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0 1 Manual Teórico de Semiotécnica Médica Ana Paula Santos Oliveira Brito Marcus Vinicius Henriques Brito Edson Yuzur Yasojima Direitos exclusivos Copyright by Ana Paula Santos Oliveira Brito & Marcus Vinicius Henriques Brito & Edson Yuzur Yasojima Editoração eletrônica Atorres Jornalista. 795 DRT/Pa atorrescursos@gmail.com Ficha catalográfica Todos os direitos autorais estão reservados e protegidos pela Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução desta obra, no todo ou em parte, sem a permissão prévia, por escrito dos autores. Brito, Ana Paula Santos Oliveira & Brito, Marcus Vinicius Henriques & Yasojima, Edson Yuzur. Manual Teórico de Semiotécnica Médica / Ana Paula Santos Oliveira Brito & Marcus Vinicius Henriques Brito & Edson Yuzur Yasojima – Belém, Pará, 2016. 252 f. ISBN: 978-85-69835-17-2 Editora Ximango 1. Semiotécnica, 2. Ensino médico, 3. Educação médica 2 Prefácio Toda realização nasce de um sonho... Bem aventurados os sonhadores. Em 1995, quando aluna do Prof. Marcus Vinicius na disciplina de Clínica Propedêutica da UFPa, tive a honra de participar do grupo de trabalho organizado para tentar à época, escrever um manual de semiologia que pudesse complementar, atualizar e expandir o conteúdo do “Manual de Propedêutica Médica” da Professora Bettina Ferro de Souza, de quem meu agora mestre, tinha sido discípulo. Foram 2 anos de trabalho árduo com a confecção de fotografias, filmagens, descrições técnicas, elaboração de um CD-ROM iterativo, todo feito com muito amor para facilitar o aprendizado da tão nobre “Arte de examinar” a qual todo médico deve dominar. Na concepção original também seria elaborado um curso no qual os alunos poderiam na prática realizar todas as manobras semiotécnicas com a devida supervisão, a fim de complementar de forma intensiva o aprendizado recebido durante seu curso médico. Por motivos alheios a vontade do grupo, somente em 2014 com minha entrada na Pós- graduação profissional, a ideia ressurgiu com toda a força, e um excelente grupo foi formado, com o Dr. Edson (Orientador), Dr. Marcus (Mestre) e os Drs. Gabriel, Louise e Rafaela, antigos integrantes do grupo inicial e agora todos médicos, além de docentes dos cursos médicos de Belém do Pará. Para minha satisfação e total alegria, nosso projeto foi finalizado e é ora apresentado como um “Manual teórico” e seis “Cadernos práticos”, atualizados e iterativos, que servem de base para o “Curso teórico prático de semiotécnica Médica”, lançado em abril de 2016 com a procura de 255 inscritos para 64 vagas, incluindo quatro profissionais médicos já graduados que justificaram sua inscrição no curso, pela necessidade de reciclagem em semiotécnica, o que demonstra a importância do conteúdo elencado. A análise de dados obtida durante os dois primeiros cursos serviu de base para minha tese e trouxe à baila discussão sobre o modo como o ensino da semiotécnica está ocorrendo em Belém do Pará. É com a sensação de dever cumprido, que muito me apraz prefaciar esta obra. Prof.ª Ms. Ana Paula Santos Oliveira Brito 3 Dedicatória Prof. Dr. Marcus Vinicius Henriques Brito Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental da-UEPA ste manual é dedicado à Prof.ª Bettina Ferro de Souza, marco histórico do ensino da Semiologia Médica na Amazônia e a todos os estudantes de Graduação, estagiários, ex-estagiários (UFPA e UEPA), Pós-graduandos e staffs do Laboratório de Cirurgia Experimental da UEPA que sempre acreditaram e nunca mediram esforços para a finalização deste projeto. Parabéns à “FAMÍLIA LCE”. E 4 Autores DOCENTES Ana Paula Santos Oliveira Brito Especialista em Clínica Médica pelo Hospital Ophir Loyola Mestra em Cirurgia e Pesquisa Experimental pela UEPA Tutora da Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ). Coordenadora Docente do Curso Básico de Semiotécnica Médica Edson Yuzur Yasojima Doutor em Medicina pela UNIFESP-EPM Prof. Adj. Doutor do módulo de Habilidades Médicas da UEPA, UFPa, CESUPA e FAMAZ. Docente permanente do Programa de Mestrado em Cirurgia e Pesquisa Experimental da Universidade do Estado do Pará (Mestrado CIPE – UEPA) Marcus Vinicius Henriques Brito Doutor em Medicina pela UNIFESP-EPM Prof. Titular Doutor do módulo de Habilidades Médicas da UEPA, UFPa, e FAMAZ. Coordenador do Programa de Mestrado em Cirurgia e Pesquisa Experimental da Universidade do Estado do Pará (Mestrado CIPE – UEPA) Gabriel Martins Braga Médico especialista em Anestesiologia pelo Hospital Ophir Loyola Louise Tandaya Bendahan Doutora em Medicina pela Unifesp EPM, Especialista em Reumatologista, Tutora da FAMAZ. Rafaela de Souza Dias Neves Médica residente em Saúde da Família pela UEPA. GRADUANDOS Alan Rodrigues Andrade Graduando do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Alan Vitor Jerônimo Lima Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Amanda Silva da Silva Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Ana Cláudia Cavalcante da Silva Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Ana Carolina Maués de Oliveira Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Ana Catarina de Souza Carvalho Reis Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Ananda Vitória Barros Suzuki Damasceno Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Ana Taynná Santos Conceição Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) André Lopes Valente Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Brisa da Silva Lopes Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Camila Noura de Brito Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Chefe dos Estagiários do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA 5 Daniela Vale Dias Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Estagiária do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Danilo Dantas Figueiredo Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Eduardo Henrique Herbster Gouveia Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Elisa Maria Novaes Barros Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiária do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Emanuelle Costa Pantoja Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Evelly Christinne da Silva Moraes Graduando do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Fabrício Mauésdos Santos Rodrigues Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Coordenador discente do I Curso Básico de Semiotécnica Médica. Filipe Rocha da Silva Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Flávia Dias Alcântara de Oliveira Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiária do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Gabriel Monteiro Bernardes Graduando do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Gisely Mouta de Andrade Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado Pará (CESUPA) Coordenadora discente do I Curso Básico de Semiotécnica Médica. Heidrian Albuquerque Adam Graduando do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Ivone Aline da Silva Rodrigues Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiária do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Coordenadora discente do I Curso Básico de Semiotécnica Médica. Iury Patrick Alfaia de Magalhães Graduando do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Jade Beatriz Iwasaka-Neder Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Kerlainy Mazzinghy Lopes Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Larissa Vasconcelos de Castro Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Estagiária do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Lavinia Dias Tavares Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Luan Teles Ferreira de Carvalho Graduando do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Lucas Nascimento Galvão Graduando do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Coordenador discente do I Curso Básico de Semiotécnica Médica. 