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DESORDENS NEUROLÓGICAS PARALISIA CEREBRAL PARALISIA OBSTÉTRICA ESPINHA BÍFIDA PARALISIA CEREBRAL 2 (Encefalopatia Crônica da Infância) Conceituação - Definição 3 Paralisia cerebral (PC) ou Encefalopatia Crônica não progressiva da infância são termos utilizados para definir qualquer desordem caracterizada por alteração do movimento e ou postura, secundária a uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento; Uma criança com PC pode apresentar alterações que variam desde leve incoordenacão dos movimentos ou uma maneira diferente para andar até inabilidade para segurar um objeto, falar ou deglutir. Conceituação - Definição 4 Paralisia cerebral não é uma doença; é, ao contrário, uma categoria de deficiências que inclui pacientes com um tipo de problema; Leitão (1971) sugere a seguinte conceituação: “Enfermidade caracterizada por um conjunto de perturbações motoras e sensoriais, resultantes de um defeito ou uma lesão do tecido nervoso contido dentro da caixa craniana que pode ocorrer antes, durante ou após o parto, até os 3 ou 4 anos de idade” Conceituação - Definição 5 Em resumo: ✓ Distúrbio crônico; ✓ Não progressiva do cérebro em desenvolvimento; ✓ Causa não genética; ✓ Leva a alterações dos movimentos e da postura ✓ Adquiridas antes, durante ou após o nascimento – precocemente; ✓ Em geral está associada com dificuldades neurológicas; O termo PARALISIA CEREBRAL, na verdade não é o mais adequado, tendo em vista que significa ausência total das atividades físicas e mentais, o que não ocorre neste caso. Atualmente utilizamos o termo Encefalopatia Crônica não progressiva; desordem motora na paralisia cerebral pode ser acompanhada por distúrbios sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação e comportamental, por epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários (ROSENBAUM et al., 2007). 6 Observações Incidência 7 A paralisia cerebral afeta cerca de duas crianças a cada 1.000 nascidos vivos em todo o mundo, sendo a causa mais comum de deficiência física grave na infância; Nos países desenvolvidos: 1,5 a 5,9 /1.000 nascidos vivos; Nos países em desenvolvimento seja de 7 por 1.000 nascidos vivos; (ZANINI; CEMIN; PERALLES, 2009; FONSECA, 2011). Etiologia 8 Fatores pré-natais: infecções congênitas, falta de oxigenação etc; Fatores perinatais: anoxia neonatal, eclâmpsia, etc; Fatores pós-natais: infecções, traumas, etc; (PIOVESANA et al.,2002). uma classificação 9 sintomáticaNa prática utiliza-se subdividindo-as em: Espásticas (ou piramidais) 75% Coreoatetósicas (ou extrapiramidais ) 18% Atáxicas (ou cerebelares) 2% Mistas 5% Formas Formas 10 1. Piramidais: - Espasticidade (tipo de hipertonia) - atua sobre os movimentos finos e distais, aumento do tônus muscular, aumento da atividade reflexa e clônus, presença de reações associadas. Ocorre uma maior propensão à deformidade devido à manutenção de algumas posturas anormais;. 2. Extrapiramidais: - Atetose - flutuações de tônus distal (com espasticidade variando de normal para hipertonia e na forma pura de hipotonia para normal), déficit nos movimentos seletivos, deformidades menos freqüentes, com presença de movimentos involuntários; Formas 11 2. Extrapiramidais: -Coreoatetose - flutuações de tônus de hipo para hipertonia proximal, movimentos súbitos e em grande amplitude; -Balismo - hipercinesia, movimentos de grande amplitude, abruptos, contínuos, rápidos e ritmados, esteriotipados e violentos, Costuma afetar um hemicorpo (hemibalismo) -Distonia - (atetose com espasmos tônicos) hipercinesia com contrações musculares lentas e intensas; Formas 12 3. Cerebelares: - Ataxia - flutuações entre hipotônico e normal, não há fixação e manutenção do controle postural, coordenação é regularmente normal mas com dismetria e distúrbios do equilíbrio. - Flacidez - tônus muito baixo, permanecem em supino não se esforçando para fazer qualquer coisa, exceto sorrir. 