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Aula 3 Agentes econômicos da sociedade

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Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário
Aula 3 - Agentes econômicos da sociedade
Introdução
Esta aula terá como foco os agentes econômicos atuantes na esfera do direito societário.
A importância e a necessidade do tema estão baseadas nas atribuições distintas dos sócios e do administrador da sociedade, este último designado até pouco tempo atrás como sócio-gerente, bem como o nível de responsabilidade patrimonial assumido por cada um deles.
Identificar suas atribuições, poderes, responsabilidades ao agir são temas estruturais para o entendimento do direito societário.
Bons estudos!
As obrigações
As obrigações para o regular exercício da atividade empresarial são inerentes aos empresários e sociedade empresárias em níveis federal, estadual e municipal.
O empresário deve:
Registrar-se na Junta Comercial; (É o órgão oficial encarregado da execução e administração dos serviços de registro.)
Manter escrituração regular de seus negócios;
Levantar demonstrações contábeis periódicas.
Registro de empresa
O registro de empresas é regulado pela Lei 8.934/94 e exercido
 pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis, composto 
pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI) e
 pelas Juntas Comerciais.
O DREI integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, 
cuja finalidade consiste em supervisionar, orientar, normatizar, coordenar 
e fixar diretrizes básicas para a prática de atos registrais a cargo da Junta 
Comercial.
Registro de empresas
Conheça os atos do registro:
Matrícula e seu cancelamento: Compreende os leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns.
Arquivamento: Refere-se à constituição, alteração, dissolução e extinção de sociedades empresárias, cooperativas, firmas individuais, atos relativos a consórcio e grupo de sociedade anônima, sociedades estrangeiras, microempresas e demais documentos de interesse do empresário ou da sociedade empresária.
Autenticação: Relaciona-se aos instrumentos de escrituração, dentre eles os livros contábeis, balanços, demonstrações financeiras etc.
PDFs
O Decreto nº 8.001, de 10/05/2013, Art. 8º, elenca as competências do DREI.
Conheça também as Normas do Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI).
Empresário de fato e sociedade em comum (sociedade irregular e sociedade de fato)
Trata-se da sociedade que não inscreve seus atos constitutivos no registro competente. Assim, o empresário e a sociedade empresária, antes de iniciar suas atividades, deverão proceder ao registro na Junta Comercial, e a sociedade simples, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (art. 1.150, CC).
A falta de registro implica sanções de natureza administrativa e judicial: ela não tem direito de ingressar com recuperação judicial ou de pedir a falência de outra empresa. Porém, por tratar-se de sociedade irregular, estará sujeita a falência.
Escrituração dos livros e contabilidade
O empresário e a sociedade empresária deverão adotar um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, de acordo com a documentação respectiva, devendo levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado (art. 1.179, CC).
Obrigatoriedade da escrituração
A empresa é constituída para praticar atos mercantis, financeiros, trabalhistas, fiscais, civis, mas de maneira documentada. Para um documento ser hábil, é necessário que seja:
Idôneo;
Devidamente preenchido;
Vinculado com a atividade da empresa.
Podemos definir a escrituração como sendo o ato de registrar as operações exercidas e comprovadas que ocorrem no decorrer de um período.
Escrituração
A escrituração tem a função de relatar o passado, para que se tenha ideia do que se passará no futuro.
Para tal, deve-se manter um sistema de escrituração uniforme dos atos e fatos administrativos ocorridos na sociedade empresarial, através de processo manual, mecanizado ou eletrônico (Resolução 563, de 28/10/83 do Conselho Federal de Contabilidade), de livre escolha do empresário, mas desde que cumpridas algumas formalidades básicas previstas nas legislações de regência, como:
Em idioma e moeda nacional;
Em forma contábil;
Em ordem cronológica de dia, mês e ano;
Sem ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas etc.
Com base em documentos de origem externa ou interna, ou na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e atos e a prática de atos administrativos.
Atenção!
