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RESUMOS CRIMINOLOGIA

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CRIMINOLOGIA – 2º Bimestre
Aula 11
Abolicionismo Criminal
Funciona como movimento não intervencionista relacionado à descriminalização, qual seja, a retirada de algumas condutas criminalizadas da lei penal; entendida como extinção da pena quando praticadas algumas condutas. Com a crise da pena no ordenamento jurídico brasileiro, falho em sua função ressocializadora, como vemos hoje quando falamos em execução penal, aumenta o descrédito no sistema penitenciário nacional. Desta maneira, pode ser utilizado como meio de diminuir o caos penitenciário instalado no país e, ainda aplicado como rápida solução para determinados conflito; apresentando resultados imediatos. Assim, só devem ser realmente sancionados à pena aqueles atos criminosos que afetem bens jurídicos verdadeiramente importantes.
Devemos enxergar o abolicionismo como forma de não tipificação formal de delitos, como instrumento de justiça e segurança social que atribua pena a crimes onde há maior reprovabilidade, trabalhando o direito penal realmente como ultima ratio.
Aulas 13 e 14
Vitimologia
Ciência que estuda amplamente a relação vítima/criminoso no fenômeno da criminalidade; estuda a vítima no momento do crime, desde a sua ocorrência até as suas consequências.
OBJETIVO: evidenciar a importância da vítima, sua conduta, e medidas para reduzir o dano.
VÍTIMA: “Pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido danos, incluindo lesões físicas ou mentais, sofrimento emocional, prejuízo financeiro, ou tenham sido substancialmente afetadas em seus direitos fundamentais, por atos ou omissões que representem violações às leis penais, incluídas as leis referentes ao abuso criminoso do poder.” (ONU).
Segundo Calhau, a vítima passou por TRÊS FASES principais na história da civilização ocidental:
a) IDADE DE OURO: a vítima goza ao máximo da sua protagonização, sendo detentora da justiça privada. Importante ressaltar que a vítima reparava o dano causado pelo autor do delito, ou seja, tinha o direito per si. Tendo como referência o Código de Hamurabi, “olho por olho e dente por dente”.
b) NEUTRALIZAÇÃO DA VÍTIMA: o Estado, assumindo o monopólio da aplicação da pretensão punitiva, diminuiu a importância da vítima no conflito, que passou a ser considerada somente como um mero objeto, que não colaborava e em nada contribuía para a explicação científica do acontecimento criminal.
c) REDESCOBRIMENTO DA VÍTIMA: iniciação após a Segunda Guerra
Mundial, onde sua importância é retomada sob um ângulo mais humano por parte do Estado.
Tipos de Vítima
a) VÍTIMAS NATAS: indivíduos que apresentam, desde o nascimento, predisposição para serem vítimas, tudo fazendo, consciente ou inconscientemente, para figurarem como vítimas de crimes.
b) VÍTIMAS POTENCIAIS: são aquelas que apresentam comportamento, temperamento ou estilo de vida que atraem o criminoso, uma vez que facilitam ou preparam o desfecho do crime.
c) VÍTIMAS EVENTUAIS OU REAIS: aquelas que são verdadeiramente vítimas, não tendo em nada contribuído para a ocorrência do crime.
d) VÍTIMAS PROVOCADORAS: são aquelas que induzem o criminoso à prática do crime, originando ou provocando o fato delituoso.
e) VÍTIMAS FALSAS: simuladora, é aquela que está consciente de que não foi vítima de nenhum delito, mas, agindo por vingança ou interesse pessoal, imputa a alguém a prática de um crime contra si. Vítima imaginária: em decorrência de anomalia psíquica ou mental, acredita-se vítima da ação criminosa.
f) VÍTIMAS VOLUNTÁRIAS: são aquelas que consentem com o crime.
g) VÍTIMAS ACIDENTAIS: são as vítimas de si mesmas, que dão causa ao fato geralmente por negligência ou imprudência.
Processos de Vitimização:
a) VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA: é aquela causada pelo cometimento do crime. Provoca danos materiais, físicos e psicológicos, e ocasiona mudanças de hábitos e alterações de conduta.
b) VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA: é decorrente do tratamento dado pelas ações ou omissões das instâncias formais de controle social (Polícia, Judiciário, etc). Decorre do fato de ser a vítima, por vezes, tratada como suspeito. A vitimização secundária pode se apresentar mais grave que a primária, uma vez que, além dos danos causados à vítima, ocasiona a perda de credibilidade nas instâncias formais de controle.
c) VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA: decorre da falta de amparo dos órgãos públicos e da ausência de receptividade social em relação à vítima.
