade desigual na qual se insere. Conforme Durkheim (1978):
A escola não pode ser propriedade de um partido; e o mestre faltará em seus deveres quando empregue a autoridade de que dispõe para atrair seus alunos à rotina de seus preconceitos pessoais, por mais justificados que lhes pareçam. (DURKHEIM, 1978: p. 49):
Em várias salas de aula nota-se a exigência constante de disciplina, o estabelecimento de uma relação autoritária entre o professor e seus alunos, o trabalho obrigatório e repetitivo. Um dos meios de controlar a disciplina é a divisão do tempo. Há hora determinada para entrar, sair, para o recreio, a merenda, para tomar água, para ir ao banheiro, etc. O cumprimento do horário é obrigatório, sem levar em conta o que a criança está fazendo ou qual é a sua vontade no momento.
Há, por parte do professor, uma vigilância constante e ameaças, gerando um clima de tensão entre as crianças, por estarem sempre antecipando as conseqüências de seus “maus atos”: o aluno corre o rico de ficar sem recreio, de ser retirado após as aulas, além de outras ameaças de castigo. Quem é “bem comportado” recebe recompensas e é apresentado como modelo aos colegas. 
Werneck (1999) destaca que:
Mas os tempos mudaram e mudaram muito. Hoje, uma suspensão transformou-se num prêmio, seja ela de um dia ou mais. Algumas escolas, mesmo mantendo o sistema de suspensão, são mais esclarecidas, suspendem os alunos de suas atividades didáticas e recreativas, mantendo-o em seu recinto através da organização de trabalhos nas bibliotecas ou coordenações, e aproveitam para encaminhá-lo aos serviços de orientação educacional. Nesses casos, o prêmio não é tão grande. (WERNECK 1999: p.60)
A atitude do professor em sala de aula é importante para criar climas de atenção e concentração, sem que se perca alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno quanto fazer que atue de maneira indisciplinada. Portanto, o papel do professor é o de mediador e facilitador; que interage com os alunos na construção do saber. Neste sentido, é muito importante ajudar os professores, a saber, ensinar, garantindo assim que todos os alunos possam aprender e desenvolver seu raciocínio.
Se a aprendizagem, em sala de aula, for uma experiência de sucesso, o aluno constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz. Se ao contrário, for uma experiência de fracasso, o ato de aprender tenderá a se transformar em ameaça. O aluno ao se considerar fracassado, vai buscar os culpados pelo seu conceito negativo e começa achar que o professor é chato e que as lições não servem para nada. Procura-se, portanto, romper as diferenças de professor e aluno consagrados pela escola tradicional. Os papéis tradicionalmente desempenhados pelo professor – ensinar, transmitir e dominar – e pelo aluno – aprender, receber passivamente e obedecer – devem ser mudados. Só assim a escola poderá efetivamente atender a sua mais elevada finalidade: permitir o aluno a chegar ao conhecimento. 
Nesse contexto, a qualidade de atuação da escola não pode depender somente da vontade de um ou outro professor. É preciso a participação conjunta da escola, da família, do aluno e dos profissionais ligados à educação, assim como, o professor deve reorganizar suas idéias e reconhecer que o aluno não é um sujeito que só faz receber informações, suas capacidades vão além do conhecimento que lhes é “depositado”. Para tanto, o professor não mais será o “dono do saber” e passará a ser um orientador, alguém que acompanha e participa do processo de construção de novas aprendizagens. Como bem destaca Ceccon (1998) para que a sociedade possa mudar é preciso que nós provoquemos mudanças de forma significativa para o indivíduo. Entende-se, portanto, que as escolas devem comparar sua relação com a comunidade e ainda, criar um clima favorável ao aprendizado, onde a contribuição e o compromisso são peças fundamentais para obtermos a verdadeira escola, isto é, uma escola democrática, onde todos tenham acesso à coletividade. Freire (1980:117) mostra de forma ampla o que se espera da escola atual:
Somente outra maneira de agir e de pensar pode levar-nos a viver outra educação que não seja mais o monopólio da instituição escolar e de seus professores, mas sim uma atividade permanente, assumida por todos os membros de cada comunidade e associada de todas as dimensões da vida cotidiana de seus membros. (FREIRE, 1980: p.117)
Na família, pai e mãe saem ao trabalho confiando que a escola e outros especialistas, além da televisão e do computador dêem conta da educação de seus filhos. Assim, tanto a família quanto à escola, esperam que uma dê conta do papel da outra. A criança sente-se abandonada e poucas vezes adquire o equilíbrio necessário para receber a formação adequada e necessária para tornar-se um indivíduo consciente de sua cidadania.