Todo cuidado deve ser tomado no momento do registro da empresa e na guarda de sua documentação, pois impacta diretamente na responsabilidade dos sócios e administradores. Estes devem responder perante a justiça civil e criminal por seus atos.
A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e sustentada por alguns como sendo um direito de propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito de crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária inclina-se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas que delimitam direitos e deveres peculiares.
Vamos conhecer os direitos e obrigações dos agentes societários:
A terminologia usada para a desclassificação é resolução de um sócio perante a sociedade, já que o vocábulo resolução consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios.
Administração da sociedade
A importância do estudo dos administradores das sociedades, antes da vigência do Código Civil de 2002, conhecidos como sócios gerentes, ocorre pelo fato de ser o agente responsável em corporificar a vontade da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pelos atos realizados.
Distinguir sua atuação como gestor, norteada pela autonomia de vontade versus a submissão às normas sociais, assume no contexto societário extrema relevância no aspecto da responsabilidade pessoal pelos atos do administrador da sociedade.
A Administração Societária encontra-se regulada no CC do artigo 1.010 ao 1.021. O artigo 1,061 do CC nos trouxe uma inovação: a de Administradores não sócios nas sociedades limitadas. Neste caso, esta designação dependerá da aprovação unânime dos sócios, enquanto o capital não tiver sido integralizado, ou de 2/3 no mínimo, após a sua integralização.
O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva; e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. (Art.1.179 CC ).
O número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados, ficando o pequeno empresário a que se refere o art. 970 CC dispensado das exigências de escrituração contábil. Prescreve o art. 970 CC que a lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Hoje para a microempresa e empresa de pequeno porte temos a aplicação de regras específicas para uma escrituração simplificada prevista na Lei Complementar nº 123/2006. O mesmo se estende ao empresário rural.
Vejamos, agora, detalhes importantes sobre a documentação:
Livro diário
O empresário e a sociedade empresária, entre as quais as sociedades limitadas, são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva (art.1.179 CC).
Forma da escrituração
A escrituração será feita em idioma e moeda correntes nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmenteautenticado (art. 1.183 CC).
Livro de balancetes diários e balanços
O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o Livro Diário pelo Livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele.
O Livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que registre (art. 1.186 CC):
I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários;
II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do exercício.
Demonstrações contábeis
O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (Art. 1.188 CC). O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial (Art. 1.189 CC).
Autenticação no registro do comércio
Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios.
Livro registro de inventário
O art. 1.187 do Código Civil reformulou a função do livro Registro de Inventário, estabelecendo que na coleta dos elementos para o inventário serão observados os critérios de avaliação a seguir determinados:
I - os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo de aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o uso, pela ação do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização respectiva, criando-se fundos de amortização para assegurar-lhes a substituição ou a conservação do valor;
II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou que constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa podem ser estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre que este seja inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal estiver acima do valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo preço corrente, a diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta para a distribuição de lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de reserva;
III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser determinado com base na respectiva cotação da Bolsa de Valores; os não cotados e as participações não acionárias serão considerados pelo seu valor de aquisição;
IV - os créditos serão considerados de conformidade com o presumível valor de realização, não se levando em conta os prescritos ou de difícil liquidação, salvo se houver, quanto aos últimos, previsão equivalente.
Valor probante da escrituração
A escrituração contábil, quando formalmente elaborada, observando-se os princípios contábeis e requisitos essenciais de registro, tem valor probante para todos os efeitos judiciais e extrajudiciais, apresentando os mesmos efeitos como se o fossem por aquele, salvo se houver procedido de má-fé. Portanto, cumpre ao contador assegurar na escrituração dos atos constitutivos e posteriores alterações contratuais que demandem registros contábeis, a certeza manifesta de todas as determinações destes atos societários, bem como evidenciar os respectivos números de registro que embasem sua escrituração. (art.1.177 CC).
Conservação e guarda da documentação
O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados (art. 1194 CC).

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