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Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB113
Aula 12
Interdisciplinaridade e qualidade 
na Comunicação Empresarial
Objetivos da Aula
Objetivos da aula
Os objetivos desta aula visam permitir a você subsídios de modo 
que possa planejar suas estratégias de comunicação, revendo e 
aplicando algumas regras fundamentais da escrita.
Ao final desta aula, você deverá estar apto a criar e produzir 
diferentes estruturas de documentos técnicos, com ênfase 
principal no texto dissertativo e suas características quanto à 
forma de linguagem escrita. Além disso, você deverá saber com 
rever e respeitar algumas regras fundamentais da língua, as 
quais possibilitam uma comunicação mais correta aos olhares da 
gramática pública.
Introdução
Na paisagem de hoje vamos relacionar a própria subjetividade do ensino 
da Internet ao conhecimento na área da comunicação, e vamos ainda 
exercitar com certas atividades do dia-a-dia na empresas.
Vejamos o texto da professora Sueli que constitui parte do livro do autor 
Dino Pretti. Observe bem a contribuição deste texto para o percurso 
da nossa viagem pelo conhecimento da comunicação empresarial, e 
também à consecução do seu projeto interdisciplinar:
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB114
Interação e Subjetividade no Ensino Via Internet
Sueli Cristina Marquesi
Considerações iniciais
Muitos são os desafios que se impõem hoje àqueles que buscam 
as novas tecnologias como recursos para o ensino nos seus mais 
diferentes níveis.
Desde cursos regulares, até aqueles destinados à Educação 
Continuada, o sistema de ensino no Brasil dá seus primeiros passos 
visando a garantir um processo de qualidade dentro da educação 
não presencial e chama seus pesquisadores para a tarefa de, ao 
relacionarem diferentes situações de ensino fora da sala de aula a 
objetivos de cursos propostos, criarem metodologias que garantam a 
eficácia da comunicação no processo mediado pelo computador.
Claro está que, no contexto de ensino a distancia, pesquisadores das 
mais diversas áreas do conhecimento estão buscando, na formação 
de grupos inter e multidisciplinares, possibilidades de cumprirem seus 
objetivos específicos em relação a conteúdos que devem ser veiculados 
de forma eficaz, o que abre para os estudiosos da linguagem um 
espaço significativo de investigação, sobretudo considerando-se que 
as contribuições das pesquisas no campo de ensino de língua para fins 
específicos, na última década, estão voltadas para o ensino presencial.
No ensino via computador, as necessidades de grupos no aprendizado, 
de um lado, e aos seus interesses, de outro, soma-se a necessidade do 
professor organizar textos que garantam, por meio do computador, a 
interação entre professor e aluno como forma de envolver, motivar e 
conseqüentemente, levar ao aprendizado.
Partindo-se do pressuposto de que o ensino que se dá sem interação 
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB115
face a face, de fato, o qual se realiza quando se estabelece a 
interlocução entre professor e aluno, tem por objetivo, neste artigo, 
discutir a organização de textos que permite esta interlocução, como 
estratégia imprescindível para uma metodologia adequada a esse 
tipo de ensino.
Para tanto, buscarei uma reflexão sobre dois aspectos que tem sido 
objeto de estudos lingüísticos contemporâneos, que, a meu ver, são 
imprescindíveis na organização do texto destinado ao ensino não 
presencial: a interação e a subjetividade na linguagem. Para discutir 
esses dois aspectos, farei uso de corpus retirado de um curso dado 
à distancia , focalizando o texto destinado à rede digital como uma 
nova modalidade, que, ao relacionar estratégias de interação e marcas 
de subjetividade, não é nem do âmbito da língua oral, nem do âmbito 
da língua escrita, mas de ambas, levando professores envolvidos via 
internet a um trabalho com textos que, necessariamente, relacionem 
oralidade / escrita.
Não é meu objetivo, neste artigo, discutir diálogo entre professor e 
aluno via internet, mas a etapa que antecede este diálogo, a qual deve 
constituir-se em dois momentos: um primeiro, em que o professor 
situa o conteúdo da aula, e um segundo, em que propõe atividades 
para envolver o aluno no processo e verificar se realmente o conteúdo 
foi veiculado.