6 Luciana Gonçalves de Oliveira Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Monique Almeida Silva Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Pamella Fonseca Barbosa Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Pedro Teles da Silva Júnior Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Poliana Soares de Souza Graduanda do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Roberta da Conceição Martins Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Rodrigo Paracampo Couteiro Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Shádya Teixeira Amer Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Thiago André Nazaré Reis Graduando do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Thiago Farias Câmara Graduando do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Talytta Gomes e Silva Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) Ulisses Tavares de Arruda Graduando do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Wescley Miguel Pereira da Silva Graduando do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) Estagiário do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE – UEPA) Coordenador discente do I Curso Básico de Semiotécnica Médica. 7 Agradecimento especial GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Laboratório de Habilidades Médicas Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental. Reitor da UEPA: Prof. Dr. Juarez Antônio Simões Quaresma Vice Reitor Prof. Rubens Cardoso da Silva Pró-reitor de pesquisa: Prof. Douglas Rodrigues da Conceição Pró-reitora de extensão: Prof.ª Dr.ª Mariane Cordeiro Alves Franco Diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde: Prof.ª Dr.ª Ilma Pastana Ferreira Coordenadora do Curso de Medicina: Prof.ª Dr.ª Elaine Xavier Prestes Coordenadora do Laboratório de Habilidades Médicas: Prof.ª Dr.ª Nara Macedo Botelho Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental: Prof. Dr. Marcus Vinicius Henriques Brito Trabalho desenvolvido no Programa de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental como um dos produtos da tese da pós-graduanda Dr.ª Ana Paula Santos Oliveira Brito, sob orientação do Prof. Dr. Edson Yuzur Yasojima. 8 SUMÁRIO CAPÍTULO I - EXAME FÍSICO QUALITATIVO ......................................................... 11 ESTADO GERAL ........................................................................................................ 13 NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA....................................................................................... 13 BIOTIPO ....................................................................................................................... 14 PELE ............................................................................................................................. 15 MUCOSAS VISÍVEIS ................................................................................................. 19 MARCHA ...................................................................................................................... 21 CAPÍTULO II - EXAME FÍSICO QUANTITATIVO ..................................................... 27 PRESSÃO ARTERIAL ............................................................................................... 28 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS (Peso, Altura, IMC e RCQ) ........................... 32 PESO ......................................................................................................................... 32 ALTURA ................................................................................................................... 33 ÍNDICE DE MASSA CÓRPOREA .......................................................................... 34 RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ) .............................................................. 34 RESPIRAÇÃO ............................................................................................................. 35 PULSOS ....................................................................................................................... 36 PALPAÇÃO DOS PULSOS ARTERIAIS ............................................................... 37 AVALIAÇÃO DOS PULSOS................................................................................... 38 PULSOS ARTERIAIS: ............................................................................................. 40 TEMPERATURA ......................................................................................................... 46 GÂNGLIOS .................................................................................................................. 49 CADEIAS OU GRUPOS GANGLIONARES .......................................................... 50 EXAME DA TIREÓIDE............................................................................................... 55 CAPÍTULO III - OSTEOARTTICULAR......................................................................... 58 COLUNA VERTEBRAL .......................................................................................... 60 COLUNA VERTEBRAL CERVICAL ..................................................................... 62 COLUNA TORÁCICA ............................................................................................. 65 COLUNA LOMBAR ................................................................................................ 68 OMBRO..................................................................................................................... 69 COTOVELO .............................................................................................................. 82 MÃOS E PUNHOS ................................................................................................... 89 JOELHO .................................................................................................................... 99 TORNOZELO E PÉ ................................................................................................ 109 R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce 9 CAPÍTULO IV – TÓRAX .............................................................................................. 121 INSPEÇÃO .................................................................................................................. 123 Inspeção estática ...................................................................................................... 123 Inspeção dinâmica ................................................................................................... 134 PALPAÇÃO ................................................................................................................ 138 PERCUSSÃO .............................................................................................................. 151 AUSCULTA: ............................................................................................................... 155 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 163 CAPÍTULO V – PRECÓRDIO ....................................................................................... 164 INTRODUÇÃO: .......................................................................................................... 166 NOÇÕES BÁSICAS: .................................................................................................. 166 Focos de ausculta ..................................................................................................... 167 Ciclo cardíaco .......................................................................................................... 168 INSPEÇÃO:................................................................................................................. 171 Inspeção estática ...................................................................................................... 171 Inspeção dinâmica ................................................................................................... 172 PALPAÇÃO ................................................................................................................ 174 AUSCULTA ................................................................................................................ 179 CAPÍTULO VI – ABDOME ........................................................................................... 188 ABORDAGEM GERAL ............................................................................................. 190 INSPEÇÃO .................................................................................................................. 192 Inspeção estática ...................................................................................................... 192 Inspeção dinâmica ................................................................................................... 199 AUSCULTA ................................................................................................................ 201 PERCUSSÃO .............................................................................................................. 