Aula 15
Direito Penal Máximo
Aplicação do rigor da lei, além de maior rigidez da lei. O contrário da não intervenção ou intervenção mínima. Traz a reflexão de que não se deve dispor do Direito Penal como meio de conter a criminalidade e ainda defende a ampliação da pena de prisão, pena de longa duração e de regimes mais rigorosos de cumprimento de pena. Utiliza-se da premissa de que o direito penal é o meio mais eficaz de conter todos os males relacionados a violência existente na sociedade e sua utilização não só é importante, como imprescindível.
Metodologia utilizada: a) ampliação das leis penais; b) ampliação das penas de prisão e com longa duração; c) regime de execução mais rígido; d) tolerância zero; e) redução da maioridade penal; f) pena de prisão para usuários de drogas e: g) direito penal do inimigo.
Consequências: punibilidade mais ampliada dos infratores, e consequentemente a ampliação dos bens jurídicos tutelados além de leis mais rígidas
Movimento Lei e Ordem: forma de política criminal.
Um dos princípios do "Movimento de Lei e Ordem" separa a sociedade em dois grupos: o primeiro, composto de pessoas de bem, merecedoras de proteção legal; o segundo, de homens maus, os delinquentes, aos quais se endereça toda a rudeza e severidade da lei penal. Adotando essas regras, dizia que a pena criminal era "uma amarga necessidade numa comunidade de seres imperfeitos". É o que está acontecendo no Brasil, onde se acha que o Direito Penal pode resolver todos os males que afligem os homens bons, exigindo-se a definição de novos delitos e o agravamento das penas cominadas aos já descritos, tendo como destinatários os homens maus (criminosos). A insistência do noticiário desses crimes criou a síndrome da vitimização: “A população passou a crer que a qualquer momento o cidadão poderia ser vítima de um ataque criminoso, gerando a ideia da urgente necessidade da agravação das penas e da definição de novos tipos penais, garantindo-lhe a tranquilidade” (JESUS, Damásio E. de. Sistema Penal Brasileiro: execução das penas no Brasil).
De um lado não podemos abrir mão do direito penal porém não devemos também defender um direito penal máximo. Devemos nos amparar no que utilizar o direito penal de forma subsidiária, como ultima ratio com novos estudos a respeito de penas e também de medidas alternativas, além de darmos maior importância na aplicação e execução adequada de todas essas modificações, estruturando todo o nosso sistema penal de forma satisfatória
Aula 16
Estado de Polícia x Estado Democrático
Estado de Polícia: direito/dever que a polícia tem de investigação dos crimes praticados por qualquer pessoa que seja, porém sua utilização não pode sobrepor as garantias esculpidas e defendidas no estado democrático.
Estado Democrático: princípios da Constitucionalidade, Organização Democrática da Sociedade; Sistema de Direitos Fundamentais individuais e coletivos, Justiça Social, Igualdade; Divisão de Poderes; Legalidade; Segurança e Certeza Jurídicas.
Aulas 17 e 19
Modalidade de Pena no Direito Penal Brasileiro
A pena é uma espécie de sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado ao autor de uma infração penal, com um caráter neoretributivo, consiste na retribuição justa na exata proporção do delito cometido, permeada por aspectos preventivos (Teoria Mista). 
As penas privativas de liberdade são divididas em reclusão e detenção, tendo uma visão científica de maior amplitude por ser a que submete o condenado ao cárcere, é a pena mais severa e é executada de forma progressiva conforme o comportamento carcerário e o cumprimento de pena. Sistemas: a) Filadélfico/solitarysystem - condenado deveria permanecer preso isolado vedado ao contato com o mundo exterior, tendo somente acesso a passeios esporádicos no pátio e leitura da bíblia; o preso que estivesse cumprindo pena deveria utilizar o tempo sozinho para refletir e se arrepender dos erros que tinha cometido. A pena com caráter religioso, visando a reinserção através do arrependimento.
b) Auburniano/silent system - presos trabalhavam nas próprias celas em silêncio, porém, na prática não funcionava. Defendia o isolamento celular noturno sendo vedado a visita de familiares, o lazer, a prática de exercícios e as atividades educacionais. Baseado principalmente no trabalho forçado do apenado, considerando que seria ressocializado através deste.
c) Sistemas progressivos/mark system/inglês e irlandês - o condenado poderia obter vales ou marcas de acordo com o seu rendimento e conduta dentro das prisões, reduzindo assim o tempo de duração da sua pena.
