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SISTEMA DE ENSINO 100% ON LINE
CURSO FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM MATEMÁTICA
Enislene Alves Matos MORAIS
A IMPORTâNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E SUA RELAÇÃO COM OS aLUNOS.
Ipatinga
13
2017
Enislene Alves Matos
A IMPORTâNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E SUA RELAÇÃO COM OS aLUNOS.
Ipatinga
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇAO.........................................................................................................
2 PROJETO DE PESQUISA.............................................................................................
3 A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM.......................................................................................................
4 DIFERENÇAS ENTRE PROFESSOR/ALUNO............. ............................................
5 AFETIVIDADE .........................................
6 PROFESSOR/ALUNO A RELAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA QUE FAZ A DIFERENÇA........................................................................
7 CONCLUSÃO.......................................................................................................
1 INTRODUÇÃO
A relação professor/aluno representa um esforço a mais na busca da praticidade, afetividade e eficiência no preparo do educando para a vida, numa redefinição do processo ensino-aprendizagem.
Cada profissional deve ter claramente definido o seu papel nesse contexto social, onde esta relação aqui considerada passa a ser alvo de pesquisas, na busca do diálogo, do debate de idéias, da interação social e da diminuição da importância do trabalho individualizado.
A interação professor/aluno ultrapassa os limites profissionais, escolares, do ano letivo e de semestres. È, na verdade, uma relação que deixa marcas, e que deve sempre buscar a afetividade e o diálogo como forma de construção do espaço escolar.
Ser professor não constitui uma tarefa simples, ao contrário, é uma tarefa que requer amor e habilidade. O educador não é simplesmente aquele que transmite um tipo de saber para seus alunos, como um simples repassador de conhecimentos. O papel do educador é bem mais amplo, ultrapassando esta mera transmissão de conhecimentos.
No sistema escolar, o professor deve tornar seu saber pedagógico uma alavanca desencadeadora de mudanças, não somente ao nivel da escola que é parte integrante, mas também ao nivel do sistema social, econômico e politico. O professor deverá ser uma fonte inesgotável de conhecimentos no cotidiano de sala de aula, retirar dos elementos teóricos que permitam a compreensão e um direcionamento a uma ação consciente. 
A importância desta pesquisa possibilitará o acesso melhor ao conhecimento sobre a relação professor/aluno, o que auxiliará não só na discussão sobre o problema, mas para apontar as posturas existentes, nas escolas, no que se refere á relação professor/aluno em suas múltiplas determinações.
2. PROJETO DE PESQUISA
Problematização
Qual importância da relação professor- aluno no processo educativo.
Objetivo Geral
Refletir sobre a importância do relacionamento professor/aluno para o ensino de aprendizagem.
Obejtivos específicos
Identificar e refletir as possiveis relações entre professor e o aluno a fim de contribiur para o processo ensino-aprendizagem
Buscar subdsídios para relatar o quanto a interação entre professor e aluno é importane para o processo ensino aprendizagem;
Identificar os fatores que dificultam o relacionamento entre professor/aluno;
Refletir sobre a importância e o papel do professor e do seu relacionamento com os educandos.
Justificativa
O trabalho pretende esclarecer a influência do relacionamento afetivo entre professores e alunos, verificar que as dificuldades e sucessos caminham juntos. Através destes esclarecimentos poderá identificar os pontos relevantes, que possam estimular tanto professor como aluno à convivência de afetividade no processo educativo levando–os a uma educação de qualidade.
Será possível apontar as oportunidades que o futuro educador poderá ter, ao estudar e analisar a educação, a fim de poder em sua realidade educacional ser colaborador convicto de suas realizações através de suas ações. Esclarecerá as relações afetivas em sala de aula e colocará este relacionamento como um desafio para o educador, devendo este agir de forma que expresse o seu interesse pelo crescimento dos alunos, e assim respeitando suas individualidades, criando um ambiente mais agradável e propício para a aprendizagem.
As informações obtidas mostrarão que a aprendizagem depende muito do relacionamento que o professor tem com o aluno.
3. A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
O relacionamento humano é peça fundamental na realização comportamental e profissional. Desta forma, a análise dos relacionamentos entre professor/aluno envolve interesses e intenções, sendo esta interação o expoente das conseqüências, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros da espécie humana.
Neste sentido, a interação estabelecida caracteriza-se pela seleção de conteúdos, organização, sistematização didática para facilitar o aprendizado dos alunos e exposição onde o professor demonstrará seus conteúdos.