A família e a escola vivem, hoje, uma crise em que os valores materiais pautam as relações. Assim, a boa escola é vista como a que mais oferece serviços e incrementos, que vão desde a informática,balé e inglês até câmeras instaladas nas salas de aula. Este comportamento pode ser justificado por uma expectativa dos pais de que a escola resolva todos os seus problemas.
Existe um relativo consenso de que a temática: “Família e Escola” tratem de uma relação complexa e, por vezes, assimétrica, no que diz respeito aos valores e objetivos entre as instituições. E esta é, realmente, uma relação sujeita a conflitos de diferentes ordens. Nos dias atuais podemos ver este conflito observando a tênue distância formada entre o adulto e a criança.
Assim, tanto a escola como a família, poderão verificar seu papel no enfrentamento da crise que envolve a todos, ampliando as preocupações e princípios, que possam unir em alguns pontos, duas instituições tão complexas.
2. A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA
O ser humano é um ser social. Sendo assim, precisa viver integrado em comunidade física e emocionalmente e participar ativamente de grupos sociais. É a imposição das normas, dos valores e representações do grupo social ao qual pertence que faz a pessoa desenvolver sua personalidade, autoimagem, e maneira de ser no mundo (GLAT,1996).
A família, célula-mater da sociedade, é considerada como o mais importante grupo social. É nela que se aprende a construir a individualidade e independência. É através da identificação entre os membros da família que se aprende a perceber os significados de mãe, pai e demais membros da família. O indivíduo, ao receber uma função formativa, tem seu desenvolvimento cognitivo-afetivo determinado e o modo como este se situa e interage na sociedade.
O papel da família tem sido cada vez mais enfatizado, no sentido de ser companheira vital no processo de integração (social, escolar) do indivíduo com deficiência. Os pais são os principais associados no tocante às necessidades educativas especiais de seus filhos, e a eles deveria incumbir, na medida do possível, a escolha do tipo de educação que almejam seja dada aos seus filhos (UNESCO, 1994). Deve haver uma relação de colaboração e apoio entre administradores das escolas, professores e pais, fazendo com que estes últimos participem na tomada de decisões, em atividades educativas do seu filho.
Conforme Giddens (2000), a família é um grupo de indivíduos ligados por laços de sangue, de casamento ou adoções que formam uma unidade econômica, em que os membros são responsáveis pela educação das crianças. Sendo assim, todas as crianças com necessidades especiais precisam vivenciar todas as etapas do processo de ensino-aprendizagem, principalmente quando o mesmo começar em casa.
2.1 A família e o seu papel
 Família: conjunto de parentes por consangüinidade ou por afinidade; descendência, linhagem, estirpe; conjunto de pessoas da mesma seita, fé, sistema, profissão, etc. Esse é o significado de família o qual o dicionário Aurélio nos mostra. É notório que no ambiente familiar, as pessoas também se unem, por amor, situação financeira e pela sobrevivência. A família sempre nos foi apresentada como instância formadora e socializadora da criança. 
Battaglia apud NOBRE (1987) conceitua a família dizendo que a família pode também ser Considerada como:
(...) um sistema aberto em permanente interação com seu meio ambiente interno e/ou externo, organizado de maneira estável, não rígida, em função de suas necessidades básicas e de um modus perculiar e compartilhado de ler e ordenar a realidade, construindo uma história e tecendo um conjunto de códigos (normas de convivências, regras ou acordos relacionais, crenças ou mitos familiares) que lhe dão singularidade. (NOBRE, 1987, p.118 -119
 A criança inicia sua história no seio familiar, na comunidade e percebe um mundo ao seu redor. Assim sendo, o elo que une a criança à sua família passa a ser fator essencial para o seu desenvolvimento. E este elo passa a ser tão profundo que a criança será marcada como ser e como cidadã para sempre. 
Outro conceito de família encontra-se em nossa Lei Maior: a Constituição de 1988. Segundo ela, “Família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...) é uma comunidade formada por qualquer um dos pais e seus descendentes.” (CF: 1988, Cap. VII, art. 226, §4º)”. 
É neste sentido que as reações e o comportamento do indivíduo, principalmente das crianças deficientes, vão depender do contato, do envolvimento que ele tiver com a família, pois é a partir deste contato com o grupo familiar que o processo de desenvolvimento social, comportamental e cognitivo vai se alargar.
A família é o primeiro e talvez o principal grupo social em que vivemos. É nela que aprendemos a construir a nossa individualidade e independência. É a família que oferece os aportes afetivos e, sobretudo os materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela exerce um papel imprescindível na educação formal e informal. Em seu espaço são absorvidos os valores éticos e humanitários onde se aprofundam os laços de solidariedade humana. 
