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Pesquisa Social
Roseli Albuquerque
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Pesquisa Social, parte 
integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que 
a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apre-
sentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
ApResentAção
 sUMÁRIo
1 pesQUIsA soCIAL ................................................................................................................................ 5
1.1 Conhecimento Científico ......................................................................................................................................... 5
1.2 Leitura Rápida .............................................................................................................................................................. 6
1.3 Pesquisas Científicas .......................................................................................................................................................7
1.4 Resumo do Capítulo .......................................................................................................................................................9
1.5 Atividades Propostas ......................................................................................................................................................9
2 A BAse ......................................................................................................................................................... 11
2.1 A Importância da Pesquisa .......................................................................................................................................11
2.2 Elementos de um Projeto de Pesquisa .............................................................................................................12
2.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................17
2.4 Atividade Proposta .......................................................................................................................................................17
3 A IMpoRtÂnCIA DA pesQUIsA no seRVIço soCIAL .............................................. 19
3.1 Cronologia da Pesquisa no Serviço Social .......................................................................................................20
3.2 Novos Desafios do Pesquisador em Serviço Social .........................................................................................20
3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................21
3.4 Atividade Proposta .......................................................................................................................................................21
RespostAs CoMentADAs DAs AtIVIDADes pRopostAs ..................................... 23
ReFeRÊnCIAs ............................................................................................................................................. 25
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
Quando comecei meu trabalho com pes-
quisa no mestrado e doutorado, um livro chamou 
minha atenção para os dez mandamentos de uma 
boa pesquisa. Eles são rápidos e claros, mas a não 
observação de um deles pode constranger quem 
pretende realizar um estudo sério. 
Os mandamentos foram elaborados por Isra-
el Belo de Azevedo (2004) no belo livro O prazer da 
produção científica: descubra como é fácil e agradá-
vel elaborar trabalhos acadêmicos. São eles:
1. Não cobiçarás o tema do teu próximo, por-
que a grama do jardim do teu vizinho não 
é mais verde.
2. Não pesquisarás o que está apenas na tua 
cabeça, a menos que o estudo seja preci-
samente sobre ela.
3. Não investigarás tema sem fonte, porque a 
tua tarefa é fazer os dois se comunicarem.
4. Não te perderás em meio à falta ou ao ex-
cesso de planejamento, a menos que a tua 
genialidade te permita prescindir dele.
5. Não desprezarás a rotina, porque ela pode 
te liberar para o exercício da criatividade.
6. Não menosprezarás as normas, a menos 
que pretendas transformá-las.
7. Não te julgarás incompetente, porque não 
o és, até prova em contrário;
8. Não escreverás uma obra-prima, a menos 
que já estejas maduro para produzi-la.
9. Não farás uma colcha de retalhos, porque 
é capaz de um trabalho verdadeiramente 
intelectual.
10. Não ignorarás os teus leitores, a menos 
que te aches mais importante do que eles. 
Agora, com as regras claras, vamos ao que 
interessa.
1 pesQUIsA soCIAL
1.1 Conhecimento Científico
No Serviço Social, depois de anos de atuação, 
fica muito claro que conhecimento é a tomada 
de consciência sobre o mundo em que vive o ser 
humano com o objetivo de transformá-lo (para 
melhor, vale ressaltar!). Não vale a pena discutir 
aqui quem nasceu primeiro, a teoria ou a prática, 
mas sim reforçar que a teoria orienta a ação/práxis 
e a prática estrutura e atualiza a teoria. Se assim for, 
inspirado em Paulo Freire, é possível dizer que o co-
nhecimento é a expressão viva da relação do sujei-
to (homem, mulher, estudante, cientista, assistente 
social e outros) com o ambiente em que vive. É a 
busca incessante do sujeito que quer conhecer sua 
realidade para melhorar a sua prática e dar respos-
tas inclusivas aos desafios enfrentados no dia a dia.
O bom teórico não é tanto quem acumu-
lou erudição teórica, leu muito e sabe ci-
tar, mas principalmente quem tem visão 
crítica da produção científica, com vistas 
a produzir em si uma personalidade pró-
pria, que anda com os próprios pés. É mau 
teórico quem não passa do discípulo, do 
colecionador de citações, do repetidor de 
teorias alheias. (DEMO, 1988, p. 24).
O conhecimento científico é essencial para 
o trabalho de qualquer categoria profissional, mas, 
para quem trabalha com práticas sociais, ele é im-
prescindível. O conhecimento científico é um tipo 
de conhecimento que o ser humano utiliza para 
compreender de verdade a realidade, o que o cer-
Roseli Albuquerque
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6
ca, enfim, o seu cotidiano. O conhecimento gerado 
na atividade do Assistente Social (conhecimento 
comum), obtido por meio de procedimentos me-
tódicos, extrai da prática profissional explicações 
rigorosas sobre uma situação. O conhecimento 
científico, para não deixar dúvidas, parte dos fatos 
reais, é analítico (crítico), pode ser comunicável, ve-
rificável, organizado e sistemático. Ele, para tanto, 
aplica teorias e metodologias na ânsia de explicar 
e, muitas vezes, aponta o que fazer em determina-
das realidades. 
1.2 Leitura Rápida
Saiba maisSaiba mais
Ciência – conjunto de teorias que tentam explicar a realidade.
teoria – conjunto de leis que tentam explicar a realidade. Quando há um determinadonúmero 
de teorias sobre determinado assunto (sociologia, psicologia, química), diz-se que é uma ciência 
sobre tal assunto. Minayo (1993) explica que teorias cumprem as seguintes funções: a) colaboram 
para esclarecer melhor o objeto de investigação; b) ajudam a levantar as questões, o problema, as 
perguntas e/ou hipóteses com mais propriedade; c) permitem maior clareza na organização dos 
dados; e d) também iluminam a análise dos dados organizados, embora não possam direcionar 
totalmente essa atividade, sob pena de anulação da originalidade da pergunta inicial.