No entanto este paradigma deve ser quebrado, são preciso não limitar este estudo em relação comportamento do professor com resultados do aluno; devendo introduzir os processos construtivos como mediadores para superar as limitações do paradigma processo-produto.
O educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida. GADOTTI (1999, p. 2)
Desta maneira, o aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelo aprender não é uma atividade que surge espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo em alguns casos encarada como obrigação. Para que isto possa ser melhor cultivado, o professor deve despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no desenvolver das atividades.
O professor não deve preocupar-se somente com o conhecimento através da absorção de informações, mas também pelo processo de construção da cidadania do aluno. Apesar de tal, para que isto ocorra, é necessária a conscientização do professor de que seu papel é de facilitador de aprendizagem, aberto às novas experiências, procurando compreender, numa relação empática, também os sentimentos e os problemas de seus alunos e tentar levá-los à auto-realização.
De modo concreto, não podemos pensar que a construção do conhecimento é entendida como individual. O conhecimento é produto da atividade e do conhecimento humano marcado social e culturalmente. O papel do professor consiste em agir com intermediário entre os conteúdos da aprendizagem e a atividade construtiva para assimilação.
O trabalho do professor em sala de aula, seu relacionamento com os alunos é expresso pela relação que ele tem com a sociedade e com cultura.
É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade. ABREU & MASETTO (1990, p. 115),
O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”. (FREIRE: 1996, p. 96),
A relação entre professor e alunodepende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Indica também, que o professor, educador da era industrial com raras exceções, deve buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.
4 DIFERENÇAS ENTRE PROFESSOR/ALUNO
Dentre as muitas dificuldades encontradas pelo professor frente ao aluno, uma delas, talvez a mais crucial, seja a distância que separa as realidades de um e outro.
Conhecer o mundo do aluno é o elemento mais importante para uma boa relação entre professor e aluno, eis aí o caminho para que ocorra a verdadeira mediação de conhecimento que o professor deve realizar.
Assim como o professor não aceita imposições, também o aluno não as aceitará, novos caminhos devem ser experimentados e argumentos mais consistentes devem ser aplicados. Sendo o professor, como ele mesmo se classifica, mais experiente e maduro, deve, então, fazer valer tal afirmação em benefício do ensino aprendizado.
Mostrar caminhos é bem mais interessante que impor trilhos inalteráveis. Afinal vários caminhos levam ao mesmo lugar e, cabe ao professor, descobrir por qual caminho os alunos preferem seguir, ou melhor, qual deles têm menos pedras, o importante, nesse caso, é o professor ser uma bússola que os orienta quanto ao norte a ser atingido.
O aluno, só pelo fato de sê-lo, já é contestador, característica inerente à fase, que, muitas vezes o faz contestar fatos incontestáveis. Em determinados casos não aceita a posição do professor, pois este não aceita a sua realidade, a sua verdade. Vale lembrar ainda que uma sala de aula é composta por várias realidades, não só a do professor.
Adentrar a realidade do aluno sem invadi-la, deslumbrar-se e aprender com ele coisas novas, é o primeiro passo para fazer com que ele aceite a realidade do professor e do componente curricular, isso o fará entender e, por fim, aprender.
O aluno tem que se sentir parte integrante do aprendizado, porém não só como receptor, ele também quer ensinar algo e, certamente o professor tem algo a aprender com o aluno.
Não pode existir um vácuo entre professor e aluno, pois será exatamente aí o campo da dificuldade. Neste espaço caberá ao professor preencher com a amizade que deve haver entre ambos, pois a relação de respeito assim se tornará mais latente, o aprendizado mais eficaz e a satisfação plena de ambos.
5 AFETIVIDADE
Como atividade essencialmente criadora, a educação apresenta o escopo de guiar o homem no desenvolvimento dinâmico, no curso do qual se constituiria como pessoa humana, dotada de armas do conhecimento, do poder de julgar e das virtudes morais.
No contexto das dinâmicas sociais, a educação e a instituição de ensino, no papel de seus professores, devem apresentar um caráter crítico de elevação cultural do indivíduo e da sociedade.