- Inglês - 3 etapas: isolamento celular, depois trabalho comum na penitenciária em silêncio e isolamento noturno.
- Irlandês - 4 etapas: isolamento celular de nove meses; trabalho em obras públicas; trabalho externo com pernoite no estabelecimento penal e a última liberdade provisória.
d) Reformatórios - destinados inicialmente aos adolescentes e jovens adultos infratores. Indeterminação na sentença e vigilância após o cumprimento de pena, vistas a correção, educação e readaptação social do condenado.
O Código Penal de 1940 adotou o sistema progressivo muito parecido com o Irlandês porém com algumas modificações, sendo as penas privativas de liberdade executadas de forma progressiva, com os regimes fechado, semiaberto e aberto, onde o que estabelece essa forma de progressão com condicionantes subjetivas e objetivas é a Lei de Execução Penal nº 7.210/84.
As penas restritivas de direito são penas limitadoras de direito (proibições ou interdições), de certa forma de liberdade (limitação de fim de semana, prisão domiciliar e prestação de serviços à comunidade) e também de valores (prestação pecuniária e perda de bens e valores).
A pena de multa é aquela que se ajusta à gravidade do delito e a capacidade econômica do réu, sendo os valores aplicados, destinados ao Fundo Penitenciários Nacionais. Não cabe conversão da pena de multa para privativa de liberdade, por ter caráter de dívida de valor.
Estas fundamentam a grande parte das sanções aplicadas, sendo que, somente através do seu aprimoramento é que se poderá alcançar o fim almejado tanto para sociedade, quanto para aquele delinquente que recebe a punição e que não voltará mais a delinquir.
A pena pela agressão teve vários períodos:
- VINGANÇA PRIVADA: reação da vítima, seus familiares, ou sua tribo ou grupo, contra o agressor. De forma desproporcional o indivíduo se vingava segundo seu próprio arbítrio, ou seja, fazendo a justiça pelas suas próprias mãos. Consequentemente muitos destes grupos eram exterminados. Surge então a primeira forma de repressão repressiva proporcional, o talião, que delimitava a reação à ofensa ao mal idêntico ao praticado. A lei do Talião aparece no código de Hamurabi (olho por olho, dente por dente) na Lei das XII Tábuas, e outras legislações, surge ai a preocupação da pena justa e proporcional.
- VINGANÇA DIVINA: devido a influência da religião na vida dos povos, deveria se punir o crime para satisfação dos deuses pela ofensa praticada. As primeiras formas de punição tinham cunho religioso, pois eram originárias dos deuses, devendo ser imposto o castigo divino contra o seu agressor. A penalização era oriunda da vontade dos sacerdotes, que eram vistos como delegados divinos, tendo como características a crueldade e desumanidade, visando única e exclusivamente a intimidação.
- VINGANÇA PÚBLICA: o fim era a segurança do Estado através das penas severas e cruéis. Permaneciam as formas anteriores da vingança privada e divina, agora com a vingança pública. Não tardou muito a separação de Direito e Religião, surgindo os crimes contra a segurança da cidade, que eram reprimidos pelo Estado e os crimina parricidium, que eram reprimidos pelos ofendidos. Os crimes eram punidos através dos suplícios. Foi uma época de grandes escândalos, o que levou à inúmeros projetos de reformas da lei e do crime, com uma nova justificação moral ou política do direito de punir. Diante disso o corpo deixou de ser o alvo direto das penas e surgiram as prisões, o trabalho forçado, penas físicas porém com o corpo utilizado como instrumento da pena, e não fim. Primeiramente houve a definição das infrações, do que era crime ou não, onde havia a permissão ou a proibição, visando controlar os indivíduos e neutralizar a perigosidade, porém as leis eram imperfeitas, imprecisas e lacunosas.