Metodologia – é o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. A 
metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está sempre referida a elas. É uma 
preocupação instrumental. Trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das 
ferramentas, dos caminhos. É um conjunto de técnicas. A metodologia deve ser clara, coerente, 
bem elaborada e deve contribuir para a resolução dos impasses que a pesquisa pode trazer.
Método Científico – é a ordem que se segue na investigação da verdade, o estudo feito por 
uma ciência ou para alcançar um fim determinado.
Num dos livros mais importantes sobre a 
fome no Brasil, Josué de Castro (1984) explica que 
começou uma grande batalha contra a fome tendo 
como fonte de inspiração a tragédia humana nos 
mangues pernambucanos. 
[...] não foi na Sorbonne, nem em qual-
quer outra universidade sábia, que travei 
conhecimento com o fenômeno da fome. 
O fenômeno se revelou espontaneamente 
aos meus olhos nos mangues do Capiba-
ribe, nos bairros miseráveis do Recife [...]. 
Esta é que foi minha Sorbonne: a lama dos 
mangues [...], fervilhando de caranguejos 
[...], pensando e sentindo como carangue-
jos. (CASTRO, 1984, p. 18)
A prática social, aliada ao conhecimento cien-
tífico, destaca que o ver, o sentir, o ouvir, o tocar, o 
saborear desenvolvidos pela educação são funda-
mentais para o desenvolvimento de medidas que 
ajudem a mudar as difíceis condições sociais.
Fritjof Capra (1990, p. 29) argumenta que “o 
conhecimento racional deriva da experiência que 
possuímos no trato como objetos e fatos do nosso 
ambiente cotidiano. Ele pertence ao reino do inte-
lecto, cuja função é discriminar, dividir, comparar, 
medir e categorizar.”
O ato de pesquisar tem em sua essência a bus-
ca de novos conhecimentos. Pesquisar é adquirir 
conhecimentos necessários para obtenção de so-
lução para problemas teóricos ou práticos. Sendo 
assim, a pesquisa científica é o produto de uma in-
vestigação baseada em procedimentos científicos, 
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7
tais como: delimitar e observar o objeto (ou fenô-
meno) de estudo deixando de lado preconceitos e 
observações pessoais do pesquisador. Temos que 
levar em consideração que interferências pessoais 
podem levar a conclusões erradas para o estudo. 
1.3 Pesquisas Científicas
As pesquisas científicas podem ser divididas 
em:
ƒƒ Pesquisa teórica (ou pesquisa pura 
ou básica) – quando o objetivo é desv-
endar conceitos, discussões polêmicas e 
teóricas; 
ƒƒ Pesquisa aplicada (ou pesquisa práti-
ca) – quando o pesquisador é movido 
pela necessidade de conhecer, para a 
aplicação imediata de seus resultados. 
Contribui para fins práticos.
Levando-se em consideração os procedi-
mentos adotados para o estudo do objeto, pode-
mos também sugerir as seguintes divisões:
Tipos de pesquisa segundo os 
objetivos
ƒƒ Exploratória;
ƒƒ Descritiva;
ƒƒ Experimental;
ƒƒ Explicativa.
Tipos de pesquisa segundo os 
procedimentos de coleta
ƒƒ Experimento;
ƒƒ Levantamento;
ƒƒ Estudo de caso;
ƒƒ Bibliográfica;
ƒƒ Documental;
ƒƒ Participativa.
Tipos de pesquisa segundo as fontes 
de informação
ƒƒ Campo;
ƒƒ Laboratório;
ƒƒ Bibliográfica;
ƒƒ Documental.
Tipos de pesquisa segundo a 
natureza dos dados
ƒƒ Quantitativa.
ƒƒ Qualitativa.
Tipos de pesquisa segundo os objetivos 
Dividir os tipos de pesquisa segundo os ob-
jetivos significa apontar suas metas, finalidades e 
resultados esperados. Vejamos a seguir, quais são 
elas:
ƒƒ Exploratória (ou pesquisa de base) – 
tem como objetivo oferecer uma visão 
panorâmica sobre um objeto ou fenô-
meno que é pouco estudado. Ela ajuda a 
esclarecer ideias e dar suporte a estudos 
posteriores mais aprofundados;
ƒƒ Pesquisa descritiva – descreve as carac-
terísticas do objeto de estudo. É um tipo 
de pesquisa importante porque atual-
iza as características de grupos sociais e 
níveis de atendimento educacional, hos-
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pitalar, econômico etc. Cria condições de 
descobrir a pertinência ou não de políti-
cas públicas;
ƒƒ Pesquisa experimental (ou de verifi-
cação) – parte-se de uma experiência na 
qual são mantidas sob controle uma ou 
mais variáveis (causas). Há necessidade 
de definir um plano para a realização 
do experimento e exige-se uma ob-
servação sistemática dos resultados para 
estabelecer correlações entre os efeitos e 
suas causas;
ƒƒ Pesquisa explicativa – identifica indi-
cadores que contribuem para a ocorrên-
cia e o desenvolvimento de fenômenos. 
O que se quer é buscar as razões pelas 
quais determinados acontecimentos ou 
fenômenos ocorrem.
Tipos de pesquisa segundo os procedimentos 
de coleta
Dividir os tipos de pesquisas segundo os pro-
cedimentos de coleta requer entender os procedi-
mentos metodológicos utilizados na pesquisa.
ƒƒ Pesquisa de campo – busca informação 
diretamente com a população pesquisa-
da. O pesquisador vai ao local onde o 
fenômeno ocorre e reúne um conjunto 
de informações e documentos sobre ele. 
Esse procedimento é muito utilizado em 
pesquisas de caráter exploratório ou de-
scritivo;
ƒƒ Estudo de caso – privilegia um caso em 
particular que é suficiente para a com-
preensão de um determinado fenôme-
no. Em geral, por estudar uma experiên-
cia específica, ajuda a resolver problemas 
e colabora na tomada de decisões para 
sua resolução; 
ƒƒ Pesquisa participativa – propõe a efe-
tiva participação da população no pro-
cesso de pesquisa, que é considerado um 
processo formativo. O pesquisador vai 
embora, mas as ferramentas da pesquisa 
são assimiladas e ficam com a população. 