202 PALPAÇÃO ................................................................................................................ 204 Palpação Superficial ................................................................................................ 204 Palpação Profunda ................................................................................................... 207 MANOBRAS ESPECIAIS .......................................................................................... 208 Fígado ...................................................................................................................... 208 Baço ......................................................................................................................... 212 CAPÍTULO VII – MANOBRAS DOLOROSAS e ASCITE ......................................... 216 MANOBRAS DOLOROSAS DO ABDOME ............................................................ 218 Fígado ...................................................................................................................... 218 Vesícula Biliar ......................................................................................................... 219 Apêndice Vermiforme ............................................................................................. 220 Rins .......................................................................................................................... 225 R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce 10 MANOBRAS DE ASCITE ......................................................................................... 227 CAPÍTULO VIII – REFLEXOS ..................................................................................... 232 CONCEITO DE REFLEXOS ..................................................................................... 234 O ARCO REFLEXO ................................................................................................... 234 CARACTERÍSTICAS DOS REFLEXOS................................................................... 235 CLASSIFICAÇÃO DOS REFLEXOS ........................................................................ 237 SEMIOTÉCNICA DOS REFLEXOS ......................................................................... 238 DOS MEMBROS SUPERIORES: .......................................................................... 239 DOS MEMBROS INFERIORES: ........................................................................... 242 REFLEXOS PROFUNDOS AXIAIS:..................................................................... 244 11 GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental. Laboratório de Habilidades Médicas CAPÍTULO I - EXAME FÍSICO QUALITATIVO Belém - Pará 2016 12 AUTORES Prof. Dr. Marcus Vinicius Henriques Brito Dr.ª Ana Paula Santos Oliveira Brito Dr.ª Rafaela de Souza Dias Neves Dr.ª Louise Tandaya Bendahan COLABORADORES Brisa da Silva Lopes Daniela Vale Dias Danilo Dantas Figueiredo Flávia Dias Alcântara de Oliveira Pamella Fonseca Barbosa Poliana Soares de Souza Wescley Miguel Pereira da Silva 13 ESTADO GERAL Esta é uma avaliação subjetiva, devendo ser baseado nas observações e interpretaçõesdos sintomas e dados exibidos pelo paciente. A descrição do estado geral é dependente da experiência do examinador, em detectar o que aparenta o doente em sua totalidade. Podem assim ser classificado: Bom Estado Geral, Regular Estado Geral ou Ruim Estado Geral. Torna-se necessário destacar que a avaliação do estado geral pode ter valor prognóstico, uma vez que, por exemplo, pacientes portadores de doenças graves podem apresentar um bom estado geral, o que significa que organismo do mesmo possa estar reagindo bem ao estado de doença. Outro ponto importante para se falar é que o estado geral pode estar dissociado do grau da gravidade da doença, de tal forma que, por exemplo, um paciente com câncer de próstata com metástase óssea pode apresentar-se em bom estado geral, dependendo de quando for avaliado. SEMIOTÉCNICA Avaliação do estado geral depende do olhar clínico do médico avaliador, sendo subjetivo. DESCRIÇÃO NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA O nível de consciência corresponde ao grau de alerta comportamental apresentado pelo indivíduo. Em relação a palavra consciência, é importante ressaltar que não existe uma conceituação satisfatória acerca da mesma e, por isso, utiliza-se uma definição com valor operacional: consciência representa um estado de perfeito conhecimento de si próprio e do ambiente. Na avaliação do estado geral, o paciente ___________ revelou-se em um ____________ estado geral. 14 Nível de consciência normal ou vigil: o paciente está conversando e responde a estímulos vocais. Sonolento ou obnubilado: está alterada a capacidade de pensar claramente, para perceber, responder e recordar os estímulos comuns, com a rapidez habitual. O paciente tende a cair em sono quando não estimulado. Às vezes, é necessário falar alto ou tocá-lo para que compreenda uma pergunta. Torporoso: estado no qual apenas estímulos externos vigorosos e diretos despertam o paciente. Comatoso: é um estado de irresponsividade onde não é possível despertar o paciente, nem com estímulos vigorosos. SEMIOTÉCNICA: Perguntar ao paciente, de forma que pareça uma conversa, se ele sabe quem ele é, o que ele faz, a data e onde ele está. - Avalia-se o estado de lucidez ou de alerta que a pessoa se encontra. - Observa-se o grau de orientação da realidade externa (olopsíquica) e de si mesmo (autopsíquica) que o paciente possui. DESCRIÇÃO Descrição normal: Paciente X encontra-se consciente no tempo, espaço e pessoa, sem qualquer distúrbio de orientação. Descrição patológica: Paciente X encontra-se inconsciente, em estado de torpor, não orientado em tempo, espaço e pessoa. BIOTIPO Observa-se o tipo morfológico do paciente. Brevilíneo: - Pescoço curto e grosso; - Tórax com diâmetro transversal aumentado (tórax alargado e grosso); - Membros curtos em relação ao tronco; - Costelas e clavículas horizontalizadas; - Ângulo de Charpy maior que 90°; - Musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso; - Tendência para baixa estatura. 15 Longilíneo: - Pescoço longo; - Tórax com diâmetro vertical aumentado (afilado e chato); - Clavículas oblíquas; - Membros alongados com franco predomínio sobre o tronco; - Ângulo de Charpy menor que 90º; - Musculatura delgada e panículo adiposo pouc o desenvolvido; - Tendência para estatura elevada. Normolíneo: - Constitui o tipo morfológico intermediário com físico harmônico; - Equilíbrio entre os membros e o tronco; - Desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo; - Ângulo de Charpy em torno de 90°. SEMIOTÉCNICA -Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado, pedindo seu consentimento. - Paciente em posição ereta de frente para o avaliador - Observar o comprimento e formato do pescoço, toráx e membros - Verificar angulação aproximada do ângulo de Charpy, observando o ângulo formado pela junção das duas rebordas costais no apêndice xifoide. DESCRIÇÃO O biótipo do paciente X apresenta biotipo _____. PELE A pele é um importante órgão do corpo humano que possui como funções principais: retenção de líquidos, manutenção da temperatura corpórea, síntese da vitamina D e barreira mecânica contra a passagem de microorganismos, radiação solar e substâncias nocivas. 16 SEMIOTÉCNICA A superfície cutânea deve ser inspecionada sob boa iluminação, de preferência com luz natural. Região deve está desnuda. OBS: Prezar pelo pudor do paciente. Inspeção e palpação. Avaliação e localização das lesões. Durante a inspeção e palpação devem-se observar as seguintes características: 1. Temperatura: Diferenciar a temperatura corporal da temperatura da pele. -Avaliar regiões homólogas com o dorso da mão sob a pele. -Se apresentar diferença de mais de 2°C é indicativo de doença isquêmica (-2°C) ou processo inflamatório (+2°C). 2. Espessura: Classificada em pele atrófica (pele fina, típica em idosos) ou pele hipertrófica (calos). 3. Mobilidade: Deve ser realizada uma prega cutânea e avaliar o quanto a pele se desloca no plano horizontal, sendo considerada: normal, aumentada ou diminuída. 4. Elasticidade: Após a prega cutânea, deve-se avaliar a capacidade da pele em se distender. 5. Coloração: Pesquisar o tipo de alteração. 5.1. Cianose: Coloração azul/arroxeada da pele devido ao aumento de hemoglobina reduzida no sangue, classificada como central e/ou periférica. 