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Resumo de Direito Tributário

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Resumo de Direito Tributário
Capitulo 1
Considerações Iniciais
Conceitos:
Direito Financeiro: é o conjunto de normas que regulamenta a atividade finaceira, no trato das receitas, despesas, orçamento e crédito.
Receita Pública: corresponde ao ingresso definitivo de dinheiro aos cofres do Estado para cumprimento de suas finalidades. 
Quanto à periodicidade, as receitas públicas poder ser divididas em extraordinárias e ordinárias. 
Receitas extraordinárias: são aquelas auferidas em caráter excepcional e temporário. Ex. imposto extraordinário de guerra.
Receitas ordinárias: são aquelas que ingressam regularmente e de forma permanente em nosso ordenamento com a finalidade de custear as necessidades públicas com os impostos. Ex. IPI, ICMS, II.
Quanto à origem, as receitas públicas são classificadas em originárias e derivadas.
Receitas originárias: são decorrentes da exploração do patrimônio publico e atividades desenvolvidas pelo próprio Estado. Ex. os frutos (alugueis, foros de terrenos da marinha, laudêmios...) resultantes da utilização de bens públicos.
Receitas derivadas: são aquelas onde o Estado, com seu poder de império, retira a parcela de riqueza dos administradores para a consecução de seus fins, no interesse do bem comum. Ex. tributos.
Despesa Pública: corresponde ao emprego das receitas para cumprimento das necessidades públicas. (no orçamento contém a aprovação prévia da despesa e da receita para um período determinado).
Crédito Público: equivale a um contrato cujo objeto é a transferência de certa quantia em dinheiro de uma pessoa a uma entidade pública para ser restituído, acrescido de juros, em determinado período de tempo.
Direito Tributário: é um ramo do direito público que disciplina princípios e regras próprias referentes a instituição, fiscalização e arrecadação de tributos entre os sujeitos envolvidos nessa relação.
Autonomia Do Direito Tributário: O direito tributário não é cientificamente autônomo, por não poder ser individualizado, dever interliga-se com os demais ramos do direito, uma vez que o sistema é uno e indivisível. Entretanto é didaticamente autônomo, pois existe uma ramificação do direito para disciplinar suas regras e seus princípios, e é ensinado em cadeiras autônomas nos cursos jurídicos.
Tributo: é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Espécies Tributárias: De acordo com o CTN, há três espécies (teoria ternária): Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria. Contudo o STF adota a (teoria quinária) com cinco espécies tributárias: Impostos, taxas, Contribuições de melhoria, Contribuições e Empréstimo Compulsório.
Funções dos tributos no ordenamento jurídico: Pode apresentar duas funções: A fiscal, eminentemente arrecadatória, cujo o único objetivo é a arrecadação de receitas para a sustentação das necessidades publicas; e a segunda é a Extrafiscal, que consiste em estimular ou desestimular as condutas do particular conforme os objetivos sociais, políticos e econômicos do Estado.
Capitulo 2
Competência Tributária
Conceitos:
Competência Tributária: É a outorga de poder concedido pela CF aos entes federativos para que eles possam instituir a majorar tributos. Ex: criação, instituição e majoração de tributos.
Competência tributária para legislar sobre o direito tributário: é a outorga de poder concedido pela CF para editar leis que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. É uma competência concedida aos entes federativos para traçarem regras sobre o exercício do poder de tributar. Ex. Leis que versem sobre tributos já instituídos e relações jurídicas a eles pertinentes.
A carta magna no art. 24 prevê a Competência Concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal para legislar sobre o direito tributário.
Compete a União a edição de Normas Gerais e aos Estados e ao Distrito Federal a Suplementação da legislação federal.
Se não existir norma Federal, os Estados e o DF apresentam competência plena.
O art. 30 da CF estabelece a competência dos Municipios para legislarem sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual no que lhe couber.
Característica da competência tributaria:
Indelegabilidade: A CF define quais serão os tributos de competência tributaria de cada Ente Federativo, de modo a ser Indelegável tal atribuição, ou seja, Intransferível. 
Obs: Enquanto a competência tributária consiste na criação e majoração de tributos é indelegável. As funções administrativas de arrecadar, fiscalizar tributos e executar leis, compreendem a capacidade ativa tributária e podem ser delegadas. 
Facultatividade: os Entes Federativos não estão obrigados a instituir os tributos, cuja competência tributária lhe for atribuída pela CF.
Incaducabilidade: O direito do Ente Federativo de instituir o tributo pode ser exercito a qualquer tempo. Ou seja. Se a CF prevê o tributo e ele ainda não foi criado, ela poderá criá-lo a qualquer tempo. Ex. IGF
Inalterabilidade: A competência tributaria não pode ser alterada por lei Infraconstitucional.
Irrenunciabilidade: o Ente Federativo jamais pode renunciar sua competência tributaria em favor de outro Ente, podendo apenas deixar de exercê-la.
Classificação da Competência tributária:
Competência Privativa: è aquela em que a CF atribui com exclusividade a este ou aquele ente político a instituição do tributo. Exercida pelos Entes Federativos em realação aos impostos. 
Exs. A união exerce competência privativa para criar o empréstimo compulsório e as contribuições do art. 149, caput, da CF.
A contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP) é de competência privativa dos municípios e do DF.
Competência Comum: é exercida por todos os Entes Federativos, como ocorre com as taxas e as contribuições de melhoria.
Competência residual ou remanescente: Encontra guarida nos artigos 154, I e 195, § 4°, da CF, que possibilita a União criar impostos e contribuições sociais não previstos na Lei Maior.