Certos pesquisadores chegam a morar 
no local da pesquisa para conhecer bem 
de perto o lugar e as pessoas envolvidas.
Tipos de pesquisa segundo as fontes de 
informação
 
ƒƒ Pesquisa descritiva – aqui, a descrição 
do objeto de estudo é feita por meio da 
observação, do levantamento de dados e 
da pesquisa bibliográfica e documental;
ƒƒ Pesquisa de campo – o pesquisador as-
sume o papel de observador. Seu trabal-
ho é feito no local (campo) estudado;
ƒƒ Pesquisa experimental – parte-se de 
uma experiência na qual são manti-
das sob controle uma ou mais variáveis 
(causas). Há necessidade de definir um 
plano para a realização do experimento;
ƒƒ Pesquisa-ação – é um tipo de pesquisa 
social com base empírica que é planeja-
da com interesse na busca de resolução 
para problemas coletivos e na qual o pes-
quisador e a população envolvida fazem 
a pesquisa de modo participativo. As 
conclusões da pesquisa levam ao desen-
volvimento de ações coletivas;
ƒƒ Pesquisa documental – o pesquisador 
resgata fontes de informação que ainda 
não foram analisadas por outros pes-
quisadores, por isso são tratadas como 
fontes primárias. Documento é uma in-
formação que pode ser organizada de 
maneira sistemática e comunicada de 
diferentes formas, tais como: oral, escrita, 
visual, gestual, por diálogos, exposições, 
aulas e reportagens escritas, faladas ou 
registradas em material durável – papel, 
madeira, tecido, pedra;
ƒƒ Pesquisa bibliográfica – coloca o pes-
quisador em contato com o que já foi 
produzido sobre o tema queele deseja 
pesquisar. Para tanto, fazer pesquisa bib-
Pesquisa Social
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9
liográfica é identificar e analisar os dados 
publicados em livros, artigos de revistas 
e outros. No geral, são textos secundári-
os, uma vez que um pesquisador já fez 
as análises necessárias. Veja: eu leio um 
texto de alguém que entrevistou Edgard 
Morin. Esse texto gerado sobre o autor é 
de segunda mão. Um autor trouxe o pen-
samento de Morin até o público. Outra 
coisa é o pesquisador entrevistar Edgard 
Morin. Nesse caso, ele terá um material 
de primeira mão, exclusivo.
Tipos de pesquisa segundo a natureza dos dados 
Dividir os tipos de pesquisa segundo a na-
tureza dos dados é dividi-los em quantitativos ou 
qualitativos. 
ƒƒ Quantitativos – ao partir basicamente 
da estatística, a pesquisa quantitativa 
promove estudos buscando causas, te-
stando hipóteses por meio da leitura dos 
números;
ƒƒ Qualitativos – interpreta os fenômenos 
considerando seu significado para os 
participantes de determinado aconteci-
mento ou evento.
1.4 Resumo do Capítulo
Neste capítulo, é muito importante ressaltar as definições que trabalhamos. O que é conhecimento 
científico e o que é metodologia são alguns apontamentos essenciais para o entendimento conceitual da 
universidade e, sobretudo, da pesquisa acadêmica. Vale ressaltar que não há universidade sem pesquisa 
e não há pesquisa sem conhecimento e método, por isso é tão importante na formação do Assistente 
Social a compreensão da pesquisa. 
1.5 Atividades Propostas
1. O que é conhecimento científico? 
2. O que é Pesquisa de Campo e Estudo de Caso?
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11
Pense rápido: o que é mais importante para 
você, a nota que vai receber ou os conhecimentos 
que você vai ter depois que fizer uma pesquisa? 
Seja qual for a sua resposta, quero dizer que a pes-
quisa trará ao autor informações preciosas sobre o 
assunto pesquisado. As ferramentas utilizadas na 
pesquisa, bem como seus resultados serão deter-
minantes em outros estudos, científicos ou não, 
que o estudante fará. 
Se, como é provável, você está lendo este 
livro porque um professor pediu-lhe que 
desenvolva seu próprio projeto, pode ser 
que pense em desenvolvê-lo só para se 
exercitar. Não é um mau motivo. Mas seu 
projeto também lhe dará a oportunidade 
de participar das mais antigas e respeita-
das discussões da humanidade, condu-
zidas por Aristóteles, Marie Curie, Booker 
T. Washington, Albert Einstein, Margaret 
Mead, o grande estudioso islâmico Aver-
róis, o filósofo indiano Radhakrishnam, 
Santo Agostinho, os estudiosos do Tal-
mude, todos aqueles, enfim, que, contri-
buindo com o conhecimento humano, li-
vraram-nos da ignorância e do erro. Eles e 
inúmeros outros estiveram um dia no pon-
to em que você está agora. Nosso mundo, 
hoje, é diferente por causa das pesquisas 
deles. Não é exagero afirmar que, se bem 
feita, a sua mudará o mundo de amanhã. 
(BOOTH et al., 2000). 
Se o convite acima não convenceu você, o au-
tor, por outros caminhos, quer conduzi-lo pelas tri-
lhas da elaboração de um projeto de pesquisa. Este 
deve ser entendido como um produto – pois é um 
documento escrito – e também como um processo 
– pois é um instrumento dinâmico. Alguns autores 
(BARROS; LEHFELD, 1990) vão dizer que um bom 
projeto deve responder às seguintes questões:
2 A BAse
2.1 A Importância da Pesquisa
o que pesquisar? Definição do problema, hipóteses, base teórica e conceitual.
por que pesquisar? Justificativa da escolha do problema.
para que pesquisar? Propósitos do estudo, seus objetivos.
Como pesquisar? Metodologia.
Quando pesquisar? Cronograma de execução.
Com que recursos? Orçamento.
pesquisado por quem? Equipe de trabalho, pesquisadores, coordenadores, orientadores.
