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REVISÃO CRIMINAL NPJ

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
JOSÉ CLEMENTE DA SILVA, brasileiro, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número xxxxxx, inscrito no CPF nº xxxxx, residente e domiciliado no xxxx, vem por seu advogado que esta subscreve, conforme procuração em anexo, oferecer a presente
 REVISÃO CRIMINAL COM PEDIDO DE LIMINAR
Com fundamento no artigo 621, inciso I do Código de Processo Penal, não conformado com o acórdão condenatório já transitado em julgado, pelas razões de fato e direito a seguir expostas.
I-DOS FATOS
Por volta das 12h40 min do dia 22 (Vinte e dois) de abril do presente ano, o meu cliente foi injustamente acusado de ter constrangido João Victor, menor de idade, em um terreno baldio existente na Rua Alexandre Chaia, para que com ele praticasse ato libidinoso diverso da conjunção carnal.
A denúncia foi recebida 6 dias depois, sendo o acusado citado para apresentar resposta a acusação. 
Além do próprio acusado, a vítima, 3 (três) testemunhas comuns, 2 (duas) testemunhas de defesa, foram ouvidos, bem como ocorreram debates orais entre a Defensoria e o Ministério Público.
O julgamento foi convertido em diligencia afim de que a primeira pessoa a ter contato com a vítima fosse ouvida.
O acusado foi absolvido pelo juiz de 1º grau com fundamento no art. 386, VII, CPP.
Houve interposição de apelação por parte do Ministério Público devidamente arrazoado e contra-arrazoado.
O TJSP deu provimento ao recurso a fim de condenar o réu com incurso no art. 217—A do CP, inicialmente em regime fechado a uma pena de 9 (nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão.
O recurso foi transitado em julgado, entretanto não é possível conformar-se com tal acordão, uma vez que a prova produzida nos autos não foi capaz de demonstrar os fatos constantes da denúncia.
II-DO DIREITO
Apesar da decisão do imbróglio feita pelo presente tribunal, se faz necessário observar que o autor desta ação já havia sido absolvido pelo Juiz de primeiro grau, baseado na preponderância dada pelo art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal, que afirma que, não é possível condenar alguém pela insuficiência das provas contidas nos autos.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
VII - não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008).
Segundo o “princípio do in dubio pro réu”, na dúvida absorve-se o réu, ou seja, na falta de provas não pode condenar o acusado.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VI - existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008).
É possível observar a falta de provas no momento em que o julgamento foi transformado em diligencia a fim de que as testemunhas fossem ouvidas, mas mesmo assim absolveu o réu.
Seguindo o mesmo entendimento foi que o Tribunal de Justiça do Paraná apresentou o seguinte parecer.
REVISÃO CRIMINAL DE ACÓRDÃO - REQUERENTE ABSOLVIDO EM PRIMEIRO GRAU - CONDENAÇÃO EM SEGUNDO GRAU - CRIMES PREVISTOS NOS ARTS. 12, 14 DA LEI 6368/76 - ACÓRDÃO CONTRÁRIO À EVIDÊNCIA DOS AUTOS - PROCEDÊNCIA - AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL PROCEDENTE POR MAIORIA.
(TJ-PR - RVCR: 6796390 PR 0679639-0, Relator: Tito Campos de Paula Data de Julgamento: 10/03/2011, 4ª Câmara Criminal em Composição Integral, Data de Publicação: DJ: 655)
III-DA LIMINAR
Após o transito em julgado da decisão e a expedição do mandado de prisão, o réu está em cumprimento da pena supracitada em regime fechado. A privação de liberdade do réu bem apresenta o periculum in mora do mesmo aguardar o julgamento deste para ter sua liberdade restituída.
É possível observar o Status Libertati através do já dito pelo juiz de primeiro grau, que ao analisar os autos absolveu o mesmo, chegando a mesma conclusão que esperamos do presente egrégio tribunal.	
Faço apologia ao direito processual civil, que regula a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, no próprio processo de conhecimento. Claro que por se tratar de medidas de urgência é preciso que haja o perigo da demora, o que é nítido, visto que o mesmo se encontra preso, e do fumus boni iuris, ou no presente caso o status in libertati.
Estando presentes os requisitos para o deferimento da medida liminar a fim de suspender os efeitos da condenação até julgamento, deve ser expedido alvará de soltura.
IV-DOS PEDIDOS
Diante do imbróglio acima supracitado mediante as razões expostas, requer a vossa excelência:
Preliminarmente, que sejam suspensos de imediato os efeitos da sentença, a fim de suspender o cumprimento da pena privativa de liberdade, diante dos atos já expostos, expedindo-se competente alvará de soltura e;
II- Que seja julgada procedente a presente ação revisional, para que se absolva o réu, com fulcro nos artigos 386, inciso VII e art. 626, ambos do Código de Processo Penal. 
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, Data
Advogado OAB
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