Os valores éticos e morais são absorvidos, por meio da família, fortalecendo os laços de solidariedade e onde são construídas as marcas entre as gerações e observados os valores culturais. 
Segundo Sarti (1996):
A família não é apenas o elo afetivo mais forte, o núcleo da sua sobrevivência material e espiritual, o instrumento através do qual viabilizam seu modo de vida, mas é o próprio substrato de sua identidade social. Sua importância não é funcional, seu valor não é meramente instrumental, mas se refere à sua identidade de ser social e constitui o parâmetro simbólico que estrutura sua explicação do mundo. (SARTI, 1996, p. 176).
A família tem um papel central no desenvolvimento da criança, pois nela se realizam as aprendizagens básicas para o desenvolvimento escolar. A falta, ou escassez, de relações familiares adequadas, devido ao pouco tempo de convívio, provoca a carência das funções materna e paterna, fragiliza os laços amorosos.
Segundo o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - título I, deve-se assegurar a dignidade da criança e do adolescente em família:
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (ECA, 1990).
A família tem um papel imprescindível na vida de seus filhos; é onde acontece o desenvolvimento das primeiras habilidades, os primeiros ensinamentos através da educação doméstica na qual o filho aprende a respeitar os outros, a conviver com regras que foram criadas e reformuladas no decorrer da formação da sociedade. E a escola, ela vem para reforçar esses valores primeiros, acrescentando, mas não assumindo para si o papel inicial da família. Dessa forma, podemos dizer que:
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que freqüentam. (TIBA, 1996, p. 111).
Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano, são marcos de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do sujeito. 
Várias foram às mudanças que ocorreram nos últimos vinte anos no plano sócio-político-econômico relacionadas ao processo de globalização da economia capitalista o que vem interferindo na dinâmica e estrutura familiare possibilitando transformações em seu padrão tradicional de organização. 
Porém, infelizmente o que se observa é que as famílias das pessoas com deficiência se isolam provocando os padrões comportamentais de superproteção, fazendo com que a condição especial do indivíduo seja valorizada demais, em detrimento de suas capacidades e aptidões. Assim, a família se estrutura de tal forma, que todas as necessidades e dificuldades dos outros são minimizadas ou descuidadas. 
Nos dias atuais, a família tem entregado para a escola o encargo de ensinar seus filhos e acredita que os mestres contagiem valores morais, regras e conduta, desde seus hábitos higiênicos até boas maneiras. Alegando que trabalham cada vez mais, e não tem tempo para zelar dos filhos. Além disso, esperam que instrua em direção ampla é função da escola. 
Por parte da escola o respeito pelos conhecimentos e valores que os tipos de preconceito e favorece a participação dos componentes da instituição familiar em diferentes oportunidades, estimulando o dialogo com os pais possibilitando-lhes, também, obter um ganho enquanto sujeitos interessados em evoluir e aperfeiçoar como seres humanos e cidadãos compromissados com a transformação da realidade. (SANTO, 2008: p. 18). 
Portanto, no momento em que escola e família alcançarem uma parceria na maneira como irão favorecer a educação de seus educandos filhos, muitas desordens hoje analisadas em sala de aula, serão aos poucos excedidas. Entretanto, para que isso possa ocorrer é necessário que a família realmente contribua com a vida escolar de seus filhos. Que a família tenha empenho, envolvimento com a escola, provocando assim, na criança/adolescente um sentimento de afeto, fazendo sentir-se protegido e valorizado como ser sentimental. 
Ao relatar sobre família e escola, nos atuais dias, temos que conduzir um grupo de determinantes da nossa realidade visível que, cada vez mais, exige os incrementos de outros olhares, capacidades e criatividades para nos catagolarmos com os demais integrantes da comunidade.
Como indivíduos em constante interação, precisamos focalizar com prudência nossos padrões de costumes e comportamentos para, mais consciência e criticidade, percebermos nossas ações como seres humanos que interagem num mundo a cada dia mais imprevisível, interdependente, desafiante, que não comporta visões unilaterais e preconceituosas, mas aprecia com vinculo visões alternativas, desenvolvimento sistêmico, relações intra e inter pessoais, obrigação de responder pelos seus próprios atos, direitos e valores humanos.
2.2 Escola e Suas Responsabilidades
Há muitas maneiras de definir o que é família e o que é escola. Justamente, devido às concepções de família e escola que temos hoje, é que proponho esta pesquisa e, assim, poderemos compreender nosso papel na sociedade, seja como pais ou professores.