Competência cumulativa: é a do artigo 147 da CF que estabelece a União instituição de impostos, nos territórios federais, e pelo DF, em sua base territorial.
Competência extraordinária: tem previsão no art.154, II, da Cf que possibilita a União instituir imposto extraordinário, compreendidos ou não em em sua competência, na iminência ou no caso de guerra.
Repartição das receitas tributárias: As transferências tributárias de impostos estão nos artigos 153, § 5°, 157, 158 e 159 da Cf e só poderão deixar de serem repassados no caso do art.160 da Cf, isto é, quando o Ente Federativo não estiver aplicando o percentual exigido na área da Saúde, e também no caso de débitos de um Ente e suas Autarquias com outro que irá fazer o repasse.
Exercício da competência tributária:
Os Entes Federativos irão criar e majorar os tributos apenas por meio de lei e, via de regra, por lei ordinária.
Existem quatro tributos que só podem ser instituídos mediante Lei Complementar: Contribuição Social Residual, Empréstimo Compulsório, IGF e Imposto Residual.
A medida provisória é um instrumento normativo com força de lei que poderá instituir ou majorar os tributos, desde que atenda a dois requisitos: 
O imposto deve ser instituído por meio de lei ordinária; e 
É necessário que a medida provisória que os criar seja convertida em lei ate i final do exercício financeiro, para que possa produzir efeitos no ano subseqüente.
Capitulo 9
Espécies Tributárias
As Taxas: são tributos intimamente ligados a atividade do Estado e sua incidência está atrelada a uma contraprestação do Estado, paga pelo contribuinte que usufrui dessa atividade estatal.
Segundo a Constituição Federal, a competência para instituição da taxa é comum a União, aos Estados, ao DF e aos Municípios, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços específicos e divisíveis, prestados ao contribuinteou postos a sua disposição (CF, art. 145, II, na mesma linha de raciocínio, conferir o art. 77 do CTN).
O ente competente para instituir e cobrar a taxa é aquele que presta o respectivo serviço ou que exerce o respectivo poder de polícia.
Taxas De Polícia:
O artigo 78 do CTN (Lei: 5.172/66) conceitua poder de polícia como:
“atividade da administração pública que limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos”.
As taxas de polícia tem por fato gerador o exercício regular do poder de polícia (atividade administrativa), cuja fundamentação é o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, que permeia todo o direito público. Assim, o bem comum, o interesse público, o bem-estar geral podem justificar a restrição ou condicionamento do exercício de direitos individuais.
Taxas De Serviço: È exigida em razão da utilização efetiva ou potencial de serviço público específico ou divisível.
De acordo com o art. 79, I e II, o serviço púbico remunerado por taxa é considerado específico quando o contribuinte sabe por qual serviço está pagando, o que não acontece, por exemplo, com a taxa de serviços diversos, cobrada por alguns municípios.
Já divisibilidade está presente quando é possível ao Estado identificar os usuários do serviço a ser financiado com a taxa. Assim, o serviço de limpeza dos logradouros públicos não é divisível, pois seus usuários não são identificados nem identificáveis, uma vez que a limpeza da rua beneficia a coletividade.
O STF adota a classificação dos serviços públicos em gerais e específicos. Os primeiros devem ser financiados com a arrecadação de impostos e os últimos por meio das taxas.
Base De Cálculo Das Taxas: A base de calculo da taxa deve ser consoante o aspecto material próprio da sua espécie de incidência tributária.
Humberto Àvila condiciona a validade das taxas observando-se os seguintes critérios:
Critério da equivalência: O valor da taxa deve manter uma relação proporcional com a atuação estatal, no sentido de que a atuação estatal aumente na mesma proporção do aumento do elemento legal indicativo da atuação estatal;
Critério da imputabilidade individual: as taxas só podem ser instituídas quando houver uma atividade administrativa relacionada ao contribuinte e cujos custos possam ser-lhe individualmente imputáveis;
Critério de cobertura especial de custos: o valor da taxa não pode ultrapassar os custos concretos e individuais decorrentes da atuação administrativa
Critério da cobertura geral de custos: as receitas totais auferidas pelo Estado, em período, pela cobrança da taxa não podem ultrapassar os custos totais decorrentes da atividade administrativa vinculada a taxa. 
A CF proíbe que as taxas tenham base de cálculo própria de impostos (art. 145, parágrafo 2°). Já o CTN dispõe que a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondem ao imposto (art. 77, parágrafo único).
Assim, para cobrar um determinado imposto, o Estado não precisa realizar qualquer atividade relativa ao contribuinte. Portanto, a base de cálculo deste imposto será uma grandeza econômica que não possui qualquer correlação de valor com o que o Estado gasta para a consecução de seus fins próprios.
Já no tocante às taxas, apesar de não ser possível, na maioria dos casos práticos, apurar com exatidão o custo do serviço público prestado a cada contribuinte, de forma a cobrar o mesmo valor a título de taxa, é extremamente necessário que exista uma correlação razoável entre esses valores.
O STF preceitua através da súmula vinculante n. 29: que pode haver um ou mais elementos da base de cálculo, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
Diferença entre Taxas e Tarifas (preços públicos)
Os serviços públicos entendidos como essenciais e tidos como obrigatórios, prestados exclusivamente pelo estado, serão remunerados por taxa.
Taxa: é prestação pecuniária compulsória, não havendo manifestação livre da vontade do sujeito passivo para que surja a obrigação de pagar. São cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Regime jurídico de Direito Público.