- PERÍODO HUMANITÁRIO: surgiu com Beccaria, ele falava sobre as penas, prevenção do crime e a prevenção social. A essência desse período era a defesa do indivíduo contra as leis e a justiça naqueles tempos que era marcada de crueldades, servilismo aos fortes e poderosos. Visava um tratamento mais humano e razoável ao criminoso, surgindo ai as primeiras formas de assistência ao preso, como trabalho, religião, boa alimentação e etc.
Estabelecimentos Penitenciários
Na idade contemporânea, iniciou-se um movimento para se desenvolver as penas privativas de liberdade, visando a construção de penitenciarias e prisões com a finalidade de correção dos apenados. Antigamente as prisões eram utilizadas somente para custodiar o preso, até que ele recebesse sua pena de morte, esquartejamento, etc. Bittencourt acredita que o surgimento das penas privativas de liberdade e a criação das prisões surgiu apenas como ideia do capitalismo, onde se desejava a submissão dos condenados ao poder dominante do Estado.
No Brasil, antes de 1500 vivia-se a fase da vingança privada, vingança coletiva e a Lei do Talião, a ideia de direito penal Brasileiro teve seu início no período colonial (1550 a 1822) regido, primeiramente, pelas Ordenações Afonsinas, onde as penas eram as mais cruéis possíveis, e Manuelinas (até 1519), substituídas essas últimas pelo Código de D.
Sebastião (até 1603). As prisões tinham apenas um caráter preventivo de evitar que o autor do crime fugisse. Posteriormente utilizaram-se das ordenações Filipinas. Em 1822, o Imperador aboliu a tortura e certas penas cruéis e infamantes, determinando a adoção do princípio da responsabilidade pessoal, proibindo a transmissão da pena aos sucessores do condenado. A primeira Constituição do Brasil, de 1824 incorporava importantes princípios: a lei penal não tinha efeitos retroativos; todos são iguais perante a lei; nenhuma pena passará da pessoa do delinquente; abolição das torturas, açoites, penas cruéis em geral, remanescendo ainda a pena de morte Em 1830, surge, sob influência da Escola Clássica, o Código Criminal do Império, nascido em bases de justiça e equidade, o qual incorporava os princípios da responsabilidade moral e do livre arbítrio, segundo o qual não há criminoso sem conhecimento do mal e sem a intenção de praticá-lo. Em 1890, com a proclamação da República, foi editado o novo estatuto básico, chamado de Código Penal, sendo abolida a pena de morte e instalado o regime prisional de caráter correcional. Em 1888 foi promulgada nova Constituição e esta trazia novos preceitos, tais como: “a lei penal só retroagirá para beneficiar o réu”; “não será concedida ao Estado estrangeiro a extradição por crime político ou de opinião, nem em caso de algum brasileiro”. Então, em 1940 o novo Código Penal, incorpora as bases de um direito punitivo democrático liberal. O novo sistema elege a privação da liberdade como pena principal, a reclusão e a detenção, para os crimes, e prisão simples para as contravenções penais, e as medidas de segurança para os incapazes e perigosos. Em 1984: repúdio à pena de morte; manutenção da prisão penal por excelência; penas pecuniárias; extinção das penas acessórias e revisão das medidas de segurança.
Aula 20
Crime Organizado
Uma característica comum entre as organizaçõescriminosas são que em todas elas alguns crimes são de extrema importância de forma que garantem a execução de outros, como a extorsão que financia a organização de forma a balizar a reunião de recursos financeiros que possibilitem a despreocupação de se manter e assim tranquilizando os grupos para partirem para alguns crimes mais graves. Outra característica também explicitada é a maneira como ocorre o ingresso de novos membros sempre através de rituais de inicialização seja com cunho religioso ou então por demonstração de méritos intelectuais ou então por atos de bravura e coragem, não deixando de lado as famiglias italianas que prezam tal condição para que seja um patrimônio hierarquizado entre os familiares que se instalam nos territórios. 
Aula 21
Micro e Macrocriminalidade
MICROCRINALIDADE: chama a nossa atenção quando somos nós os envolvidos diretos da ação do agente. O crime não afeta a coletividade, e sim o nosso interesse e fazemos de tudo para que as consequências legais e cabíveis sejam tomadas para nos gerar a sensação de justiça.