Roseli Albuquerque
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12
Elementos de um projeto de pesquisa são 
itens fundamentais para a apresentação de um 
projeto de pesquisa. São os itens a seguir:
ƒƒ Tema;
ƒƒ Apresentação do problema ou definição 
dos problemas;
ƒƒ Justificativa; 
ƒƒ Objetivos da pesquisa;
ƒƒ Definição de hipótese(s);
ƒƒ Referenciais teóricos;
ƒƒ Metodologia da pesquisa (estudo de 
caso);
ƒƒ Cronograma;
ƒƒ Referências.
A escolha do tema
Os temas podem surgir da observação do co-
tidiano, da vida profissional, de programas de pes-
quisa, de contatos com estudiosos ou debates, de 
inquietações de leitura, de literatura da área e ou-
tros. É necessário delimitar o que se deseja estudar. 
Um dos pontos mais difíceis para acertar um pro-
jeto é quanto à delimitação do tema. Quanto mais 
delimitado ele estiver, maiores são as chances de 
ele ser bem sucedido. Não queira analisar a fome 
no Brasil, mas a fome em uma favela, no bairro tal, 
da cidade X. Delimitar é isso: dispor o tema de uma 
forma possível, dentro do seu tempo e recursos, de 
estudar.
Tenha consciência de que o que se espera 
da pesquisa é um grande número de informações 
que ajudem a encontrar respostas para o tema que 
você está propondo e assim indicar uma possível 
solução para o problema.
É interessante mostrar também a viabilidade 
de um projeto. Isso pode ser indicado pensando 
sobre: a viabilidade técnica (clareza sobre a meto-
dologia a ser usada na pesquisa), viabilidade políti-
ca (contribuições que o estudo pode trazer para a 
resolução de problemas locais) e visibilidade lógica 
(formulação de quadro teórico-conceitual da pes-
quisa).
Apresentação do problema ou definição dos 
problemas
Neste item, é necessário que se demonstre o 
que se quer saber. Muitos autores preferem dizer 
que uma investigação científica começa com uma 
questão que permite ao pesquisador seguir em 
busca de respostas. Alguns vão ensinar que a orga-
nização frasal da proposta deve seguir a seguinte 
estrutura:
2.2 Elementos de um Projeto de Pesquisa
Tópico: estou estudando ______________________________________________.
Pergunta: por que quero descobrir quem/como/por que ______________________.
Fundamento lógico (motivo): a fim de entender como/ por que/ o que _______________________.
Preste atenção como ficaria o item:
Fazendo isso, suas ideias estarão claras e seu tema bem definido.
Tópico: estou estudando como as mães alimentam as crianças de 6 meses a 2 anos, na favela Heliópolis.
Pergunta: porque quero descobrir as origens da desnutrição nesse público.
Fundamento lógico (motivo): a fim de ajudar as mães a protegerem seus filhos com alimentação de baixo 
custo e boa qualidade.
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13
Justificativa
Aqui cabe um atalho. Tente responder neste 
item por que você pretende realizar a pesquisa, ex-
plique os motivos que indicam sua viabilidade e dê 
referências de que seu trabalho é original e impor-
tante para a sociedade. 
Objetivos da Pesquisa
Os objetivos que se espera alcançar e que 
nortearão uma pesquisa podem ser divididos em 
dois grupos: objetivo(s) geral(is) e objetivos espe-
cíficos.
Os objetivos gerais definem o que se deseja 
alcançar com a realização da pesquisa. Eles são am-
plos e indicam a principal questão resolvida com a 
pesquisa.
Os objetivos específicos estão relacionados 
ao objetivo principal e definem aspectos que, es-
clarecidos, contribuirão para o pesquisador alcan-
çar suas metas. Por exemplo:
ƒƒ Objetivo geral: Estudar como as mães 
moradoras da favela Heliópolis alimen-
tam as crianças de 6 meses a 2 anos;
ƒƒ Objetivos específicos: 
- Levantar o número de crianças na 
faixa etária da pesquisa na favela;
- Selecionar o número de mães que 
serão entrevistadas;
- Dividir a amostra de crianças nas fai-
xas etárias estudadas;
- Acompanhar o dia a dia da alimenta-
ção das famílias selecionadas.
Veja que os objetivosespecíficos auxiliam na 
obtenção de dados e informações que levarão à 
compreensão do objetivo principal.
Definição de hipótese(s)
O significado da palavra ‘hipótese’ é “o que 
está suposto”. Levando em consideração a expli-
cação, compreende-se que a hipótese em uma 
pesquisa é propor uma resposta antecipada às 
questões levantadas pelo pesquisador. Ao propor 
um tema, ele também supõe uma resposta para 
o fechamento do trabalho. A resposta antecipada 
pode ser invalidada ao final do trabalho, mas em 
geral é confirmada, porque essa tentativa de ante-
cipar a resposta aos problemas da pesquisa não é 
feita ao acaso ou sem critérios. Ela deve ser pauta-
da em evidências. 
Veja o exemplo:
ƒƒ Seu projeto é o seguinte: Estou es-
tudando como as mães alimentam as 
crianças de 6 meses a 2 anos, na favela 
Heliópolis, porque quero descobrir as 
origens da desnutrição nesse público a 
fim de ajudar as mães a protegerem seus 
filhos com alimentação de baixo custo e 
boa qualidade.
ƒƒ Sua hipótese pode ser: A causa da des-
nutrição entre as crianças de 6 a 2 anos, 
na favela Heliópolis, é a crença das mães 
de que o leite materno sustenta de ma-
neira integral seus filhos depois dos 6 
meses de vida. O leite materno contém 
naturalmente todos os nutrientes que 
a criança necessita até os seis meses de 
idade, por isso é um grande aliado na 
prevenção da desnutrição. Contudo, 
após o 6º mês, a necessidade das crianças 
ultrapassa a produção de leite, ou seja, 
a quantidade de leite que a mãe produz 
não diminui, porém não é mais suficiente 
nutricionalmente para a criança, que pre-
cisa de outros alimentos, o que não sig-
nifica abandono da fonte materna, que 
pode prosseguir até os dois primeiros 
anos de vida da criança, se esta estiver 
com peso e altura dentro do padrão es-
perado. A introdução tardia dos alimen-
tos pode causar deficiências nutricionais, 
provocando a desnutrição.