Por outro lado os serviços públicos não considerados essenciais e, geralmente delegados para concessionárias ou permissionárias, serão remuneradas por meio de tarifas (preços públicos).
Tarifas: são sujeitas ao regime contratual de direito privado. A receita proveniente de tarifa é originária, decorrendo da exploração do patrimônio do próprio Estado. No preço público ou tarifa a relação é contratual, sendo imprescindível a prévia manifestação da vontade do particular para que surja o vínculo obrigacional. A prestação pecuniária é facultativa. Ex: serviço público de telefonia. Regime Jurídico de Direito Privado.
	TAXA
	TARIFA
	É tributo
	Não é tributo
	Caráter Obrigatório
	Caráter Contratual
	Regime Jurídico de Direito Público
	Regime Jurídico de direito Privado
	Visa cobrar o preço do serviço
	Visa Lucro
	Receita derivada (são provenientes de bens permanentes ao patrimônio dos particulares, imposts coercitivamente aos cidadãos).
	Receita originária (são as auferidas pelo Estado em decorrência da exploração do seu próprio patrimônio).
	Decorre da lei
	Decorre do contrato
Quadro de Josiane Minard
Contribuição De Melhoria
A competência tributaria da contribuição de melhoria é comum a União, aos Estados, o DF e os Municípios, apenas para as que decorrem de obras públicas (art. 145, III, CF). E deve ser instituída por meio de lei específica, podendo ser lei ordinária. 
A contribuição de melhoria são tributos vinculados, uma vez que a sua cobrança depende de uma específica atuação estatal, qual seja a realização de uma obra pública que tenha como consequência um incremento do valor de imóveis pertencentes aos potenciais contribuintes. A valorização imobiliária é fundamental.
O fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas sim sua consequência, a valorização imobiliária. A melhoria exigida pela CF é, segundo o STF, o acréscimo de valor à propriedade imobiliária dos contribuintes, de forma que a base de cálculo do tributo será exatamente o valor acrescido, ou seja, a diferença entre os valores inicial e final do imóvel beneficiado. Assim, para efeito de cobrança da exação, há de se considerar melhoria como sinônimo de valorização.
Segundo o STF, “Sem valorização imobiliária decorrente de obra pública não há contribuição de melhoria, porque a hipótese de incidência desta é a valorização e a sua base de cálculo é a diferença entre os dois momentos: o anterior e o posterior à obra pública, vale dizer o quantum da valorização imobiliária”.
OBSERVAÇÃO: um mero recapeamento de via pública constitui simples serviço de manutenção e conservação, não ensejando a cobrança do tributo de Contribuição de Melhoria.
A base de cálculo da C.M será verificada a partir de duas dimensões: I o valor da valorização do imóvel, decorrente da obra pública, e II o quato foi gasto efetivamente com a realização da obra.
Artigo 81 do CTN: “A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo DF ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.
O Estado não pode cobrar, a título de contribuição de melhoria, mais do que gastou a obra, pois se assim fizesse, gerariaenriquecimento sem causa do próprio Estado.
A cobrança da contribuição de melhoria deverá ocorrer pelo Ente Federativo que tiver realizado a obra e será exigida do proprietário do imóvel.
Os Empréstimos Compulsórios: São empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis. A obrigação de pagá-los não nasce de um contrato, de uma manifestação livre das partes, mas sim da determinação legal. Verificada a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação de emprestar dinheiro ao Estado.
A competência para a criação de empréstimos compulsórios é exclusiva/privativa da União. Esta é uma regra sem exceções. Por mais urgente, grave, relevante que seja a situação concreta, não é possível a instituição da exação por parte dos Estados, dos Municípios ou do DF. Apenas pode ser instituído mediante Lei Complementar. 
Art. 148,CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.
A instituição de empréstimos compulsórios só é possível mediante lei complementar. Leis ordinárias e medidas provisórias não podem criar empréstimos compulsórios. Nos casos de guerra externa e sua iminência e de calamidade pública, há uma necessidade bem maior de celeridade, de rapidez na instituição e cobrança do tributo. Justamente por isso, nesses casos a exação pode ser criada e cobrada de imediato, sem necessidade de obediência aos princípios de anterioridade e dos noventa dias como nos termos do art. 150 § 1° da CF, tendo em vista seu caráter emergencial.
Nos termos do artigo 148 da CF, a aplicação dos recursos proveniente de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. O parágrafo único do art. 15 do CTN exige que a lei instituidora do empréstimo compulsório fixe o prazo e as condições de resgate. Assim, a tributação não será legítima sem a previsão de restituição.
Caso não sendo feita a devolução no prazo previsto na lei que instituiu o empréstimo compulsório, o contribuinte deverá ingressar com ação de cobranças em face da União e não ação de restituição, isso porque essa ultima só é admitida, nos termos do artigo 165 do CTN, quando o tributo é pago indevidamente ou a maior.
Contribuições Especiais
Dispõe o art. 149 da CF:
“Art. 149. Compete exclusivamente a União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III e 150, I e II, e sem prejuízo do previsto no art. 195, parágrafo 6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo”.
Percebe-se que o legislador constituinte previu a possibilidade de a União instituir três espécies de contribuições:
1-as contribuições sociais;
2-as contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE)
3-As contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas (corporativas).
A competência para a criação das contribuições do art. 149 é destinada exclusivamente à União. Entretanto, o parágrafo 1° do mesmo artigo traz uma exceção:
“Os Estados, o DF e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos da União”.
