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CRITICAL LEGAL STUDIES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CURSO DE DIREITO
Aluno: Leonardo Marques da Silva Santos 1⁰ B GRR20176274
Obra: A Pesquisa Científica e o Critical Legal Studies: Breve Panorama
Autor(a): Carolina Genovêz Parreira 
Disciplina: Metodologia do Trabalho Científico Data: 15/08/2017
Professor(a): Angela Couto Machado Fonseca
FICHA-RESUMO
O Critical Legal Studies caracteriza-se como um movimento que entende o direito como um meio para justificar as situações de dominação e opressão existentes na sociedade. Os membros desse grupo – que adaptam teorias de duas grandes fontes teóricas: a Escola de Frankfurt e o pensamento marxista - comprometem-se a reformular a noção do direito, de modo a expor suas contradições e fraquezas. 
Sua história tem início em 1976, no evento The Conference on Critical Legal Studies realizada na Universidade de Wisconsin, constituída por professores de Direito do país todo. O movimento é considerado crítico justamente por criticar as doutrinas tradicionais do direito. Ainda, para eles, esse último trata de um conjunto ideário que reforça o sistema vigente, com todas suas justiças e pontos fracos. Nesse sentido, a visão do direito e política como aspectos paralelos é errôneo pois, todos são produtos de sua classe, gênero, raça, entre outros, como explana Roberto Mangabeira Unger no trecho a seguir: “Tratar o direito de modo objetivo, isto é, sem ligação com a política, significa afastar o jurídico de seu vínculo com a realidade social, tornando o direito centrado apenas em problemas formais” (pg. 4)
Apenas considerar haver neutralidade política no direito é visto como equívoco, pois a composição interna do direito é dada por conceitos e princípios controversos que deverão ser aplicados ao caso concreto através da atuação de juízes, que exercem sua autoridade baseando-se em preceitos morais, o que implica a perpetuação das injustiças sociais.
Herbert Hart é um opositor da concepção de que valores morais ou interesses humanos influenciam o direito, sendo o ordenamento jurídico suficiente em si mesmo, o que não permite a existência de lacunas e contradições em si. Ainda para o autor, a função do juiz é dedutiva (no que trata o direito positivado).
Por outro lado, Ronald Dworkin é um defensor da mescla entre direito e moral, afirmando, inclusive, que a última valida a primeira. Quanto ao ordenamento jurídico, ele reconhece que os princípios são contraditórios, mas possuem “pesos” diferentes, sendo os princípios raros não muito comuns.
Duncan Kennedy – teórico do movimento -, assim como Dworkin, acredita em uma pesagem diferente desses princípios, mas não acredita que haja um meta-princípio que daria esses valores e, nem mesmo sua criação.
No que rege a tomada de decisões em casos difíceis, Dworkin baseia sua ideia de existência de princípios morais na necessidade do juiz em utilizar de valores morais quando não há legislação para tal, enquanto membros do Critical Legal Studies acreditam que ele o faz apoiando-se em ideologias, de forma aleatória.
Esse movimento se fortaleceu na década de 80, mesmo que duramente confrontado por acadêmicos do direito, que o consideravam meramente negativo e destrutivo. Ainda nesse período, o movimento dividiu-se em três vertentes: Feminist Legal Theory, The Critical Race Theory e Criminologia Crítica, perdendo, então, sua força enquanto teoria única.
O Feminist Legal Theory surgiu em 1970, baseando-se em uma abordagem feminista, que acentua as injustiças de origens históricas quanto ao tratamento às mulheres. Dessa forma, há o estudo quanto ao papel do direito nessa situação.
As teóricas desse movimento, apesar de terem se originado no Critical Legal Studies, criticam o movimento por tratar de uma ótica masculina quanto a investigação de injustiças, por apenas estudarem e não vivenciarem as mesmas.
Segundo Gary Mindas, o feminismo moderno está divido em quatro vertentes: feminismo cultural (ideia de que as mulheres pensam o direito, moral e política de forma lógico dedutivo); feminismo liberal (dividido em dois: concepção de igualdade entre homens e mulheres e o outro defende a diferença entre os dois, mas uma igualdade material); feminismo radical (ideia de que a heterossexualidade é uma forma de subordinação feminina) e feminismo pós-moderno (concepção de gênero como socialmente construída, além da defesa das diferenças culturais).
Nicola Lacey, em outra perspectiva, defende a divisão em duas categorias: feminismo liberal, que defende a igualdade e neutralidade de gênero, utilizando da lei para tal. Outra categoria é o feminismo diferente, que não acredita nessa igualdade, defende o alcance da igualdade pela valorização das especificidades femininas.
Algumas das teóricas dessa vertente fundamentam que os homens tendem a utilizar de critérios mais racionais, universais e consistentes – o que representa um problema à outras delas -, enquanto as mulheres tendem a utilizar da particularidade das situações. 
Vale-se salientar que esse movimento não se preocupa em garantir direitos iguais entre homens e mulheres dentro do ordenamento jurídico, e sim remodelar a estrutura do direito, retirando as conotações masculinas de neutralidade e objetividade, em que Alda Facio – teórica desse movimento – utiliza da seguinte justificativa: “Requerer que homens e mulheres sejam tratados iguais, ainda é uma forma de submeter mulheres aos padrões masculinos, pois não leva em conta as especificidades femininas” (pg. 9)
A discussão sobre a neutralidade no trabalho cientifico se inicia na página 10, com o tópico “A Inserção de Valores e o Conhecimento”. As feministas criticam a predominância do homem branco ocidental nesse âmbito. Não obstante, são também criticadas por não se desfazerem de valores morais quando se trata de pesquisas.
Susan Haack defende que nem só de gênero, raça e classe se forma o conhecimento cientifico. Há, aqui, o embate entre doutrinadores que defendem a separação entre valores e a produção axiológica e outros que defendem o inverso.
Atualmente, nota-se um interesse a pesquisas empíricas. Para proporcionar qualidade a essas pesquisas, deve haver a dimensão do empirismo; ser relevante ao estudo. Outro aspecto fundamental é o recorte de tais estudos, pois não pode um pesquisador nessa linha procurar uma verdade universal. As feministas contestam esse método, denotando irregularidades, como por exemplo a influência de escolhas subjetivas da pesquisa no próprio empirismo.
COMENTÁRIOS FINAIS
Fica evidenciado, a partir do texto em questão, que o movimento Critical Legal Studies pode servir como instrumento de fundamentação para os movimentos sociais nos dias de hoje ao tentar expor as irregularidades do direito convencional, que por sua vez serve como ferramenta na perpetuação das injustiças sociais através da mescla entre direito e moral.
Quando “dissolvido”, esse movimento resultou em diversos outras vertentes, como o Feminist Legal Theory, que apesar de apresentar semelhanças ao original, rumou seu próprio caminho. Caminho esse que, apesar de seu nome, não necessariamente trata do feminismo como conhecemos hoje, por portar um conteúdo mais direcionado ao direito do que à sociedade.
Talvez o ponto principal do artigo seja a discussão acerca da neutralidade do conhecimento pois, todos os temas que o antecedem “desembocam” nele. A discussão se dá pelo embate entre teóricos – de um lado, os defensores da neutralidade e, de outro, seus respectivos opositores - havendo aqui a participação do último movimento mencionado. Há, também, o desacordo no que rege as pesquisas empíricas, assunto que assume um papel de aparente pouca importância no desenvolver do artigo.
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Assinatura

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