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1 2 I e II 3 Sumário CAPÍTULO I - A ORIGEM DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................. 5 1.1 - Conceito de Administração ................................................................................................ 6 1.2 – Objetivos Históricos da Administração ............................................................................. 8 1.3 - A Administração .............................................................................................................. 11 Exercícios ................................................................................................................................. 13 CAPÍTULO II - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................. 16 2.1 - Escola Clássica ................................................................................................................. 16 2.2 - Administração Científica.................................................................................................. 17 2.3 - Teoria Clássica Da Administração ................................................................................... 22 2.4 - Abordagem Humanística Da Administração.................................................................... 27 2.4.1 - Teoria Das Relações Humanas ...................................................................................... 27 2.4.2 - Teoria Comportamental................................................................................................. 29 2.4.3 - Escola Quantitativa ....................................................................................................... 32 2.5 - Estilos De Administração ............................................................................................. 32 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 35 CAPÍTULO II - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................... 35 A. A estrutura organizacional da empresa, com a setorização e com o processo acumulativo ............................................................................................................................. 37 B. A estrutura organizacional da empresa, com a departamentalização e com o processo administrativo ........................................................................................................ 37 C. A estrutura organizacional da empresa, com a descentralização e com o processo burocrático ............................................................................................................. 37 CAPÍTULO III - A EVOLUÇÃO DA TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ............................ 40 3.1 - Abordagem Sistêmica ...................................................................................................... 40 3.2 - Abordagem Contingencial ............................................................................................... 40 3.3 - Uma nova abordagem das Relações Humanas ................................................................. 41 Estudo de Caso 1 ...................................................................................................................... 41 CAPÍTULO IV – OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO .................................................. 44 4.1 – Administração Japonesa .................................................................................................. 46 4.2 – Administração Participativa ............................................................................................ 50 4.3 – Administração Empreendedora ....................................................................................... 52 4.4 - Administração Holística ................................................................................................... 56 4.5 – Características comuns dos novos Modelos de Gestão ................................................... 58 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 60 CAPÍTULO V - ADMINISTRAÇÃO MERCADOLOGICA ............................................. 66 5.1 - O composto mercadológico. ......................................................................................... 66 5.2 - Sistemas De Produção .................................................................................................. 68 5.3 - Classificações Dos Sistemas De Produção .................................................................. 69 5.4 – Produtividade ............................................................................................................... 71 5.5 - Planejamento E Controle Da Qualidade....................................................................... 72 5.6 - Clima E Cultura Organizacional .................................................................................. 74 5.7 - Clima Organizacional ................................................................................................... 77 6 - Responsabilidade Social .................................................................................................. 