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Empreendedorismo Unidade 1 Professor: Jimmy Corrêa, MSc. Para Refletir... “A coragem é a primeira qualidade humana, pois garante todas as outras.” Aristóteles “Tente por três vezes algo que você nunca fez. Primeiro, para superar o medo. Segundo, para aprender. Terceiro, para saber se gosta.” Nirgel Thompsom “Não importa o quão nova a idéia é, o que importa é o quão nova ela se torne.” Elias Canetti Empreendedorismo A palavra empreendedor (entrepreneur), originada do francês, é usada para descrever uma pessoa que tem, acima de tudo, a necessidade de realizar coisas novas. Os conceitos de administração normalmente estão associados às organizações, ao contrário do conceito de empreendedorismo, que sempre se associa à pessoa que faz acontecer. Conceitos de empreendedorismo Dornelas (2008) Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso. Definições de empreendedor Para Joseph Schumpeter (1949), empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. Para ele, empreendedor é aquele que cria novos negócios ou inova dentro de negócios já existentes. Aquele que aproveita oportunidades para criar mudanças, mobiliza recursos externos e valoriza a diversidade de conhecimento e de experiência para alcançar objetivos (Peter Drucker) Dornelas (2008) Para Kirzner (1973) empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Para Filion (1991) empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões. Todos os autores são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento às informações, pois sabe que suas chances aumentam conforme aumenta seu conhecimento. Dornelas (2008) / Fernando Dolabela (1999) Definições de empreendedor Em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se, pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: Tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive. Aceita assumir riscos calculados e a possibilidade de fracassar. Definições de empreendedor Dornelas (2008) 8 No livro “O Segredo de Luísa” temos os seguintes exemplos do que seja um empreendedor: Fernando Dolabela (1999) Indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja. Pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos. Empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores adicionais. Contudo, não se considera empreendedor uma pessoa que, simplesmente, adquire ume empresa e não introduza nenhuma inovação, mas somente gerencie o negócio. Definições de empreendedor Importância do empreendedorismo É importante estudarmos os conceitos de empreendedorismo por que a maior parte dos negócios criados no país é concebida por pequenos empresários. No Brasil, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 57,3% dos empregos formais e respondem por aproximadamente 2,2% das exportações e 20% do PIB. O empreendedorismo é fator determinante para a geração dessas empresas e para impulsionar o crescimento econômico sustentável, necessários em países emergentes. http://www.portaldomarketing.com.br Principais barreiras para a propagação do empreendedorismo no Brasil Alto custo e dificuldade de acesso dos empresários ao capital. Políticas governamentais que impõem alta carga tributária, elevados encargos trabalhistas e excesso burocrático-regulatório. Um sistema educacional insuficiente tanto para preparação de mão de obra quanto para desenvolvimento do espírito e das habilidades do empreendedorismo entre os estudantes. A forte cultura de buscar um emprego na esfera pública e nas grandes empresas privadas. A falta de bons programas de apoio ao empreendedorismo. Pouca integração entre as iniciativas empreendedoras existentes e pouca divulgação sobre o tema. Em um estudo do Banco Mundial feito com cerca de 1,8 mil empresas no Brasil, mais de 50% das empresas do Estado do Rio de Janeiro disseram que o sistema de administração de impostos é um grave problema. O Banco Mundial, colocou o Rio de Janeiro como o 10º estado, entre 13 analisados, em que é mais difícil pagar impostos. O ambiente regulatório, especialmente o aspecto tributário, é um dos maiores entraves ao desenvolvimento do empreendedorismo na cidade. Principais Entraves do Empreendedorismo no Rio de Janeiro Apesar de parte do desafio remeter também à esfera federal, existem aspectos que dizem respeito ao Rio de Janeiro. Entre eles, o tempo médio para tirar licenças e documentos junto à prefeitura, além do trabalho das Juntas Comerciais no nível estadual. Além disso, há aspectos relacionados à comunicação e à instrução da população sobre a burocracia do empreendedorismo – que, conforme mencionado por alguns empreendedores nos workshops realizados, “nem sabe onde precisa ir ou o que precisa fazer para abrir uma empresa” e, por isso, acaba contratando auxílio (de contadores ou advogados especializados, por exemplo) para conseguir cumprir as exigências e processos Isso faz com que empreendedores percam tempo precioso, que poderiam investir no crescimento das suas empresas, para resolver os problemas da burocracia. Principais Entraves do Empreendedorismo no Rio de Janeiro Muito se fala sobre o “Rio de Janeiro vivido nos morros” e o “Rio de Janeiro do asfalto”, com suas diferenças socioeconômicas. Com o empreendedorismo