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RESUMO PSICOLOGIA ESCOLAR TEORIAS DA EDUCACAO E O PROBLEMA DA MARGINALIDADE (SAVIANI) Teoria não critica - primeiro grupo: educação como instrumento de equalização social, correção distorções. Marginalidade fenômeno acidental, um desvio, distorção, superação da marginalidade. Sociedade harmoniosa, integração de seus membros. Pedagogia Tradicional: “sistema nacional de ensino”; século XX; educação é direito de todos e dever do Estado; construção sociedade democrática; Marginalidade é ignorância, não esclarecido; Escola antídoto à ignorância, difundir a instrução e transmitir conhecimentos, organizadas em classes, professor transmite e expunha lições aos alunos, que seguiam atentamente a disciplina e exercícios. Pedagogia Nova: “escolanovismo” nova maneira de interpretar a educação, preocupação com os anormais; Marginalizado é o rejeitado, o anormal, o desajustado e desadaptados; Educação instrumento de correção da marginalidade, membros da sociedade devem se aceitar e respeitar; aprender a aprender; existência de áreas de interesse, professor é orientador, ambiente estimulante. Pedagogia Tecnicista: “escola nova popular” de freinet e freire; reordenação do processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional; organização racional capaz de minimizar as interferências subjetivas que pudessem por em risco sua eficiência; processo quem defini o que alunos e professores devem fazer; Marginalizado é o incompetente, ineficiente e improdutivo que ameaça estabilidade do sistema; Educação funcionamento subsistema, funcionamento eficiente é essencial ao equilíbrio sistema social; aprender a fazer. Teoria critica - segundo grupo: educação como instrumento de discriminação social. Marginalidade fenômeno inerente à própria estrutura da sociedade. Sociedade marcada pela divisão entre grupos\classes. Ensino enquanto violência simbólica: teoria axiomática; violência simbólica pois toda sociedade se estrutura como sistema de relações de forcas material entre grupos ou classes; sob base de forca material existe sistema de relações de forca simbólica que reforça as relações de forca material; Violência material (dominação econômica) exercida pelos grupos ou classes dominantes sobre os grupos ou classes dominados corresponde a violência simbólica (dominação cultural); Educação reproduz as desigualdades sociais; Marginalizado classe ou grupo dominado. Aparelho ideológico do estado (aie): AIE religioso, escolar, familiar, cultural etc... Funcionam massivamente pela ideologia e secundariamente pela repressão; (Ap. repressivo Estado: violência >> ideologia); Ideologia: existe radicada em praticas materiais e se materializa em aparelhos; Escola: instrumento reprodução das relações de produção capitalista; Marginalizado classe trabalhadora. Escola Dualista: escola dividida em duas grandes redes: burguesia e proletariados; duas redes de escolarização: redes PP e SS; escola contribui para reproduzir relações sociais de produção capitalista; AI: contribui formação da forca de trabalho e inculcacao ideologia burguesa; todas as praticas escolares são praticas de inculcacao ideológica, escola é aparelho ideológico. Escola fator marginalização: converte trabalhadores em marginais. PSICOLOGIA ESCOLAR: TEORIAS CRITICAS (BOCK) Escola tradicional: homem natureza humana dupla: corrompido e boa\construtiva. Educação deveria desenvolver a parte boa. Princípio disciplina e regras firmes. Princípios e códigos morais eram construídos, divulgados e repetidos. Não era necessário psicólogo. Vigilantes: bedeis A psicologia só se tornou necessária com o Movimento Escola Nova. Na pedagogia Escola Nova a criança era vista como naturalmente boa e escola deve manter a bondade e espontaneidade. Espaço de liberdade e comunicação. Vigilantes: psicólogos e pedagogos. Psicólogo necessário para conhecer a criança e seu desenvolvimento natural para contribuir no processo educacional. Cumplicidade Ideológica: a educação é processo social> sociedade adulta que impõe modelos, cumpre necessidades dos grupos dominantes, mantida pela sociedade, pertence à sociedade e prepara os indivíduos para trabalho e convivência social (parâmetros