78 7 - Gestão Da Qualidade ....................................................................................................... 80 7.1 - ISO’s ............................................................................................................................ 82 EXERCÍCIOS ..................................................................................................................... 83 4 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 87 ANEXO .................................................................................................................................... 89 GABARITO DOS EXERCÍCIOS ............................................................................................ 89 GABARITO CAPÍTULO I - A ORIGEM DA ADMINISTRAÇÃO ...................................... 89 GABARITO CAPÍTULO II - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ....................................... 89 GABARITO CAPÍTULO IV – OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO ................................ 90 GABARITO CAPÍTULO IV – OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO ................................ 90 5 CAPÍTULO I - A ORIGEM DA ADMINISTRAÇÃO A Administração recebeu influências de diversas áreas do conhecimento humano. A Filosofia deu sua grande contribuição para a administração. Já antes de Cristo, os filósofos da Antiguidade expunham seu ponto de vista sobre esta área fascinante que viria a ser importante nos dias atuais. SÓCRATES (470 a.C – 399 a.C.), citado por CHIAVENATO (1997, p.50) afirmou que a Administração é uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência. [...] sobre qualquer coisa que um homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e ser for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquides, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres; pois os afazeres privados diferem dos públicos somente em magnitude; em outros aspectos, são similares, mas o que mais se deve observar é que nenhum deles pode ser gerido sem homens, nem os afazeres privados são geridos por uma espécie de homem e os públicos por outra: pois aqueles que conduzem os negócios públicos não utilizam homens de natureza diferente daqueles empregados pelos que gerem negócios privados; e os que sabem empregá-los conduzemtanto os negócios públicos quanto os privados, judiciosamente, enquanto aqueles que não sabem errarão na administração de ambos. (SÓCRATES 470 a.C – 399 a.C. em CHIAVENATO, 1997, p.50-1). Platão, filósofo grego, discípulo de Sócrates, (429 a.C. – 347 a.C), também deu sua contribuição, relatando, em sua obra intitulada A República, seu ponto de vista sobre democracia e administração dos negócios públicos. Aristóteles, filósofo grego, discípulo de Platão, estudou a organização do Estado e relata três tipos de Administração pública: monarquia, aristocracia e democracia. Francis Bacon, filósofo inglês, (1561-1626) antecipa-se ao princípio da Administração conhecido como princípio da prevalência do principal sobre o acesso, enfocando a separação do que é essencial do que é acessório. René Descartes, filósofo, matemático e físico francês (1596-1650) foi a autor das coordenadas cartesianas ou os princípios 6 cartesianos. Vários princípios da Administração moderna, como divisão do trabalho, da ordem e do controle estão baseados nos princípios cartesianos. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) desenvolveu a teoria do contrato social, que é um acordo entre membros com conjuntos de regras que o regem. Karl Marx (1818-1883) foi autor da teoria da origem do Estado e afirma que todos os fenômenos históricos são produto das relações econômicas entre homens. A Igreja Católica também deu sua contribuição para a Administração. As regras, normas, propósitos, objetivos e princípios fundamentais aos poucos foram utilizados pela Igreja. Ao longo do tempo, a Igreja foi utilizando todos estes recursos da Administração para se estruturar. CHIAVENATO (1997, p.54) afirma que hoje, a Igreja tem uma organização hierárquica tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva. Esta estrutura que a Igreja implantou está sendo modelo para muitas empresas, que passaram a incorporar uma afinidade de princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja Católica. Mas, a instituição que mais colaborou com a Administração ao longo do tempo foi a organização militar. Entre as contribuições militares estão: a organização linear, o princípio da unidade de comando, a escala hierárquica, o empowerment, a centralização do comando e a descentralização da execução, o princípio da direção e o planejamento estratégico, entre outras contribuições. 1.1 - Conceito de Administração O termo administração vem do latim, ad (junto de) e ministratio (prestação de serviço); portanto, administração é uma ação de prestar um serviço. Contemporaneamente, administração não é somente relacionado ao governo ou à condução de uma empresa, e sim a todas as atividades que envolvem planejamento, organização, direção e controle. [...] a tarefa da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais adequada à situação. (CHIAVENATO, 1997, p.12). 