Classificação das contribuições especiais:
Contribuições Sociais: Seguridade Social; Outras contribuições sociais; contribuições sociais gerais.
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE);
Contribuições Corporativas;
Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP).
Capitulo 10
Impostos Federais
Conceito: Imposto é o tributo cuja obrigação tenha por hipótese de incidência uma situação que não implica contraprestação direta por parte do Estado e é cobrado em face da ocorrência de fato de caráter econômico revelador da capacidade contributiva do indivíduo (ATALIBA). 
ESPÉCIES:
a) Federais Instituídos: Imposto sobre Produto Industrializado, Imposto de Exportação, Imposto de Renda, Imposto de Importação, Imposto sobre Território Rural, Imposto sobre Operações Financeiras; Não instituídos Impostos sobre Grandes Fortunas, Imposto Extraordinário de Guerra e Impostos Residuais.
b) Estaduais;ITCMD, ICMC e IPVA.
c) Municipais; IPTU, ITBI e ISSQN.
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – II
a) O Art. 153, I da CF estabelece a Hipótese de Incidência ou Fato Gerador: Importar produto do estrangeiro.
a.1: Produto: coisa móvel corpórea, independentemente, de ser ou não destinada ao comércio (mercadoria);
a.2: Momento do fato gerador: data do registro da declaração de importação da mercadoria submetida a despacho para consumo (art. 73 do Dec. 6.759/09, art. 23 do DL n. 37/66 e STJ). 
b) Sujeito Ativo: União;
c) Sujeito Passivo (Dec. n. 6.759/09, art. 104): 
c.1: o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro;
c.2.: o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; e
c.3.: o adquirente de mercadoria entrepostada (depositada em recinto alfandegado).
OBS.: Alfândega ou aduana é uma repartição governamental oficial de controle do movimento de entradas e saídas de mercadorias para o exterior ou dele provenientes, responsável, inclusive, pela cobrança dos tributos pertinentes.
d) Alíquotas – art. 20, do CTN:
d.1: Específica – valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se à metragem, peso etc. Por exemplo, R$ 42,00 por metro cúbico, tonelada, container, etc. do produto;
d.2: Ad valorem: aplicação de alíquota sobre determinado valor de operação (base de cálculo). Por exemplo, 10% de R$ 15.000,00;
OBS.: o art. 153, § 1°, da CF/88 assevera que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do Imposto de Importação.
DL 37/66 “O imposto será calculado pela aplicação, das alíquotas previstas na Tarifa Aduaneira, sobre a base de cálculo definida no Capítulo II deste título (Art.22). 
A alíquota do II varia de produto para produto, razão porque não é possível estudar o percentual ou valor de cada alíquota. Os curiosos devem verificar a Tarifa Externa Comum (TEC) no sítio da Receita Federal. 
e) Base de cálculo (CTN, art. 20):
I - quando a alíquota for específica, a base de cálculo será a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota for ad valorem, a base de cálculo será o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência; 
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, a base de cálculo será o preço da arrematação.
Características:
1) Tributo extrafiscal – o intuito maior não é arrecadar, mas intervir na economia, protegendo a indústria nacional;
2) Lançamento por homologação – o próprio contribuinte verifica a ocorrência do fato gerador, calcula e recolhe o tributo, e aguarda a homologação pela autoridade competente. OBS.: Exceto bagagem, que é por declaração.
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO – IE
a) Hipótese de Incidência ou Fato Gerador: Exportação para o estrangeiro de produtos nacionais ou nacionalizados. 
a.1: Produto nacional: produzido dentro do território nacional;
a.2: Produto nacionalizado: produto estrangeiro importado a título definitivo” (art. 221, § 1°, Decreto n. 91.030/85); 
a.3: Momento do fato gerador: data do registro da declaração de exportação do produto no Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX (Dec. 6.759/09, art. 213, parágrafo único). 
b) Sujeito Ativo: União;
c) Sujeito Passivo: é o exportador ou quem a lei a ele equiparar (CTN, art. 27). 
d) Alíquotas – art.24, do CTN:
d.1: Específica – valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se à metragem, peso etc. Por exemplo, R$ 42,00 por metro cúbico, tonelada, container, etc. do produto;
d.2: Ad valorem: aplicação de alíquota sobre determinado valor de operação (base de cálculo). Por exemplo, 10% de R$ 15.000,00; 
OBS.: o art. 153, § 1°, da CF/88 assevera que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do Imposto de Exportação.
O DL 1.578/77, por meio de seu art. 3º preceituou que “A alíquota do imposto é de trinta por cento, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior”.
 	Parágrafo único.  Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a cinco vezes o Percentual fixado neste artigo.
OBS.: A alíquota do Imposto de Exportação varia de produto para produto, razão porque não é possível estudar o percentual ou valor de cada alíquota. Os curiosos devem verificar a Tarifa Externa Comum (TEC) no sítio da Receita Federal.
e) Base de cálculo (Decreto 6.759/09, art. 214):
A base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional. OBS.: Ler todo o artigo 214. 
Art. 214.  A base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior (Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, art. 2º, caput, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 51). 
§ 1o  Quando o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional, a Câmara de Comércio Exterior fixará critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de cálculo (Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, art. 2º, § 2º, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 51). 
§ 2o  Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos, mais impostos e contribuições (Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, art. 2º, § 3º, com a redação dada pela Lei nº 9.716, de 1998, art. 1º). 
