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EPISTEMOLOGIAS DO SUL
A obra de Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Menezes faz com que retornemos a uma questão que desde a época das nas grandes navegações é calada e evitada pela maioria da população: o questionamento sobre o etnocentrismo, sobre subalternização de culturas, principalmente ao que diz respeito as culturas de países tidos como terceiro mundo que desde o princípio foram silenciadas e excluídas, no começo pelo colonialismo e atualmente pelo capitalismo.
Especialmente o 11° capitulo (Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos de pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global), que é o tratado nesta resenha já começa questionado se ainda hoje vivemos em dicotomia, ou seja em um mundo onde só temos duas visões, opostas e totalmente intolerantes uma a outra.
Para introduzir o questionamento do capitulo, os autores trazem como exemplo um diálogo feito em Outrubro de 1998, na Universidade de Duke, Carolina do Norte, Estados Unidos, onde palestraram o Grupo Latino-americano de Estudos Subalternos e o Grupo Sul-asiático de Estudos subalternos e apesar de parecer que ambos trariam a mesma visão para o diálogo, ficou evidente que o grupo Latino-américano que era formado por acadêmicos residentes nos Estados Unidos não conseguiam desenvolver um estudo a partir da visão subalterna, como se sentem, como acham que seria possível descontruir essa cultura de superioridade ocidenteal criada desde o colonialismo, estudos esses baseados em autores como Foucault, Derrida, Gransci e Guha, dos quais três desses são pensadores eurocêntricos. O que foi alcançado mais facilmente pelo grupo Sul-asiático, que demonstraram maior sensibilidade ao mostrarem a visão a partir de teorias subalternas. Após isso, o autor divide o capitulo em breves tópicos para que fique mais clara a analise acerca da descolonização de paradigmas da economia política e de que não há uma única cultura que vá chegar a uma verdade absoluta ou universalidade. 
A Crítica Epistemológica: 
Para iniciar a discussão os autores nos levam a pensar sobre a produção de conhecimento ocidental eurocêntrica e a forma como foi, e é ainda hoje disseminada no mundo como sendo a única fonte de conhecimento capaz de alcançar a verdade absoluta, menosprezar o povo não pertencente a esta “elite” e além disso menosprezar todo e qualquer conteúdo intelectual produzido pelos ‘sem história’, ‘sem democracia’ e ‘sem desenvolvimento’.
A Colonialidade do Poder Enquanto Matriz do Poder no Mundo colonial/moderno: 
Conceptualização do atual sistema-mundo construído a partir da visão colonizadora europeia, criando para tudo, absolutamente tudo uma hierarquia. Onde o homem/branco/heterossexual/cristão/militar se sobressai sempre com vantagens desde oportunidades de ser um fazendeiro, homem de confiança do imperador, dono de escravos no século passado e que até os dias de hoje deixa marcas na sociedade, deixando marginalizados todos os que não condizem com as características citadas anteriormente. Trazendo por fim uma nova “estrutura-organizacional” aplicada a partir do século XIX onde o principal valor determinante para a discriminação é a raça e logicamente a raça negra como sendo inferior. 
 Do Colonialismo Global à Colonialidade Global:
Aqui, cita-se o FMI (Fundo Monetário Internacional), juntamente com o capitalismo, e os países de primeiro mundo os principais responsáveis pela colonialidade global, que consiste na continuação da exploração de uma forma diferente, onde conseguimos nos desprender da forma jurídico-política onde vinham os burgueses para as colônias, exploravam o território, levavam a matéria prima e ficavam com o lucro para entramos em uma colonialidade onde vendemos por muito pouco a matéria prima (petróleo, grãos, frutas, carnes) desvalorizando a agricultura, a pecuária e as pequenas empresas, especialmente as familiares. Podíamos chamar também de exploração colonial do século XXI, “Pra inglês ver.”
Pós-colonialidade e Sistemas de Mundo:
Traz a crítica pós-colonial sendo o capitalismo enquanto cultura, como o principal fator para as construções econômicas, sexistas, racistas, ou seja, preconceituosas e discriminadoras atuais que são os frutos da nossa globalização, iniciada com as navegações e as encantadoras rotas para o Oriente.
O Pensamento de Fronteira:
Em busca de formas para fugir desse eurocentrismo e deixar todo o poder intelectual, militar e automaticamente econômico nas mãos de uma porção de países surgem duas correntes, o nacionalismo e o fundamentalismos de terceiro mundo. O nacionalismo com seus exemplos mundialmente conhecidos consiste na figura de um ditador que com princípios voltados para economia nacional e força de serviço de base busca fazer com que eu país juntamente com os aliados por conveniência não seja mais o coadjuvante no cenário mundial. O que não destoa muito do fundamentalismo de Terceiro mundo que faz o possível para que tenha força as ideologias e princípios criados nesses lugares.
Por fim, nos tópicos 6. (A Transmodernidade ou Cosmopolitismo Critico Enquanto Projectos Utópicos) 7.(Os Conflitos Anticapitalistas da Atualidade) e 8.(Rumo a um Projecto de ‘Diversidade Anticapitalista Descolonial, Universal e Radical) , é visível as tentativas de saídas atuais e futuras para alcançarmos soluções que por vezes parecem utópicas mas que com certeza chegaria mais próximo de uma igualdade nunca vista anteriormente no mundo. 
GROSFOGUEL, Rámon. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. In: SOUSA SANTOS, Boaventura de. e MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. Cortez Editora, 2014.
Silvia Andrade
Curso Direito
Centro Universitário Estácio de Sá
São José, 17 de Outubro de 2017

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