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Psicopatologia: Conceitos Gerais! Psicopatologia é o ramo da ciência que estuda a natureza essencial das doenças mentais: Causas, formas de manifestação e mudanças estruturais. É importante dizer que a psicopatologia se centra na pessoa e nas síndromes, não apenas nos sintomas, uma vez que os sintomas estão interligados entre si. Semiologia médica: Estuda sinais e sintomas que permitem identificar alterações físicas e mentais, formular diagnósticos e empreender terapêuticas. Deste modo a Psicopatologia é o estudo científico dos transtornos mentais e envolve: 1: Descrição clínica 2: Causas e etiologia 3: tratamentos e resultados esperados. A Psicopatologia se divide em: 1: Descritiva (Não há explicação causal! É a descrição dos sinais e sintomas). Patologia ateórica, raciocínio clínico, diagnóstico, curso e prognóstico. 2: Explicativa (Aqui já cabe explicação causal). Psicopatologia teórica, explicação da gênese e dos transtornos mentais, estratégias terapêuticas e técnicas. Sinais: Tudo o que o clínico pode ver, até mesmo com aparelhos. Sintomas: São subjetivos, apenas o paciente pode perceber, e a partir daí, relatar. Podem ser agrupados em dois grupos: 1) Forma: Estrutura básica, comum em diversos pacientes (Alucinação, delírio, etc.) 2) Conteúdo: O que preenche essa forma (Culpa, religioso, perseguição, etc.). É mais pessoal e depende da história de vida do paciente. Os conteúdos estão relacionados com temas centrais da existência humana: Sintomas podem ser: 1: Emergentes: Propriamente ditos, específicos em cada indivíduo. 2: Contextuais: Influenciam o sentido, direção, qualidade específica do sintoma emergente. E os contextuais podem ser: a) Estáveis: Personalidade e inteligência. b) Mutáveis: Nível de consciência, humor e estado volitivo afetivo. Síndrome: Reunião de sinais e sintomas. Uma síndrome pode estar presente em diversos transtornos, ex.: síndrome delirante (composta principalmente por alucinações e delírios), pode estar presente tanto na esquizofrenia quanto no transtorno bipolar do humor. Principais grupos sindrômicos: 1) Síndromes Ansiosas: a) Ansiedade constante e permanente; b) Crises de ansiedade abruptas mais ou menos intensas. 2) Síndromes depressivas: a) Humor triste; b) Anedonia. 3) Síndromes Maníacas: a) Euforia: Alegria patológica; b) Elação: Expansão ou engrandecimento do eu. c) Taquipsiquismo: Aceleração de todas as funções psíquicas. 4) Síndromes Histéricas: a) Comportamentos dramáticos, teatrais, infantis, sedutores e, eventualmente manipulativos. b) Tipos: - Conversivos: Sintomas corporais; - Dissociativos: Pseudocrises e alterações da consciência. 5) Quadros Fóbicos: a) Medo intenso e irracional; b) Atenção aos quadros com medos reais! Stress e Transtornos de Adaptação. 6) Síndromes obsessivo-compulsivas: a) Ideias, fantasias e imagens obsessivas; b) Atos, rituais ou comportamentos compulsivos. 7) Síndromes Psicóticas: a) Alucinações e delírios; b) Pensamento desordagnizado; c) Comportamento bizarro. 8) Síndromes relacionadas ao uso de substâncias: a) Uso nocivo; b) Abuso: Intoxicações; c) Dependência: Física e psicológica. 9) Síndrome relacionadas ao consumo de alimentos: a) Anorexia: - Perda de peso auto induzida; - Busca implacável de magreza; - Medo intenso e mórbido de parecer ou ficar gorda. b) Bulimia: - Preocupação persistente com o comer; - Desejo irresistível de comida com hiperfagia. c) Obesidade. Hipótese diagnóstica: Formada a partir da síndrome. Diagnóstico: Confirmação de uma hipótese diagnóstica (Não é um rótulo definitivo). Diagnóstico diferencial: Verificar os sintomas que estão ou não no quadro da hipótese diagnóstica. Ver o que a pessoa tem que é da esquizofrenia e o que ela tem que não é, por exemplo. Comorbidades: A presença de dois ou mais diagnósticos num indivíduo ao mesmo tempo. Obs.: Comorbidades pioram o prognóstico do diagnóstico, quanto mais comorbidades pior fica. Curso e prognóstico: Evolução esperada do quadro de um transtorno mental com base na terapêutica e nas comorbidades. Para ser transtorno mental é preciso? 1: Sofrimento psicológico; 2: Disfunção; 3: Prejuízo clínico significativo; 4: Atípico (culturalmente não aceito). Obs.: O sofrimento e prejuízo tem que ser significativo para merecer um diagnóstico. Obs 2.: Uma pessoa com um transtorno pode apresentar diferentes síndromes ao longo do tempo, um esquizofrênico pode num momento ter uma síndrome negativista e em outro, uma síndrome delirante alucinatória. Componentes para surgimento dos sintomas e dos transtornos: 1) Vulnerabilidade constitucional: Genéticos, gestacionais e perinatais, ou seja, tudo o que precede a vida do sujeito em relação. 2) Fatores predisponentes: Ocorrem no início da vida, entre 3-5 anos. Sensibilizam o sujeito para diversas situações da vida. 3) Fatores precipitantes: Eventos que ocorrem em proximidade ao surgimento do transtorno (Meio que gotas d'água). Quanto aos transtornos, podem ser de cursos crônicos ou fenômenos agudos. Cursos crônicos: 1) Processos: Transformações lentas e insidiosas na personalidade, sendo endógenas ou neurobiológicas. Rompem com o sentido normal da biografia da pessoa. 2) Desenvolvimento: Evolução compreensível da personalidade a partir de traços de caráter e de influência do meio. Fenômenos agudos: 1) Crise ou ataque: Dura segundos ou minutos, raramente horas. Súbito, abrupto e surgimento e término. 2) Episódio: Dura dias até semanas. Episódios podem gerar danos residuais também. 3) Reação vivencial normal: Desencadeado por eventos vitais mais significativos. Intensidade marcante e duração prolongada, personalidades vulneráveis e predispostas. 4: Fase: Períodos de depressão e mania dos transtornos afetivos. 5: Surto: Podem durar semanas. Instala-se de forma repentina, fazendo eclodir uma doença de base endógena. São mais intensos que os episódios e podem produzir sequelas (danos a personalidade ou cognição). Após vários surtos o paciente manifesta sinais e sintomas que são consequências deles, estes são predominantemente negativos e são chamados de estado residual. Este estado é mais comum quando o surto é intenso e não ocorre suporte. Prevalência: É o % na população em geral. Incidência: Surgimento de novos casos num determinado período de tempo. Ex.: Entre 2015 e 2017 houve uma incidência de 6361 casos de H1N1. Fatores de risco: Coisas que podem contribuir para o surgimento ou piora de um sintoma. Fatores de proteção: Ajudam a minimizar o prejuízo que um transtorno mental pode causar. Obs.: Em psicopatologia é essencial observação minuciosa do comportamento, conteúdo do discurso e do modo de falar, dos gestos, da postura, das roupas e acessórios, do jeito de interagir com familiares, pacientes e com o entrevistador, assim como dos elementos culturais da sociedade do paciente.
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