Segundo Sukiennik (1996), entende-se a família como sendo uma estrutura protetora e que desempenha a tarefa de orientar a criança ou adolescente de forma a favorecer o seu crescimento e aprendizado no contexto social. Com o passar do tempo, essa idéia vem sofrendo transformações até chegar ao ponto de a família deixar essa tarefa para a escola. Por outro lado, Sukiennik coloca a escola como auxiliadora da família na construção de conhecimento e formação social.
Ao analisar os processos de desenvolvimento e de aprendizado, Vygotsky (1991), propôs um complexo estudo sobre esse tema. Um dos pontos de reflexão, que esse autor destacou é que o bom ensino é aquele que leva ao bom desenvolvimento e Rego (1998), aprofunda esse tema. Creio que as reflexões desses autores abrem caminho para esse estudo. Esse conceito de desenvolvimento e aprendizagem, segundo Vygotsky (1991), pode ser compreendido como a distância entre o que o aluno é capaz de aprender, em seu desenvolvimento normal, e aquilo que ele não consegue desenvolver sozinho, mas consegue realizar no contexto da interação com o meio escolar e familiar, na mediação com o outro.
Penso que a família e a instituição escolar compartilham a mesma função educacional, embora uma não possa, ou não apresente condições de fazer o serviço do outro. Nos tempos atuais, o desempenho dos pais deixa muito a desejar, principalmente, nos modelos de ensino e aprendizagem, pois isto exige prática e acompanhamento do desenvolvimento, já que a criança, ou adolescente não apresenta maturidade suficiente para enfrentar suas dificuldades sem a presença e os limites colocados pelo adulto.
Esse trabalho tem a intenção de colaborar com os professores e familiares, no sentido de mostrar que o aluno necessita de um ambiente que o estimule, pois o sujeito que aprende deve ser estimulado e acompanhado, recebendo afeto necessário no desenvolvimento da aprendizagem.
Destaco uma família disfuncional como sendo aquela que não responde às exigências internas e externas de convivência entre seus membros, com papéis pouco discriminados e modelos de comportamento inadequado.
A relação entre pais e filhos, que se mostra rígida, parece não permitir possibilidades de alternativa de crescimento e diferenciação. Com isso ocorre um bloqueio no processo de comunicação familiar.
A aprendizagem demanda pesquisa, mas como pesquisar se não há apoio e, por falta desse, motivação. Logo, esse trabalho quer sensibilizar a sociedade com relação à aprendizagem, esclarecendo e mostrando situações nas quais temos tido altos índices de enfraquecimento no desempenho escolar.
É possível planejar ou mesmo executar o processo de educação escolar independentemente das condições familiares?
Essa questão merece um tratamento cuidadoso, que leve em conta aspectos sociais e culturais. A aprendizagem é um processo individual, mas se dá no contexto sócio-cultural no qual o indivíduo está inserido, promovendo uma articulação entre a inteligência e as experiências afetivas do aprendiz.
Criar os filhos educá-los, prepará-los para atuar com uma carga e abono no conturbado mundo em que hoje vivemos é, uma ocupação tão incontestável e desafiadora tanto quanto prazerosa e gratificante. Analisar que o ser humano aprende a todo o momento, nas mais diversas vibrações que a vida lhe apresenta, a função da família é essencial, pois é ela que define, desde cedo, o quê seus filhos necessitam estudar, quais os estabelecimentos que devem freqüentar e o que é obrigatório saberem para aceitarem as decisões que os favoreçam no futuro.
Recomendar a escola adaptada às esperanças da ascendência e que, ao mesmo tempo, seja da bondade da criança, é uma empresa, cujo sucesso depende, em grande parte, da inteligência e agilidade dos pais ao avaliar diversas decisões. Estar atendo ao projeto educativo e ao perfil disciplinar da instituição auxilia a optar por aquela cujos valores e fundamentos mais se assemelhem aos da família em termos de exigência, posturas, visão de mundo. Conhecer as dependência e possibilidades da escola, seus diferencias, bem como os profissionais que estarão encarregados da educação de seu filho.
Família e escola são alvos de encosto e sustento ao ser compassivo; é também marcos de identificador entre ambas. Mais positivo e expressivo serão as decorrências na formação do sujeito. A contribuição dos pais na educação formal dos filhos deve ser inabalável e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares. É importante que pais e professores, filhos/alunos compartilhem conhecimentos, alcancem e trabalhem os assuntos envolvidos no seu dia-a-dia sem cair no ajuizamento culpado ou inocente, mas buscando envolver as nuances de cada situação, uma vez que tudo o que se relaciona aos alunos tem a ver, sob algum ângulo, com a escola e vive-versa. "Cabe aos pais e a escola preciosa tarefa de transformar a criança imatura e inexperiente em cidadão madura, participativo, atuante, consciente de seus deveres e direitos, possibilidades e atribuições" (SANTO, 2008:14).