A hipótese é uma explicação do autor ao pro-
blema que ele formulou, mas não é uma simples 
Roseli Albuquerque
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14
suposição. Ela deve ser consistente e afinada com 
as pesquisas feitas antes pelo pesquisador. Uma hi-
pótese deve unir atualidade das pesquisas na área 
e apontar repostas à realidade estudada.
Referenciais teóricos
O referencial teórico de uma pesquisa é a li-
nha filosófica, religiosa, política, ideológica assumi-
da pelo autor do trabalho. Ele está ligado a grupos 
de pensadores que defendem suas formas de in-
terpretar a realidade e, mais do que isso, indicam 
com seus trabalhos qual a fonte geradora do co-
nhecimento humano. 
De forma geral, as escolas do conhecimento 
têm consigo uma forma de explicar como o conhe-
cimento é gerado. É comum encontrar nos estudos 
científicos os seguintes quadros de referência de 
base sociológica e filosófica: empirismo (positi-
vismo), estruturalismo e dialética. 
O empirismo
O empirismo (do grego empeiria = experi-
ência) prega que a única fonte de nossos conhe-
cimentos é a experiência recebida pelos nossos 
sentidos (visão, ouvido, tato, olfato, paladar); sen-
do assim, todo objeto material, fora de nós, tem 
propriedades sensíveis que podem ser conhe-
cidas pelos nossos sentidos, tais como: cor, som, 
temperatura, cheiro, gosto, quantidade e tantos 
outros. Os adeptos dessa escola acreditam que o 
conhecimento empírico, sensível, obtido por meio 
dos órgãos dos nossos sentidos, é suficiente para 
explicar a realidade.
Outro dado importante é que o empirismo 
acredita que o homem nasce sem conhecimentos, 
chegando a dizer que, quando o ser humano nas-
ce, ele é uma folha de papel em branco na qual se-
rão impressas as marcas da experiência vivida. Isso 
significa dizer que todos os conhecimentos huma-
nos são tirados da experiência, que é vista como a 
origem de nossos conhecimentos. 
Quanto à razão e ao pensamento crítico, o 
empirismo prega que eles não são capazes de criar 
nada de novo. A importância da razão é unir e or-
denar os diferentes dados colhidos por meio das 
experiências sensíveis (BAZARIAN, 1988). A realida-
de social existe fora da mente e da percepção do 
pesquisador. Não há diferenciação entre o mundo 
social e mundo material, porque os dois estão fora 
da mente humana e precisam ser experimentados 
para serem apreendidos (BARROS; LEHFELD, 1990).
O estruturalismo
Seu principal pensador é Lévi-Strauss, que 
acreditava que a realidade é estruturada sob uma 
base invariável e o papel da ciência é desvendar es-
sas estruturas. Segundo Demo (1988, p. 107), para 
dar conta do seu trabalho, o pesquisador deveria 
seguir três passos para a compreensão dessas es-
truturas invariáveis. Em primeiro lugar, seria neces-
sário fazer um “esforço de decomposição analítica, 
não de síntese”, uma vez que, para compreender 
uma realidade ou uma coisa, seria necessário des-
montá-la em suas partes. Em segundo lugar, “a de-
composição analítica mostra que a complexidade 
do fenômeno é uma percepção superficial; na sua 
profundeza todo fenômeno é simples, porque a 
possível variação complexa gira em torno de es-
truturas invariantes.” Em terceiro lugar, “explicar é 
escavar a subjacência, porquanto a superfície varia 
[...] fundo não varia.” Em quarto lugar, destaca-se 
que “o fenômeno é simplificável em modelos es-
truturais, revelando a ordem interna subjacente, ao 
contrário da visão de superfície.”
Exemplos:
[...] o fenômeno musical apresenta uma 
superfície extremamente variada e uma 
história exuberante de variações no fun-
do, porém, tudo não passa da combinató-
ria variável de doze elementos invariantes, 
os doze semitons. Mesmo que não fossem 
doze, acredita-se que há um código restri-
to, imutável, estrutural, por baixo do fenô-
meno da música. Explicar apenas a evolu-
ção histórica, seria superficial. Com efeito, 
somente o explicaríamos, se encontrásse-
mos a estrutura subjacente. (DEMO, 1988, 
p. 107).
A Física procedeu da mesma forma. Ama-
dureceu como ciência, quando encontrou 
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15
o código dos elementos atômicos, em 
número restrito e finito, dentro da ordem 
estabelecida e dada. E mais, não faria sen-
tido imaginar uma história dos elementos 
atômicos, porque se trata de uma combi-
natória variável de componentes invarian-
tes. (DEMO, 1988, p. 107).
Lévi-Strauss aplicou tal expectativa a um 
fenômeno muito complexo, que são os 
mitos indígenas. Aparentemente, nem se-
quer se imagina que tenham nexo, por ve-
zes, tal a bagunça de termos e retomadas 
internas. Não obstante isto, tentou mos-
trar que todos os mitos, do mundo inteiro, 
apresentariam temas únicos, estruturas 
simbólicas sempre repetidas, formas idên-
ticas. (DEMO, 1988, p. 107-108).
As ideias de Lévi-Strauss não levam em con-
sideração o aspecto do fluxo histórico para a expli-
cação dos fatos e fenômenos sociais; ele buscou a 
objetividade e exatidão da ciência, considerando 
que consciência é um inimigo secreto das ciências 
do homem.
A dialética
A discussão sobre a dialética, que chegou a 
influenciar Karl Marx e F. Engels, veio da filosofia de 
Hegel. Para ele, tudo se desenvolve a partir de uma 
tese (ideia, teoria), uma antítese (em oposição à 
tese) e uma síntese (deve superar a tese e a antíte-
se). O autor vai dizer que a dialética só se expressa 
no campo das ideias, não servindo para as análises 
sociais. Marx trabalha com as ideias de Hegel e as 
supera quando mostra que as forças dialéticas atu-
am na História, provocando a tomada de consciên-
cia sobre a realidade (BARROS; LEHFELD, 1990).
