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Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 01 CASO CONCRETO 01: João das Neves, revoltado com a situação política do Brasil, adentrou em uma audiência pública que estava sendo realizada pela Câmara dos Deputados e atirou 5 vezes na direção da mesa diretora da casa. Sendo certo que João não tinha treinamento com armas de fogo, os 5 tiros atingiram apenas as paredes do plenário. Com base nesse cenário, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Considerando que João foi denunciado por tentativa de homicídio, a quem compete o processo e julgamento? b) Caso João seja condenado, poderia ele recorrer? Para qual órgão do poder judiciário? RESPOSTA: A) Conforme o disposto no art. 109, IV da CRFB/1988, João deverá ser processado criminalmente perante uma das varas criminais federais do Distrito Federal, devendo ser julgado em primeira instância por um juiz federal. B) Sim, para o Tribunal Regional Federal do Distrito Federal será competente para julgar eventual recurso em segunda instância. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 02 CASO CONCRETO 01: RESPOSTA: Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 03 CASO CONCRETO 01: (OAB – XX Exame Unificado) O Presidente da República edita medida provisória estabelecendo novo projeto de ensino para a educação federal no País, que, dentre outros pontos, transfere o centenário Colégio Pedro II do Rio de Janeiro para Brasília, pois só fazia sentido que estivesse situado na cidade do Rio de Janeiro enquanto ela era a capital federal. Muitas críticas foram veiculadas na imprensa, sendo alegado que a medida provisória contraria o comando contido no Art. 242, § 2º, da CRFB/88. Em resposta, a Advocacia-Geral da União sustentou que não era correta a afirmação, já que o mencionado dispositivo da Constituição só é constitucional do ponto de vista formal, podendo, por isso, ser alterado por medida provisória. Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir. A) Segundo a Teoria Constitucional, qual é a diferença entre as denominadas normas materialmente constitucionais e as normas formalmente constitucionais? B) O entendimento externado pela Advocacia-Geral da União à imprensa está correto, sendo possível a alteração de norma constitucional formal por medida provisória? RESPOSTA: A) As normas materiais são aquelas que possuem status constitucional em razão do seu conteúdo, ou seja, versam sobre a estrutura organizacional do Estado e questões fundamentais à sociedade. As normas em sentido formal, por outro lado, só possuem o caráter de constitucional em razão da forma como fora implantada no sistema jurídico (através do poder constituinte). Assim, independe o conteúdo da norma, mas sim a formalidade de seu processo de elaboração. B) Não, pois as disposições constitucionais concernentes à alteração da Constituição não fazem diferenciação entre normais formalmente e materialmente constitucionais, estabelecendo para ambas o mesmo processo de modificação: emenda constitucional aprovada por 3/5 das Casas do Congresso Nacional em dois turnos. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 04 CASO CONCRETO 01: O deputado federal Alfredo Rodrigues apresentou projeto de lei prevendo o estabelecimento de penas de prisão perpétua e de trabalhos forçados para os condenados pela prática de crimes considerados hediondos pela legislação brasileira. Outro deputado, Silmar Correa, decide consultá-lo(a) acerca da possibilidade de questionar perante o Poder Judiciário uma suposta inconstitucionalidade do referido projeto de lei antes mesmo que ele venha a ser submetido a votação pelo Congresso Nacional. Como deverá ser respondida a consulta? RESPOSTA: No caso em tela o projeto de lei apresentado pelo deputado Alfredo Rodrigues atenta contra o disposto no art. 5º, XLVII, “a” da CRFB/1988, o qual estabelece a inadmissibilidade da aplicação da pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. Embora o projeto apresentado pelo deputado colida frontalmente com uma chamada “cláusula pétrea” da Constituição, nada há a ser feito no momento, devendo o projeto de lei seguir seu curso até a possível aprovação e sanção, para que, só a partir daí, se possa atacá-lo via Ação Direta de Inconstitucionalidade. Isso porque a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já assentou entendimento no sentido de que o chamado “controle judicial preventivo de constitucionalidade” que emerge do art. 60, §4º da Constituição Federal não se aplica a meros projetos de lei, mas tão somente a projetos de emenda constitucional, conforme se depreende da própria literalidade do dispositivo. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 05 CASO CONCRETO 01: O Ministério Público Federal ajuizou Ação Civil Pública em face do INSS, visando obrigar a autarquia a emitir aos segurados certidão parcial de tempo de serviço, com base nos direitos constitucionalmente assegurados de petição e de obtenção de certidão em repartições públicas (CF, art. 5º, XXXIV, b). O INSS alega, por sua vez, que o Decreto 3048/99, em seu art. 130, justifica a recusa. Sustenta, ainda, que a Ação Civil Pública não seria a via adequada para a defesa de um direito individual homogêneo, além de sua utilização consubstanciar usurpação da competência do STF para conhecer, em abstrato, da constitucionalidade dos atos normativos brasileiros. Como deverá ser decidida a ação? RESPOSTA: As arguições do INSS devem ser desprovidas e o mesmo deve ser condenado na obrigação de fazer pleiteada pelo MP porque: (1) A Ação Civil pública é instrumento cabível para a defesa dos interesses individuais homogêneos, na forma do art. 21 da Lei 7347/85 c/c art. 81, III da Lei 8078/90. (2) O STJ entende — e o Supremo Tribunal Federal também já reconheceu — que a inconstitucionalidade de determinado dispositivo legal pode ser alegada em ação civil pública, “desde que a título de causa de pedir, e não de pedido, pois nessa hipótese o controle de constitucionalidade terá caráter incidental”. (3) A CRFB/1988 erigiu à categoria de direitos fundamentais os direitos de petição e certidão, de sorte que os mesmos não podem ser negados aos segurados do INSS. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 06 CASO CONCRETO 01: O servidor público aposentado “A” ingressou com uma ação requerendo a extensão de um benefício sob a alegação que o seu preterimento (a não extensão) implica em inconstitucionalidade. O juízo julgou procedente o pedido de “A”. O servidor “B” ingressa com a mesma ação se utilizando dos mesmos fundamentos da ação de “A”, no entanto o juízo competente julgou o seu pedido improcedente. Insatisfeito, “B” apela da decisão requerendo que a sentença de “A” seja utilizada de forma vinculante para ele. Poderia o tribunal competente acolher o pedido de “B”? Justifique sua resposta. RESPOSTA: O controle de constitucionalidade realizado quanto ao pleito do servidor “A” se deu em sua modalidade difusa, o que de formaalguma tem efeito vinculante quanto a terceiros, mas tão somente às partes envolvidas. Só há que se falar em efeito vinculante quanto às decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade (Art. 102, §2º da CF) ou mesmo quando o referido tribunal realiza controle difuso, desde que, nesta última hipótese, o Senado Federal suspenda a eficácia da lei declarada inconstitucional pelo STF (Art. 52, X da CF). Dessa forma, o pleito do servidor “B” não deve ser acolhido pelo tribunal. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 07 CASO CONCRETO 01: O Procurador Geral da República ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade em face da Lei distrital n. 3.669/2005, que cria a carreira de atividades penitenciárias e respectivos cargos no quadro de pessoal do Distrito Federal. Alega, em síntese, que o DF teria usurpado competência da União (arts. 21, XIV c/c 32, § 4°, CRFB/88), que atribui a responsabilidade pelas funções exercidas por tal carreira aos agentes penitenciários integrantes da carreira da polícia civil. Citado na forma do art. 103, § 3°, CRFB/88, o Advogado Geral da União manifestou-se pela procedência da ação, pedindo, consequentemente, a declaração de inconstitucionalidade da referida lei distrital. Diante de tal situação, responda, justificadamente: Poderia o AGU ter deixado de proceder à defesa do ato normativo impugnado? RESPOSTA: O Advogado-Geral da União, no processo de ADI, atua, em regra, em defesa da constitucionalidade da norma impugnada, com base na competência que lhe é atribuída pelo art. 103, § 3º, da CF/88. Cabe destacar, porém, que o STF entende que o Advogado-Geral da União não está obrigado a defender tese jurídica, principalmente se a Corte já tiver fixado o seu entendimento pela inconstitucionalidade da norma ou se o ato impugnado militar contra os interesses da União. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 08 CASO CONCRETO 01: (OAB – XX Exame Unificado) Sob o argumento de sub- representação das regiões mais populosas do país, bem como de desigualdade entre os Estados-membros da Federação e, até mesmo, discriminação ente eles, o governador de um determinado Estado propõe Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a expressão "para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados", constante do Art. 45, § 1º, da CRFB/88, dispositivo nela inserido desde a sua promulgação. Além desse problema, o mesmo governador fez uma outra consulta ao seu corpo jurídico para saber sobre a possibilidade de não aplicar determinada emenda constitucional que, no seu entender, não era benéfica ao seu Estado, isso apesar de o Supremo Tribunal Federal já ter reconhecido a sua compatibilidade com a CRFB/88. Nesse particular, um de seus assessores sugeriu a adoção da tese de que a norma constitucional originária é hierarquicamente superior, ao menos no plano axiológico, à norma constitucional derivada. Diante de tais fatos, responda, justificadamente, aos itens a seguir. A) Cabe ADI contra o Art. 45, § 1º, da CRFB/88, norma constitucional que existe desde a promulgação da Constituição da República, em 1988? B) A emenda constitucional pode deixar de ser aplicada com base na tese sugerida pelo assessor do Governador? RESPOSTA: A) Conforme entendimento assentado pelo Supremo Tribunal Federal, não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra normas constitucionais originárias, em atendimento ao princípio da identidade e da não- contradição. B) Não. O sistema constitucional brasileiro não admite a hierarquia de normas constitucionais. Portanto, há que se reconhecer que as emendas constitucionais têm a mesma força normativa das normas constitucionais originárias. Portanto, as emendas constitucionais que modifiquem as normas constitucionais originárias, desde que observem os requisitos constitucionais, não ocupam um plano inferior na hierarquia constitucional. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 09 CASO CONCRETO 01: O prefeito do Município Sigma envia projeto de lei ao Poder Legislativo municipal, que fixa o valor do subsídio do chefe do Poder Executivo em idêntico valor ao subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Tal projeto é aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pelo Chefe do Poder Executivo. No dia seguinte ao da publicação da referida norma municipal, o vereador José, do município Sigma, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que fosse tal lei declarada inconstitucional. Diante do exposto, responda aos itens a seguir. A) Há vício de inconstitucionalidade na norma municipal? Justifique. B) A medida judicial adotada pelo Vereador está correta? Justifique. RESPOSTA: A) A norma é formalmente inconstitucional, pois deveria ter sido iniciada pela Câmara Municipal, conforme determina o Art. 29, inciso V, da CRFB/88. Além disso, também há inconstitucionalidade material na lei municipal, pois o vício de iniciativa ofende, em consequência, o princípio da separação dos poderes, previsto no Art. 2º da CRFB/88. Por outro lado, em relação ao valor fixado, não há vício de inconstitucionalidade, pois está de acordo com o Art. 37, inciso XI, da CRFB/88, que limita o subsídio dos prefeitos ao teto constitucional. B) O vereador não possui legitimidade para ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal e a norma municipal não pode ser objeto de ADI, conforme estabelecem o Art. 102, inciso I, alínea a, e o Art. 103, ambos da CRFB/88. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 10 CASO CONCRETO 01: (OAB – XX Exame de Ordem Unificado) Emenda à Constituição insere novo direito na Constituição da República. Trata-se de uma norma de eficácia limitada, que necessita da devida integração por via de lei. Produzido o diploma legal regulador (Lei Y), ainda assim, alguns dos destinatários não se encontram em condições de usufruir do direito a que fazem jus, por ausência de regulamentação da norma legal pelo órgão competente (o Ministério da Previdência Social), conforme exigido pela citada Lei Y. Passados dois anos após a edição da Lei Y, Mário, indignado com a demora e impossibilitado de usufruir do direito constitucionalmente garantido, é aconselhado a impetrar um Mandado de Injunção. Não sabendo exatamente os efeitos que tal medida poderia acarretar, Mário consulta um(a) advogado(a). A orientação recebida foi a de que, no seu caso específico, a adoção, pelo órgão judicante, de uma solução concretista individual iria satisfazer plenamente suas necessidades. Diante dessa situação, responda fundamentadamente aos itens a seguir. A) Assiste razão ao(à) advogado(a) de Mário quanto à utilidade do acolhimento do Mandado de Injunção com fundamento na posição concretista individual? B) A que órgão do Poder Judiciário competiria decidir a matéria? RESPOSTA: A) A teoria concretista individual é uma das posições reconhecidas pelo STF como passível de ser adotada nas situações em que é dado provimento ao Mandado de Injunção. Segundo esse entendimento, diante da lacuna, o Poder Judiciário deve criar a regulamentação para o caso específico, ou seja, a decisão viabiliza o exercício