Como as demais instituições, família e escola, passam por modificações que redefinem sua estrutura, significado e desempenhona coletividade. A escola de hoje não é apenas um ambiente onde são ampliados conteúdos e desenvolturas; é, também, o panorama responsável pela concepção política, moral e estética de quem utiliza seus ofícios. É o espaço que recebe todos os caracteres de dificuldades sociais, que são imagem de nossa condição e condução política. Para que se realize um trabalho novo, há necessidade de mudanças significativas, só assim a escola terá sua contribuição na mudança de uma sociedade melhor e com ensino conceituado e de qualidade. 
A escola pode ser raciocinada como o meio da passagem entre a família e a sociedade. Neste afetuoso lugar, tanto a família quanto à comunidade lançam visão e cobranças à escola. No que se menciona à família, é indispensável dizer que a historia brasileira nos leva a um resultado que não existe um exemplo de família e sim uma grandeza de modelos familiares, com descrição em comum, mas também guardando singularidades. 
É possível dizer que cada família há uma identificação própria, trata-se na verdade, como afirmam vários criadores, de um ajuntamento afetuoso em constante desenvolvimento, estabelecido com a finalidade básica de prover a estabilidade de seus integrantes e protegê-los. Permanecem atualizados dessa maneira, sentimentos pertinentes ao dia-a-dia de qualquer aglomeração como afeição, aborrecimento, ciúme, cobiça, entre outros. Em relação às esperanças da família com relação à escola com seus filhos descubro várias alegorias, familiares como o desejo de que o estabelecimento escolar eduque o filho naquilo que a família não se julga apropriado como, por exemplo, limite e sexualidade; que ele seja preparado para obter êxito profissional e financeiro, via de normas, entrarem em uma boa universidade.
Educação e democracia formam parte de uma totalidade, definem a democracia com palavras liberais, onde os indivíduos deveriam ter chances iguais. Em outras palavras, igualdade de oportunidades dentro de um universo de diferenças individuais. (DEWEY, 1971: p. 29)
Ainda bem demarcadas às desigualdades entre casa e escola, passou-se a buscar mais o base desta, entendendo-se a potência da ação normalizadora da escola sobre crianças e adolescentes quando respaldadas pela experiência e aceitação da família. A reverência disso reservava-se à escola, os direitos sobre a experiência científica acerca dos espaços disciplinares, como também sobre aqueles que diziam respeito aos artifícios de aprendizagem das crianças e adolescentes, conhecimentos estes confirmados pela biologia, psicologia e noções sociais reservando a escola, desta forma, seu lugar de comando no gerenciamento dos temas pedagógico- educativos. 
Hoje vivemos outro tempo, bem mais complicado, diverso e inquietante do que há algumas décadas, a escola enfrenta, além do desafio frente ao domínio do conhecimento, em permanente mudança, também o desafio da relação com seus alunos, sejam eles crianças pequenas ou jovens. 
Sem dúvida esse assunto é transcorrido por questões de diferentes espécies, entre as quais os dilemas da atuação curricular a serem propostos na atualidade, os impasses da escolha dos encaminhamentos metodológicos mais apropriados as relações de ensino, os limites e possibilidades da conservação de uma relação professor aluno com qualidade e a família é avaliada peça chave nesse período de anormalidade.
A parte lateral da família e a escola que continua sendo um espaço de desenvolvimento que deve, para tanto repensar a sua obra formadora, preocupando-se em formar seus educadores para que os mesmos ajuntem recursos que os aceitem lidar com os tumultos inerentes ao dia-a-dia escolar. 
É, portando, na escola, que se pensa sobre o que pode ser ensinada às crianças sobre o método que pode tornar mais lógica a ação do conjunto docente, que o colégio poderá encontrar saídas legítimas à superação dos enigmas morais e éticos que assolam o seu dia-a-dia. 
Nesse sentido, sem abandonar o lugar particular ao ensino formal, é preciso que os espaços designados à formação dos educadores no interior da escola dêem, também, precedência à concentração político-filosófica sobre os sentidos e possibilidades da ação educacional para que se possa, desta façanha recuperar ou formar uma nova opinião.
O educandário não é a exclusiva instância de formação de cidadania. Mas, o acréscimo das pessoas e da sociedade depende cada vez mais da qualidade e da uniformidade de chances educativas. Aperfeiçoar cidadãos na perspectiva aqui apresentada supõe instituições onde se possa resgatar a subjetividade inter-relacionada com a grandeza social do ser humano, em que a produção e diálogo do conhecimento ocorram através de práticas participativas e criadoras. 