Conhecer é apropriar-se intelectualmente de um dado campo de fatos, ou de idéias que constituem o saber estabelecido; pensar é enfrentar pela reflexão a capacidade de uma experiência nova cujo sentido ainda precisa ser reformulado que precisa ser reproduzido pelo trabalho de reflexão, sem outras garantia senão o contato com a própria experiência”. (CHAUÍ: 1998, p. 45)
É de suma importância que o professor, por maior que seja sua capacidade, seu conhecimento, sua formação, tenha consciência de que ele e seus alunos estão em locais, ângulos opostos: por outro lado, ele não deve se vangloriar desta hierarquia e muito menos de seu conhecimento. Para que haja uma boa convivência entre professor e aluno um bom diálogo é fator de essencialmente.
Entretanto, não é esta realidade que observamos no contexto educacional brasileiro, pois o professor geralmente é arrogante, inseguro, ansioso e acaba criando um clima de terror em sala de aula. Na maioria das vezes a causa desta problemática está na má remuneração, na falta de preparo, na instabilidade familiar, fatores que influenciam no desempenho do docente.
Uma boa estruturação é essencial na carreira do docente. A dinâmica de grupo e os debates constituem-se em eixos norteadores na resolução de problemas, já que se tratam de ferramentas que aproximam educador e educando. (FERREIRO, 1982:12).
A aula deve ser encarada como uma relação entre professor e aluno, numa aprendizagem mútua, onde a escola seja encarada como um lugar de reflexões na construção e reconstrução do saber.
Nesse contexto, a reflexão sobre a importância e o papel do professor e do seu relacionamento com os educandos, vai bem mais além, pois estamos diante de constantes mudanças, onde o novo sempre traz expectativas que muitas vezes são obscuras, preocupam e deixam os profissionais perdidos. O objetivo de enfrentar esse grande desafio, também inclui em vencermos os nossos medos, que não são poucos, a fim de contribuirmos para um futuro melhor, onde devemos romper com antigos conceitos, através de critica, criatividade, afetividade e diálogo, para a construção de novas formas no presente, com vistas ao futuro.
No instante em que se fala sobre construção do conhecimento e da aprendizagem e sua relação com a afetividade, tem-se esta envolvendo o uso e o desenvolvimento de todos os poderes e capacidades do homem, tanto físicas, quanto mentais e afetivas. Logo, aprendizagem/construção do conhecimento, não se rotula na simples memorização mecânica de conteúdos, fatos e experiências, mas sim abrangendo o todo humano, haja vista que, no universo físico-psicoemocional, a construção do conhecimento não pode ser vista e/ou analisada for forma fragmentada.
A psicanálise considera a afetividade como o domínio e que se desenvolve uma energia psíquica, biológica – a libido; estruturais em sentimentos acordes com leis que, violadas, levam à neurose individual ou coletiva. 0 prazer e a dor guiam o instinto sexual para a formação dos amores e malquerenças do lactente e da criança mais crescida. Daí ser a vida afetiva essencialmente a do conflito entre o eu e o meio. 0 eu, egoísta e hedonista por excelência; o meio, impessoal e exigente, cujos finais se tornam transcendentes ou somente ocultos durante quase toda a vida do indivíduo.
Tanto o aspecto cognitivo quanto o afetivo desempenham papéis chaves no desenvolvimento intelectual. Considerando os postulados teóricos dos diversos autores que estudam o assunto, a construção do conhecimento-aprendizagem, pode ser caracterizado:
de forma gradual, o conhecimento é construído aos poucos, onde cada indivíduo tem seu ritmo próprio e aprender;
de forma cumulativa, onde cada nova aquisição-experiência se adiciona ao repertório já adquirido;
de forma integrativa, supondo uma dinâmica interna, mental de aprender e apreender onde o conteúdo teórico apreendido na prática interage com a teoria;
de forma contínua, onde o indivíduo aprende ao longo de sua vida/desenvolvimento.
A afetividade passa então a constituir um outro fator que influencia diretamente na aprendizagem, ou seja, a relação afetiva entre quem ensina e quem aprende, isto é, a afetividade entre o professor e o aluno. O caráter afetivo influencia nas construções cognitivas, possibilitando liberdade, confiança, honestidade, etc., na (re) elaboração de saberes/conhecimentos.
Vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas, já que o ato de inteligência pressupõe uma regulação energética interna (interesse, esforço, facilidade, etc), o interesse e a relação afetiva entre a necessidade e o objeto susceptível de satisfazê-la.
