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Agravo de instrumento Mario Denis Clebio

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ 
 
 
 
 
 
Florisa Picarone Sanchez, brasileira, casada, assistente social, portadora do RG nº 6799075-7 
SSP-SP e inscrita no CPF nº 995.037.278-04, residente e domiciliada na Rua José Margarido, 
número 223, Cidade de São Paulo, Estado São Paulo, CEP nº 02021-020, Bairro Santana vem, 
 por intermédio de seu advogado, nos autos da AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE 
DEPÓSITO BANCÁRIO ERRADO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE 
TUTELAem trâmite na 6º Vara Cível da comarca de Fortaleza, processo nº 0188725-
69.2016.8.06.0001, que move em desfavor do banco ITAU, empresa inscrita no CNPJ nº 
60.872.504/0001-23, pessoa jurídica de direito privado, em virtude ações realizadas na 
agência 1587, localizada na Avenida Professor Gomes de Matos, nº 550, CEP 60416-392, no 
bairro/distrito Bom Futuro, no Município de Fortaleza, Estado do Cearávem respeitosamente 
perante Vossa Excelência, não se conformando com a r. decisão de fls 86-86. e com 
fundamento nos artigos 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, interpor 
o AGRAVO DE INSTRUMENTO, pelas razões anexas: 
 
 
I – Do Preparo 
A Agravante vem, ainda, anexar o probante alusivo ao preparo, uma vez que benefício 
da Justiça Gratuita não fora deferido pelo Juízo de 1º grau, conforme fl 34. 
II – Da Tempestividade 
O presente Agravo de Instrumento totalmente tempestivo, haja vista que a publicação 
da decisão interlocutória ocorreu em 13/09/2017, assim, o prazo de 15 dias úteis para 
interposição do recurso termina no dia 28/09/2017. 
 
III – Do Nome e endereço completo do advogado 
Segue abaixo, informações pertinentes ao advogado da parte agravante 
Advogado do Agravante: Bruno Loiola Barbosa, OAB-CE nº 27968, Telefone: (85) 
9.8187.0537 (oi),com endereço profissional: Avenida Dom Luiz, nº 906, Sala 502, Aldeota, 
Fortaleza-CE, endereço eletrônico:bruno.lbarbosa@gmail.com 
IV – Da Juntada das peças obrigatórias e facultativas 
A Agravante junta cópia integral dos autos, declarada autêntica pelo patrono conforme 
estabelecido no artigo 425, IV do Código de Processo Civil, e, entre elas, situa-se as seguintes 
peças obrigatórias: 
a) Cópia da r. decisão agravada (fl. 85-85) 
b) Cópia da procuração outorgada aos advogados (fl. 15) 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Fortaleza, 26 de outubro de 2016. 
 