Após o convívio familiar, a criança passa a fazer parte de outro grupo de socialização, que é a escola, a qual também exerce influência na formação dos valores, na cultura e na identidade da criança. Di Giorgi (1980), diz que depois da família, a escola é o agente mais importante da socialização da criança. 
Encontro semelhanças entre esses dois grupos sociais, por tratarem-se de ambientes onde existe convivência diária e ambos buscando um ideal: preparar a criança para viver e conviver em sociedade, de forma autônoma e crítica.
Assim como a família, a sociedade está em constantes modificações, impulsionada por numerosos e distintos motivos. Logo, a responsabilidade da escola em relação às atitudes de socialização das crianças, é crescente, pois diariamente ela tem a tarefa de trabalhar para que os educandos tenham uma boa atuação e desenvolvimento em meio à sociedade.
Trata-se de uma instituição da sociedade na qual a criança atua efetivamente como sujeito particular e social. É um lugar concreto e principal para a formação de significados e para o adestramento da cidadania: na medida em que aprove a aprendizagem de informação critica e criativa, colabora para formar cidadãos que operem na junta entre Estado e a comunidade civil.
3. RELAÇÃO ESCOLA - FAMÍLIA 
Para ter sucesso e levar os alunos à aprendizagem, a escola deve contar com a participação ativa de todos os participantes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem como: gestor, os pais, os alunos e os professores. Portanto para entender a relação escola família é necessário conceituar escola, pois esta ainda é vista como um elemento estranho em meio à sociedade, o que na verdade seu papel deve ser de total atuação, ultrapassando o estágio em que os pais e a comunidade só são chamados para tomarem conhecimento de resultados. A comunidade onde está inserida a escola, deve ter participação em suas atividades. 
Ambas, escola e família, precisam se considerar parceiras na educação das crianças, trabalhando como aliadas e não como oponentes, pois “[...] se faz necessário que a escola e os pais se unam em busca dos mesmos objetivos, abrindo as portas à cooperação e à co-responsabilidade na formação da criança.” (TEZOLIN, 1995, p. 75)
Para que o trabalho entre escola e família seja conjunto, é preciso que uma complemente a outra, verificando-se a participação de ambas no processo educativo, uma vez que “(...) a escola é uma instituição de ensino e formação – tal qual a família” (ZAGURY, 2002, P. 232) e “(...) apesar de cada uma ter seu papel diferenciado, uma pode contribuir com a outra”. (CAPELETTI; JAKS; KELLER, 2005, p. 208)
O que é dever da escola está sendo, muitas vezes, realizado, porém algumas famílias ainda não participam da vida escolar dos seus filhos como necessitariam; deixando as crianças na escola como se esta fosse um lugar de cuidados: por quatro horas, tem alguém que cuida, fornece alimentos,... O aspecto aprendizagem fica, algumas vezes, restrito a isso, pois não se envolvem nas atividades da escola, bem como demonstram indiferença com relação ao desempenho dos filhos
3.1 O Gestor 
A direção precisa ser dinâmica, comprometida e motivadora para a participação de todos os envolvidos. Ela necessita delegar poderes e estimular a autonomia, valorizando a atuação e produção de cada um. Precisaser uma figura presente, ponto de referência da personalidade e missão da escola. Necessita-se, também, ser respeitosa nas relações interpessoais, inclusive nas ocasiões em que tem que promover ajustes no percurso de cada gente. 
Outro papel importante da direção é exercer liderança na comunidade (ser uma figura respeitada no seu meio). 
Trazer as famílias e demais setores da comunidade para dentro da escola, promovendo, em todos os sentidos de responsabilidade e do cuidado de um bem que é de todos. Contar com a participação da família e da comunidade fortalece a segurança e faz com que a escola caminhe na direção de cumprir com a sua missão e persiga seus diferentes objetivos. 
Outro aspecto que merece atenção é a função do diretor (gestor) de estar sempre alerta aos problemas de aprendizado, para ajudar o professor a encontrar as melhores estratégias de ensino. Além de incentivar o uso de novas metodologias e tecnologias, o gestor deve promover a discussão permanente de assuntos pedagógicos e outros. 
3.2 Escola e Comunidade 
Com a participação ativa dos pais, ou demais familiares é possível construir uma forma eficaz para o aprendizado, que atenda aos anseios da sociedade e às necessidades dos alunos. Piletti (1987) destaca que: 
O fato de as atividades de ensino e aprendizagem, nas diversas matérias, constituírem as funções específicas da escola, não implica que a comunidade deva estar ausente delas. Pelo contrário: quanto maior a presença da comunidade, tanto maior tenderá a ser a eficácia dessas atividades. (PILETTI, 1987, p.188)
Foi-se o tempo em que as comunidades tinham que se adequar às escolas, pois os tempos são outros, a escola tem a cara da comunidade.