4. Mistas: Pirâmedo-extrapiramidal ou cérebro-cerebelar - apresenta características das formas espásticas, atetóide e atáxicas. Classificação - Quanto ao tônus 1. Espástica: presença de tônus elevado (aumento dos miotáticos, clônus,reflexos reflexo cutâneo extensão – plantar em sinal de Babinski) e é ocasionada por sistemauma lesão no piramidal; 13 Classificação - Quanto ao tônus 14 2. Discinética: caracteriza-se por movimentos atípicos mais evidentes quando o paciente inicia um movimento voluntário produzindo movimentos e posturas atípicos; Engloba dois subtipos 1. Distonia: tônus muscular muito variável desencadeado pelo movimento; 2. Coreoatetose: tônus instável, com a presença de movimentos involuntários e movimentação associada; Classificação - Quanto ao tônus 15 3. Atáxica: caracteriza-se por um distúrbio da coordenação dos movimentos em razão da dissinergia (o ato motor é decomposto em suas partes e executado de maneira espasmódica, errática, desajeitada e desorganizada); Apresenta usualmente, uma marcha com aumento da base de sustentação e tremor intencional; 16 Classificação - Espasticidade quanto a topografia B IL A T E R A L Diplegia / paraplegia Triplegia Dupla hemiplegia Quadriplegia / tetraplegia Quadriplegia com envolvimento leve de extremidades superiores Acometimento em três membros Envolvimento igual de extremidades superiores e inferiores os quatro membros são comprometidos, mas os membros superiores são mais acometidos que os membros inferiores. Classificação - Espasticidade quanto a topografia U N IL A T E R A L Monoplégica Hemiplégica Envolvimento da extremidade superior e inferior de um dos lados 17 Envolvimento de uma extremidade Leve: é definida como alterações físicas consistentes mas que não limitam atividades usuais; Moderada: é definida como dificuldades claras em atividades diárias, muitas vezes com a necessidade de terceiros; Grave: é definida como limitação para todas as atividades de vida diária 18 Classificação - Quanto a gravidade (Swaiman, 1994) 19 Classificação - gravidade Problemas associados 20 Microcefalia Crise convulsiva 50% Deficiência mental 40 a 60%; Déficit visual (Estrabismo 20 a 60%, Nistagmo em crianças com ataxia) e auditiva; Fala, linguagem e do aprendizado Percepção Complicação do aparelho respiratório Contraturas no tecido conjuntivo e da musculatura (geralmente ísquios-tibiais iliopsoas) Figura 1 – Aspectos a serem considerados para chegar ao quadro clínico 21 Avaliação Avaliação do movimento – Começa quando?, Como realizar? Crianças na cadeira de roda? Posições a serem observadas? Diferença de acordo com a gravidade? 22 Avaliação 23 Avaliação Avaliação do controle postural - Controle de movimentação ativa ou movimentos de descoordenados? Como reage contra uma superfície de apoio? Apresenta comportamento estereotipados? 24 Avaliação Avaliação do Tônus postural – Como a criança se apresenta? Consegue realizar movimentos contra a gravidade? Qual a qualidade dos movimentos apresentados? Tem diferença entre o tônus de base e o de movimentação? 