do direito, ainda não regulamentado pelo órgão competente, somente pelo impetrado,vez que a decisão teria efeitos inter partes. Como se vê, o órgão judicante, ao dar provimento ao Mandado de Injunção, estabeleceria a regulamentação da lei para que Mário (e somente ele) pudesse usufruir do direito constitucional garantido. B) Segundo o Art. 125, inciso I, alínea h, da CRFB/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar o Mandado de Injunção quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão federal, da administração direta ou indireta. No caso, o Ministério da Previdência é um órgão da administração pública federal, sendo, portanto, o Superior Tribunal de Justiça o órgão judicial competente para processar e julgar a ação de Mário. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 11 CASO CONCRETO 01: (OAB – XIX Exame Unificado) Durante a tramitação de determinado projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo, importantes juristas questionaram a constitucionalidade de diversos dispositivos nele inseridos. Apesar dessa controvérsia doutrinária, o projeto encaminhado ao Congresso Nacional foi aprovado, seguindo-se a sanção, a promulgação e a publicação. Sabendo que a lei seria alvo de ataques perante o Poder Judiciário em sede de controle difuso de constitucionalidade, o Presidente da República resolveu ajuizar, logo no primeiro dia de vigência, uma Ação Declaratória de Constitucionalidade. Diante da narrativa acima, responda aos itens a seguir. A) É cabível a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nesse caso? B) Em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é cabível a propositura de medida cautelar perante o Supremo Tribunal Federal? Quais seriam os efeitos da decisão do STF no âmbito dessa medida cautelar? RESPOSTA: A) Não. Não caberia a ADC por falta de comprovação de relevante controvérsia perante juízes e tribunais a respeito da constitucionalidade da lei. A controvérsia existente no âmbito da doutrina não torna possível o ajuizamento da ADC. Com efeito, é de se presumir que, no primeiro dia de vigência da lei, não houve ainda tempo hábil para a formação de relevante controvérsia judicial, isto é, não haveria decisões conflitantes de tribunais e juízos monocráticos espalhados pelo País. É a própria dicção do Art. 14, III, da Lei nº 9.868/99 que estabelece a necessidade de comprovação da relevante controvérsia judicial, não sendo, por conseguinte, o momento exato de se manejar a ADC. B) Sim. Nos termos do Art. 21, caput, da Lei nº 9868/99, os efeitos da medida cautelar, em sede de ADC, serão decididos pelo Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros. Tais efeitos, de natureza vinculante, serão erga omnes e ex nunc, consistindo na determinação de que juízes e Tribunais suspendam o julgamento dos processos pendentes que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo que, de qualquer maneira, há Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. de se verificar no prazo de cento e oitenta dias, nos termos do Art. 21, parágrafo único, da referida lei. Ou seja, a concessão da medida liminar serviria para determinar que juízes e tribunais do país não pudessem afastar a incidência de qualquer dos preceitos da Lei nos casos concretos, evitando, desde logo, decisões conflitantes. Pode o STF, por maioria absoluta de seus membros, conceder a medida cautelar, com efeitos ex tunc. Plano de Aula – 12 CASO CONCRETO 01: O Governador de um Estado-membro da Federação vem externando sua indignação à mídia, em relação ao conteúdo da Lei Estadual nº 1234/15. Este diploma normativo, que está em vigor e resultou de projeto de lei de iniciativa de determinado deputado estadual, criou uma Secretaria de Estado especializada no combate à desigualdade racial. Diante de tal quadro, o Governador resolveu ajuizar, perante o Supremo Tribunal Federal, uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) impugnando a Lei Estadual nº 1234/15. Com base no fragmento acima, responda, justificadamente, aos itens a seguir. A) A Lei Estadual nº 1234/15 apresenta algum vício de inconstitucionalidade? B) É cabível a medida judicial proposta pelo Governador? RESPOSTA: A) A criação de órgãos da Administração Pública deve ser feita por meio de Lei, a qual é de iniciativa privativa do Presidente da República e, pelo princípio da simetria, dos Governadores de Estado e Prefeitos, conforme o estabelecido no art. 61, II, “a” da CRFB/1988. Dessa forma, podemos concluir que houve vício de inconstitucionalidade formal na elaboração do projeto de Lei em questão, tendo em vista que a iniciativa para sua elaboração seria do Governador e não dos membros do Poder Legislativo local. B) Não. No presente caso, em virtude de a Lei Estadual ter sido elaborada com inobservância do disposto no art. 61, II, “a” da CRFB/1988, seria cabível Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o STF, vez que a Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. referida norma é de reprodução obrigatória nos Estados, em atendimento ao princípio da simetria. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental tem caráter residual, restando cabível apenas quando não puderem ser manejadas outras ações de controle concentrado. Plano de Aula – 13 CASO CONCRETO 01: A Constituição de determinado estado da federação, promulgada em 1989, ao dispor sobre a administração pública estadual, estabelece que a investidura em cargo ou emprego público é assegurada aos cidadãos naturais daquele estado e depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Em 2009 foi promulgada pela Assembleia Legislativa daquele estado (após a derrubada de veto do Governador), uma lei que permite o ingresso em determinada carreira por meio de livre nomeação, assegurada a estabilidade do servidor nomeado após 3 (três) anos de efetivo exercício. Considerando-se que a Constituição estadual arrola o Governador como um dos legitimados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade em âmbito estadual (art. 125, §2° da CRFB), e considerando-se que o Governador pretende obter a declaração de inconstitucionalidade da referida lei estadual, responda: I. o que ocorreria se logo após o ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade de âmbito estadual, ajuizada pelo Governador do Estado junto ao Tribunal de Justiça (nos termos do art. 125, §2° da CRFB) e antes do julgamento, fosse ajuizada pelo Conselho Federal da OAB uma ação direta de inconstitucionalidade junto ao STF, tendo por objeto esta mesma lei? Explique. II. poderia o Presidente da República ajuizar ação direta de inconstitucionalidade junto ao STF contra o dispositivo da Constituição estadual? Explique. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. RESPOSTA: A) Nesse caso a Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta perante o Tribunal de Justiça local ficaria suspensa aguardando o julgamento da ADI proposta perante o STF. Daí poderiam surgir duas situações: (1) O STF declarar a lei estadual inconstitucional, extirpando-a do ordenamento jurídico e restando prejudicada a ADI local; (2) O STF declarar a lei estadual constitucional em relação à Constituição Federal, o que permitiria que o Tribunal de Justiça local julgasse a ação de inconstitucionalidade local, podendo reconhecer sua constitucionalidade ou declarar sua inconstitucionalidade,uma vez que, nesse âmbito, o parâmetro é a Constituição Estadual, e não a Federal. B) Considerando-se que a emenda à Constituição estadual é ato normativo estadual, considerando-se que deve estar de acordo com os princípios e regras estabelecidos pela Constituição Federal (art. 25, da CRFB), considerando-se que a referida emenda violou os arts. 5º, caput, e 37, II da CRFB, considerando-se, por fim, que o Presidente é um dos legitimados para a propositura da ADI, nos termos do art. 103, I da CRFB, é possível o ajuizamento da ação, valendo lembrar que o Presidente da República é legitimado universal, estando, assim, dispensado de demonstrar pertinência temática com o ato normativo impugnado. Henrique Wilson Lima Santos – 201307214657 All Copyright reserved. Plano de Aula – 14 CASO CONCRETO 01: Paulo, delegado de polícia, preside o inquérito X, no qual é apurada a prática de crime de estupro, por João, que se encontra preso, contra a menor M, de 13 anos de idade. No curso do inquérito, a menor se retratou da acusação de estupro, mas Paulo não comunicou tal fato ao juiz de direito competente para proceder ao arquivamento do inquérito, razão pela qual foi aberta, a pedido do Ministério Público, ação penal para apurar eventual crime de prevaricação. Tendo o juiz de direito do juizado especial criminal da comarca Y do estado Z determinado a intimação de Paulo para audiência de transação penal, este impetrou habeas corpus com vistas a impedir seu comparecimento à audiência bem como a se livrar do referido inquérito, mas a turma recursal estadual denegou o pedido. Em face dessa situação hipotética, indique, com a devida fundamentação legal, a medida judicial mais adequada para que Paulo atinja o objetivo pretendido, bem como o órgão do poder judiciário competente para julgá-la. RESPOSTA: Paulo deverá impetrar habeas corpus contra a decisão da Turma Recursal, cuja competência para julgamento, nos termos da jurisprudência mais recente do STF, será do Tribunal de Justiça local.
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