Características:
1) Tributo extrafiscal – o intuito maior não é arrecadar, mas intervir na economia, protegendo o mercado consumidor interno;
2) Lançamento por homologação – o próprio contribuinte verifica a ocorrência do fato gerador, calcula e recolhe o tributo, e aguarda a homologação pela autoridade competente.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI
a) Fato Gerador – é a realização de operações (importação, alienação, arrematação) com produtos industrializados. 
Considera-se industrialização qualquer operação de que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto (Lei nº 4.502/64, Art. 3º, par. único).
Considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo (CTN, Art. 46, par. único). 
Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento ou reacondicionamento ou renovação (Dec. 7.212/10, arts. 4º e 5º). OBS.: Leiam os artigos aqui mencionados. 
a.1) Momento do Fato Gerador (CTN, art. 46):
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Desembaraço aduaneiro é a liberação de uma mercadoria pela alfândega para a entrada no país (em caso de importação) ou sua saída (em caso de exportação, depois de a sua documentação ser verificada. Define-se como sendo o ato final ao despacho aduaneiro, ou seja, é o procedimento pelo qual o órgão federal considera a operação de importação terminada. Então, a partir deste momento as mercadorias podem ser liberadas ao importador.
b) Sujeito Ativo – a União;
c) Sujeito Passivo (Dec. 7.212/10, Art. 24):
I - o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;
II - o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento; 
III - o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem;
IV - os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade do tributo; 
O CTN acrescenta ainda como contribuinte do imposto (Art. 51):
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça ao industrial; 
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. 
 
d) Base de cálculo (CTN, Art. 47):
d.1: no caso de produto importado – o preço normal do produto, acrescido do II, taxas e demais encargos decorrentes da importação;
d.2: no caso de saída de estabelecimento industrial ou comercial no Brasil, a base cálculo será o valor da operação, ou na falta deste, o preço da mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista da praça do remetente; 
d.3: no caso de produto apreendido ou abandonado e levado a leilão, a base de cálculo será o valor da arrematação.
OBS.: A lei 7.798/89 e o Decreto 7.660/11 instituíram a modalidade de incidência fixa do IPI, na qual o tributo incide sobre unidades de determinados produtos, de acordo com tabelas disponibilizadas pelo ministro da fazenda. 
e) Alíquota: A alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI varia de produto para produto, razão porque não é possível estudar o percentual de cada alíquota. Isso porque a alíquota do imposto varia de acordo com a essencialidade do produto. De todo modo, as alíquotas do IPI encontram-se discriminadas na Tabela de Incidência do Imposto, anexa ao Decreto 7.660/11.
OBS.: o art. 153, § 1°, da CF/88 assevera que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados.
Lei 4.502/64: “O imposto será calculado mediante aplicação das alíquotas constantes da Tabela anexa sobre o valor tributável dos produtos na forma estabelecida neste Capítulo (Art . 13). 
Características:
1) Tributo indireto – o contribuinte de direito é um, e o contribuinte de fato é outro (consumidor);
2) Tributo obrigatoriamente Seletivo – em função da essencialidade do produto (a alíquota para cigarros e bebidas alcoólicas é sempre mais elevada do que a alíquota para alimentos). 
3) Tributo não cumulativo – compensa-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores.
4) Imunidade específica – o IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior;
5) Lançamento por homologação – o próprio contribuinte verifica a ocorrência do fato gerador, calcula e recolhe o tributo, e aguarda a homologação pela autoridade competente. 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – IOF
a) Fato Gerador;
I - operações de crédito realizadas por instituições financeiras ou entidades equiparadas;
II - operações de câmbio;
III - operações de seguro realizadas por seguradoras;
IV - operações relativas a títulos ou valores mobiliários (ações, cédulas de créditos, etc.); 
V - operações com ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial. 
b) Base de cálculo:
I - quantoàs operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros;
II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição;
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço. 
c) Alíquota:
OBS.: o art. 153, § 1°, da CF/88 assevera que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras – IOF.
Alíquotas previstas em lei:
I) nas operações de crédito, alíquota máxima é de 1,5%;
II) nas operações de câmbio, a alíquota máxima é de 25%;
III) nas operações de seguro, a alíquota máxima é de 25%;
IV) nas operações com ouro, enquanto ativo financeiro (moeda), a alíquota é e 1%. 
d) Sujeito Ativo – União. 
e) Sujeito Passivo: Segundo o CTN pode ser qualquer das partes, a depender do legislador.
Para o dec. 2.306/07: a) nas operações de crédito, o contribuinte será a pessoa física ou jurídica tomadora do crédito; b) nas operações de câmbio, o contribuinte é o comprador ou o vendedor da moeda estrangeira; e c) nas operações e seguro, o contribuinte será a pessoa física ou jurídica assegurada. 
Características:
1) Tributo extrafiscal – o intuito maior não é arrecadar, mas intervir na economia;
2) Tributo direto – via de regra não comporta o repasse de encargo financeiro;
3) Lançamento por homologação – o próprio contribuinte ou o responsável verifica a ocorrência do fato gerador, calcula e recolhe o tributo, e aguarda a homologação pela autoridade competente.
IMPOSTO DE RENDA-IR
a) Fato Gerador – É a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda (decorrente do capital, do trabalho ou da conjugação de ambos) e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos todos os acréscimos não compreendidos no conceito de renda. “Acréscimo patrimonial”. As verbas de natureza indenizatória, por servirem apenas para recompor o patrimônio, não estão sujeitos ao imposto (STJ, Súmula 498). 
Disponibilidade econômica é a obtenção da faculdade de usar, gozar e dispor de dinheiro ou de coisas conversíveis.