5.2. Palidez: Caracteriza-se pela diminuição de hemácias circulantes na pele. Exemplo: anemia. 5.3. Vermelhidão (eritrose): Acúmulo de hemácia na pele. Exemplo: Eritrodermia. 5.4. Icterícea: Coloração amarelada devido ao acúmulo de bilirrubina. Pode ser considerada como fisiológica ou patológica. 6. Umidade: Grau de hidratação da pele. Deve-se realizar o sinal da prega, considera-se 1 segundo: normal, sinal da prega negativo; 2 segundos: anormal, lentificado e 8 segundos anormal, extremamente lentificado. R.Arruda Realce R.Arruda Realce 17 7. Turgor: Capacidade da pele em resistir a deformidades, ou seja, característica da pele de voltar ao normal após a realização do sinal da prega, ou seja, a velocidade com que a prega se desfaz. O turgor da pele pode estar normal ou diminuído. 8. Textura: Deve-se deslizar a popa digital sobre a superfície da pele, afim de observar a espessura da mesma, classifica-se em normal, lisa, áspera. 9. Sensibilidade: Utilizam-se tubos de ensaio contendo água fria e quente para avaliar a sensibilidade térmica; com alfinetes na superfície corporal avalia-se a sensibilidade dolorosa e com algodão avalia-se a sensibilidade tátil. 10. Classificação das lesões elementares: 1. Lesões planas: Lesões sem borda elevada. -Manchas ou máculas, dependendo da cor são classificadas em hipercrômicas, hipocrômicas ou acrômicas. -Consideradas vasculares as que desaparecem durante a técnica de digitopressão ou vitopressão. Exemplos: Eritemas e telangiectasia. Quando permanecem durante a técnica são consideradas hemorrágicas. Exemplos: Petéquia, equimose e víbice. 2. Lesões sólidas: 2.1. Pápula: até 0,5 cm. 2.2. Tubérculo: lesão dura elevada e circunscrita, diâmetro maior que 0,5 cm. Liquenificação: Espessamento da pele em geral circunscrito e com sulcos e saliências da pele mais destacados. 2.3. Edema: Infiltrado do tecido subcutâneo, podendo ser localizado ou generalizado, doloroso ou indolor. -Realizar: Sinal do Cacifo. 2.4. Nódulos 2.4.1. Sólidos: lesão ovoide maciça, de localizaçãohipodérmica. É importante descrever tamanho, consistência e mobilidade. 2.4.2. Cistos: São nodulações formadas por uma cápsula com conteúdo gelatinoso ou grumoso. Tem superfície lisa, não 18 endurecido. O Conteúdo pode estar infectado e ter aspecto purulento. 2.5. Vegetação: Lesão de crescimento exterior causada pela hipertrofia das papilas dérmicas. 3. Lesões de conteúdo líquido: Lesão circunscrita. 3.1. Vesícula: Até 1,0 cm com conteúdo de líquido claro. 3.2. Bolha: Acima de 1,0 cm com conteúdo de líquido claro. 3.3. Pústula: Conteúdo purulento. Geralmente se origina de uma vesícula que sofreu contaminação. 3.4. Abcesso: Lesão com localizações variadas (subcutâneo, músculos, cavidades, etc.), não capsuladas, infiltrativas de conteúdo purulento. 4. Lesões de continuidade: 4.1. Exulceração/erosão: Perda de epiderme. 4.2. Úlcera: Perda de epiderme e derme. 4.3. Fissuras ou rágades (rachaduras): Perda linear de pele. 5. Lesões caducas: 5.1. Escaras: Lesão com tecido necrótico. 5.2. Escamas: Perda de parte do tecido epidérmico. 5.3. Crostas: Ressecamento de sangue e pus. 6. Sequelas: - Atrofia/afinamento da pele. Exemplo: Estria gravídica. - Cicatriz: Substituição de tecido normal por tecido fibroso. Descrição fisiológica: Paciente X apresenta pele de cor (branca/parda/negra) com os seguintes aspectos (temperatura/espessura/mobilidade/coloração/umidade/textura/turgor/elasticidade/ sensibilidade) fisiológicos, sem lesões elementares e compatíveis com a idade. Pele não apresenta cicatrizes, tatuagens, abaulamentos. 19 Descrição patológica: MUCOSAS VISÍVEIS As mucosas visíveis a olho nu são a mucosa bucal, lingual, gengival, lábio-bucal e a conjuntival. A inspeção deve ser sempre feita com boa iluminação, de preferência luz natural. Para o exame das mucosas orais é necessário solicitar que o paciente abra a boca, coloque a língua para fora, e a movimente para cima, para baixo, esquerda e direita para que sejam examinadas a superfície inferior e superior da língua, assim como o assoalho da boca, os palatos duro e mole, gengiva, pilares e úvula. Para examinar a superfície lateral da língua, o médico deve calçar luvas, pedir que o paciente coloque a língua para fora, tracionar levemente a língua utilizando uma gaze, movimentando-a lateralmente. Para o exame das escleróticas, o examinador deve solicitar ao paciente que olhe para cima enquanto aquele comprime as pálpebras inferiores com os polegares, expondo as mucosas. Os principais aspectos a ser observados são a coloração, a umidade e a presença ou ausência de lesões. Características: 1. Coloração: Podem ser classificadas como normo, hipo, hiper ou descoradas, além de ictérica ou cianótica. a ) Normocoradas: Caracterizam por apresentar uma coloração rosa- avermelhada devido a sua rica rede vascular. b) Descoradas: São aquelas que perderam completamente a cor normal, tornando-se esbranquiçadas. c) Hipocoradas: São as que apresentam algum grau de diminuição na sua cor original; pode-se fazer uma graduação desta palidez, utilizando o número de cruzes, podendo variar de uma a quatro cruzes. Esta graduação depende da experiência do examinador. Paciente X apresenta mancha hipercrômica de 1 cm na parte anterior da coxa direita. 20 Quatro cruzes caracterizam as descoradas e uma cruz, refere-se àquelas que tem pequeno grau de descoramento. As mucosas descoradas podem ser sugestivas de anemia. d) Hipercoradas: São as mucosas com aumento da coloração normal podendo até mudar de tonalidade pendendo para o arroxeado. Indica aumento do número de hemácias ou hiperemia naquela área indicando inflamações ou policitemia. e) Cianóticas: São as mucosas que possuem coloração azulada indicando oxigenação deficiente. f) Ictéricas: A icterícia caracteriza-se por tornar as mucosas amareladas ou amarelas esverdeadas devido à impregnação da bilirrubina aumentada no sangue. É mais visível na mucosa conjuntival, esclerótica e o freio da língua. 2. Umidade: Normalmente as mucosas são úmidas, principalmente a lingual e bucal. Podem ser úmidas ou secas. As úmidas (normais) traduzem bom estado de hidratação. As secas perdem o brilho e adquirem aspecto ressequido. 3. Lesões: Verificar se há ulcerações, placas esbranquiçadas, nódulos, espessamentos, infiltrações teciduais. No envenenamento por chumbo pode haver uma linha negra na gengiva. Qualquer lesão pode ser indicativa de câncer de boca, se a lesão for endurecida maior é a possibilidade de malignidade. Queilose labial É a erosão das comissuras labiais. Ocorre nas deficiências nutritivas, principalmente após o uso de antibióticos que destro em a flora intestinal que sintetiza as vitaminas do complexo B. Descrição fisiológica: Descrição patológica: Paciente X apresenta mucosas (conjuntival, labial, oral, vaginal, etc.), normocoradas, úmidas de aspecto compatível com a idade e sem lesões visíveis. Paciente X apresenta mucosas (conjuntival, labial, oral, vaginal, etc.), hipocoradas (++/4+), ressecadas e com queilose labial à direita. 21 MARCHA A marcha (maneira de andar do indivíduo) requer uma série de movimentos coordenados e a manutenção de um equilíbrio. A marcha normal ou eubásica é peculiar a cada pessoa, podendo ser descrita como o avanço dos membros executando movimentos alternados de flexão e extensão. Ao avançar um dos membros inferiores, o membro superior do lado oposto é automaticamente levado para frente, e isso constitui o movimento automático associado e, muitas vezes, pode refletir traços da personalidade como insegurança, timidez, tristeza, orgulho, entre outros estados emocionais. Em síntese, as ações cerebelares, atuando por modificações do tônus muscular, são fundamentais para que a marcha seja executada corretamente. Nos casos de patologias, a marcha anormal (disbásica) pode nos revelar lesões no aparelho locomotor (osteoarticulares, musculares e nervos periféricos), ou também na principal via motriz – via piramidal – os centros: corticais, subcorticais, cerebelares, vestibulares, e o sistema extrapiramidal, são indícios seguros de comprometimento no sistema nervoso. Tipos de Marcha 1. Marcha helicópode, ceifante, em foice, hemiplégica, helicoidal, espasmódica ou de Todd DISTÚRBIO: típica do hemiplégico, devido a posição adotada pelo mesmo com lesão da via piramidal na cápsula interna, por exemplo, esta é conhecida como posição de Todd (flexão do membro superior e extensão do membro inferior). A causa mais comum é por um acidente vascular cerebral. DESCRIÇÃO: membro superior fletido em 90o no cotovelo e em adução a mão fechada em leve pronação. Ocorrerá adução da coxa, extensão do joelho mais inversão do pé. Para evitar que o pé se arraste no chão, o paciente eleva o quadril. Esse paciente anda traçando um semicírculo com o lado acometido (foice em ação). Arrasta o pé que se apoia no solo pela sua borda externa e ponta (marcha helicoidal). O hemiplégico ao caminhar faz um ruído típico. 