Para ter sucesso e levar todos os alunos à aprendizagem, a escola deve contar com a participação e elaboração de idéias de todos os educadores, pois o aluno, dentro da instituição não é só de um professor, mas de toda a escola, a prática do trabalho coletivo vai fazer a criança avançar em sua aprendizagem. 
A escola tem diversas ferramentas de interação com a sociedade que servem de fonte de idéias para a proposta pedagógica visando o trabalho coletivo e interdisciplinar. No primeiro mês de aula, os professores observam o desenvolvimento das turmas para detectar as necessidades de aprendizagem. 
Junto a esse processo é preciso também atrair os pais para as reuniões, pois esses pais estão acostumados a ser chamados somente para receber notícias, geralmente más, sobre seus filhos. Os pais precisam sentir que a escola também é deles, se estamos no mesmo barco precisamos remar para o mesmo lado. 
Toda criança traz, quando ingressa na escola pela primeira vez uma carga de conhecimentos adquiridos em casa, no convívio familiar. 
Quando chamados à escola, para alguma reunião ficam apreensivos, querendo simplesmente assinar algo e pronto, como se sua simples tarefa fosse só o reconhecimento da criança, como aluno, somente no papel. Mas há os pais que têm mais de um filho na mesma escola, mas todos os filhos precisam da atenção dos pais. Pior ainda os pais que só se preocupam com a nota tirada pelo filho, sem considerar se os conteúdos tratados foram realmente assimilados por ele, principalmente quando, depois de mostrar a eles as dificuldades da criança nesta ou naquela matéria, ouvimos pais dizerem que, por estarem há muitos anos sem estudar, ou que interromperam seus estudos por algum motivo, dizem não compreenderem nada desses assuntos e que o dever seria do professor em ajudá-lo. 
Muitos pais na tentativa de arranjar desculpas dizem que, já conversaram com os filhos, e que, se não tirarem notas boas não ganham presentes de Natal, ou seja, usando uma psicologia primitiva, como se o castigo fosse um substituto adequado para o acompanhamento carinhoso das atividades escolares do filho, como se o professor fosse dar conta da educação integral da criança. 
O importante é que pais reflitam sobre suas atitudes e mudem esses conceitos, passando a participar de modo ativo na vida escolar dos filhos, procurando participar das reuniões, conversando mais com os professores, ou seja, vindo realmente a somar, agregando valores ao conhecimento de seus filhos. 
Toda grande mudança é lenta e às vezes imperceptível, mas a educação no Brasil passa por reformulações tão intensa que entusiasma quem trabalha na área. 
Um ponto fundamental da evolução é a formação dos professores, que cada vez mais procuram reciclar seus conhecimentos, usando metodologias que envolvem recursos tecnológicos. 
A mudança da mentalidade é a conquista mais importante desse período de renovação, pois é dela que decorrem as demais. Com o reconhecimento de que a criança precisa do apoio dos pais nas atividades escolares como um reforço pedagógico e, não apenas dos cuidados que a pouca idade exige. 
O professor não substitui os pais, mas é um profissional que trabalha com corações e mentes, dentro de um período da história pessoal de cada um, quando o ser humano começa a perceber quem é e a construir sua identidade. Apesar da importância crucial dessa etapa da vida, a criança ainda não tem voz nem vez e precisa de quem advogue por ela, sobretudo os pais e os professores. 
3.3 Envolvimento familiar na vida escolar do aluno 
O envolvimento de pais na vida do filho foi bastante pesquisado na década de noventa, tentando mostrar o quanto pode ser produtiva a parceria escolar-família, tentaram de início, definir o que é esse envolvimento de pais. Alguns pesquisadores o definiram como o grau em que os pais participam das atividades associadas à vida escolar do filho, tais como: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, ver cadernos com as lições das escolas, verificar se os filhos fizeram as tarefas, estabelecer horário de estudos, entre outras. Outros definiram como as interações dos filhos direcionadas ao seu próprio desenvolvimento, encorajamento desse desenvolvimento, através do reforço aos esforços da criança e arranjo de experiências de enriquecimento cultural; outros consideram que um pai envolvido seja aquele que auxilia nas tarefas de casa, quando é solicitado, participa da programação da escola, assiste às atividades esportivas e extracurriculares do filho, tomando conhecimento de como o filho está indo na escola. 