Disponibilidade jurídica é a obtenção de direitos de créditos não sujeitos à condição suspensiva, representados por títulos ou documentos de liquidez e certeza (cheque, nota promissória). 
Não há a necessidade de o rendimento ter sido efetivamente recebido pelo sujeito passivo, sendo suficiente que este tenha adquirido o direito de crédito sobre ele, ou seja, a disponibilidade jurídica (Sabbag). 
a.1: Momento do Fato gerador:
Pessoa física: o fato Gerador se dá no dia 31 de dezembro do ano-base (recolhimento anual com adiantamento mensal). 
Pessoa Jurídica: Pode optar pelo regime de tributação, que permite o recolhimento anual com antecipações mensais, ou pelo regime de apuração trimestral (o fato gerador acontecerá ao final de cada de trimestre). 
b) Base de cálculo:
É o valor do acréscimo patrimonial auferido no exercício financeiro, em decorrência de rendas ou proventos de qualquer, inclusive, alimentos e pensões percebidos em dinheiro, o lucro obtido com a alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, etc. (Lei 7.713/88). 
d) Sujeito Ativo – União.
e) Sujeito Passivo: a) as pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil; b) as pessoas físicas residentes no exterior, que recebam rendas ou proventos de qualquer natureza no Brasil; c) e as pessoas jurídicas com sede no Brasil.
Características:
1) Tributo fiscal – a finalidade precípua é obter receita para a União;
2) Tributo direto – via de regra não comporta o repasse de encargo financeiro;
3) Tributo progressivo – conforme o aumento da base de cálculo, será aumentada a alíquota. Ou seja, quanto maior for a renda auferida pelo sujeito passivo, maior será a alíquota aplicável. 
4) Generalidade – aspecto subjetivo: todas as pessoas podem ser contribuintes do IR;
5) Universalidade – aspecto objetivo: toda a renda é tributável; 
IMPOSTO TERRITORIAL RURAL – ITR
Fato Gerador – Para a CF/88 é a propriedade de imóvel rural.
Para o CTN e o Dec. 4.382, o fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município.
Para Eduardo Sabbag e Josiane Minardi o fato gerador do tributo é a propriedade, a posse e o domínio útil com animus domini.
O que é imóvel rural? R) Imóvel localizado fora da zona urbana do município.
O que é zona urbana? É definido por lei municipal, devendo atender os requisitos do artigo 32 do Código Tributário Nacional.
Entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários; 
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; 
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado (CTN, Art. 32).
OBS.: O imóvel que não se enquadrar nos requisitos mencionados será, por exclusão, um imóvel rural. 
a.1) Momento do Fato Gerador:
É tributo de natureza continuada, já que o fato gerador perdura no tempo, sendo devido em 1o de janeiro de cada ano (Art. 2º, Dec. 4.382/02 e Art. 1º, Lei 9.393/96). 
b) Base de cálculo – É o valor fundiário do imóvel. Valor fundiário é o valor da terra nua, isto é, sem quaisquer benfeitorias, culturas, pastagens e florestas plantadas, excluídas, ainda, as áreas de preservação permanente, de reserva legal, de interesse ecológico e as comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aquícola ou florestal (art. 10 da Lei 9.393/96). 
c) Alíquota – A Lei no 9.393/96 estabeleceu alíquotas progressivas em função da área do imóvel e do grau de sua utilização. A alíquota do ITR varia de 0,03% a 20% em função da área do imóvel e do grau de sua utilização (Anexo da Lei). 
d) Sujeito Ativo – a União, podendo essa qualidade ser delegada aos municípios, desde que não haja renúncia fiscal (Art. 153, § 4º, III da CF/88);
OBS.: Somente a capacidade tributária ativa poderá ser delegada. A competência é indelegável. 
e) Sujeito Passivo: Para a CF/88 é o proprietário. Para o CTN e para o Dec. 4.382 Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 
 “É o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil (havendo enfiteuse), ou o seu possuidor com animus domini (Sabbag e Josiane)”.
Ou seja, para a doutrina, somente o possuidor ad usucapionem, isto é, aquele com possibilidade de aquisição do domínio ou propriedade pela usucapião, é sujeito passivo/contribuinte do ITR).
Características:
1) Tributo fiscal – predomina a função de arrecadar receita, no entanto, exerce também função extrafiscal, funcionando como um importante instrumento no combate aos latifúndios improdutivos. Quanto maior a produtividade do imóvel, menor será a alíquota do ITR (progressividade). 
2) Tributo direto – via de regra não comporta o repasse de encargo financeiro;
3) Lançamento por homologação: a apuração e o pagamento do imposto devem ser feitos pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da Administração Tributária. 
4) Imunidade Específica – Não incide sobre as pequenas glebas rurais (art. 153, §4º, II da CF⁄88).
Pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a (Art. 2º, Lei 9.393/96):
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígonodas Secas ou na Amazônia Oriental; 
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município. 
IMPOSTOS FEDERAIS NÃO INSTITUÍDOS
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas – encontra-se previsto no art. 153, inc. VII, da CF/88. Trata-se de um imposto ainda não criado pela União, mas quando a União resolver criar, deverá criá-lo por meio de Lei complementar. 