7 Dessa definição de Chiavenato, podemos concluir que administrar é o ato de executar as missões de uma empresa, por meio e com as pessoas para atingir concomitantemente os objetivos da organização quanto de seus colaboradores. Nessa linha de pensar, existem aspectos relevantes a serem destacados: 1. Ênfase no elemento humano na organização. 2. Focalizar a atenção nos resultados a serem alcançados; 3. Inclusão dos objetivos dos colaboradores como parte integrante dos objetivos da organização. Podemos então resumir o conceito derivado de Chiavenato como: administração é a condução de pessoas, dentro de uma empresa/organização, visando atingir um objetivo prévia e plenamente definido. O processo administrativo é classicamente dividido em 4 planos (essa divisão pode variar dependendo da literatura pesquisada): 1. Planejamento: neste plano ocorre a definição objetivos, atividades e recursos. Nesta etapa são definidos antecipadamente o que se deve fazer e quais os objetivos que devem ser atendidos. 2. Organização: as atividades necessárias para atingir os objetivos da empresa são agrupadas e elas são atribuídas a um colaborador que possua as competências e autoridade necessárias para executar tais atividades, é também o momento de distribuir os recursos disponíveis. 3. Direção: Essencialmente dependente do modelo de liderança existente na organização. Nessa etapa a preocupação é direcionada com e quais operações serão executadas e quais os objetivos que serão atingidos. 4. Controle: é o processo de acompanhamento e ajustes das operações previamente estabelecidas de acordo com os feedbacks recebidos. Nessa fase são identificadas todas as ações que precisam ser reajustadas com relação ao cronograma de desenvolvimento das atividades, gasto dos recursos materiais e financeiros disponibilizados e metas não atingidas. 8 1.2 – Objetivos Históricos da Administração Desde os primórdios, o homem se associou a outros para conseguir atingir seus objetivos. O homem, portanto, aprendeu, desde cedo, que precisava de outro homem para trabalhar em conjunto e atingir determinadas metas, o que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas mudanças. Deste trabalho em conjunto surgiram as empresas rudimentares, que datam da época dos assírios, babilônicos, fenícios, egípcios, gregos e romanos. Mas a história da Administração é recente, e surge com o aparecimento das grandes corporações. Foi a Revolução Industrial (1776) que provocou o aparecimento de grandes empresas e da moderna administração devido à inclusão de máquinas (a vapor) no processo produtivo. Deste ponto em diante a produção deixou de ser artesanal e passou a ser em larga escala. Segundo CHIAVENATO (1989, p.3), tal revolução se desenvolveu em duas épocas distintas: • Primeira época: (1780-1860). Carvão como primeira fonte de energia e ferro como principal matéria-prima; • Segunda época: (1860-1914). A revolução da eletricidade e derivados do petróleo. CHIAVENATO (1997, p.56) divide a Revolução Industrial em quatro fases: • Primeira fase: a mecanização da indústria e da agricultura: fase em que a máquina começou a substituir alguns trabalhos braçais; • Segunda fase: a aplicação da força motriz à indústria: invenção da máquina a vapor; • Terceira fase: o desenvolvimento do sistema fabril: o artesão desapareceu para dar lugar ao operário, às fábricas e usinas; e • Quarta fase: um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações: surgimento da primeira estrada de ferro. Surgiu a navegação a vapor, a locomotiva a vapor foi aperfeiçoada, invenção do telégrafo elétrico, selo postal e a principal invenção: o telefone. Após essas fases, tivemos a chamada segunda Revolução Industrial, que foi marcada, conforme CHIAVENATO (1997, p.57), pelos seguintes acontecimentos: 9 • Desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856); • Aperfeiçoamento do dínamo (1873); • Invenção do motor de combustão interna (1873). Assim como ocorreu na primeira Revolução Industrial, a segunda também tem suas características: • Substituição do ferro pelo aço; • Substituição do vapor pela eletricidade, pelos derivados do petróleo como fontes de energia; • Desenvolvimento da maquinaria automática e especialização do trabalho; • Domínio da indústria pela ciência; • Transformações nos transportes e nas comunicações;• Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista; • Expansão da industrialização. O que marca a segunda Revolução Industrial é a transferência das habilidades humanas para a máquina e a substituição da força do animal ou do músculo humano pela maior potência da máquina a vapor. Foi nesta época que a concorrência começou a ganhar força, pois quem não tinha capital para investir em máquinas teve que fechar seu artesanato e trabalhar de operário para os proprietários de oficinas que possuíam as máquinas necessárias para a produção. Foi nesta época também que começaram as fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar outras maiores. Estas fusões se davam para fortalecer as pequenas oficinas e assim ganhar competitividade frente à concorrência. Não é diferente do que ocorre hoje, pois a concorrência não se dá mais entre empresas, mas entre grupos de empresas que se unem para se fortalecer. CHIAVENATO (1997, p.60) afirma que as máquinas não