ocorre uma situação semelhante. Há claras diferenças entre os extremos dos empreendedores, o que se chama aqui de “Dois Rios”: a polaridade entre empreendedores formais e informais. Enquanto apenas 8% dos empreendedores informais têm ensino superior, esse número chega a 38% entre os formais. Além de piores condições iniciais, como a baixa escolaridade, empresas informais têm menos acesso a recursos financeiros, serviços de infraestrutura (como água e luz) e operam em um ambiente incerto, afetando as relações comerciais e o desenvolvimento do empreendedorismo em toda a cidade. Principais Entraves do Empreendedorismo no Rio de Janeiro Consequentemente, isso acarreta em grandes diferenças no crescimento das empresas, sendo que 39% dos empreendedores formais disseram ter aumentado seu faturamento nos últimos três anos – índice de apenas 8% entre informais. Ainda, um empreendedor formal possui renda média mensal 300% superior a do empreendedor informal (R$ 2,1 mil a mais). Para este empreendedor menos privilegiado, o acesso a capital para investir no crescimento da empresa é um problema muito maior, atingindo 73% dos empreendedores informais. A consequência final desses fatores é uma alta taxa de mortalidade entre empresas cariocas. Principais Entraves do Empreendedorismo no Rio de Janeiro Perfil do Empreendedorismo no Brasil Perfil do Empreendedorismo no Brasil Perfil do Empreendedorismo no Brasil Perfil do Empreendedorismo no Brasil Principais Erros dos Empreendedores nos Negócios? O que é importante para Sobreviver? (*) Por que faliram? (*) O que poderia evitar o fechamento? (*) Principais Recomendações Gerentes tradicionais X Empreendedores Temas Gerentes tradicionais Empreendedores Motivação pessoal Promoção e outras recompensas tradicionais da empresa Independência, oportunidade para criar algo novo e ganhar dinheiro Referência de tempo Curto prazo, orçamentos semanais, mensais, etc. Longo prazo. Sobreviver e atingir 5 a 10 anos de crescimento do negócioAtividade Delega e supervisiona Envolvem-se diretamente Decisões Geralmente concorda com seus superiores Seguem seus sonhos para tomar decisões Como vê o risco Com cautela Assumem riscos calculados Histórico familiar Membros da família trabalham em grandes empresas Membros da família possuem pequenas empresas ou já criaram algum negócio Dornelas (2008) Empreendedor X Intra-empreendedor Para Filion (1991) empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões. Intra-empreendedor é aquele profissional que "a partir de uma ideia, e recebendo a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalha, dedica-se entusiasticamente em transformá-la em um produto de sucesso. Não é necessário deixar a empresa onde trabalha, como faria o empreendedor, para vivenciar as emoções, riscos e gratificações de uma ideia transformada em realidade". Nos dois, a maior característica e a de planejador: situam-se onde estão e para onde desejam ir, com planejamento e processo de acompanhamento, adequando à realidade sempre que for necessário. http://carreiras.empregos.com.br Perfil do empreendedor de sucesso O empreendedor tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia. Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização. Trabalha sozinho. Tem perseverança e tenacidade, obstinação. O fracasso é considerado um resultado como outro qualquer. Ele aprende com os resultados negativos, com os próprios erros. Tem grande energia. É um trabalhador incansável. Fernando Dolabela (1999) Sabe fixar metas e alcançá-las. Luta contra padrões impostos. Tem forte intuição. Tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz. Sabe buscar, utilizar e controlar recursos. É um sonhador realista É líder. Cria um sistema próprio de relações com empregados. É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo. Perfil do empreendedor de sucesso Fernando Dolabela (1999) Conhece muito bem o ramo em que atua. Preocupa-se em aprender a aprender, porque sabe que no seu dia-a-dia será submetido a situações que exigem a constante apreensão de conhecimentos que não estão nos livros. O empreendedor não é um aventureiro. Assume riscos moderados e calculados. Gosta do risco, mas faz tudo para minimizá-lo. É inovador e criativo. Mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócio. Perfil do empreendedor de sucesso Fernando Dolabela (1999) Mitos e Verdades Mitos e Verdades Mitos e Verdades Habilidades de um empreendedor As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em três áreas: 1 – Técnicas – envolvem saber escrever, saber ouvir, captar informações, ser um bom orador, ser um bom vendedor, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe e possuir know-how técnico na sua área. 2 – Gerenciais – incluem áreas envolvidas na criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças, produção, RH, estratégia, etc. 3 – Pessoais – como as já abordadas: assumir riscos, ser inovador, orientado a mudanças, etc. Dornelas (2008) É possível ensinar empreendedorismo? Até alguns anos atrás, acreditava-se que o empreendedorismo era inato, ou seja, que o empreendedor nascia com um diferencial e era predestinado ao sucesso nos negócios. Pessoas sem essas características eram desencorajadas a empreender. Hoje