A interação pela linguagem
As estratégias que permitem a interação pela linguagem ocuparam 
minha atenção, nos últimos anos, em investigações voltadas para 
metodologias de ensino da língua portuguesa em diferentes situações 
de ensino presencial (cf. Marquesi : 1996 e 1997). Agora, busco estudá-
las para uma aplicação ao ensino à distancia, revisitando autores já 
antes estudados.
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB116
Neste sentido, Coulthard (1997) nos dá uma contribuição significativa 
para a abordagem internacional no ensino não-presencial, na medida em 
que, ao tratar da questão relativa à interação entre alunos e professores, 
chama a atenção para três sistemas descritivos que dão conta de dados 
lingüísticos – Barnes, Flanders e Bellack et alii, enfatizando, nesse âmbito, 
em relação ao trabalho do primeiro, dois princípios educacionais 
fundamentais: um em que o aluno deve ser encorajado a participar e 
extrair de seu próprio conhecimento e experiência o máximo possível; 
outro em que o professor deve estar mais preocupado com o estímulo 
ao pensamento do que com a retirada de informações verdadeiras.
Curso Redação para Vestibulandos. Organizado pelo Grupo de Pesquisa 
Ensino de Português para Fins Específicos, PUCSP, 1996. 
Coulthard, no que se refere ao sistema descritivo de Barnes, dá destaque 
ao fato de que o mesmo se concentra em dois aspectos da interação: 
1) a paricipação dos alunos, onde se considera a quantidade e o tipo 
de participação, bem como a maneira como o professor manuseia o 
sistema de tomada de turno e conduz o desenvolvimento de tópico; 2) 
os questionamentos do professor, onde se dividem todas as perguntas 
do professor, sejam elas mais diretivas, sejam mais abertas.
Por outro lado, no que se refere ao sistema Flanders, Coulthard chama 
a atenção para estratégias que, intercalando a fala do professor à fala 
dos alunos, promovem a interação, numa relação em que o professor 
fala, elogia ou encoraja; os alunos respondem; o professor aceita ou usa 
idéias dos alunos, faz perguntas, corrige, dá direções, critica ou justifica.
É importante ressaltar que, esse sistema aponta uma das características 
principais da interação entre dois ou mais indivíduos, que é a análise 
da iniciativa ou resposta, iniciativa no sentido de fazer o primeiro 
movimento, que corresponde a guiar, começar, introduzir uma idéia 
ou conceito pela primeira vez, e resposta no sentido de contrariar, 
ampliar ou reagir a idéias expressas anteriormente.
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB117
No ensino à distância, para que haja uma verdadeira interação entre 
professor e aluno, é necessário que o primeiro se coloque na posição 
de iniciativa, criando espaço e condições para que o segundo possa 
assumir a posição definida por aquele que responde.
Desta forma, considero que a atuação do professor assim caracterizada 
é garantida por uma iniciativa desencadeada pela colocação e controle 
do tópico, num texto organizado tanto por afirmações quanto por 
perguntas que preparam o aluno para a etapa em que dará suas 
respostas.
No caso do ensino via internet, defendo que o sucesso da aula 
depende da habilidade do professor em, num primeiro momento, 
situar, manter e expandir o tópico, para, em seguida, propor atividades 
que criem espaço para que o aluno contribua para sua progressão,estabelecendo, assim, um processo em que os participantes se 
revezam no jogo da ação verbal.
Refletindo um pouco mais sobre os estudos de Coulthard, acredito 
que o sistema por ele defendido contribua ainda para a elaboração de 
uma metodologia do ensino a distância, na medida em que concebe 
toda interação em quatro movimentos: de estruturação, de solicitação, 
de resposta e de reação.
Assim, na seqüência de aulas na internet, cada unidade de ensino 
deve ser organizada por textos que estruturem o conteúdo e prevejam 
espaços para a solicitação de respostas, as respostas e as reações próprias 
da interação que se abre para o contato com informações novas.
Considerando que os movimentos de estruturação têm por função 
estabelecer o contexto para o comportamento subseqüente, tanto 
iniciando, quanto detendo ou excluindo a interação entre professor e 
aluno, esses movimentos se estruturam em textos que permitem ao 
professor iniciar o processo de modo a focalizar a atenção do aluno 
sobre o tópico ou problema a ser discutido em cada aula.