substituíram totalmente o homem, mas deram-lhe melhores condições de produção. O homem foi substituído pelas máquinas naquelas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Grande número de operários começou a trabalhar junto, com jornadas de trabalho que chegavam a 13 horas diárias em condições ambientais perigosas e insalubres, ocorrendo assim muitos acidentes e doenças de larga escala. Com a 10 migração de operários de campos agrícolas para os centros industriais, surgiu também o fenômeno da urbanização, que era sem planejamento, igual ao ocorrido no caso das indústrias. Também foi grande a influência dos economistas, que ocorreu a partir do século XVII, quando surgiram as teorias econômicas que explicavam fenômenos empresariais que eram baseados em experiências da época. Entre as pessoas que contribuíram com suas teorias estão: Adam Smith (1723-1790), cuja teoria fala da competição. Ele defendia que a única função do governo era a garantia da lei e da ordem, e que este só poderia intervir na economia quando não ocorresse a competição livre. Ele também defendia o princípio da especialização do operário e a divisão do trabalho e deu também muita importância ao planejamento e à organização dentro das funções da Administração. Outros pesquisadores, entre eles James Mill (1773-1836), David Ricardo (1772-1823), John Stuart Mill (1806-1873), Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) também deram suas contribuições. Durante o século XIX houve muitas inovações e mudanças no ambiente empresarial. Deram início à engenharia de grandes construções e negócios de transportes. Neste período houve a criação das estradas de ferro, então chamadas de ferrovias. Foi depois da criação das ferrovias que o segmento de seguros começou a brotar, e foi devido às ferrovias que se iniciou o período de rápida urbanização. Para CHIAVENATO (1997, p.66) a moderna administração teve o seu nascimento na indústria da ferrovia na década de 1850. Já neste período existiam empresas com uma estrutura administrativa bem definida, onde nasceu a integração vertical nas empresas. Já na década de 1880, empresas centenárias hoje, como a Westinghouse e a General Electric (GE) atuavam no ramo de bens duráveis dando início ao que hoje denominamos de marketing. A partir da década de 1890 as empresas controlavam suas matérias-primas por meio de seus departamentos de compras, com a política de vendas aos varejistas ou aos consumidores finais. Mas foi a partir do ano de 1900 que houve uma das maiores revoluções na Administração, as fusões de empresas para adquirir maior competitividade. Segundo CHIAVENATO (1989, p.4), a Administração surgiu em resposta a duas consequências provocadas pela Revolução Industrial: • O crescimento acelerado e desorganizado das empresas; 11 • Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas. Por fim, a Administração tem três objetivos: proporcionar eficiência e eficácia com efetividade às empresas. Este termo efetividade é novo e diz que uma empresa deve ser eficiente ou eficaz sempre. A administração interpreta os objetivos da empresa e busca meios para alcançá-los através da ação administrativa, que compreende planejamento, organização, direção e controle. 1.3 - A Administração Durante toda a vida, fazemos parte de alguma organização (familiar, religiosa, profissional, etc.). Toda organização, seja ela formal ou informal, possui objetivos e metas para alcançar e, por este motivo, define quais recursos serão necessários para chegar ao resultado almejado. Existem alguns aspectos em comum nas organizações, mas existe um que é essencial: toda e qualquer organização é formada de pessoas que a administram e uma depende da outra. As organizações estão inseridas na nossa vida e são essenciais a ela. As empresas servem aos indivíduos que fazem parte de uma sociedade, fornecem e preservam o conhecimento e proporcionam carreira. Segundo STONER (1999, p.5) a Administração já foi chamada como a arte de fazer coisas através de pessoas. Até hoje, nenhuma definição para a Administração foi universalmente aceita, pois as definições mudam com o passar do tempo. Para este autor, a Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos. Processo é algo sistemático e todos os administradores participam de alguma forma de processos sistemáticos. Entende-se por processo complexo quando ele é descrito como em séries separadas. Este tipo de descrição é conhecido como modelos. Segundo STONER (1999, p.5), modelo é uma simplificação do mundo real, usado para demonstrar relacionamentos complexos em termos fáceis de serem entendidos. Quando falamos em planejar, organizar, direcionar e controlar, estamos nos referindo a um modelo que foi desenvolvido pela Administração no século XIX e que ainda é usado hoje. Portanto, o modelo no processo administrativo é: planejamento, organização, direção e controle. Só que, na prática, este modelo não acontece 12 sozinho, e sim de forma interativa, onde todos os passos interagem no processo administrativo. Os administradores são pessoas responsáveis pelas principais atividades das organizações. Podem ser de primeira linha, gerentes médios ou operacionais. Em qualquer nível que se encontre um