em dia, esse discurso mudou e, cada vez mais, acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e aprendido por qualquer pessoa e que o sucesso é decorrente de uma gama de fatores internos e externos ao negócio. Dornelas (2008) O processo empreendedor 1 – Identificar e avaliar oportunidades Criação e abrangência da oportunidade Valores percebidos e reais da oportunidade Riscos e retornos da oportunidade Oportunidade versus habilidades e metas pessoais Situação dos competidores Sumário Executivo A empresa O plano de mkt O plano financeiro Anexos Recursos pessoais Recursos de amigos e parentes Angels Capitalistas de risco Bancos Governo Incubadoras Estilo de gestão Fatores críticos de sucesso Identificar problemas atuais e potenciais Implementar um sistema de controle Profissionalizar a gestão Entrar em novos mercados 2 – Desenvolver o plano de negócios 3 – Captar os recursos necessários 4 – Gerenciar a empresa criada Dornelas (2008) Segundo David McClelland, as pessoas podem ser divididas em dois grandes grupos: uma minoria que, quando desafiada por uma oportunidade, está disposta a trabalhar com determinação e afinco para conseguir o que quer, e uma grande maioria que não se importa tanto assim. McClelland afirma que as pessoas que têm necessidade de realizar se destacam porque, independentemente de suas atividades, fazem com que as coisas aconteçam. Em resumo, podemos dizer que o empreendedor identifica uma oportunidade e cria um meio para aproveitá-la, assumindo os riscos que qualquer atividade empresarial oferece. Por que os empreendedores são importantes para a sociedade? São três pontos fundamentais para a compreensão da importância dos empreendedores em nossa sociedade: O empreendedor contribui para a criação de emprego e crescimento Cada vez mais são as empresas novas e pequenas, e não as grandes, as maiores criadoras de novos postos de trabalho. Os países com maior aumento nas taxas de iniciativa empresarial tendem a ter um maior decréscimo nas suas taxas de desemprego. 2. A iniciativa empreendedora estimula o desenvolvimento do potencial pessoal Uma ocupação não constitui apenas um modo de ganhar dinheiro; as pessoas utilizam outros critérios nas suas escolhas relativas à carreira, tais como a segurança, o nível de independência, a variedade de funções e o interesse pelo trabalho. Um estudo britânico mostrou que, além das motivações materiais (dinheiro e status social), as pessoas escolhem ser empreendedoras como meio de satisfação pessoal (liberdade, independência e desafio). Tornar-se empreendedor, do ponto de vista social, pode ser um meio para atingir uma posição melhor para si mesmo. 3. A capacidade empreendedora e os interesses da sociedade Os empreendedores são os condutores da economia de mercado cujos resultados permitem que a sociedade disponha de riquezas, postos de trabalho e variedade de escolha para seus consumidores. Nesse sentido, em resposta às expectativas crescentes da sociedade, relativas aos impactos da atividade empresarial, muitas empresas adotaram estratégias e formas de responsabilidade social, o que implica a inclusão voluntária de aspectos sociais e ambientais nas suas respectivas operações, assim como nas suas relações com a sociedade. Tais empresas reconhecem que o comportamento empresarial responsável serve de base para seu sucesso. Esse comportamento responsável pode incluir, por exemplo, o compromisso de produzir de modo pouco agressivo para o meio ambiente, pois respeita as preocupações dos consumidores. Além disso, a iniciativa empreendedora pode também ter um papel importante na prestação de serviços eficientes de saúde, educação e segurança social. Empreendedores decidem com base em expectativas Há um estudo realizado na Austrália por Mazzarol Et Al (1998) que identifica cinco fatores de motivação que nos sinalizam com que expectativas os empreendedores decidem: a. Os empreendedores decidem com base em Criatividade: desejo de aproveitar talentos, ter um emprego interessante e criar alguma coisa para a realização de um sonho. b. Os empreendedores decidem com base em Autonomia: desejo de trabalhar no local e horário de sua escolha e ser o seu próprio patrão. c. Os empreendedores decidem com base em Status: seguir o exemplo de outra pessoa ou a tradição familiar, e desejo de reconhecimento social. d. Os empreendedores decidem com base em Oportunidade: desejo de aproveitar uma oportunidade de mercado identificada,ou mesmo, antecipar um cenário futuro positivo. e. Os empreendedores decidem com base em Dinheiro: manter rendimento e ampliar seus ganhos. Como ter uma ideia de negócios? Há, basicamente, duas maneiras pelas quais você, jovem empreendedor, pode criar ideias de negócios: gerar a sua própria idéia ou desenvolver a de outro. A segunda é muito mais comum, porque, na maioria dos casos, é dar praticidade a uma ideia já desenvolvida. É preciso que você tenha em mente que todas as pessoas e organizações possuem necessidades que são satisfeitas de formas diferentes. Se você puder dar a essas necessidades melhores respostas do que as atuais, certamente estará construindo uma grande oportunidade de negócios a ser aproveitada.
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