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB118
Neste caso, textos concisos, sem redundâncias, e cuja expansão se dê 
de forma garantida pelas meta-regras da coerência textual (repetição, 
progressão, relação e não-contradição), adequadamente ao contexto 
em que se inserem, asseguram a eficácia da aula inicial de cada 
unidade de ensino.
Observemos o exemplo a seguir, cujo tema é a situação 
comunicativa:
1- Comunicar é preciso. Nos dias de hoje, navegar também!
2- Atualmente, sofisticamos a comunicação, e podemos até 
falar em tempos de computador;
3- Isto porque a comunicação é uma necessidade inerente ao 
homem; 
4- O que fazer para se comunicar?
5- Produzimos textos orais ou escritos, dependendo da situação 
de comunicação;
6- O que isso significa?
7- Pensemos, por exemplo, em um curso de redação em sala de 
aula e, neste curso, via internet;
8- No primeiro caso, este texto, que agora você lê, poderia ser 
oral, produzido em conversa com alunos, com a contribuição 
deles sob a forma de comentários, perguntas, observações;
9- No segundo caso, é diferente. Precisamos produzir textos 
escritos – como se estivéssemos falando, é verdade –, para 
que haja a comunicação;
10- Como vemos, nossa comunicação verbal se dá em textos orais 
e escritos. Cada um destes textos que produzimos tem forte 
ligação com a situação em geral em que são produzidos;
11- Por isso, é tão fácil perceber que, por exemplo, seu texto, num 
bate-papo entre amigos, em casa, ou em um barzinho, é mais 
espontâneo, porque você usa expressões de seu dia-a-dia;
12- Mas, se você faz um texto em uma situação mais cerimoniosa, 
com certeza, vai procurar expressões que não usa nas 
situações informais; 
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB119
13- De fato, somos competentes comunicativamente o suficiente 
para adequar nossos textos às diferentes situações pelas quais 
passamos. E, quando não somos capazes disto, seguramente, 
sofremos as conseqüências;
Percebe-se que, a organização do texto constitui-se no elemento 
desencadeador na unidade de desenvolvimento do tema indicado. 
Pois, é a partir da estrutura organizacional do texto que se situa o 
tópico que se quer trabalhar. E o tópico situado define também a ação 
inicial no processo de interação com o leitor, ou o aluno no caso de um 
curso a distância, como pretendemos aqui ressaltar. Desta maneira, 
procura-se focalizar a atenção do leitor aluno sobre o assunto a ser 
discutido na aula virtual, por meio de movimentos de estruturação 
que irão estabelecer aos poucos o contexto para o comportamento 
subseqüente de ação interacional.
Assim, em um movimento que intercala afirmações e perguntas, 
contextualizadas no próprio universo da aula virtual, o professor cria 
um texto que se abre enquanto espaço para envolvimento do aluno, 
chamando-o à participação. Nota-se que, no processo, o professor 
usa o recurso da exemplificação da própria situação enunciativa – (7) 
e (10) -, e perguntas – (4) e (6) –, diretamente relacionadas ao tópico 
da aula, expandindo um texto que não permite a dispersão do aluno, 
o que se nota de (1) a (13).
Observa-se, também, de (1) a (13), uma estrutura de texto que se dá 
por uma sintaxe simples, e por meio de recursos lingüísticos advindos 
de uma linguagem mais informal. Embora não haja ocorrência de 
repetições, rupturas, hesitações, ou mesmo uso de formas contraídas, 
exclusivas do uso em língua oral, o vocabulário é mais fácil e atual, 
assim como as formulações são diretas, e as exemplificações concretas, 
o que é próprio deste registro.
Este primeiro movimento, de estruturação, permite ao professor, 
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB120
de fato, situar o tópico e dar direções, ao mesmo tempo em que se 
prepara o movimento seguinte – o da solicitação -, que criará espaço 
para que o aluno realize atividades, em um processo interativo, que 
garanta a construção de seu conhecimento.
Naturalmente, da forma como se concebe este movimento seguinte, 
ele deve, dando seqüência ao movimento anterior, propor perguntas 
que permitam ao aluno relacionar o assunto novo a assuntos de seu 
conhecimento prévio, levando-o, de fato, a participar do processo.