O estudo desta problemática permite restituir aos pais a sua capacidade de criar filhos em condições de serem bem sucedidos em sua vida escolar futura, projetando formas de torná-los mais envolvidos desde muito cedo, com as aprendizagens importantes para o desenvolvimento das crianças.
Conforme Scoz, (2009):
Não há dúvida de que a influência familiar é decisiva na aprendizagem dos alunos. Os filhos de pais extremamente ausentes vivenciam sentimentos de desvalorização e carência afetiva, que impossibilita de obter recursos internos para lidar com situações adversas. Isso gera desconfiança, insegurança, improdutividade e desinteresse, sérios obstáculos à aprendizagem escolar, (SCOZ 2009, p. 71).
Outro fator relevante que influencia no desempenho escolar dos educandos é a indisciplina, que pode, ou não, estar relacionada à carência de acompanhamento e apoio por parte das famílias para com a escola. Creio que está ocorrendo falhas na formação de limites, onde muitos responsáveis estão se equivocando e consequentemente acabam por perder o controle sob seus filhos.
Para que a escola consiga desenvolver um trabalho educativo eficiente, independente da estrutura familiar ou do tipo de educação que as crianças receberam, é de suma importância a participação, a presença e o apoio das famílias junto à instituição escolar.
Felizmente ainda encontramos responsáveis presentes e participativos na educação escolar de seus filhos, sendo visível no desempenho das crianças na construção de aprendizagens. Esses responsáveis atuam de forma efetiva no auxílio das tarefas a serem feitas em casa, bem como comparecem na escola sem serem chamados, a fim de acompanhar o andamento do seu filho quanto a aprendizagem, a disciplina, ao relacionamento.O incentivo por parte da família é muito importante, independente da forma como isso ocorra. Até pais que ainda não são alfabetizados podem incentivar seus filhos através de atitudes positivas que demonstrem respeito e valorizem o estudo. Capeletti, Jaks e Keller (2005) afirmam que:
Em geral, as crianças que aprendem com mais facilidade são aquelas que têm pelo menos um membro da família que investe nelas. [...] Percebe-se, nessas crianças, mais desejo de aprender e mais coragem, autoconfiança. Assim, por exemplo a colaboração dos pais nas lições de casa faz com que a criança sinta-se motivada, segura e, consequentemente, aprenda com mais facilidade. (CAPELETTI, JAKS E KELLER, 2005, p. 202)
O importante é que pais reflitam sobre suas atitudes e mudem esses conceitos, passando a participar de modo ativo na vida escolar dos filhos, procurando participar das reuniões, conversando mais com os professores, ou seja, vindo realmente a somar, agregando valores ao conhecimento de seus filhos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro do contexto da pesquisa apresentada, com o intuito de responder à questão norteadora, a qual questiona de que forma a relação família-escola pode contribuir para a construção da identidade, da autonomia e cidadania do aluno, desenvolvemos algumas considerações finais. 
Historicamente, a escola e a família, tal qual as conhecemos hoje, são instituições que surgem, com o advento da modernidade, ambas destinadas ao cuidado e educação das crianças e jovens. Na verdade, à escola coube a função de educar a juventude na medida em que o tempo e a competência da família eram consideradas escassos para o cumprimento de tal tarefa. Os saberes diversos e especializados, necessários, à formação das novas gerações, demandavam cada vez mais ao longo do tempo, um espaço próprio dedicado ao trabalho de apresentação e sistematização de conhecimentos dessa natureza, diferente portanto, daquele organizado pela família.
No Brasil, a escola, como instituição distinta da família, construiu-se aos poucos, às custas das pressões científicas e dos costumes característicos de uma vida mais urbana.
Aproximadamente dois séculos, sinalizaram para a necessidade de uma organização voltada à formação física, moral e mental dos indivíduos; missão essa impossível para o âmbito doméstico.
Esse modelo esteve a serviço, sobretudo durante o século XIX, da moldagem das elites intelectuais nacionais. A escola era profundamente diferente da família e, oferecia à formação das crianças e dos jovens a uma educação da qual nenhuma outra instituição poderia se ocupar. Os primórdios da República, na onda dos movimentos sociais, políticos e culturais que marcaram a época, impuseram a necessidade de modernizar a sociedade e colocar a Nação nos trilhos do crescimento, exigindo então um outro modelo e uma maior abrangência da ação educacional.
É possível compreender, diante da proximidade da família e da escola que, as características e particularidades marcam a trajetória de cada família e conseqüentemente, do educando a quem atendemos. Tais informações são dados preciosos para que possamos avaliar o êxito de nossas ações enquanto educadores, identificar demandas e construir propostas educacionais compatíveis com a nossa realidade
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