sociais) que são traduzidos em parâmetros pedagógicos e mesmo assim os aspectos sociais da educação ficam ocultados. A cumplicidade da psicologia como ocultamento do caráter social da educação. Pedagogia e psicologia insistem que educação é um processo natural do desenvolvimento de potencialidades existentes nos sujeitos. O desenvolvimento se da por um processo de etapas de fases universais, o conteúdo varia com a cultura, quem não apresenta tal desenvolvimento é patologizado. O fracasso sempre será do sujeito, nunca da didática, estrutura e projeto pedagógico existente. A cumplicidade ideológica se da no que esta estabelecido na sociedade (e é dominante naquele momento histórico) deve ser protegido por idéias cientificas, fruto de pesquisa nas universidades. O pensamento cientifico vem como autoridade para explicar o que se quer esconder. A psicologia acolhe, sem acanhamento, o educando que a escola encaminha e sem acanhamento faz seu diagnostico, apontando as dificuldades que impedem o aprendizado. A psicologia se tornou cúmplice da pedagogia na acusação da vitima. E produziu teorias, saberes, instrumentos em profusão. Consequencias: defesa dos interesses das camadas que se é cúmplice (camadas dominantes) A educação é divulgada como um processo baseado e produtor de igualdade sociais, assim,as desigualdades sociais são compreendidas como falta de empenho ou dedicação à educação > a psicologia contribui pois o individualismo (responsabilização do individuo pelo seu próprio desenvolvimento) recebe ajuda para se instituir. A ideologia é uma arma violenta, pois, com seu trabalho de ocultamento da realidade vai permitindo que muitas coisas se desenvolvam e não sejam compreendidas, percebidas, analisadas e transformadas. Quando a educação é utilizada para acobertar situações sociais, ela desvirtua-se e há conseqüências no processo educacional, como a oposição entre o discurso educativo e pratica escolar> currículo oculto > situações escolares que fogem ao planejamento e discurso da educação. Há desvalorização do aluno como parceiro em um processo : alunos e professores são vistos como partes separadas e opostas > professora sabe e aluno aprende. O erro é visto como um desleixo, descaso, falta atenção e estudo, um descaminho, equivoco, tratado de forma severa quando deveria ser visto como um momento do aprendizado. ** Patologização da Pobreza: nossa sociedade desigual e com maioria pobre passa a ver seus membros e alunos como “com dificuldades de aprender”; é uma contribuição da psicologia com suas teorias de desenvolvimento; escola é instrumento de exclusão. PSICOLOGIA EDUCACIONAL OU ESCOLAR, EIS A QUESTÃO (DEBORA ROSARIO BARBOSA) O primeiro ponto a se tratar é referente a sua nomenclatura, normalmente são utilizados os termos “Educacional” e “escolar”, porem existem diversas variações. Tais termos e suas distinções tem sentido histórico, relacionados à objetos de interesse, finalidades e métodos de investigação e\ou intervenção, e isso foi se modificando ao longo do tempo. Antunes - Psicologia educacional “pode ser considerada como uma sub-área da psicologia, o que pressupõe esta última como área de conhecimento... que tem como vocação a produção de saberes relativos ao fenômeno psicológico constituinte do processo educativo.” Psicologia Escolar “define-se pelo âmbito profissional e refere-se a um campo de ação determinado, isto é, a escola e as relações que aí se estabelecem”. Ambas se relacionam mas não são iguais. Nos dias de hoje se propaga a divisão clássica e tradicional que mantem a idéia de que Psicologia Educacional responde pela teorização e pesquisa enquanto Psicologia Escolar pela pratica. A psicologia educacional teórica e pratica tinha como objetivo principal diagnosticar as crianças no interior da escola quanto a sua normalidade ou anormalidade. EscolaNova: Objeto de interesse: criança no contexto educacional. Finalidade: compreender suas características, seu processo de desenvolvimento. 