25 Avaliação musculoesquelética: ✓ Medidas goniométricas; ✓ Avaliação da coluna; ✓ Movimento torácico; ✓ Avaliação da cintura escapular e da extremidade superior; ✓ Exame do quadril e pelve; ✓ Exame do joelho; ✓ Exame do pé; ✓ Discrepância no comprimento dos membros inferiores;26 Avaliação Avaliação - Marcha 27 Avaliação - Marcha 28 Avaliação das habilidades motoras finas e adaptativas; Considerações sobre as habilidades de fala e linguagem; Avaliação 29 Avaliação das habilidades motoras finas e adaptativas; Considerações sobre as habilidades de fala e linguagem; Avaliação 30 Objetivos Fisioterapêuticos Gerais 31 Alongamento de estruturas musculares retraídas; Estimular a dissociação de cinturas pélvica e escapular; Facilitar as posições que a criança não consegue executar ativamente; Inibir reações associada; Ganhar e/ou manter as amplitudes articulares; Melhorar padrões respiratórios; Estimular o desenvolvimento dos movimentos e padrões normais próprios da idade; Prevenir deformidades e evitar a evolução das já existentes, o que irá impedir os movimentos ativos da criança; Treino de equilíbrio, transferência de peso; Facilitação de suas AVD's adquirindo maior independência no seu dia a dia; Estabelecimento de metas de tratamento 32 Listar potenciais da criança; O que ela gosta e pode fazer; Habilidades funcionais que tem dificuldade de realizar; Deficiências primárias e secundárias (compensações); Quais são os desejos dos familiares para a criança; Plano de tratamento Metas a longo prazo Metas a curto prazo Órteses Adaptações para a vida funcional ou para qualidade de vida 33 Metas a curto prazo ✓ São passiveis de serem alcançadas em um tempo menor; ✓ Em geral são componentes que direta ou indiretamente ajudarão a alcançar as MLP ; ✓ Podem e devem ser reavaliadas; 34 Metas a longo prazo ✓ Devem respeitar o tempo máximo de terapia do local; ✓ Deve ser metas que podem ser decompostas em sub-metas; ✓ Respeitando o potencial da criança; ✓ Podem e devem ser reavaliadas Plano de tratamento Plano de tratamento Órteses 35 36 Plano de tratamento Adaptações para a vida funcional ou para qualidade de vida SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA GROSSA PARA PARALISIA CEREBRAL (GMFCS) 37 GMFCS – Gross Motor Function Classification System; Baseia-se no movimento iniciado voluntariamente, enfatizando particularmente o sentar (controle de tronco) e o andar; As distinções entre os níveis de função motora são baseadas nas limitações funcionais, na necessidade de tecnologia assistiva e, em menor grau, na qualidade de movimento; objetivo é classificar a função motora grossa atual da criança, e não julgar a qualidade do movimento ou o potencial de melhora; Nível I - Os bebês sentam-se no chão, mantêm-se sentadas e deixam esta posição com ambas as mãos livres para manipular objetos. Os bebês engatinham (sobre as mãos e joelhos), puxam-se para levantar e dão passos segurando-se nos móveis. Os bebês andam entre 18 meses e 2 anos de idade sem a necessidade de aparelhos para auxiliar a locomoção. Nível II - Nível II Os bebês mantêm-se sentados no chão, mas podem necessitar de ambas as mãos como apoio para manter o equilíbrio. Os bebês rastejam em prono ou engatinham (sobre mãos e joelhos). Os bebês podem puxar-se para ficar em pé e dar passos segurando-se nos móveis. Nível III - Os bebês mantêm-se sentados no chão quando há apoio na parte inferior do tronco. Os bebês rolam e rastejam para frente em prono Nível IV - Os bebês apresentam controle de cabeça, mas necessitam de apoio de tronco para se sentarem no chão. Os bebês conseguem rolar para a posição supino e podem rolar para a posição prono. Nível V - As deficiências físicas restringem o controle voluntário do movimento. Os bebês são incapazes de manter posturas antigravitacionais de cabeça e tronco em prono e sentados. Os bebês necessitam da assistência do adulto para rolar. 38 Antes do aniversário de 2 anos Nível I Nível II Nível III Nível IV Nível V Antes do aniversário de 2 anos Entre o segundo e o quarto aniversário Entre o quarto e o sexto aniversário Entre o sexto e o décimo segundo aniversário 39
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