Impostos Residuais – encontra previsão no art. 154, inc. I da CF/88. Por esse dispositivo “A União poderá instituir, mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição”;
A partir do texto acima, vejamos os requisitos necessários para que a União crie um imposto novo (residual):
a) Tem que ser por meio de Lei Complementar;
b) Não pode ser cumulativo (o mesmo imposto não incidirá na etapa subsequente dos processos produtivos e/ou de comercialização. Se incidir sobre os insumos/matéria prima, não incidirá sobre o produto final industrializado, salvo a diferença de uma alíquota superior, prevista na etapa subsequente).
c) não tenham fato gerador (propriedade, renda) ou base de cálculo (valor venal, valor fundiário) próprios dos impostos já discriminados na Constituição (todos – Mun. Est. ou Fed.). Por isso que é tão difícil criar um novo imposto.
E o que mais, mesmo? Sobre imposto residual, somente. Ainda não foi criado nenhum imposto diferente dos previstos na CF/88 (residual), razão porque não temos muito o que falar sobre o assunto. 
IEG – Imposto Extraordinário de Guerra 
A CF/88, por meio do artigo 154, inc. II, preconiza que “A União poderá instituir, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação”.
Pela expressão “compreendidos ou não em sua competência tributária”, entenda como sendo a possibilidade de a União criar, por exemplo, o IPTU de guerra, o IPVA de Guerra, o IPI de Guerra, ou até mesmo um novo imposto (residual) de Guerra. 
Ou seja, o IEG pode ter como fato gerador a propriedade urbana, a propriedade de veículo automotores, etc. É uma das exceções à bitributação, assim como é o ICMS na importação.
O dispositivo constitucional ainda preconiza que o IEG será suprimido, gradativamente, cessadas as causas de sua criação (a guerra ou sua iminência). Regulamentando o disposto na CF/88, o CTN dispõe que o IEG será suprimido, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz (Art. 76).
Lembre-se que não configura delegação de competência o fato de a União criar um imposto Extraordinário de Guerra, não compreendido em sua competência, porque não foi um município, estado ou uma lei que lhe delegou essa competência. A competência para criar, por exemplo, o IPTU de Guerra foi concedida à União pela própria CF/88. A competência continua sendo indelegável, ok? E mais alguma coisa sobre o IEG? Graças a Deus, não. Ainda não tivemos nenhuma guerra ou mesmo sua iminência, após a CF/88.
Capitulo 11
Impostos Estaduais e Distritais
IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS E DIREITOS – ITCMD
a) Fato Gerador – transmissão, causa mortis (aos herdeiros e legatários) e a doação, de quaisquer bens ou direitos; ou seja, transmissão gratuita sobre quaisquer bens e direitos;
a.1) Momento do Fato Gerador:
I) No que tange à doação de bens móveis, entende-se como fato gerador a TRADIÇÃO, sendo que, como regra, o pagamento ocorrerá no momento da celebração do contrato de doação;
II) A doação de bens imóveis tem por fato gerador o registro do título no Registro de Imóveis (Art. 1.245, § 1º, CC). No entanto, a maioria das legislações estaduais exige o recolhimento do imposto antes, não sendo efetivado o registro sem a comprovação do recolhimento do imposto. 
III) Quando se tratar de causa mortis: a) Inventário e partilha judicial contencioso/litigioso, após a homologação dos cálculos pelo juiz (STF, Súmula 114); b) partilha judicial amigável, antes da homologação pelo juiz (CPC, Art. 1.031, caput); c) Inventário e partilha extrajudicial, antes da lavratura da escritura pública pelo tabelião (CPC, Art. 982, parte final). 
b) Base de cálculo – valor de mercado dos bens ou direitos transmitidos (o CTN, em seu art. 38, dispõe que a base de calculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos); O calculo deve ser feito sobre o valor dos bens na data da avaliação (Súmula 113 do STF), observada a alíquota vigente na data da abertura da sucessão (Sumula 112 do STF). 
c) Alíquota – este imposto terá sua alíquota máxima fixada pelo Senado Federal (art. 155, IV, CF). O Senado Federal por meio da Resolução nº 09/1992, estabeleceu a alíquota máxima de 8 %. OBS.: Segundo o STF, o imposto pode ser progressivo; por exemplo, pode ter alíquotas diferenciadas, de acordo com a variação da base de cálculo ou outro critério legítimo (RE. nº 562.045).
d) Sujeito Ativo – I) quando se tratar de transmissão de bem imóvel ou de direito a ele relativo, o imposto compete ao Estado (e o DF) da situação do imóvel; II) quando se tratar de bens móveis, títulos (ações) e créditos, o imposto compete ao Estado onde se processar o inventário (causa mortis), ou, ainda, ao Estado do domicílio do doador (doação).
e) Sujeito Passivo – Segundo o Art. 42 do CTN, o contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei estadual, que criar o imposto. Mas, normalmente tem sido: I) causa mortis, o herdeiro ou legatário (o falecido não tem como pagar tributo); e II) doação, o doador ou donatário (neste último caso, tanto faz).
Características:
1) Tributo fiscal – predomina a função de arrecadar receita;
2) Tributo direto – entre a ocorrência do fato gerador e a obrigação de pagar o tributo não existe intercalação de sujeitos passivos. Ou seja, o sujeito passivo de direito e de fato é um só;
3) Lançamento por declaração: o sujeito passivo declara os bens e direitos a serem transferidos, no entanto, quem calcula o tributo é a autoridade fiscal. Mas, há Estados que é por homologação (SP e SC). 
IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – ICMS
a) Fato Gerador – Segundo Sabbag, a base nuclear do fato gerador é a circulação de mercadoria ou prestação de serviços interestadual ou intermunicipal de transporte e de comunicação, ainda que iniciados no exterior (art. 155, II, da CF). 