O pressuposto fundamental da dialética é 
que “toda formação humana é suficientemente 
contraditória para ser historicamente superável.” 
(DEMO, 1988, p. 106). A dialética destaca a questão 
da contradição ou conflito. O destaque dado à con-
tradiçãoindica que ela pode ser superficial ou en-
raizada historicamente. E o termo historicamente 
superável deixa claro que, por mais profundas que 
sejam as contradições, elas são explicáveis histori-
camente.
Discutindo os elementos fundamentais da 
dialética (tese, antítese e síntese), percebe-se que a 
antítese guarda a contradição entre os elementos. 
Ela guarda em si a ideia de que há conflitos que ge-
rarão a superação adiante. Nesse esforço, a antítese 
e a tese serão superadas em uma síntese. 
Metodologia da pesquisa (estudo de caso)
O estudo de caso pode ser compreendido 
como uma pesquisa que foca em uma única ou em 
algumas organizações sociais. Esse estudo deverá 
sempre ser bem delimitado com clareza do que 
se pretende investigar, dentro de um contexto da 
vida real. O caso pode ser familiar a outras temá-
ticas, mas sempre será diferente considerando ser 
de interesse de um determinado pesquisador. 
O estudo de caso pode ser considerado um 
método que privilegia um estudo singular, sua 
técnica está ligada a levantamentos descritivos, é 
aberto, flexível e tem como foco a realidade de for-
ma complexa e contextualizada (LUDKE; ANDRÉ, 
1986).
O estudo de caso tem algumas característi-
cas, sendo elas: descobrir, interpretar um contexto, 
retratar a realidade de forma completa e profunda, 
utilizar várias fontes de informação, revelar expe-
riências do próprio pesquisador e ter uma forma 
mais acessível com estilo informal, por meio de 
narrativas, podendo conter ilustrações, citações ou 
exemplos.
Para recorrer a esse método, devemos se-
guir alguns passos importantes, sendo necessá-
rio ter o conhecimento prévio do que se preten-
de estudar/pesquisar. O quadro teórico escolhido 
pelo pesquisador irá ajudá-lo a estruturar seu pro-
jeto de pesquisa. Sendo assim, o pesquisador esta-
rá buscando respostas às indagações feitas em seu 
projeto. 
No estudo de caso, as informações poderão 
ser colhidas sob diversas perspectivas, devendo 
destacar todos os envolvidos diretamente com o 
caso escolhido, ou seja, se a pesquisa pretende es-
tudar a realidade de uma família que vive em uma 
casa com 18 pessoas, o pesquisador deve observar 
toda a rede familiar e deve acompanhar essa reali-
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dade dia a dia; isso gerará uma grande variedade 
de informações, que poderão ser cruzadas, abrindo 
diversos caminhos de sustentação ou negação da 
hipótese.
O estudo de caso deve ser utilizado quando 
o autor pretende estudar temas recentes em que 
a observação direta (no próprio local da pesquisa) 
seja possível e haja condições de produção de uma 
série de entrevistas com os envolvidos no tema. 
Essas fontes de evidências são um diferencial nas 
pesquisas baseadas em estudo de caso.
O estudo de caso é composto por três fases: 
a exploratória, a coleta de dados e a interpreta-
ção sistemática do caso. A descrição das três fa-
ses, em determinados momentos, pode se tornar 
difícil, porque as diferenças que as separam podem 
confundir o pesquisador. Mas não é possível levar a 
cabo a pesquisa sem os três momentos. A confusão 
pode acontecer por causa da proximidade do autor 
com o caso estudado, mas isso faz parte desse tipo 
de estudo. (LUDKE; ANDRÉ, 1986).
A fase exploratória tem como objetivo com-
preender uma determinada realidade para que 
posteriormente o pesquisador tenha claro o que irá 
desenvolver no seu estudo. É importante destacar 
que o estudo de caso permite ao pesquisador uma 
aproximação do objeto de estudo de tal forma que 
ele não precise partir de uma visão predetermina-
da da realidade que o envolve. Ele pode aproveitar 
a fase exploratória para ver de perto as caracterís-
ticas das atividades e ações que merecem a sua 
atenção e definir de forma precisa o que analisar.
Depois de realizada a fase exploratória e 
identificado o que se pretende estudar, o pesquisa-
dor irá realizar a coleta de informações. Para isso, 
utilizará instrumentos mais ou menos estrutura-
dos ou outras técnicas para aprofundar a temática 
escolhida. Esse momento requer atenção do pes-
quisador e determinação; é momento de recolher 
junto às fontes de informações que serão utilizadas 
(documentos, registros em arquivos, entrevistas e 
outros) o material necessário para análise.
Depois da execução das duas primeiras fases, 
agora com mais clareza, o pesquisador terá como 
desafio analisar e interpretar o que viu e docu-
mentou no trabalho de campo. De forma geral, 
ele pode fazer uma análise comparativa, ligando a 
experiência estudada ao que acontecia em outros 
momentos delineados. Pode fazer uma descrição 
dos dados colhidos, gerando possíveis recomen-
dações sobre ações futuras para a melhoria de situ-
ações indesejadas. Seja como for, é importante que 
ele devolva o resultado da pesquisa para os verda-
deiros interessados no assunto: os pesquisados. As-
sim, eles terão condição de, baseados em critérios 
científicos, buscar outras formas de utilização do 
trabalho que, muitas vezes, nem o autor esperava.
Cronograma
O cronograma na pesquisa ajuda a delimitar 
o tempo que você utilizará para a elaboração da 
pesquisa, ou seja, nas etapas necessárias para sua 
realização. Para isso, apresentamos um modelo de 
cronograma para execução de sua pesquisa.
Atividades Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev.