DENIS ALVES NEPOMUCENO 
OAB/CE nº 
MARIO SÉRGIO CUNHA DIAS 
OAB/CE nº 
FRANCISCO CLEBIO DE BRITO SILVA 
OAB/CE nº 
RAZÕES DO RECURSO 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL, 
A decisão interlocutória outrora proferida em primeira instância merece ser reformada, 
tendo em vista que fere os interesses da parte agravante, já que a mantém em situação de risco 
pela irresponsabilidade da parte agravada 
Autos do processo nº:0188725-69.2016.8.06.0001 
Comarca de Fortaleza – 6º Vara Cível 
Agravante: Florisa Picarone Sanchez 
Agravado: Banco ITAU 
 I- DO RESUMO DOS FATOS 
A autora, que é uma senhora idosa foi vítima de uma fraude em que um estelionatário 
se passando por seu advogado cobrou uma elevada quantia a título de custas para que esta 
recebesse um precatório, de um processo que a requerente atualmente possui. 
Acontece que a autora, depositou os valores requisitados por tal advogado, e, com 
isso, fora aberta uma conta com documentação falsa no banco do Itaú Agência 1587, conta 
8696-4 que está em titularidade do Sr. Josenei Bandeira Ribeiro, sendo que o gerente não 
localizou o referido, e, diante disso, foi efetuado o bloqueio dos valores depositados. 
Contudo, a instituição financeira não informa o quanto que foi bloqueado, nem se 
ainda está bloqueado e nem o período que fica normalmente bloqueado. todavia, informou 
que a regra é que quando existe suspeita de fraude, acompanhado de uma reclamação de quem 
realizou a transferência e a ausência de resposta a regra é que seja feita o bloqueio permanente 
da conta e de todas as contas vinculadas ao CPF do titular.Assim a parte autora, interpôs ação 
para que a instituição financeira desbloqueasse os valores da autora, pois o importe ora retido, 
é de suma importância para o custeio de despesas como, remédios, alimentos e etc. 
II- A ANTECIPAÇÃO DA PRETENSÃO RECURSAL 
Devido ao bloqueio feito de forma errônea pela instituição financeira, mostra-se 
evidente os prejuízos refletidos na agravante, haja vista que a mesma é senhora idosa 
portadora de enfermidades oriundas da idade avançada e que, o quanto antes, se faz 
necessário deferir a antecipação de tutela pedida no processo de primeira instância, pois os 
valores retidos em questão compõem os ganhos da senhora agravante no sentido de custear os 
gastos com o seu tratamento. 
III- DO DIREITO E RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA 
Assim, necessária se faz a concessão liminar da tutela antecipada pleiteada no sentido 
de desbloquear o importe, sendo queo banco possui o dever de realizar a devolução, ao 
detectar a fraude corretamente e bloquear o capital, inexistindo necessidade de procedimento 
judicial para tanto. Esse é o entendimento da jurisprudência: 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO. PROCESSO - 0000334-
33.2014.4.02.5050. 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO. PROCESSO - 0000334-
33.2014.4.02.5050. Trata-se de ação ajuizada por SONIA REGINA DELGADO 
FRIAS, em face da Caixa Econômica Federal, em que pretende a restituição do 
valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), depositado em conta de terceiro estranho ao 
feito, em decorrência de “golpe telefônico”. Na inicial, a autora informa que, em 
23/01/2014, fez um depósito em dinheiro no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), 
na conta número 4097.013.00526993-0, da Caixa Econômica Federal, vinculada a 
Agência 2521, em nome de Kátia Maria C Sperendis, em razão de golpe telefônico, 
segundo o qual, supostamente, sua filha havia sido seqüestrada. Narra que, no caso, 
o criminoso teria exigido o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), dividido em 
quatro contas bancárias da empresa ré, somente obtendo êxito no saque do valor em 
três deles. Isso porque, conforme informado pela preposta da ré que atendeu a 
autora, logo após o ocorrido, o cartão de movimentação da conta número 
4097.013.00526993-0, objeto da presente demanda, já havia sido bloqueado pela 
CEF “por suspeita de clonagem de cartão e abertura de ‘conta passagem’ em seu 
nome” (fl. 02). Junta a autora à inicial o boletim de ocorrência no qual denuncia o 
crime da qual foi vítima (fls. 06) e os comprovantes de saque e depósito dos valores 
exigidos pelo estelionatário (fls. 07-09). A CEF, em sua contestação (fls. 20-25), 
afirma que não pode serresponsabilizada pelos fatos narrados pela autora e 
que não pode movimentar os valores depositados sem autorização do 
titular da conta. Acrescentou que, após a comunicação da autora, 
bloqueou o valor em questão e tentou contato com o cliente titular, 
sem sucesso, razão pela qual, ante a ausência de autorização do 
mesmo, não pôde restituir tais valores à parte autora. Passo a decidir. 
No caso concreto, a autora comprova ter sido vítima de estelionato, 
motivo pelo qual depositou o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), na 