Para dar conta deste processo, a atividade, nesta etapa, deve concentrar-
se em exercícios cujas estratégias abram espaço para o aluno repetir, 
parafrasear, inferir, completar, exemplificar, enfatizar e resumir.
Observem-se, agora, as atividades propostas, relativas à unidade 
tratada, anteriormente.
14- Vamos ver como é que funciona essa história de situação 
comunicativa. Para tanto...
15- Vá a um chat na internet (o que for de sua preferência) e 
converse com alguém;
16- Enquanto estiver por lá, anote uma parte da conversa;
17- Imagine-se, agora, escrevendo uma redação no exame 
vestibular, sobre o tema Importância da comunicação nos 
dias atuais;
18- Escreva a redação;
19- Compare as duas situações, e destaque as diferenças de 
linguagem entre elas;
20- Você notou que o conteúdo é semelhante, mas que a forma 
traz diferenças?
21- Apresente, de maneira resumida, razões para as diferenças;
22- Agora, analise as razões que você apresentou, compare 
novamente as duas situações, busque um outro assunto, 
e redija dois textos inseridos nas mesmas situações 
comunicativas: um bate-papo na internet, e uma redação 
para vestibular.
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB121
23- Sintetize, em linguagem informal, o que você entendeu por 
Situação Comunicativa, e qual a importância de levá-la em 
conta na produção de seus textos.
24- Envie, como sempre, seu trabalho em relação à opção 
Respostas às Atividades.
Ao compararmos os movimentos de estruturação e de solicitação, 
podemos constatar que, a partir de um contexto bem definido, 
informação nova e exercícios se complementam em um processo 
interacional, no qual o professor guia, começa, e introduz uma idéia 
ou conceito, para, em seguida, solicitar ao aluno que ele responda, de 
forma livre e criativa, construindo e ampliando seu conhecimento.
É evidente que a perspectiva somente se efetiva dentro de um processo 
em que o fator de subjetividade da linguagem seja considerado, isto 
porque não falo aqui de interação que se garanta por mecanismos 
pré-estabelecidos, mas de interação que se constrói nesta cena 
enunciativa.
A subjetividade na linguagem
Para defender a importância da subjetividade na linguagem no 
universo das novas tecnologias, levanto duas questões que colocam 
em discussão o próprio conceito de subjetividade em relação a 
pressupostos já estabelecidos,e que assim formalizo:
1)Por que a subjetividade, se, mesmo sendo no caso da linguagem 
veiculada pelo computador, todos associam-na ao campo da 
objetividade?
2)Por que a subjetividade, se quando priorizamos a interação, estamos 
centrados no fator social da linguagem?
Considerando os apontamentos de Benveniste (1976: 286), que “é na 
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB122
linguagem e pela linguagem que o homem se constitui como sujeito”, 
há de se destacar que a subjetividade diz respeito à capacidade 
de o enunciador se propor como sujeito de seu enunciado. Daí 
a importância do eu, que se refere ao sujeito do discurso, e que só 
assume seu valor no ato e pelo ato do discurso.
Na mesma direção, como bem coloca Kerbrat-Orecchioni (1980), o 
locutor lança mão de muitos procedimentos para imprimir sua marca 
no enunciado, seja explicitamente, seja implicitamente. Assim, o 
sujeito de enunciação seleciona algumas unidades no estoque lexical 
e sintático, escolhendo entre dois tipos de formulações: o discurso 
objetivo, que procura apagar qualquer vestígio da existência de um 
enunciador individual; e o discurso subjetivo, no qual o enunciador se 
confessa explicitamente como sendo a fonte avaliadora da asserção.
Situando os exemplos do corpus, observa-se que neles se encontram 
várias marcas da subjetividade tanto no primeiro texto, quanto nas 
atividades propostas.
Assim, ao longo do texto que situa o conteúdo, pode-se destacar: 
• Preponderantemente, o uso da primeira pessoa do plural 
(verbos e pronomes):
(2) Sofisticamos para podermos falar;
(4) O que fazemos para nos comunicar?
(5) Produzimos textos orais ou escritos...
(7) Pensemos, por exemplo,...
(9) Precisamos produzir... como se estivéssemos falando...
(10) Como vemos;
(13) De fato, somos competentes... quando não somos... sofremos.