1960 e 1970 - “Psicologia do Escolar”. O objeto de interesse: o indivíduo que apresenta algum tipo de “desvio” daqueles considerados “normais. Finalidade: constituída com base na identificação e discriminação desses “diferentes” Psicologia Escolar- objeto de interesse a investigação e intervenção nos contextos educacionais e processos de escolarização e a função do psicólogo escolar é de modo crítico buscar ir às origens e raízes do processo de escolarização, compreender suas diferentes facetas. CONTRIBUICOES PARA A CONSTRUCAO DA HISTORIOGRAFIA DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL E ESCOLAR NO BRASIL (DEBORA ROSARIO BARBOSA) Periodização – historia psicologia escolar a partir de marcos históricos da área 1 Colonização, saberes psicológicos e educação – chegada dos portugueses no Brasil e missão jesuita 2 Psicologia em outros campos do conhecimento 3 Escola Nova – inserção psicólogo nas escolas - nascimento psicologia educacional e escolar 4 Psicologia educacional e do escolar – identificação e tratamento das crianças desviantes > orientação e escolas\classes especiais 5 Período da critica – idéia de sair do foco individual e do aluno; critica a forma que os psicólogos atuavam 6 Psicologia educacional e escolar – resignação dos trabalhos teóricos e práticos da área - foco na compreensão do que ocorre no processo de escolarização que produz aquele que não aprende 7 Virada do século A psicologia escolar passa por três fases: primeira (1830-1940) período normalista; segunda (1940-1962) fase universitária; terceira (1962) ensino psicologia escolar na graduação em psicologia, criação da profissão do psicólogo. A TRANSFORMACAO DO ESPACO PEDAGOGICO (MOYSES E COLLARES) ** Medicalização: processo de transformar questões não-medicas, de origem social e política, em questões medicas. Ocorre segundo uma concepção de ciência medica que discute o processo saúde-doença como centrado no individuo, privilegiando abordagem biológica, organicista. Representa a biologização de conflitos sociais. Recorre-se ao reducionismo biológico > situação de vida e destino dos indivíduos explicado (reduzidos) a características individuais. Individuo responsável. Desresponsabiliza as circunstancias sociais, políticas, econômicas, etc. A Educação vem sendo medicalizada > aprendizagem ou não aprendizagem são relatados como algo individual, inerente ao aluno > diagnostico centrado no aluno > médicos, psicólogos, fono, pedagogos > troca pelo termo Patologização. Patologização do fracasso escolar > conseqüência da desnutrição e\ou resultado de disfunções cerebrais. Há existência de mitos e crenças que resistem e confrontam com a realidade: Desnutrição> ocorre influencia no desenvolvimento cognitivo quando há desnutrição grave (terceiro grau) no inicio da vida e de longa duração. Patologização da aprendizagem> disseminada rapidamente; leva a rotulação de crianças normais, a criança ncorpora os rótulos, introjeta a doença, se torna um doente e confirma o diagnostico\rotulo estabelecido; desvalorização do professor. Preocupa-se com o diagnostico, não com a solução e tratamento efetivo e eficaz. Vídeo medicalização: escola não é responsabilizada pelo mau desempenho do aluno, as causas são diversas (gravidez, desnutrição, familia, diagnósticos etc) – remédio resolve todas as questões (ansiedade, desanimo) – solução química. Fórum contra a medicalização da vida Maria Ap. Moyses > medica pediatra > não nega existência de transtornos mas questiona como há tantos casos dos mesmos (epidemia TDHA) – Busca DESPATOLOGIZAR Classificadas como “doentes”, as pessoas tornam-se “pacientes” e consequentemente “consumidoras” de tratamentos, terapias e medicamentos, que transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na lógica medicalizante, deverão ser sanados individualmente. Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, que tem como objetivos: articular entidades, grupos e pessoas para o enfrentamento e superação do fenômeno da medicalização, bem como mobilizar a sociedade para a crítica à medicalização da aprendizagem e do comportamento. O caráter do Fórum é político e de atuação permanente, constituindo-se a partir da qualidade da articulação de seus participantes e suas decisões serão tomadas, preferencialmente, por consenso. É composto por entidades, movimentos e pessoas que tenham interesse no tema e afinidade com os objetivos do Fórum.
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