conta poupança número 4097.013.00526993-0 da Caixa Econômica 
Federal, vinculada a Agência 2521, em nome de Kátia Maria C 
Sperendis. Perceba-se que, em contestação, a ré, na verdade, não ilide 
a argumentação autoral. Ao contrário, corrobora-a, na medida em que 
a postura administrativa por ela adotada, qual seja, o bloqueio de 
valores em conta de terceiro por suspeita de fraude, confere maior 
robustez ao pleito autoral e torna o fato narrado nos autos 
incontroverso. Nesta linha, oportuno deduzir que não se trata de 
ressarcimento pela CEF de valores em decorrência da fraude, mas de 
valores que foram bloqueados pela CEF, após verificar que se tratou 
de uma fraude.Portanto, não é a presente demanda de ressarcimento 
pela fraude de terceiros, o que encontraria alguma resistência pela 
doutrina e jurisprudência pátrias, mas de devolução à Autora de 
importância depositada de forma equivocada por ela e de posse da Ré. 
Assim, entre as partes – autora e ré – se estabelece relação de 
consumo, nos termos do art. 2º c/c 3º, § 2º da Lei nº 8.078/90, haja 
vista não somente a natureza do serviço prestado pela ré, como 
também, a sua utilização pela autora como destinatária final do 
mesmo. E, se assim o é, indubitável a responsabilização objetiva da ré 
pelos danos causados à autora, em virtude das falhas decorrentes na 
prestação do serviço, nos termos do art. 12 da Lei nº 8.078/90. Nesta 
linha, se é certo que a ré identificou a fraude e bloqueou a conta 
destinatária do recurso, não é menos certo que, até o presente 
momento, não restituiu à autora os referidos valores, ao menos para 
minimizar os seus prejuízos. Não pode, nesta linha, simplesmente, a ré 
se acomodar na argumentação de não haver conseguido contato com a 
titular da conta bancária, para ilidir a sua responsabilidade de fazer as 
partes retornarem ao status quo ante. Nem se esqueça que, no caso, 
não se verificará prejuízo a terceiro, na medida em que a correntista, 
cuja conta foi utilizada por criminosos, jamais percebeu os valores 
fruto da fraude, considerando o seu bloqueio, logo após a transação, 
pela própria ré. Ademais, caso o valor não seja restituído pela ré à 
autora, considerando que estes sequer alcançaram o terceiro titular da 
conta, verificar-se-á, verdadeiramente, enriquecimento sem causa por 
parte da ré, o que não pode ser admitido. Trata-se, nesta linha, 
exatamente do que conclui a Súmula nº 479 do E. Superior Tribunal 
de Justiça, que informa que: “As instituições financeiras respondem 
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a 
fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito das operações 
bancárias”. Portanto, à luz do precedente sumular acima indicado e 
evidenciada, como exposto, relação de consumo entre as partes e 
considerando o nexo de causalidade estabelecido entre o evento 
danoso e a conduta da ré, que agiu de forma correta ao bloquear os 
valores, mas não consegue devolver tais valores para a Autora 
administrativamente, para propiciar a necessária segurança nas 
relações bancárias, compreendo configurada a necessidade de sua 
responsabilização civil, na forma do art. 12 da Lei nº 8.078/90, 
devendo esta restituir à autora os valores depositados indevidamente 
em conta de terceiros em virtude da fraude praticada. Isto posto, 
JULGO PROCEDENTE o pedido para condenar a Caixa Econômica 
Federal a restituir a parte autora o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
Nesta esteira, é o que se extrai da Súmula nº 479 do E. Superior Tribunal de Justiça, 
que aduz: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por 
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito das operações 
bancárias”. 
Diante de todo o exposto, fica demostrado que a instituição agiu com desrespeito e 
com a menor sensibilidade no caso da parte agravante, o que, de fato, necessitou a 
movimentação da máquina processual para que houvesse de ser reparado tal erro. O que não 
prosperou devido o indeferimento do pedido de tutela antecipada, todavia, está claro que a 
decisão proferida em primeira instância foi equivocada. 
IV- DO PEDIDO 
1- Requer a Vossa Excelência, o conhecimento do presente recurso e o deferimento liminar da 
tutela antecipada, como autoriza o art. 1.019, I do CPC/2015, no sentido de que os valores 
bloqueados da senhora agravante sejam liberados. 
2- Requer o conhecimento e o consequente provimento do presente recurso para reformar a 
decisão atacada em juízo de primeiro grau e determinar a liberação imediata do direito de 
movimentar, sacar, fazer depósitos referentes aos valores acostados na conta no banco do Itaú 
Agência 1587, conta 8696-4 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Fortaleza, 26 de outubro de 2016. 
DENIS ALVES NEPOMUCENO 
OAB/CE nº 
MARIO SÉRGIO CUNHA DIAS 
OAB/CE nº 
FRANCISCO CLEBIO DE BRITO SILVA 
OAB/CE nº

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