22 Fonte: http://www.gastromerida.com/secciones/semiologia/neurologico/sindromes/cereb eloso.html 2. Marcha em tesoura ou espástica DISTÚRBIO: na doença de Little (diplegia cerebral congênita), nas formas espásticas da paralisia cerebral e na Síndrome de Lesch-Nyhan, pode constatar- se marcha digitígrafa (na ponta dos pés). DESCRIÇÃO: a marcha é rígida,o infante anda cruzando as pernas como de fosse tesoura, os passos são curtos e os pés se arrastam (tesoura em ação). Detecta-se espasmo dos adutores e rotadores internos dos membros inferiores. Fonte: http://fisiomalu.blogspot.com.br/p/blog-page_11.html 23 3. Marcha hélicopode DISTÚRBIO: é típica do histérico. São múltiplas as formas da marcha histérica na prática, devido a variedade da própria doença. DESCRIÇÃO: paciente anda em linha reta, arrastando os pés como se estivesse patinando. Não ceifam. Às vezes marcham em ziguezague. 4. Marcha tabética ou tanolante DISTÚRBIO: é típica do tabético, devido à falha de informação propioceptiva da sensibilidade profunda (estímulo dos ossos, articulações e músculos), por lesão do cordão posterior da medula (tabes dorsalis), obrigando o paciente a olhar constantemente aonde coloca os pés. DESCRIÇÃO: para se deslocar o doente coloca os olhos fixos no chão, os membros inferiores são levantados de maneira brusca e agressiva, ocorre hiperextensão do joelho e os calcanhares são recolocados no solo de forma explosiva e pesada (por isso diz-se que o tabético tanoleia). De olhos fechados o paciente cai, tornando a marcha impossível, sendo os olhos a “muleta do tabético”. 5. Marcha cerebelar, ebriosa (ou de ébrio) ou atáxica DISTÚRBIO: ocorre em lesões cerebelares unilaterais, como tumores (astrocitoma), processo vascular cerebelar ou em doenças desmielinizantes (esclerose em placas). DESCRIÇÃO: o paciente vacila ao tentar caminhar, tendendo a cair para um dos lados (lateropulsão) ou para frente (propulsão) ou para trás (retropulsão). Ao pedir que o paciente ande em linha reta este sempre se desviará da trajetória, fazendo um ziguezague como se fosse um ébrio. As lateropulsões são sempre para o lado da lesão. 24 Fonte: http://www.gastromerida.com/secciones/semiologia/neurologico/sindromes/cereb eloso.html 6. Marcha vestibular ou em estrela DISTÚRBIO: característico das labirintopatias e serve da teste; indivíduo marcha sob forma de uma estrela – Prova de Babinski-Weill DESCRIÇÃO: quando paciente anda para frente, se desvia para um dos lados. Quando anda para trás, se desvia para o lado oposto; descrevendo a forma de um estrela, é como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. 7. Marcha escarvante DISTÚRBIO: quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé. DESCRIÇÃO: ao tentar caminhar o paciente toca com a ponta do pé no solo e tropeça, para evitar a queda, o paciente levanta de maneira exagerada o membro inferior, como se fosse o “passo de ganso” dos soldados da antiga Prússia. 25 8. Marcha de pequenos passos DISTÚRBIO: observa-se nas lesões dos gânglios da base que levam a rigidez (corpo estriado) e nos casos arteriosclerose cerebral difusa (Síndrome pseudobulbar). DESCRIÇÃO: paciente da passos muito curtos e lentos (bradibasia), arrasta o pé como se estivesse dançando “marchinha carnavalesca”. 9. Marcha parkinsoniana, de passos curtos ou miúdos DISTÚRBIO: os movimentos automáticos dos membros superiores se perdem por lesão do sistema extrapiramidal, associados com distúrbios dos gânglios da base. DESCRIÇÃO: paciente caminha como um bloco rígido, os braços ficam flexionados nos cotovelos e punhos e as mãos ficam em constante movimento involuntário, como se estivesse contando cédulas de dinheiro “movimento de contar grana”, inclinando cabeça e tronco para frente diminuindo seu centro de gravidade como se corresse atrás dele. Os passos são curtos e os pés são arrastados para frente. Fonte: http://www.gastromerida.com/secciones/semiologia/neurologico/sindromes/cereb eloso.html 26 10. Marcha coréica DISTÚRBIO: é característico da coréia de Huntington, desordem hereditária e degenerativa do sistema nervoso, caracterizada por demência e alterações na personalidade. DESCRIÇÃO: o paciente cambaleia de um lado para o outro, dando passadas de diferentes distâncias, iniciando e parando em seguida, associado com o movimento brusco e desordenado dos membros superiores, como se o paciente quisesse arremessar os próprios braços para longe de si, lembrando a marcha do palhaço. 11. Marcha anserina ou de pato DISTÚRBIO: típica de distrofia muscular progressiva ou das miopatias com comprometimento da musculatura paravertebral, pélvica ou das coxas. DESCRIÇÃO: o paciente apresenta lordose avançada e acentuada inclinando o tronco de forma alternada para a direita e para a esquerda, lembrando a marcha de um pato. 12. Marcha batráquia ou de sapo DISTÚRBIO: ocorre nos estados avançados de miopatias (distrofia muscular progressiva). DESCRIÇÃO: o paciente não consegue mais ficar na posição em pé, entretanto ainda consegue se deslocar, apoiando-se em suas mãos e pés sobre o solo, ficando agachado com o tronco e pulando como se fosse um sapo. 13. Marcha claudicante DISTÚRBIO: ocorre na insuficiência arterial periférica e nas lesões do aparelho locomotor. DESCRIÇÃO: ao caminhar o paciente “manca” para um dos lados. Fonte:http://fisiomalu.blogspot.com.br/p/blog- page_11.html 27 GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental. Laboratório de Habilidades Médicas CAPÍTULO II - EXAME FÍSICO QUANTITATIVO 28 PRESSÃO ARTERIAL INSTRUMENTOS UTILIZADOS: 1- Esfigmomanômetro 2 - Estetoscópio SEMIOTÉCNICA: 1- Apresentar-se, explicar o exame ao paciente e pedir autorização para sua execução. Lembrar-se de lavar as mãos antes de tocar no paciente e limpar o estetoscópio com álcool. ATENÇÃO: paciente não deve estar de pernas cruzadas durante a realização do exame. Procedimentos recomendados para a medida da pressão arterial: PREPARO DO PACIENTE: 1) Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso por pelo menos 5 minutos em ambiente calmo. Deve ser instruído a não conversar durante a medida. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou após o procedimento. 2) Certificar-se de que o paciente NÃO: • está com a bexiga cheia • praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos • ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos • fumou nos 30 minutos anteriores. Mecânico de Coluna de Mercúrio Mecânico Aneróide Digital R.Arruda Realce 29 3) Posicionamento do paciente: Deve estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado. O braço deve estar na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4o espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. Para a medida propriamente: 1. Obter a circunferência aproximadamente no meio do braço. Após a medida selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço*. 4) Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital. 5) Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial. 6) Estimar o nível da pressão sistólica pela palpação do pulso radial. O seu reaparecimento corresponderá à PA sistólica. 7) Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva. 8) Inflar rapidamenteaté ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica, obtido pela palpação. 9) Proceder à deflação lentamente (velocidade aproximada de 10 mmHg por segundo). 10) Determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff), que é em geral fraco seguido de batidas regulares, e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação. 11) Determinar a pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff). 12) Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. 13) Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero. 14) Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida, embora esse aspecto seja controverso10,11. 15) Informar os valores de pressões arteriais obtidos para o paciente. 16) Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a pressão arterial foi medida. R.Arruda Realce 30 17) Retirar o manguito e agradecer ao paciente. SONS DE KOROTKOFF Fases Sons Base teórica I Claro, súbito, forte. Pressão da bolsa = pressão sistólica. II Batimentos com sopro. Dilatação da artéria pressionada criando fluxo turbilhonado. III Desaparecimento dos sopros, sons mais nítidos e intensos. A artéria continua a se dilatar com a diminuição da pressão do manguito. IV Os sons tornam-se abruptamente mais suáveis e abafados. Pressão da bolsa = pressão diastólica. V Desaparecimento dos sons Restabelecimento do calibre normal da artéria Descrição: Obs: a) Não esquecer de referir quando o exame foi prejudicado; b) Não pendurar o estetoscópio no pescoço, pois o mesmo pode bater no paciente; c) Deixar o paciente em posição confortável; d) Aferir a pressão sempre nos dois membros, que devem ter a pressão aferida no mesmo nível. Caso não seja possível, relatar a causa. e) Aferir com o paciente em pelo menos duas posições, geralmente sentado e deitado, com intervalos de 3 a 5 minutos entre as aferições. À aferição da pressão arterial do membro superior direito ou esquerdo (braço D o E) do paciente ______, observou-se PA sistólica de X mmHg e PA diastólica de Y mmHg. R.Arruda Realce 31 Idosos podem tem alterações próprias do envelhecimento determinam aspectos diferenciais na PA dessa população como, maior frequência de “hiato auscultatório”, que consiste no desaparecimento dos sons durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de Korotkoff, resultando em valores falsamente baixos para a sistólica ou falsamente altos para a diastólica Dimensões da bolsa de borracha para diferentes circunferências de braço CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica ótima <120 mmHg <80 mmHg Normal <130 mmHg <85 mmHg Limítrofe 130-139 mmHg 85-89 mmHg Hipertensão 1 140-159 mmHg 90-99 mmHg Hipertensão 2 160-179 mmHg 100-109 mmHg Hipertensão 3 > 180mmHg > 110 mmHg Hipertensão sistólica isolada >140 mmHg < 90 mmHg R.Arruda Realce 32 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS (Peso, Altura, IMC e RCQ) PESO Utiliza-se aparelhos denominados de balança, podendo essas serem comuns, digitais e cama-balança. Esta ultima variedade por sua vez é utilizada em pacientes que não podem deambular. Tipos de balança: a) b) c) d) e) f) g) As balança antropométricas comuns As Balanças digitais Para o recém-nascido é necessário balança própria que suportam até 15kg; e para os pacientes acamados usa-se a cama-balança. Balança para recém nascidos CUIDADOS: TARE a balança antes da aferição. O paciente deve estar descalço, apenas com suas roupas intimas. No caso de impossibilidade dessa situação ideal, lembrar de subtrair o peso da vestimenta que fica normalmente entre 1,0 a 1,5kg. Nunca deve se arredondar o valor encontrado. R.Arruda Realce 33 SEMIOTÉCNICA: -Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado, pedindo seu consentimento. -Paciente com os pés unidos ao centro e de frente da balança. -Indagar ao paciente valor da última aferição realizada. -Regular primeiramente o cursor correspondente às dezenas e depois o referente às unidades de quilogramas. -Pedir ao paciente que desça da balança para avaliação do resultado. Descrição h) i) ALTURA Na pratica diária, a única medida rotineira no adulto é a planta-vértice (planta dos pés ao vértice da cabeça). Determina-se por meio de uma haste centimetrada que acompanha as balanças ergométricas ou que se afixa à uma parede. Na criança, recomenda-se medir a altura na posição deitada até os 4 anos de idade, usando uma régua graduada com uma placa fixa no zero e um cursor. Após esta idade mede-se a altura na posição de pé. CUIDADOS: - Paciente deve estar descalço. - Paciente deve estar ereto, sem flexionar as pernas ou ficar na ponta dos pés. - Não arredondar o valor encontrado. SEMIOTÉCNICA: -Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado, pedindo seu consentimento. - Paciente em posição ereta de costas para haste centimetrada, olhando para um ponto fixo, na altura dos olhos, com a cabeça reta. O peso aferido para o paciente ___________ foi de X kilos e Y gramas. (valor encontrado). R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce 34 - Observador deve posicionar o cursor no centro da cabeça do paciente e avaliá- lo de frente em busca de desvios laterais ou necessidade de re-posicionamento do cursor. - Após fixação da haste utilizada, pede-se ao paciente que se desloque do equipamento para avaliação do valor encontrado. DESCRIÇÃO: ÍNDICE DE MASSA CÓRPOREA IMC=PESO/(ALTURA)² IMC Graus Tipos < 18,5 Excesso de magreza Abaixo do peso 18,6 a 25,0 Peso normal Peso ideal 25,1 a 30,0 Excesso de peso Sobrepeso 30,1 a 35,0 Obesidade grau I Obesidade moderada 35,1 a 40,0 Obesidade grau II Obesidade severa 40,1 a 50,0 Obesidade grau III Obesidade mórbida >50,0 ---- Super Obesidade RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ) RCQ = perímetro cintura (cm)/perímetro quadril (cm) É um índice obtido por meio da medida da circunferência da cintura num ponto médio entre o final dos arcos costais e a circunferência do quadril, ao nível das espinhas ilíacas anteriores. Temos como valores de referências, para indivíduos normais: Mulheres: RCQ<0,8 Homens: RCQ <0.9 Destacando que a gordura em excesso nos homens acumula-se na parte superior do corpo, a chamada obesidade tipo androide ou central, dando um A altura aferida para o paciente ________ foi de X metros e Y centímetros. (valor encontrado). R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce 35 aspecto semelhante a uma “maçã”.Na mulher por sua vez a gordura tende a acumular-se nos quadris e nas coxas, denominando-se obesidade tipo ginecoide e tendo um aspecto semelhante a uma “pêra”. RESPIRAÇÃO O paciente pode se apresentar de duas maneiras: eupneico (respiração normal, sem problemas) ou dispneico (respiração difícil, geralmente pode estar acompanhada de doença pulmonar) Para avaliação da respiração é importante saber a frequência respiratória, além da profundidade, ritmoe característica da respiração. A frequência respiratória (FR) varia de acordo com a faixa etária, em adultos normais é 16 a 20 movimentos respiratórios por minuto, em recém nascidos é 30 a 40 respirações por minutos e em crianças de 25 a 30, ela é avaliada contando o numero de inspirações por minuto As principais alterações na respiração são aquelas do ritmo respiratório onde a experição e a inspiração podem não apresentar a mesma amplitude. Dentre as alterações tem-se: Respiração de Biot: a respiração apresenta-se com duas fases. A primeira a apnéia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e amplitude. Quase sempre este tipo de respiração indica grave comprometimento cerebral. FONTE: Porto & Porto - Semiologia Médica 6ª ed. 36 Respiração de Cheyne-Stokes: começa com uma fase apneica seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo, para depois vir decrescendo até nova pausa. As causas mais frequentes desse tipo de respiração são insuficiência cardíaca, a hipertensão intracraniana, os AVCs e os traumatismos cranioencefálicos. FONTE: Porto & Porto - Semiologia Médica 6ª ed. Respiração de Kussmaul: compõem-se de quatro fases: inspirações ruidosas, apnéia em inspiração, expiração ruidosa e apnéia em expiração. A acidose, principalmente a diabética é a sua principal causa. FONTE: Porto & Porto - Semiologia Médica 6ª ed. DESCRIÇÃO FISIOLÓGICA: Ao exame físico, paciente______ apresenta-se eupneico. DESCRIÇÃO PATOLÓGICA: Ao exame físico, paciente______ apresenta-se dispneico, com alteração no ritmo, respiração de Kussmaul/Biot/Cheyne-Stokes PULSOS Pulsos arteriais são produzidos quando o ventrículo esquerdo se contrai, propagando-se em ondas da raiz da aorta para as demais artérias do corpo. Portanto, a palpação do pulso das artérias superficiais é útil para avaliação da função cardíaca. 