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Comunicação Empresarial - UVB
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Aula 08 
Identificação dos segmentos de 
um texto
Objetivos da Aula
Os objetivos desta aula visam permitir a você identificar as partes 
componentes de um texto. Para tal, pretende-se identificar certas 
tipologias textuais necessárias na atividade de produção de textos 
diversos.
Ao final desta aula, você deverá estar apto a correlacionar 
informações de textos interdisciplinares, sendo capaz de 
identificar estruturas, interpretar idéias e textos, bem como 
planejar estratégias de comunicação negocial. Além disso, você 
deverá saber também como criar e produzir diferentes estruturas 
de documentos técnicos.
Introdução
Que tal identificarmos as estruturas e segmentos de um texto? Para 
isso, precisamos antes de mais nada, aprender os modos utilizados 
para se descrever um texto, ou seja, os tipos ou modelos específicos 
de descrição. Sabendo isso, poderemos então passar para o próximo 
passo, que seria o passo almejado para quem deseja realmente 
aprender a como produzir textos mais refinados e eloqüentes, ou 
seja, o da elaboração da dissertação, no qual é de suma importância a 
formulação adequada dos parágrafos encadeados, de maneira lógica, 
e compreensível ao leitor. 
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• Descrição
A descrição consiste na representação verbal dos seres e ambientes, 
por meio da indicação de seus aspectos mais característicos, ou seja, 
dos pormenores que os individualizam.
Descrever, no entanto, não consiste em apenas enumerar 
indefinidamente detalhes que compõem as características destes 
seres e ambientes, mas, sim, em captar seus traços mais singulares, 
ao ressaltar-lhes os aspectos que mais impressionam os sentidos, 
destacando neles as suas peculiaridades. 
Em uma descrição objetiva, o modo de se posicionar é sempre 
impessoal, pois o que se quer é apenas apresentar as informações 
descritivas de maneira concreta. Ou seja, neste caso, empregam-se os 
elementos característicos da descrição técnica ou científica.
Em uma descrição subjetiva, reflete-se predominantemente o estado 
de espírito do narrador, ou seja, o seu modo de ver o mundo, e as suas 
preferências particulares, ou ainda o seu estado emocional que atua 
como filtro interpretativo na construção descritiva.
Observe por exemplo, nestes versos, como o eu lírico descreve 
subjetivamente os olhos da amada: 
Poema dos olhos da amada
Ó minha amada
Que os olhos teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
Ó minha amada
Que os olhos teus
Se Deus houvera
Fizera-os Deus
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São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus...
Ó minha amada
Que os olhos teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus...
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas eras
Nos olhos teus
Ah, minha amada
De olhos ateus
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus.
( Vinícius de Moraes. Op. Cit. p 558) 
• Produção de Texto
 
Para descrever é preciso saber observar, ou seja, é preciso soltar a 
imaginação e associar as idéias, ou ainda, traduzi-las em comparações, 
em metáforas ou quaisquer outros recursos lingüísticos.
Leia o poema a seguir e observe como o uso de alguns recursos, tais 
como a comparação e a metáfora, amplia a visualização do ser descrito, 
enriquecendo o texto por meio de palavras tão comuns como linda e 
bonita.
Você é linda
Fonte de mel
Nuns olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E cacho de acácias
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Luz da acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa 
E não olha pra trás
Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer 
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é forte 
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areia e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer
Você é linda
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E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer 
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Gosto de ver 
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal
Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer 
E diz
 
 (Caetano Veloso)
Cantada
Você é mais bonita que uma bola prateada
de papel de cigarro
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Você é mais bonita que uma poça d´água
límpida
Você é mais bonita que uma zebra
que um filhote de onça
que um Boing 707 em pleno ar
Você é mais bonita que um jardim florido
em frente ao mar em Ipanema
Você é mais bonita que uma refinaria da Petrobrás 
de noite
mais bonita que Úrsula Andress
que o Palácio da Alvorada
que o mar azul-safira da República Dominicana
Olha,
você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro 
em maio
e quase tão bonita
quanto a Revolução Cubana
 (ferreira Gullar)
Descrição de personagem
Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte 
e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos 
grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra 
à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e 
grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo.