Certamente, a afetividade interfere na aquisição de conhecimentos, pois pode acelerar ou retardar o desenvolvimento cognitivo de uma criança, um fato que pode ser percebido quando se observa a importância/diferença que faz a criança quando a professora espera na porta da sala de aula ediz a cada um bom-dia, dando-lhe um abraço, um beijo, antes do início das atividades diárias de sala de aula.
Certamente, é muito importante para a criança perceber no professor(a) um amigo(a), já que é o laço afetivo que irá influenciar diretamente na aquisição do conhecimento. Vale ressaltar que, na dinâmica do processo ensino-aprendizagem, encontra-se também a moralidade, pois esta estabelece regras do jogo que se chama aprendizagem. Na verdade, a moralidade humana é o palco, por excelência, onde a afetividade e a razão se encontram, via de regra, sob a forma de confronto. Em outras palavras, a afetividade interfere no uso da razão.
Para que a criança aprenda o juízo de moral, este poderá ser feito, através de regras de um jogo, trabalhando o contrato/acordo entre partes, o respeito às regras do mesmo, construindo a moralidade do futuro homem individual e social. O ingresso da criança na sociedade certamente se dá pela aprendizagem de diversos deveres a ela impostos pelos pais e adultos em geral: não mentir, não pegar as coisas dos outros, não falar palavrão, etc.
O adulto deve perceber que a criança irá evoluir em seu juízo de moral e que aquele ditado “faça o que eu falo e não faça o que eu fizer” estará ultrapassado com o tempo, pois gradativamente a criança chegará a etapa da autonomia mais crítica diante do que o adulto fala e transmite, e também do mundo que o rodeia.
6 PROFESSOR-ALUNO: A RELAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA QUE FAZ A DIFERENÇA
A psicanálise muito tem a contribuir para a formação de educadores, já que estes, preocupados com a construção do conhecimento do aluno, devem atentar-se para os aspectos  motivadores do despertar da curiosidade do aluno, processo no  qual a representação que o professor causa constitui peso considerável.
Quem não se recorda de alguém já ter dito o quanto determinado professor foi capaz de influenciar consideravelmente na opinião, motivação e relação do aluno em relação a uma disciplina específica? Este fato recorrente encontra na psicanálise fundamentações teóricas para sua sustentação: as transferências, que seriam reedições dos impulsos e fantasias despertadas que trazem como característica a substituição de uma pessoa anterior pela pessoa do professor.
Para a criança pequena a autoridade única e a fonte de todos os conhecimentos. Eles são os primeiros símbolos para a criança, os quais serão contestados somente mais tarde. A escola possui papel fundamental na descontinuidade deste pensamento, quando distingue  o conhecimento que o aluno trás de casa com a  forma pela qual ele é tratado pelo professor. É de praxe encontrar alunos fazendo suas tarefas de casa e, frente às intervenções sugeridas pelos pais, tenham se retraído veementemente, alegando que a forma proposta por eles não é do jeito da professora, está errado!
Tal fato é um exemplo de transferência: os pais, em primeira instância tidos como mantenedores de todo o conhecimento, têm suas posições deslocadas para os professores, que devem por isto estar ciente deste processo psicanalítico, para que possam lidar da melhor forma possível a favorecer a construção do conhecimento. Isto porque: somente alguém que possa sondar as mentes das crianças será capaz de educá-las.
A psicanálise explica que as pessoas com que a criança passa a conviver fora do círculo abrangendo pai, mãe, babá, irmão ou irmã passarão a exercer um papel de figuras substitutas desses primeiros objetos de seus sentimentos, tornando-se imagens destes.
A transferência é uma manifestação inconsciente e como tal, pode nos deixar em armadilhas tais como nos atos falhos, pois através da transferência podemos nos inclinar ou rejeitar pessoas que estão à nossa volta sem aparentemente sabermos o por quê.
Dessa forma, sentimentos de simpatia ou rejeição gratuitos que tanto o professor pode sentir em relação a algum aluno, assim como algum aluno em relação ao professor; podem ter origem nesta premissa, já que os relacionamentos posteriores são obrigados a arcar com uma espécie de herança emocional. Todas as escolhas posteriores de amizade e de amor seguem a base das lembranças deixadas por esses primeiros protótipos.
O professor entra em cena geralmente na segunda metade da infância, momento no qual a criança está começando a relativizar a alta opinião original que tinha pelo seu pai, o que torna-os ocupadores da posição como pais substitutos. Tanto é verdade que, transferem-se para estes o respeito e as expectativas ligadas ao ideário do pai da infância.