37 Nem sempre as medidas serão equivalentes. Para aferição da FC, pode- se auscultar o coração e contar os batimentos cardíacos em 1 minuto. Para aferição do pulso, normalmente se palpa a artéria radial com o 2° e 3° dedos, contando os batimentos em 1 minuto. É importante também comparar a frequência cardíaca e o pulso. Na palpação do pulso, dentre outras coisas, o mais importante, calouro, é verificar o ritmo (em alguns dos nossos pacientes é possível ver alterações). A unidade de medida utilizada é: batimentos por minuto (bpm). PALPAÇÃO DOS PULSOS ARTERIAIS RECOMENDAÇÕES PARA O EXAME DO PULSO ARTERIAL -Local com iluminação adequada. -Lavagem das mãos. -Apresentação ao paciente -Esclarecimento do exame a ser realizado -Perguntar se o paciente está sentindo alguma dor ou desconforto no momento. -Pedir consentimento do paciente para realização do exame. SEMIOTÉCNICA DE PALPAÇÃO: o exame dos pulsos arteriais se faz com base no conhecimento anatômico do sistema vascular. A palpação é realizada com as polpas digitais e a face ventral dos dedos indicador e médio. Em geral, o paciente se posiciona em decúbito dorsal ou sentado e o examinador se dispõe em pé, à direita do paciente. R.Arruda Realce 38 AVALIAÇÃO DOS PULSOS ESTADO DA PAREDE ARTERIAL: Liso, rugoso, tortuoso, irregular, endurecida, etc. FREQÜÊNCIA: Número de batimentos por minuto, que varia de 60 a 100 bpm. Taquisfigmia: > 100 bpm. Bradisfigmia: < 60 bpm. Taquisfigmia e celeridade . Bradisfigmia RITMO: Regularidade do tempo entre as ondas de pulso, ou seja, deve se observar os intervalos entre as pulsações. Ritmo regular. Ritmo irregular CELERIDADE: É a rapidez com que um pulso se expande ao máximo e se retrai, ou seja, velocidade com que enche e se “esvazia”. Pode ser célere (rápido), medianamente célere (normal) e tardus (lento). AMPLITUDE: Altura que a onda de pulso alcança. Classifica-se o pulso em amplo ou magnus, mediano e pequeno ou parvus. 39 Pulso amplo ou magnus . Pulso pequeno ou parvus PLENITUDE: Sensação de eficiência da transmissão da onda de pulso. DUREZA: Força necessária para pressionando, fazer o pulso desaparecer. Pulso mole: se for pequena a pressão necessária para interromper as pulsações Pulso duro: se a interrupção exigir forte pressão Tensão mediana: situação intermediária SIMILITUDE COM O HOMÔNIMO: Averígua-se a igualdade ou desigualdade dos pulsos, palpando simultaneamente as artérias periféricas homólogas. Descrição fisiológica: Descrição Patológica: À palpação do pulso da artéria __________ do paciente ___________ foram observadas as seguintes características: parede arterial lisa, mole e de percurso retilíneo, com frequência de __ batimentos por minuto, rítmico, medianamente célere, medianamente amplo, medianamente cheio, medianamente duro e similar ao homônimo. À palpação do pulso da artéria __________ do paciente ___________ foram observadas as seguintes características: parede arterial tortuosa, dura e de percurso tortuoso, com frequência de ____ batimentos por minuto, arrítmico, tardo, amplo, cheio, duro e similar ao homônimo. 40 PULSOS ARTERIAIS: - Pulso Temporal Superficial: Localização: Fossa temporal. - Pulso Facial: Localização: na região anterior ao tragus auricular. - Pulso Carotídeo: Paciente em decúbito dorsal com a cabeça levemente fletida. Faz-se a palpação com as polpas dos dedo indicador e médio. Paciente em pé ou sentado com o examinador à sua frente. Realiza-se a palpação do pulso carotídeo direito com a polpa do polegar esquerdo, enquanto os dedos médio e indicador fixam-se sobre as últimas vértebras cervicais. A mesma técnica é aplicada do outro lado. Não se deve palpar ambas as artérias carótidas ao mesmo tempo, para evitar o risco de isquemia cerebral nos pacientes que apresentem oclusão de uma delas. Localização: palpar profundamente à borda anterior do músculo esternocleidomastóideo. 41 - Pulso Aórtico Torácico: Apenas com a polpa digital do dedo indicador; Localização: palpar profundamente a incisura jugular ou fúrcula esternal (região entre as clavículas, acima do manúbrio). - Pulso Axilar: Sustentar o braço à 90º com o antebraço do paciente em leve abdução; Localização: no oco axilar ou côncavo da axila, comprimir a artéria axilar contra o colo do úmero. - Pulso Braquial/Umeral: Sustentar o antebraço do paciente, fazendo leve flexão sobre o antebraço; Mão em garra, utilizar o polegar como ponto de fixação na face lateral do braço; Localização: sulco bicipital. 42 - Pulso Radial: A mão do paciente deve repousar na mesa de exame em completa supinação; Mão em pinça, com o polegar fixado delicadamente no dorso do punho do paciente; Localização: entre a apófise estilóide do radio e o tendão dos flexores. - Pulso Aórtico Abdominal: Palpação profunda bimanual na região epigástrica; Facilmente palpada em pacientes magros e dificilmente em obesos; Localização: pressionar a aorta contra a coluna vertebral no ponto médio entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical. 43- Pulso Ilíaco (ramo pudendo): Localização: cerca de 4 cm lateral à sínfise púbica. - Pulso Poplíteo: (difícil palpação) Paciente em decúbito dorsal com a perna do paciente em posição semifletida; Segurar o joelho do paciente com as duas mãos, fixando os polegares na rótula e aprofundando os dedos indicadores, médios e anulares na face posterior do joelho; Localização: região média do oco poplíteo ou côncavo do joelho. - Pulso Tibial Posterior: Pedir para o paciente flexionar levemente o joelho; Mão em pinça, com o polegar fixado na região maleolar externa; Localização: região retromaleolar interna. 44 - Pulso Fibular: Pedir para o paciente flexionar levemente o joelho; Mão em pinça, com o polegar fixado na região maleolar interna; Localização: região retromaleolar externa. - Pulso Pedioso: O paciente mantém o joelho levemente flexionado; Examinador: com uma das mãos, fixar o pé do paciente em dorsiflexão; Localização: palpar entre o primeiro e o segundo metatarsianos. Pode apresentar variações. Caso não palpado no local habitual, procurar em toda a extensão do dorso do pé. É importante saber que ao se palpar a artéria pediosa, a tibial deve estar pouco palpável e vice-versa. 45 Obs: Nem todas as características podem ser observadas em todas as artérias. Nas artérias profundas poucas são as características observáveis. A artéria femoral é impalpável. As artérias poplíteas geralmente são impalpáveis. Ao se palpar a artéria pediosa, a tibial deve estar pouco palpável e vice-versa. Não se devem palpar ambas as artérias carótidas ao mesmo tempo, para evitar o risco de isquemia cerebral nos pacientes que apresentem oclusão de uma delas. Descrição fisiológica: Descrição Patológica: À palpação do pulso da artéria __________ do paciente ___________ foram observadas as seguintes características: parede arterial lisa, mole e de percurso retilíneo, com frequência de __ batimentos por minuto, rítmico, medianamente célere, medianamente amplo, medianamente cheio, medianamente duro e similar ao homônimo. À palpação do pulso da artéria __________ do paciente ___________ foram observadas as seguintes características: parede arterial tortuosa, dura e de percurso tortuoso, com frequência de ____ batimentos por minuto, arrítmico, tardo, amplo, cheio, duro e similar ao homônimo. 46 TEMPERATURA Há inúmeros tipos de termômetro, todos com leitura a base de coluna de mercúrio ou digital. Termômetros de mercúrio Termômetros digitais Axilares, bucais ou retais Frontais em fita Frontais digitais Otológicos 47 CUIDADOS: O local habitual é o cavum axilar, mas ela também pode ser tomada na boca e reto. É vital conhecer as diferenças fisiológicas existentes entre os três locais - A temperatura retal e a bucal de modo geral são 0,5°C maiores que a axilar. - A temperatura ambiente altera os valores no momento da aferição, assim como exercício físico intenso realizado. - Deve se pedir ao paciente que retire a camisa ou blusa, no caso da temperatura axilar, para análise fidedigna do resultado. - Não arredondar os valores. - Nas mulheres, o efeito da ovulação sobre a temperatura corporal, podendo aumentá-la em até 1ºC. SEMIOTÉCNICA: - Lavar as mãos. - Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado, pedindo seu consentimento. - Deve-se “abaixar” a torre de mercúrio para valores abaixo de 35° através de movimentos com o termômetro que lembram um “chicotear”. - Posicionar o termômetro no local eleito (axilar, bucal, retal, etc). - Aguardar 3 minutos. - Efetuar a leitura contra a barra amarela. Obs: no termômetro digital devemos manter o termômetro no local eleito até que se ouça um “beep”, indicando que a leitura foi completada. DESCRIÇÃO: A aferição da temperatura ______ (local da aferição) do paciente _____ foi observada temperatura de X graus Celcius. R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce 48 CUIDADOS: - O local habitual é o cavum axilar, mas também pode ser aferida na boca e no reto. É vital conhecer as diferenças fisiológicas existentes entre os três locais. - A temperatura retal e a bucal de modo geral são 0,5°C maiores que a axilar. - A temperatura ambiente altera os valores no momento da aferição, assim como exercício físico intenso realizado. - Deve se pedir ao paciente que retire a camisa ou blusa, no caso da temperatura axilar, para análise fidedigna do resultado. - Não arredondar os valores. - Nas mulheres, o efeito da ovulação