Revisão bibliográfica
Entrega do projeto
- Primeira fase de 
entrevistas
- Transcrição − segunda 
fase de entrevistas
Análise de entrevistas
Análise de documentos
Redação, Revisão e 
entrega do relatório final
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Referências
As referências dizem respeito a toda fonte de 
pesquisa utilizada para a elaboração de seu projeto 
de pesquisa. Um exemplo claro de referências você 
encontrará no final desta apostila, ou seja, todo o 
material utilizado para elaboração desta pesqui-
sa consta nas referências. Elas devem seguir o pa-
drão da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT). 
2.3 Resumo do Capítulo
Acabamos de ver como se estrutura um projeto de pesquisa. Não há distinção na estrutura entre 
projetos de pesquisa para TCC, mestrado e doutorado. A diferença está no aprofundamento do referen-
cial teórico e na delimitação do tema. Assim, ao fazer seu projeto, pense na leitura que acabamos de fazer 
e reflita a importância do projeto de pesquisa para a vida acadêmica. 
2.4 Atividade Proposta
1. Quais são os elementos de um projeto de pesquisa? 
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19
A pesquisa para o Serviço Social deve gerar um conhecimento que reconheça os 
usuários dos serviços públicos como sujeitos políticos que são, capazes, também, 
de conhecer, intervir em sua própria realidade com autonomia, desvencilhando-se 
das estratégias de assistencialismo, clientelismo e subalternidade, tão presentes nas 
ações governamentais e políticas públicas. As pesquisas têm como possibilidade 
latente a valorização do povo, da riqueza de suas histórias, de suas experiências 
coletivas, mobilizadoras de novas formas de sociabilidade. 
(BOURGUIGNON, 2007, p. 51)
3 A IMpoRtÂnCIA DA pesQUIsA no seRVIço soCIAL
Pedro Demo (2000, p. 40) afirma que a ci-
ência tem duas dimensões que devemos lembrar 
sempre. A primeira vertente ele chama de “ciência 
como método”, caracterizando-a como “raiz do co-
nhecimento crítico”, “conhecimento metódico”. A 
segunda é a ciência como instrumento de inter-
venção. Ele explica que esse tipo de ciência leva “ao 
questionamento cotidiano, à teoria para intervir, e 
à intervenção para teorizar, à inovação.” A segunda 
vertente interessa muito ao profissional do Serviço 
Social porque a intervenção é a “alma” do Serviço 
Social; em outras palavras, ela é intrínseca ao Ser-
viço Social.
A história do ServiçoSocial é marcada pela 
prática da intervenção social dentro de uma rea-
lidade. Essa intervenção deve estar pautada em 
um projeto ético dos profissionais comprometidos 
com a transformação social e a construção do co-
nhecimento coletivo, por meio da organização das 
populações usuárias de políticas públicas, que bus-
cam diariamente seu reconhecimento como cida-
dãos e a garantia dos seus direitos.
Conhecer essa realidade requer cuidados, 
concentração, amadurecimento nos caminhos do 
conhecimento, identificar as contradições sociais e 
ajudar a construir caminhos para transformá-la em 
benefício de todos. É um grande desafio. Dentro 
da perspectiva de uma pesquisa qualitativa, que 
tem como instrumento do conhecimento o diálo-
go, privilegiando o sujeito central da pesquisa, que 
será nosso usuário, conhecer a realidade é de suma 
importância quando pensamos em uma pesquisa 
de cunho transformador.
Nessa busca de informação/transformação, a 
pesquisa no campo do Serviço Social tem sua sin-
gularidade. Quando nos propomos a conhecer a 
realidade, buscar informações e adentrar nas ques-
tões, que podemos considerar as mais variadas 
possíveis, encontramos o grande desafio do objeto 
de pesquisa do Serviço Social. 
A pesquisa no Serviço Social está inserida em 
um contexto socioeconômico e político e busca o 
conhecimento para compreender, explicar e co-
nhecer determinada realidade. O ponto de partida 
é o reconhecimento de que estamos em uma so-
ciedade capitalista, que prioriza o fortalecimento 
do livre mercado e a perpetuação da exploração 
do trabalho, e defende a redução de direitos e con-
quistas sociais. Saber utilizar os instrumentos de 
pesquisa, que estamos estudando, e valorizar os 
procedimentos metodológico-científicos ajudam 
no planejamento das ações, ampliam o conheci-
mento sobre a área em que se pretende atuar e tra-
zem clareza sobre a prática de intervenção dentro 
dos diversos contextos de atuação. 
Defendemos que a pesquisa seja a principal 
ferramenta de apoio ao trabalho do Assistente So-
cial. Sabemos que o maior número de pesquisas 
hoje é realizado pela universidade. Não consegui-
mos, ainda, fazer da pesquisa algo que esteja to-
talmente inserido na atividade de trabalho desse 
profissional. O elo entre a produção de pesquisa 
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20
feita por trabalhadores do Serviço Social e a univer-
sidade é necessário para o fortalecimento de ações 
pautadas na realidade. Por outro lado, esse elo aju-
dará na construção de uma pesquisa/intervenção 
como um caminho transformador das ações so-
ciais dos que estão diretamente atuando na área.
A pesquisa sendo realizada entre os profis-
sionais do Serviço Social tem um valor imenso, se 
observamos que eles estão diretamente ligados 
às questões sociais mais emergentes como: saúde, 
moradia, educação, infância e juventude, violência, 
garantia de direitos, justiça, entre outros. O profis-
sional que atua diretamente com essas questões 
terá como seu aliado o mapeamento dessa realida-
de social, o encontro com o usuário, o atendimento 
individual, o atendimento coletivo, o encaminha-
mento para os equipamentos sociais de sua co-
munidade, a informação necessária para que esse 
usuário busque seus direitos, entre tantas outras 
ações/intervenções.
3.1 Cronologia da Pesquisa no Serviço Social
Hoje, grande parte da produção de pesqui-
sa no Serviço Social está vinculada à produção de 
dissertações de mestrado e teses de doutorado li-
gadas à docência nos cursos de stricto sensu (mes-
trado ou doutorado) ou a professores que estão li-
gados a algum curso de Ensino Superior (SETUBAL, 
2007).