MACROCRIMINALIDADE: são os delitos onde a conduta lesiona não uma só pessoa, mas um número grande, indeterminado de pessoas, até mesmo a própria coletividade como um todo.
Noutra vertente, os “crimes de macro corporações” são oriundos de grupos empresariais poderosos. A cúpula dirigente se aproveita de seu poderio e estrutura para, obter lucros ilícitos através do cometimento de crimes contra a ordem tributária e/ou econômica, desviar verbas da população, crimes contra o meio ambiente e o Estado, ou destruindo a concorrência com práticas predatórias.
Quando a coletividade é vítima da macrocriminalidade a impunidade em alguma das vezes é mais aparente pela falta de interesse em punir tais condutas, ou até mesmo na dificuldade de reunir elementos para tal.
“Distinção entre crimes do colarinho branco, crimes econômicos e criminalidade dos poderosos. Os primeiros (White Collar Criminality) são os cometidos por pessoas das camadas mais altas de uma determinada sociedade, em um determinado momento histórico; a chamada criminalidade econômica afasta-se um pouco mais dos centros do poder, mas ainda considera a colocação do agente como relevante no meio social a lhe permitir a prática desses crimes em menor escala (exemplo: clonadores de cartões de crédito). Por fim, a criminalidade dos poderosos é vista sob um duplo aspecto, social e de poder, utilizando-se diretamente desses dois elementos para cometimento de abusos com o intuito de manutenção e/ou reforço desse mesmo poder, revelando-se sob o aspecto político (violência policial, genocídio, tortura) ou econômico (corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro)”.
Aula 22
Criminalidade Juvenil
A delinquência juvenil representa grande parcela de preocupação histórica da criminologia. Quando se trata da criminalidade juvenil, uma característica é a quantidade de delitos praticados por eles. Quase todos os jovens cometem algum delito, ainda que pequenos delitos ao longo desta “fase juvenil”. O delito nesta fase é uma coisa normal, e que são criminalizadas apenas por comparação a criminalidade adulta. Esta seria uma forma que o Direito Penal encontrou para defender seu caráter preventivo, e não só retributivo, mediante essa atenção especializada aos jovens tentando evitar que estes continuem com essa “carreira delitiva”.
Diversos são os fatores condicionantes da criminalidade infantil: desagregação familiar, fatores econômicos, cultural, escolar, moral, e de civilidade. Ausência de aparato ético e pedagógico também são fatores fortíssimos na formação desses adolescentes. Em qualquer dos casos e teorias que se tome por base o tratamento da criminalidade juvenil temos claro e cristalino que a teoria criminológica deve conceder a esta “fase juvenil” atenção mais concreta de forma a trata-la de acordo com a formação da personalidade destes agentes.
Aula 23
Prisão Masculina pós Sentença Condenatória Definitiva - Teoria e Prática
GUIA DE RECOLHIMENTO: transitada em julgado a sentença condenatória, o Juízo de conhecimento expede a denominada guia de recolhimento, para que se proceda à devida execução. Nela irá constar:
I - o nome do condenado;
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação; 
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado; 
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; 
V - a data da terminação da pena; 
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA: transitada em julgado para o Ministério Público a sentença que impôs pena privativa de liberdade, poderá ser efetivada a execução provisória sendo emitida provisoriamente a guia de recolhimento.
CÁLCULO DE LIQUIDAÇÃO E SOMA DAS PENAS: existente duas ou mais guias de recolhimento, referentes a duas ou mais penas impostas em processos distintos, devem ter precedência as penas mais graves (art. 69, caput, e 76, CP).
PROGRESSÃO: transferência do condenado para um regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, após cumprido 1/6 da pena no regime anterior e sendo merecedor da progressão (avaliado através do bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, além de outros elementos julgados relevantes no caso concreto).
REGRESSÃO: transferência do condenado para um regime mais rigoroso na ocorrência de quaisquer das hipóteses descritas no artigo 118, LEP e 36, §2º do CP.
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO: cabível para presos provisórios e condenados, aplicado nas seguintes hipóteses: a prática de fato previsto como crime doloso ocasione subversão da ordem ou da disciplina internas (art. 52, caput, LEP); presos nacionais ou estrangeiros que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 52, §1º, LEP); acusado que recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação a qualquer título em organizações criminosas, quadrilha ou bando (art. 52, §2º, LEP).