sobre a temperatura corporal, podendo aumentá-la em até 1ºC. SEMIOTÉCNICA: Separar o material higienizá-lo, lavar as mãos, apresentar-se ao paciente, perguntar seu nome, explicar o procedimento, pedir que o mesmo levante a camisa, zerar o termômetro, posicionar o termômetro no lugar eleito, esperar 3 minutos, efetuar a leitura contra a barra amarela e mencionar o resultado. Obs.: Deve-se zerar a torre de mercúrio para valores inferiores a 35°C por meio de movimentos que se assemelham a um “chicotear“. Obs.2: No termômetro digital devemos manter o termômetro no local eleito até que se ouça um “beep”, indicando que a leitura foi completada. GRAU, conforme a aferição da temperatura axilar para adultos. Hipotermia: abaixo de 35,5 °C Afebril: 36,1°C – 37,2°C Febre de baixa intensidade: 37,3°C – 37,9°C Febre de moderada intensidade: 38°C-38,9°C Febre de alta intensidade: 39°C-40°C Hiperpirexia: acima de 40°C DESCRIÇÃO: A aferição da temperatura ______ (local da aferição) do paciente _____ foi observada temperatura de X graus Célsius, logo o paciente apresenta-se____________. R.Arruda Realce R.Arruda Realce 49 GÂNGLIOS PALPAÇÃO GANGLIONAR PREPARO ANTES DO EXAME - Local com iluminação adequada. - Lavagem das mãos imediatamente antes do exame. - Apresentação ao paciente. - Esclarecimento do exame a ser realizado. - Perguntar se o paciente está sentindo alguma dor ou desconforto. - Pedir consentimento do paciente para realização do exame. SEMIOTÉCNICA DE PALPAÇÃO - O exame dos gânglios linfáticos ou linfonodos se faz por meio da palpação. Esta é realizada com as polpas digitais e a face ventral dos dedos indicador, médio e anular. - De modo geral a pele deve ser deslizada em movimentos circulares sobre o gânglio a ser palpado. - As posições do paciente e examinador variam de acordo com a cadeia ganglionar a ser pesquisada. CARACTERÍSTICAS OBSERVADAS - TAMANHO DO GÂNGLIO: Dar em cm ou aproximar com elementos conhecidos (arroz, milho, azeitona). - CONSISTÊNCIA: Mole, elástico ou duro. - PONTO DE FLUTUAÇÃO: Flutuante ou não flutuante. - MOBILIDADE: Móvel ou fixo. - SENSIBILIDADE: Indolor (normal ou tumor) ou doloroso (inflamação). - COALESCÊNCIA: coalescente (2 ou + gânglios juntos como uvas em 1 cacho apertado) ou não coalescente. - ALTERAÇÕES TRÓFICAS DA PELE: Lesões como retrações ou ulcerações sobre o gânglio. Fonte: shuman.com.br R.Arruda Realce R.Arruda Realce 50 DESCRIÇÃO FISIOLÓGICA DESCRIÇÃO PATOLÓGICACADEIAS OU GRUPOS GANGLIONARES CADEIAS OU GRUPOS GANGLIONARES - Cadeia occipital (abaixo da protuberância occipital externa, linha nucal superior). Drenagem: couro cabeludo, pavilhão externo e orelha interna. Paciente sentado; Examinador atrás do paciente; Localização da protuberância occipital externa; Mãos estendidas/espalmadas; Movimentos circulares. À palpação da cadeia ganglionar __________ do paciente ___________ foram observados inúmeros gânglios infartados do tamanho de um caroço de milho, duros, não flutuantes, móveis, dolorosos, alguns coalescentes, sem apresentar alterações tróficas da pele. Quando não for palpável: À palpação da cadeia ganglionar __________ do paciente ___________ não foram observados gânglios palpáveis. Quando for palpável: À palpação da cadeia ganglionar __________ do paciente ___________ foram observados dois gânglios com as seguintes características: ambos do tamanho de um caroço de azeitona, de consistência mole ou dura, com ou sem ponto de flutuação, móvel ou imóvel, doloroso ou indolor, coalescente ou não coalescente, com ou sem alterações tróficas da pele (especificar qual alteração). R.Arruda Realce R.Arruda Realce 51 - Cadeia retroauricular (atrás do pavilhão externo, desde a hélix até o lóbulo da orelha externa). Drenagem: couro cabeludo, pavilhão externo e orelha interna. Paciente sentado; Examinador atrás do paciente; Localização da cadeia; Mãos estendidas/espalmadas; Movimentos circulares. - Cadeia esternocleidomastóidea (bordo posterior do músculo esternocleidomastóideo). Drenagem: orofaringe, cavidade bucal e glândulas salivares. Paciente sentado; Examinador atrás do paciente; Localização do músculo esternocleidomastóideo (solicitar que o paciente vire o rosto para um lado e depois para outro); Mãos estendidas/espalmadas; Movimentos circulares. - Cadeia júgulo-carotídea (borda anterior do músculo esternocleidomastóideo). Drenagem: orofaringe, cavidade bucal e glândulas salivares. Paciente sentado; Examinador atrás do paciente; Localização do músculo esternocleidomastóideo (solicitar que o paciente vire o rosto para um lado e depois para outro); Mãos em garra; Movimentos de deslizamento súpero- inferiores. R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce 52 - Cadeia submandibular (abaixo do ramo da mandíbula, desde o ângulo até as proximidades do mento). Drenagem: orofaringe, cavidade bucal e glândulas salivares. Paciente sentado; Examinador a frente do paciente; Localização da cadeia; Mãos em garra; Movimentos de deslizamento ântero- posteriores. - Cadeia submentoniana (abaixo do mento). Drenagem: orofaringe, cavidade bucal e glândulas salivares. Paciente sentado; Examinador a frente do paciente; Localização da cadeia; Dedos em pinça (pesquisa é feita com duas polpas digitais e polegar apoiando na sínfise do mento); Movimentos circulares. - Cadeia espinhal (bordo superior do músculo trapézio). Drenagem: órgãos intra-torácicos e intra-abdominais. Paciente sentado; Examinador atrás do paciente; Localização do músculo trapézio – borda superior; Mãos em garra; Movimentos de deslizamento látero-laterais. R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce R.Arruda Realce 53 - Cadeia cervical-transversa (fossa cervical – “saboneteira”). Drenagem: órgãos intra-torácicos e intra-abdominais. Paciente sentado; Examinador atrás do paciente; Localização da fossa cervical; Mãos estendidas/espalmadas; Movimentos circulares. *Nódulo de Virchow: cervical-transversa à esquerda – metástase de neoplasia gástrica. - Cadeia retro-peitoral (sulco do músculo peitoral maior). Drenagem: parede torácica, órgãos intratorácicos, mama e membros superiores. Paciente sentado; Examinador a frente do paciente; Localização do sulco do músculo peitoral maior; Mãos em garra (polegar apoiando na mama); Movimentos de deslizamento látero-laterais. - Cadeia axilar (fossa axilar: linha axilar anterior, média e posterior). Drenagem: parede torácica, órgãos intratorácicos, mama e membros superiores. Paciente em pé (braço do paciente estendido e relaxado com a mão apoiada no ombro do examinador); Examinador a frente do paciente; Localização das linhas axilar anterior, média e posterior; Mãos em garra; Movimentos de deslizamento súpero-inferiores. *Na linha axilar média pode-se realizar a palpação com a mão espalmada/estendida e movimentos circulares. - Cadeia epitrocleana (sulco troclear da articulação úmero-ulnar). 54 Drenagem: membros superiores. Paciente sentado; Examinador ao lado a ser examinado do paciente; Localização do sulco troclear; Mãos em garra; Movimentos de deslizamento látero-laterais. - Cadeia inguinal (ligamento inguinal – espinha ilíaca ântero-superior até a sínfise púbica). Drenagem: genitália externa, períneo, ânus, órgãos genitais internos e membros inferiores. Paciente em decúbito dorsal; Examinador ao lado direito do paciente; Localização do ligamento inguinal; Mãos estendidas; Movimentos circulares e de deslizamento margeando o ligamento inguinal. - Cadeia poplítea (fossa poplítea, entre os tendões do bíceps da perna e do semitendíneo). Drenagem: membros inferiores. (dificilmente são palpados gânglios). Paciente em decúbito dorsal; Examinador ao lado direito do paciente; Semi-flexão da perna do paciente a ser examinada; Localização da fossa poplítea; Mãos em garra; Movimentos de deslizamento margeando medialmente os tendões do bíceps da perna e do semitendíneo. 55 EXAME DA TIREÓIDE A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), que fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto). É responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do nosso organismo. (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Para visualização da tireoide, a cabeça deve ser inclinada para trás, com iluminação tangencial dirigida para baixo, o paciente deve deglutir um pouco de água para que seja inspecionada a movimentação da glândula para cima. As características físicas da tireoide como tamanho, formato e consistência têm grande importância diagnóstica. Ao realizar
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