administrador, ele desenvolve as quatro funções do processo administrativo. Dependendo da forma em que está estruturada a organização, existem diferentes maneiras como os administradores exercem as funções do processo administrativo. Todo e qualquer administrador necessita das três habilidades técnicas identificadas pelo professor Robert L. Katz, que são: técnica, humana e conceitual. Para que a organização alcance seus objetivos, os administradores assumem diferentes papéis: a) interpessoal: o relacionamento do administrador com as pessoas deve ser profissional, alheio a qualquer sentimento; b) informacional: deve conhecer tudo o que se passa à sua volta, coletar e repassar todas as informações necessárias para que ações sejam tomadas; c) decisório: de posse das informações necessárias, cabe ao administrador tomar a decisão. Um dos maiores desafios das organizações, hoje, é sobreviver em um mundo globalizado e altamente competitivo, onde não existe lugar para empresas medianas ou ruins. Outro desafio é identificar e satisfazer de maneira lucrativa e melhor do que o concorrente as necessidades dos consumidores, pois cada vez mais os consumidores estão ficando cônscios de seus direitos e mais exigentes quantoà qualidade dos produtos e/ou serviços a eles prestados. Para vencer esta grande guerra num mundo globalizado e competitivo, os administradores precisam ter visão, ética, respeitar a diversidade cultural, se adaptar a ela e necessitam de treinamento consistente. 13 Exercícios CAPÍTULO I - A ORIGEM DA ADMINISTRAÇÃO 1. A Administração recebeu influências de diversas áreas do conhecimento humano. Marque a área que mais contribuiu para o desenvolvimento da Administração Organizacional. a) ( ) Os gregos b) ( ) Igreja Católica c) ( ) Militar d) ( ) Socialismo 2. Karl Marx (1818-1883) foi autor da teoria da origem do Estado e afirma que todos os fenômenos históricos são produto das relações a) ( ) pessoais entre os homens b) ( ) econômicas entre os homens. c) ( ) religiosas entre os homens d) ( ) comerciais entre os homens 3. Contemporaneamente, administração não é somente relacionado ao governo ou à condução de uma empresa, e sim a todas as atividades que envolvem a) ( ) planejamento, organização, direção e controle b) ( ) planejamento, hierarquia, comando e liderança c) ( ) planejamento, estrutura, produção e negociação d) ( ) planejamento, relacionamento, produção e controle 14 4. Quando você lê este texto, você tem certeza de que trata-se do processo administrativo clássico: “Neste plano ocorre a definição objetivos, atividades e recursos. Nesta etapa são definidos antecipadamente o que se deve fazer e quais os objetivos que devem ser atendidos” a) ( ) Planejamento b) ( ) Organização c) ( ) Direção d) ( ) Controle 5. Segundo CHIAVENATO (1989, p.4) a Administração surgiu em resposta a duas consequências: 1. Crescimento acelerado e desorganizado das empresas; 2. Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas. Essas consequências foram provocadas pela a) ( ) Pela Revolução dos 100 anos b) ( ) Pela Revolução Francesa c) ( ) Pela Revolução Industrial d) ( ) Pela Segunda Grande Guerra Mundial 6. Existem alguns aspectos em comum nas organizações, mas existe um que é essencial: A. É formada de pessoas B. É formada de recursos materiais C. É formada de recursos financeiros Marque a alternativa correta a) ( ) Somente A está correta b) ( ) Somente B está correta c) ( ) Somente C está correta d) ( ) Todas estão corretas 15 7. Para que a organização alcance seus objetivos, os administradores assumem diferentes papéis. Ao ler esta descrição “deve conhecer tudo o que se passa à sua volta, coletar e repassar todas as informações necessárias para que ações sejam tomadas” você sabe que trata-se do papel: a) ( ) Interpessoal b) ( ) Informal c) ( ) Decisório d) ( ) Nenhum dos acima 8. Para que a organização alcance seus objetivos, os administradores assumem diferentes papéis. Ao ler esta descrição “de posse das informações necessárias, cabe ao administrador tomar a decisão” você sabe que trata-se do papel: a) ( ) Interpessoal b) ( ) Informal c) ( ) Decisório d) ( ) Nenhum dos acima 16 CAPÍTULO II - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO As teorias nos ajudam a entender processos essenciais. Para STONER (1999, p.22) teoria é um conjunto coerente de pressupostos elaborado para explicar as relações entre dois ou mais fatos observáveis. A teoria é aquela que embasa todas as nossas ações dentro da organização e sobre todos os seus processos. Todas as teorias da Administração são produto do ambiente e das forças sociais, econômicas, políticas, tecnológicas e culturais. Situações de nosso dia-a-dia são bem claras nas teorias administrativas, pois em cada situação vemos a relação com as teorias. É importante salientar que não existe uma teoria, modelo ou padrão para os acontecimentos, e a teoria que é eficaz em um determinado lugar pode não ser eficaz em outro determinado local. Ao passo da evolução da humanidade, surgiu a necessidade clara de se administrar este processo complexo em que foi se transformando. O desenvolvimento de teorias de Administração para tornar o processo mais fácil data de anos recentes, dos séculos XVIII e XIX. Estas teorias foram criadas devido à necessidade de planejar, organizar, direcionar e controlar o processo administrativo. 