Características: duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; recolhimento em cela individual; visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol (art. 52, caput e incisos I a IV da LEP).
DIREITOS E DEVERES: todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a toda as autoridades o respeito à integridade física e moral do preso. (art. 38, CP e 40 da LEP).
TRABALHO PRISIONAL: Obrigatório, desde que na medida das aptidões e capacidades do preso (art. 31, LEP). Remunerado, com jornada normal não inferior a seis nem superior a oito horas, além de descanso nos domingos e feriados (art. 33, LEP). Em comum e dentro do estabelecimento prisional, sendo o regime fechado e no regime semiaberto, será realizado em comum durante o período diurno em colônia penal agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
REMIÇÃO: resgate, pelo trabalho e estudo de parte do tempo de execução (art. 126, LEP, um dia de pena por três dias trabalhados; um dia de pena para 12 horas de frequência escolar).
DETRAÇÃO: na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória é descontado.
A execução penal objetiva efetivar as disposições da sentença penal, que tenha aplicado uma pena privativa de liberdade ou não, ou medida de segurança, constante em tratamento ambulatorial ou internação em hospital psiquiátrico (art. 1º, LEP). A sua diretiva principal é mista pois visa punir e humanizar, proporcionando ao condenado condições para que retorne ao convívio social de maneira harmônica. Princípios fundamentais da execução penal: princípio da legalidade, princípio do devido processo legal, princípio da humanidade, princípio do contraditório e ampla defesa, princípio da jurisdicionalidade,princípio da igualdade, princípio da individualização da pena e princípio da publicidade.
Aula 24
Medida de Segurança
Instrumento do direito penal utilizado em defesa da sociedade contra os indivíduos considerados perigosos ao convívio social. Visa tratamento adequado para a ressocialização do delinquente inimputável ou semi-imputável, impedindo que este volte a cometer uma infração penal, sendo submetido a uma sentença absolutória imprópria, pois ele não é condenado e sim absolvido e submetido a um especial tratamento curativo. As medidas de segurança não devem ser necessariamente proporcionais à gravidade do delito, mas sim a periculosidade do agente, ao contrário das penas. O Brasil adota o sistema vicariante, onde não se admite a imposição da pena e medida de segurança, ou seja, haverá a substituição.
Art. 96. As medidas de segurança são:
I - internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
II - sujeição a tratamento ambulatorial.
O Código Penal remete a medida de segurança aos agentes inimputáveis ou semi-imputáveis, relacionando o artigo 97 e 98 ao artigo 26, caput e parágrafo único.
I- tem caráter eminentemente detentivo, pois delimita a liberdade de ir e vir do indivíduo. Pressupostos: “a) que o indivíduo se revele inteira ou relativamente incapaz de entender o caráter ilícito do fato; e b) que o ilícito-típico seja grave, tanto que apenado com reclusão”. 
II – possui caráter restritivo, pois restringe direito diverso da liberdade. Utilizado para delinquentes com menor grau de periculosidade criminal, visando tornar o indivíduo não-perigoso e buscando alcançar sua cura e a reintegração social.
A internação ou tratamento ambulatorial são executados por tempo indeterminado, ou seja, não tem um prazo máximo estipulado, se fazendo necessária a imposição até o momento em que, mediante perícia médica, constatar a cessação de periculosidade. O laudo psiquiátrico deverá acompanhar o relatório que deverá ser elaborado, de preferência pela equipe médica que acompanhou o paciente durante o período de imposição da medida de segurança, sendo indispensável a demonstração se o paciente sofre ou não de doença mental ou é portador de perturbação da saúde mental, grau de desenvolvimento mental, grau da anomalia ou se cessou ou não a periculosidade. A desinternação ou liberação são condicionais, ficando sujeita a extinção da medida de segurança a uma condição resolutiva pelo prazo de um ano.
“Art. 132. Deferido o pedido, o juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. 
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: 
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; 
b) comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; 
c) não mudar do território da comarca do Juízo da Execução, sem prévia autorização deste. 
§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: 
a) não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; 
b) recolher se à habitação em hora fixada; 
c) não frequentar determinados lugares. 
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da Execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.”

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