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7 Da Democracia à Ditadura

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DA DEMOCRACIA À DITADURA DE 1964
No governo de Gaspar Dutra (1946-1951) foi elaborada uma nova Constituição: a de 1946.
Constituição democrática.
Características: tendência restauradora das linhas da Constituição de 1891. Aproveitou as inovações contidas na Constituição de 1934 , sobretudo quanto aos direitos trabalhistas, à ordem econômica, à educação e à família.
A Constituição de 1946 instituiu: Regime político: democracia. Forma de governo: república. Forma de Estado: federação. Sistema de governo: presidencialismo. 
Art. 1º - Os Estados Unidos do Brasil mantêm, sob o regime representativo, a Federação e a República.
        Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido.
        § 1º - A União compreende, além dos Estados, o Distrito Federal e os Territórios.
        § 2º - O Distrito Federal é a Capital da União.
Mandato presidencial: 5 anos. Proibida a reeleição para cargos executivos. O Congresso foi fortalecido. Restaurou o princípio federalista. Aumentou a autonomia municipal. Seguiu as diretrizes do Código Eleitoral de 1932. Restabeleceu a liberdade de associação, crença e de cultos religiosos, manifestação de pensamento.
Socialmente, a Constituinte foi conservadora. O Partido Comunista do Brasil (de Luís Carlos Prestes) foi posto na ilegalidade. 
Em 1947, os deputados do PCG foram cassados. 
Houve o plano Salte: um fracasso. Dutra perdeu o apoio popular. 
O PSD, aliado ao PTB, preparava o cenário para o retorno de Vargas. 
Vargas retorna ao poder em 1951. Votou pelo voto. A imprensa e os militares tinham receavam que Vargas viesse a romper com a ordem democrática, em vista da experiência autoritária trazida pelo Estado Novo.
No plano internacional, o mundo vivia a guerra fria. O comunismo expandia-se (China, 1949), e em 1950-1953, houve a Guerra da Coreia. 
Os EUA fortaleceram sua posição anticomunista. Houve perseguições a políticos e artistas, por parte de Joseph McCarthy. 
Essa situação também afetou ao Brasil: os grupos de direita combatiam tanto o comunismo quanto o nacionalismo.
Mesmo defendendo o nacionalismo e a estatização, mais um segmento social passa a fazer oposição a Vargas: os trabalhadores.
Depois, vieram o ferroviários e os gráficos. A inflação, em 1953, corria os salários.
Vargas desejava construir um parque industrial no País. Queria que o Brasil alcançasse autonomia diante do capital internacional: seu objetivo político-econômico. 
Vargas não conseguia concretizar seu projeto - motivos: escassez de capital nacional, e a pouca disposição dos EUA em enviar recursos ao Brasil. Vargas voltou-se para as reivindicações dos trabalhadores. A imprensa e os militares continuaram na oposição a seu governo. 
Desgastado, Vargas suicidou-se em 1954. Kubitschek e João Goulart (presidente e vice-presidente) sucederam Vargas. 
Kubitschek deu ênfase à infraestrutura e ao desenvolvimento do País. Desenvolveu a indústria automobilística. 
Criou a SUDENE. Construiu Brasília. 
Em meio à crise econômica Jânio Quadros foi eleito presidente em 1960. Seu governo conservador foi alvo de críticas, sobretudo porque congelou os salários, restringiu o crédito, e cortou subsídios federais para investidores internos. Empresários e trabalhadores ficaram insatisfeitos. Jânio renunciou.
Com a renúncia de Jânio, Goulart assumiu como presidente. Com Jango, o Brasil mergulhou num período de radicalização política e ideológica, permitindo o golpe militar de 1964, com o apoio dos EUA.
Instalou-se no Brasil um regime militar ditatorial. Durante este período, o Brasil foi governado por generais: Castelo Branco (1964-1967), Costa e Silva (1967-1969), Emílio Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985). 
A Constituição de 1946 foi violentada. Vieram os Atos Institucionais. Primeiro, o AI-1, de 1964, que modificou a Constituição quanto à eleição, ao mandato e aos poderes do Presidente da República. Conferiu aos comandantes-em-chefe das Forças Armadas o poder de suspender direitos políticos e cassar mandatos legislativos, excluída a apreciação judicial desses atos. 
O AI-2 modificou a Constituição do Brasil de 1946 quanto ao processo legislativo, às eleições, aos poderes do Presidente da República, à organização dos três Poderes. Suspendeu garantias de vitaliciedade, inamovibilidade, estabilidade e ao exercício em funções por tempo certo. Excluiu da apreciação judicial atos praticados de acordo com suas normas e Atos Complementares 
decorrentes.
AI-3 tratava das eleições indiretas nacionais, estaduais e municipais. Permitia que senadores e deputados federais e estaduais, com prévia licença, exercessem o cargo de prefeito de Capital de Estado. 
Excluía da apreciação judicial atos praticados de acordo com suas normas e Atos Complementares. 
Em 1967 foi promulgada uma nova Constituição que englobaria também a Lei de Imprensa e uma Lei de Segurança Nacional. Esta Carta representou um arranjo político dos militares para dar legalidade à decretação dos Atos Institucionais. Dava ar de legalidade ao regime da Ditadura. Mantinha o Brasil como federação. Estados com menos poderes. Executivo fortalecido.
Eleições indiretas. Extinção dos partidos políticos. 
Nos anos seguintes, houve muita resistência e repressão. Os cidadãos não podiam exercer seus direitos políticos. A radicalização aumentou com a adoção do AI-5. O AI-5 representou o ponto máximo do arbítrio, pois suspendia a garantia de habeas corpus para determinados crimes. 
O presidente poderia decretar estado de sítio, nos casos da Constituição de 1967, intervenção federal, sem limites constitucionais, suspender direitos políticos e restrição ao exercício de qualquer direito público ou privado.
Poderia cassar mandatos eletivos, decretar recesso ao Congresso Nacional, às assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, excluindo de apreciação judicial atos praticados de acordo com suas normas e Atos Complementares decorrentes.
Passou-se a ter perseguições políticas. Houve muitas prisões de militantes políticos. Muitos buscaram exílio. O governo Médici foi o mais violento e repressivo: eram anos de chumbo. 
Com o governo Geisel (1974-1979) houve promessa de retorno gradual à democracia. A tentativa de alcançar o crescimento econômico e conter a inflação não surtiu efeito (II Plano Nacional de desenvolvimento – II-PND). 
Houve aumento da dívida externa e hiperinflação. Aconteceram mobilizações contra seu governo. 
Geisel foi sucedido por João Figueiredo (1979-1985), que disse que iria reconduzir o Brasil à redemocratização. Havia denúncias de desrespeito aos direitos humanos, prática de torturas, e grave situação econômica, como o aumento da dívida externa. O Brasil buscou empréstimo ao FMI. 
O governo Figueiredo propôs reformas políticas. Extinguiu-se o sistema bipartidário (ANENA e MDB). Foi a aprovada a lei do pluripartidarismo (1980). Foi fundado o PT. 
A Lei de Anistia foi promulgada em 1979, após grande mobilização popular. Veio o movimento das Diretas Já (1984). 
A proposta de eleição direta para presidente (Emenda Dante de Oliveira) não foi aprovada. 
Procedeu-se à eleição indireta para a presidência da República: Paulo Maluf e Tancredo Neves. Tancredo saiu-se vencedor.

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