Não é ao acaso que as classes que atendem ao público infantil chamam-se comumente de maternal, ou seja, que se relaciona ao amor materno, no intuito de criar uma identificação nas crianças com o ideário, com as imagos de sua família.
Porém, após o primeiro segmento do ensino fundamental, percebe-se uma divergência na relação professor-aluno que pode ser prejudicial para o desenvolvimento afeto-cognitivo dos alunos, por sofrerem uma mudança tão brusca no aspecto relacional com esses objetos transferências de suas expectativas, que são os professores.
As turmas, antes sob regência de apenas uma professora, passa a possuir tantos professores quanto o número de disciplinas oferecidas e uma maior distância e frieza nos aspectos afetivos são valorizadas, em detrimento do conhecimento a ser transmitido por si. O professor não pode perder de vista que: A transferência, construída na relação professor-aluno, pode incentivar o processo de aprendizagem dos alunos.
O professor deve assim, atentar-se para estimular situações de envolvimento com os alunos, de aproximação, de contato, além de dedicar todo um cuidado à sua apresentação. Ele não deve considerar-se como sujeito petrificado com a simples tarefa de transmitir conhecimentos para alunos-objetos, podendo desprover-se de quaisquer responsabilidades além do conteúdo. Os alunos que ali estão em suas aulas trazem mundos dentro de si, trazem seus históricos inconscientes, impulsos e forças reguladoras, além de forças identificatórias desejosas por encontrar referenciais a construir. São sujeitos e assim devem ser considerados, respeitados e ouvidos, além de alimentados por imagens positivas.
Um professor pode ser ouvido quando está revestido por seu aluno de uma importância especial. Este será ainda mais  especial quanto mais acreditar ser o seu aluno também especial. Graças a essa importância bilateral de identificações, o professor passa a ter em mãos um poder de influência sobre o aluno e vice-versa.
O educador não pode perder de vista este embasamento que a psicanálise oferece, para que possa estar cada vez mais capacitado e apto a agir da melhor maneira em nome do alcance de seus objetivos: favorecer a construção do conhecimento, da cidadania, da ética e a da arte em seus alunos.
7. CONCLUSÃO
Nesta perspectiva averigüei que afetividade e educação estão Intrinsecamente ligadas à aprendizagem. A afetividade influencia de maneira significativa a forma pela qual os seres humanos resolvem os conflitos de natureza moral. A organização do pensamento prepondera o sentimento, e o sentir também configura a forma de pensar. Nesse sentido, a afetividade perpassa o funcionamento psíquico, assumindo papel organizativo nas ações e reações.
É fundamental que os professores saibam que toda a criança tem o potencial de gostar de si mesma, e que aprende a ver a si mesma tal qual as pessoas importantes que a cercam a vêem, pois, ela constrói sua auto-imagem a partir das palavras, da linguagem corporal, das atitudes e dos julgamentos dos outros.
É fundamental valorizar a atividade docente como um ato de amor e competência. A formação pela vida e para a vida perpassa caminhos complexos.
10. REFERÊNCIAS
ABREU, Maria C. & MASETTO, M. T. O professor universitário em aula. São Paulo: MG Editores Associados, 1990.
ANTUNES, Celso. Alfabetização Emocional. São Paulo: Terra, 1996.
CHAUÍ, M. Ventos do progresso: a universidade administrada. In: Prado Jr. et al Descaminhos da Educação. São Paulo: Cortez, 1998.
FREIRE, Paulo. Educaçãoe Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
GADOTTI, M. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1999.
KINCHELOE, J. L. A Formação do Professor como Compromisso Político: mapeando o pós-moderno. Porto Alegre: Artes, 1997.
PESSOA, Ana Maria. Ciências no Ensino Fundamental: o conhecimento físico. São Paulo: Scipione, 1998.
D’OLIVEIRA, M. H. Analisando a Relação Professor-Aluno: do Planejamento à sala de Aula. São Paulo: CLR Balieiro, 1987.
MORALES, Pedro. A relação professor-aluno: o que é, como se faz. Tradução de Gilmar Sant’Clair Ribeiro. São Paulo: Loyola, 1999.
 A Relação Professor-aluno. 3ª ed. São Paulo: Loyola, 2001.
PIAGET, J. Psicologia e Epistemologia. Rio de Janeiro: Forense, 1980.
VYGOTSKY, Lev S. – A Formação Social da Mente – Martins Fontes- São Paulo. 5ª edição, 1994.

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