Convidamos você, aluno(a) de Serviço Social, 
que nesta aula está aprendendo os passos para 
ser um pesquisador, a fazer parte também dessas 
produções. Sabemos que a pesquisa tem grande 
importância na mudança do comportamento, no 
olhar da sociedade e, antes de qualquer coisa, na 
efetiva mudança dos instrumentos de intervenção 
do Serviço Social.
Compreendemos que, mais do que atuar nas 
intervenções, temos que ter o desafio de conhecer 
que a prática profissional também passa pelo cam-
po da pesquisa. Através da pesquisa, é possível co-
nhecer novos horizontes, analisar as forças existen-
tes dentro da área que estamos atuando. Você que 
estará atuando na área social, ou seja, que estará 
AtençãoAtenção
Importante
1953 – Lei nº 1.889 de 13 de junho (primeiro currículo mínimo);
1962 – Parecer nº 286 de 19 de outubro (segundo currículo mínimo);
1970 – Parecer nº 242 de 13 de março (terceiro currículo mínimo);
1977 – As unidades de ensino superior e a Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social 
(hoje Abepss) começam a reformular o terceiro currículo mínimo, destacando a importância da 
pesquisa na formação do Assistente Social e aprovando outro parecer (412/82); 
1982 – Parecer nº 412 do Conselho Federal da Educação;
1996 – Resolução nº 15 de março de 2002 reitera a matéria pesquisa como parte integrante da 
formação profissional.
(SETUBAL, 2007, p. 67).
3.2 Novos Desafios do Pesquisador em Serviço Social
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atuando na intervenção social, poderá contribuir 
a partir da leitura e interpretação da realidade em 
que estará inserido(a) e possibilitar diálogos entre 
as instâncias governamentais e os usuários, crian-
do, assim, um elo entre direitos (usuários) e deveres 
(instâncias governamentais). 
Será através das pesquisas realizadas no âm-
bito da intervenção social que conheceremos os 
problemas oriundos da ausência de diálogo entre 
os usuários e os executores de políticas locais; bus-
caremos respostas para as necessidades e soluções 
que essa atuação poderá proporcionar-nos. Para 
ser um(a) bom(boa) pesquisador(a), você terá que 
utilizar sua sensibilidade em prol da comunidade 
em que estará atuando, ser criativo(a), curioso(a), 
ter clareza do que pretende pesquisar e conhecer 
bem o teórico que irá fundamentar sua opção na 
pesquisa; todos esses caminhos já dialogamos nes-
ta apostila. 
Cabe a você, estudante de Serviço Social e fu-
turamente um(a) Assistente Social/pesquisador(a), 
olhar o mundo em que atuará e ter a clareza de 
que a transformação também depende de você, e 
a pesquisa irá contribuir para a construção de uma 
prática profissional ética e transformadora.
3.3 Resumo do Capítulo
A pesquisa em Serviço Social é tão importante quanto a própria prática profissional. É com a pes-
quisa que desenvolvemos a reflexão teórica e elaboramos novas formas de enfrentamento da prática 
profissional. É essencial que todos os assistentes sociais estejam envolvidos em pesquisas pertinentes às 
suas áreas de atuação.
3.4 Atividade Proposta
1. Como podemos pensar a pesquisa em Serviço Social?
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23
CAPíTULO 1
1. O conhecimento científico é essencial para o trabalho de qualquer categoria profissional, mas 
para quem trabalha com práticas sociais, ele é imprescindível. O conhecimento científico é um 
tipo de conhecimento que o ser humano utiliza para compreender de verdade a realidade, o 
que o cerca, enfim, o seu cotidiano. O conhecimento gerado na atividade do Assistente Social 
(conhecimento comum), obtido por meio de procedimentos metódicos, extrai da prática pro-
fissional explicações rigorosas sobre uma situação. O conhecimento científico, para não deixar 
dúvidas, parte dos fatos reais, é analítico (crítico), pode ser comunicável, verificável, organiza-
do e sistemático. Ele, para tanto, aplica teorias e metodologias na ânsia de explicar e, muitas 
vezes, aponta o que fazer em determinadas realidades. 
2. Pesquisa de campo: busca informação diretamente com a população pesquisada. O pesqui-
sador vai ao local onde o fenômeno ocorre e reúne um conjuntode informações e documen-
tos sobre ele. Esse procedimento é muito utilizado em pesquisas de caráter exploratório ou 
descritivo;
Estudo de caso: privilegia um caso em particular que é suficiente para a compreensão de um 
determinado fenômeno. Em geral, por estudar uma experiência específica, ajuda a resolver 
problemas e colabora na tomada de decisões para sua resolução.
CAPíTULO 2
1. Tema; apresentação do problema ou definição dos problemas; justificativa; objetivos da pes-
quisa; definição de hipótese(s); referenciais teóricos; metodologia da pesquisa (estudo de 
caso); cronograma; e referências.
CAPíTULO 3
1. A pesquisa no Serviço Social está inserida em um contexto socioeconômico e político e busca 
o conhecimento para compreender, explicar e conhecer determinada realidade. O ponto de 
partida é o reconhecimento de que estamos em uma sociedade capitalista, que prioriza o for-
talecimento do livre mercado e a perpetuação da exploração do trabalho, e defende a redu-
ção de direitos e conquistas sociais. Saber utilizar os instrumentos de pesquisa, que estamos 
estudando, e valorizar os procedimentos metodológico-científicos ajudam no planejamento 
das ações, ampliam o conhecimento sobre a área em que se pretende atuar e trazem clareza 
sobre a prática de intervenção dentro dos diversos contextos de atuação. 
RespostAs CoMentADAs DAs 
AtIVIDADes pRopostAs
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25
AZEVEDO, I. B. O prazer da produção científica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos 
acadêmicos. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Hagnos, 2004.
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ReFeRÊnCIAs

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