 (Machado de Assis)
Descrição de tipo
A velha Totonha, de quando em vez batia no engenho. E era um 
acontecimento para a meninada. Ela vivia de contar histórias de 
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Trancoso. Pequenina e toda engelhada, tão leve que a ventania podia 
carregá-la, andava léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como 
uma edição das Mil e uma noites. Que talento ela possuía para contar 
suas histórias, com um jeito admirável de falar em nome de todos os 
personagens! Sem nem um dente na boca, e com uma voz que dava 
todos os tons às palavras.
 (José Lins do Rego) 
Descrição de cena
Tá lá um corpo estendido no chão
Em vez de rosto uma foto de gol
Em vez de reza uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
O bar mais perto depressa lotou
Malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa de uma bar
E fez discurso pra vereador
Veio o camelô vender anel, cordão, perfume barato
E baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã baixou o santo na porta-bandeira
E a moçada resolveu parar e então...
Tá lá um corpo estendido no chão.
 (João Bosco e Aldir Blanc)
Descrição de paisagem
No outro dia o pai pegou a gente logo cedo, viramos a esquina e lá 
na frente, no fim da rua, apareceuuma coisa azul. Fomos andando e 
a coisa foi se mexendo e às vezes embranquecia, o pai falou olha as 
ondas. Quando a rua acabou e aquilo já era a maior água que eu já 
tinha visto, entramos numa areia onde era preciso cuidado para não 
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pisar nos anteninhas, todos andando fora dos buracos, tão grandes 
que a Alice achou que eles podiam perfeitamente ficar dentro dos 
buracos em vez de ficar saindo.
E de repente erguemos a cabeça na frente do mar, Alice desandou 
num choro que só parou no colo do pai. O coração batia junto com as 
ondas, não sei quanto tempo ficamos ali, o coração batendo junto com 
as ondas e um vento que parecia subir da água, molhado e cheiroso.
 (Domingos Pellegrini Jr.)
Descrição e dissertação
Dissertar é expressar juízos a respeito de um certo assunto ou questão, 
apoiados em dados, fatos e argumentos.
As descrições presentes numa dissertação são normalmente objetivas, 
já que o texto dissertativo busca precisão na informação transmitida.
 As três partes fundamentais de estrutura padrão de um 
parágrafo que pertencem à unidade de um texto dissertativo 
podem ser classificadas a partir dos seguintes elementos 
constitutivos:
 Tópico frasal: é a expressão da idéia principal em uma 
dissertação. Compõe-se de períodos curtos. Seu objetivo 
é declarar, conceituar, ou ainda interrogar pontos de vista, 
elucidações, pensamentos, idéias, valores e julgamentos;
 Desenvolvimento: representa as idéias secundárias que 
fundamentam o tópico frasal. Apresenta-se por meio de 
exemplos, ilustrações, comparações, detalhes enumerados, 
causas, conseqüências, testemunhos, etc.;
 Conclusão: retoma e sintetiza as idéias anteriores.
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Vimos nesta aula que, existe uma diferença entre descrever e 
dissertar. A descrição pode ser de vários tipos, e essa diferenciação 
nos ajuda no próprio exercício da descrição, que é muito utilizado 
nas empresas ao elaborarmos relatórios sobre estudos de casos ou 
situações. Já a dissertação fundamenta a nossa escrita independente 
da sua utilização, pois ao acompanharmos as etapas de formulação 
dos parágrafos, estamos atentos às questões da clareza das 
idéias e objetividade, evitando-se argumentações redundantes e 
desnecessárias, e fortalecendo a nossa segurança na prática da escrita 
quer seja no trabalho ou mesmo na vida social.
Referências Bibliográficas
Cereja,William Roberto. Magalhães Thereza Cochar. Português:
Linguagens – Vol.I,II,III.São Paulo: Atual,1995.
PEREIRA, Gil Carlos. A palavra: expressão e criatividades. São 
Paulo: Moderna, 1997.
Sugestões Bibliográficas
Cereja, William Roberto. Magalhães Thereza Cochar. Português:
Linguagens – Vol.I,II,III. São Paulo: Atual,1995.
FÁVERO, Leonor Lopes.Andrade, Maria Lúcia C.V.O.Aquino, Zilda 
G.O. Oralidade e escrita – perspectivas para o ensino da língua 
materna. São Paulo: Cortez, 2002.
PRETTI, Dino. Seus temas, oralidade, literatura, mídia e ensino. 
São Paulo: Cortez, 2001.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de 
retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.