Sabbag, então resume, informando-nos que o fato gerador do ICMS consiste:
a) na circulação de mercadorias;
b) na prestação de serviço de transporte (interestadual e intermunicipal);
c) na prestação de serviço de comunicação.
a.1) Momento do Fato Gerador: Pelo o disposto no art. 12 da LC 87/96, o tributo deve ser recolhido:
I) No momento da saída de mercadoria do estabelecimento do contribuinte, nas operações de circulação de mercadoria;
II) No início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal. Se o serviço de transporte for iniciado no exterior, o ICMS será devido no final.
III) No momento das prestações onerosas de serviços de comunicação;
IV) No momento do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior. 
b) Base de cálculo – a base de cálculo será:
I) o valor da operação, no caso de operação de circulação de mercadoria; II) o valor da mercadoria ou bem importado, constante em documento de importação, acrescido do II, IPI e das despesas aduaneiras; III) o preço do serviço, em se tratando de transporte (interurbano e interestadual) e de comunicação.
c) Alíquota – Tendo em vista tratar-se de imposto estadual e poder ser seletivo em razão da essencialidade das mercadorias e dos serviços, não é possível memorizar todas as alíquotas estaduais, sobre os mais diversos produtos/serviços, além de existirem alíquotas internas e interestaduais. No entanto, algumas regras previstas na CF/88 são de importante conhecimento, citadas a seguir.
Resolução do Senado Federal,de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais. (art. 155, § 2º, IV, CF/88). 
É facultado ao Senado Fed: (art. 155, §2º, V, CF) 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; 
d) Sujeito Ativo – Os Estados e o DF no qual se verificar a hipótese de incidência (fato gerador); e no caso de uma mercadoria vinda do exterior, será competente o Estado no qual estiver o estabelecimento do importador (Art. 155, § 2º, IX, “a”, da CF/88).
e) Sujeito Passivo – O conceito de contribuinte desse tributo seria definido por Lei Complementar (art. 155, § 2º, XII, “a”, CF/88). E assim fez a LC 87/96, por meio de seu art. 4º:
Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
Características:
1) Tributo fiscal – predomina a função de arrecadar receita, apesar de a CF permitir que seja seletivo (art. 155, §2, III), faculdade que se utilizada proporcionaria visíveis notas de extrafiscalidade;
2) Tributo indireto – o contribuinte de direito é um, e o contribuinte de fato é outro (consumidor);
3) Tributo Facultativamente Seletivo – em função da essencialidade do produto ou serviço (a alíquota para cigarros e bebidas alcoólicas pode ser mais elevada do que a alíquota para alimentos);
4) Tributo não cumulativo – compensa-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores; o ICMS só pode incidir uma vez, salvo a diferença positiva de alíquota; 
5) Lançamento por homologação: a apuração e o pagamento do imposto devem ser feitos pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da Administração Tributária.
IMPOSTOS ESTADUAIS E DISTRITAIS – IPVA
a) Fato Gerador – A propriedade de veículo automotor (terrestre). Embarcações e aeronaves não são tributadas pelo IPVA.
a.1) Momento do Fato Gerador – a partir de quando se considera devido o imposto:
I) Tratando-se de veículo nacional zero km, na data da aquisição; 
II) Tratando-se de veículo nacional usado, em 1º de janeiro de cada exercício financeiro (ano);
III) Tratando-se de veículo importado, na data do desembaraço aduaneiro (igual ao ICMS, IPI). OBS.: no caso de veículos importados, primeiro incide o II, depois o IPI, e por fim o IPVA e o ICMS.
b) Base de cálculo:
b.1) no caso de veículo novo nacional, a base cálculo será o valor que constar na nota fiscal;
b.2) no caso de veículo usado nacional, a base de cálculo será o valor de mercado. O Estado se encarrega de fazer essa avaliação, considerando a depreciação do bem ano pós ano;
b.3) no caso de veículo importado, será o valor do veículo adicionado ao II, IPI e outras taxas, se houver.
c) Alíquota – tratando-se de um imposto estadual, não nos compete memorizar as alíquotas do IPVA de cada Estado. MAS, devemos saber que as alíquotas mínimas serão fixadas pelo Senado Federal, através de resolução (art. 155, § 6º, I, CF/88).
d) Sujeito Ativo – O Estado ou DF onde estiver licenciado o veículo automotor.
e) Sujeito Passivo – o proprietário de veículo automotor. Mas, quem adquire o veículo com dívidas de IPVA, torna-se o responsável tributário pelo pagamento.
Características:
1) Tributo fiscal – predomina a função de arrecadar receita, no entanto, exerce também função extrafiscal, quando o Estado quer estimular a preservação do meio ambiente, tributando diferentemente o veículo, em função do combustível utilizado. 
2) Tributo direto – entre a ocorrência do fato gerador e a obrigação de pagar o tributo não existe intercalação de sujeitos passivos. Ou seja, o sujeito passivo de direito e de fato é um só;
3) Lançamento de ofício: a própria autoridade administrativa verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o tributo e encaminha para o contribuinte quitá-lo. 
c) Alíquotas e isenções para 2014.
BASEDE CÁLCULO (R$)
ALÍQUOTA(%)
Parcelaa deduzir do IR (R$)
Até 1.787,77
_
_
De 1.787,78 até 2.679,29
7,5
134, 08
De2.679,30 até 3.572,43
15
335,03
De 3.572,44até 4.463,81
22,5
602,96
Acima de 4.463,81
27,5
826,15

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