• Em menor ocorrência, o uso do pronome de tratamento 
que marca presença do interlocutor (você) e dos respectivos 
pronomes e verbos correspondentes:
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Faculdade On-line UVB123
(8) Você lê...
(11) Por isso é tão fácil perceber que, ... seu texto ...
(12) ... você faz, ... vai procurar... que não usa...
• Já nas atividades (de 14 a 24), pode-se destacar, exclusivamente, 
as marcas lingüísticas correspondentes à solicitação que 
é feita diretamente ao interlocutor: presença do pronome 
você, e verbos e pronomes a ele correspondentes:
(15) vá; converse;
(16) estiver; anote;
(17) imagine-se;
(18) escreva;
(19) compare e destaque; 
(20) você notou;
(21) apresente; 
(22) analise; você apresentou; compare; redija;
(23) sintetize; entendeu;
(24)envie; seu trabalho.
No conjunto das atividades, constata-se que, por se tratar do 
movimento de solicitação, há o uso preponderante do verbo no 
imperativo, e a presença do interlocutor indiciado pelo pronome de 
tratamento você, próprio da língua falada, o que denota a preocupação 
do locutor (no caso, o professor) em estabelecer uma interlocução 
mais próxima com seu interlocutor (no caso o aluno). Já, voltando-se 
a atenção para o primeiro movimento, o de estruturação, pois quando 
o professor situa o conteúdo a ser tratado na aula, constata-se o uso, 
sobretudo, da primeira pessoas do plural, revelando uma modalização 
facilitadora da interação inicial.
Comparando a organização do texto com a organização das atividades, 
pode-se ver reafirmada a presença da subjetividade da linguagem, 
enunciando-se de forma explícita (formulas subjetivas que assumem 
como tais) ou implícita (fórmulas subjetivas que tentam se fazer passar 
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB124
por objetivas). Destaca-se que, no primeiro texto, sua estruturação se 
dá como que simulando um diálogo, alternando-se a primeira pessoa 
do plural com a segunda do singular; já nas atividades, as solicitações 
são feitas diretamente ao interlocutor, com uso exclusivo da segunda 
pessoa e preponderante do modo imperativo.
 
Considerações finais
Ao partir de tudo que elucidamos nesta aula, é possível concluir que, 
no ensino via internet, para se criar uma interação mais eficaz, ao 
diálogo propriamente dito que caracteriza o uso desta tecnologia, 
deve-se anteceder a isto uma etapa definida por dois momentos: um 
de estruturação de conteúdo; e outro de solicitação de análise deste 
conteúdo, sendo estes dois momentos complementares entre si.
Tanto em um quanto em outro, aspectos referentes à subjetividade 
na linguagem facilitam as estratégias de interação, na medida em que 
buscam o envolvimento do aluno no processo, em um registro de 
língua que mescla o uso do oral com o uso da escrita.
Pela complexidade desta situação de interação que caracteriza o ensino 
via internet, considero que ele pode ser visto como uma variação de 
linguagem, exigindo adequação ao seu uso. Trata-se, portanto, de 
uma nova situação de interação a exigir a escolha de uma variante 
adequada, suscitando, assim, muitas e novas investigações.
Nesta aula, vimos como aproximar a comunicação escrita da estrutura 
dissertativa, respeitando regras da gramática, especialmente no que 
diz respeito ao uso das palavras que e se. Além disso, ela proporcionou 
um entendimento de como a aula nos ajuda ao comprometimento da 
escrita com a prática das áreas em cursos, promovendo uma reflexão 
do conhecimento e da comunicação via internet.
Comunicação Empresarial - UVB
Faculdade On-line UVB125
Referências Bibliográficas
PRETI, Dino. Seus temas, oralidade, literatura, mídia e ensino. São Paulo: 
Cortez, 2001.
PEREIRA, Gil Carlos. A palavra: expressão e criatividades. São Paulo: 
Moderna, 1997.
Sugestões Bibliográficas
Cereja, William Roberto. Magalhães Thereza Cochar. Português:
Linguagens – Vol.I,II,III.São Paulo: Atual,1995.
PRETI, Dino. Seus temas, oralidade, literatura, mídia e ensino. São Paulo: 
Cortez, 2001.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação Empresarial 
– Institucional. São Paulo: Summus, 1986.

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