2.1 - Escola Clássica No campo específico da administração das empresas, coube a dois engenheiros o lançamento dos fundamentos de uma Teoria Geral da Administração, dando origem à chamada Escola Clássica da Administração. O primeiro deles foi o norte-americano Frederick Taylor (1856/1915), com sua obra “Shop Management” (Gerência de Fábrica), lançada em 1903, que teve uma repercussão enorme nos meios acadêmicos e empresariais. O segundo, grego de nascimento, porém educado na França, foi o conhecido engenheiro Henri Fayol (1841/1925), com seu trabalho “Administracion Industrielle et Generale” (Administração Industrial e Geral), publicado em 1916, e que, como o livro de Taylor, ganhou um prestígio extraordinário. Do ponto de vista didático, costuma-se dividir a Escola Clássica ou Teoria Clássica da Administração em dois grupos: o primeiro grupo, encabeçado por F. Taylor, chamado “Administração Científica”; e o segundo, liderado por H. Fayol, denominado “Teoria Clássica da Administração”. 17 Assim, a abordagem clássica da Administração cobre duas áreas distintas: a operacional, de Taylor, com ênfase nas tarefas; e a administrativa, de Fayol, com ênfase na estrutura organizacional. 2.2 - Administração Científica Esta teoria surgiu da necessidade de aumentar a produtividade, no início do século passado, e preocupava-se principalmente com a organização das tarefas, com a racionalização do trabalho. E consiste em que os administradores podem determinar cientificamente a melhor maneira para realizar uma determina atividade e/ou tarefa. Esta teoria trabalha para aumentar a eficiência da mão-de-obra. Os princípios da administração científica se basearam na estrutura formal e nos processos da organização. Nessa perspectiva as pessoas eram vistas como ferramentas de produção, e eram meramente meios para alcançar a eficiência para a organização. Nessa escola, os classicistas tiravam toda a importância do fator humano, principalmente porque eles, implicitamente, acreditavam que as pessoas deveriam estar sob um sistema de autoridade. Na administração científica a unidade fundamental era a função e a construção de uma estrutura formal requerida, onde o foco inicial era o estabelecimento dos objetivos e a seguir a divisão do trabalho em unidades operacionais simples (tarefas de baixa complexidade) dentro de um sistema coordenado (racionalização do trabalho) Desta maneira, Frederick W. Taylor, Henry L. Gantt, Frank Gilbreth e Lillian Gilbreth criaram os princípios da administração científica. Ainda podemos considerar como um dos principais criadores dessa corrente de pensamento administrativo Henry Ford. Frederick Winslow Taylor (1856-1915), era engenheiro e é considerado o pai da administração científica, porque aos 18 anos, como empregado de uma fábrica de bombas hidráulicas, observou o que considerava uma má administração, pois via o “corpo mole” dos funcionários e as relações de má qualidade entre os trabalhadores e os gerentes. Ao ingressar numa siderúrgica (Midvale Steel Co), observou os problemas de operações fabris, tais como: 18 1. A administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades com o trabalhador; 2. Não haviaincentivos para melhorar o desempenho do trabalhador; 3. Muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades; 4. As decisões dos administradores baseavam-se na intuição e no palpite; 5. Não havia integração entre os departamentos da empresa; 6. Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão; 7. Os gerentes pareciam ignorar que a excelência no desempenho significaria recompensas tanto para eles próprios quanto para a mão-de- obra; 8. Havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade da produção. Taylor, a partir da observação do trabalho dos operários, deu início aos seus estudos construindo sua teoria de baixo para cima (observando primeiros os operários), e das partes para o todo; dando ênfase na tarefa. Desta forma ele buscava o maior rendimento do serviço do operariado, nessa época, desqualificado e tratado com desleixo pelas empresas. Partindo dessas considerações, ele baseou seu sistema no estudo de tempos e movimentos, cronometrando os tempos e movimentos de operários siderúrgicos. Criou também os sistemas de tarifas diferenciadas, onde o empresário remunerava seus funcionários por desempenho. A teoria de tempos e movimentos de Taylor aumentava a produtividade assustadoramente, tornando os processos mais eficientes e rápidos; desta maneira, trabalhadores e sindicatos começaram a se opor a esta teoria, pois, com o aumento na produtividade e maior eficiência, acabariam os trabalhos disponíveis, causando assim demissões. Segundo STONER (1999, p.25), Taylor baseou sua filosofia em pilares: O desenvolvimento de uma verdadeira ciência da administração, de modo que pudesse ser determinado o melhor método para realizar cada 19 tarefa, eliminando movimentos inúteis, de forma que o operário executasse mais simples e rapidamente a sua função, afim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficaz. Criou nesta etapa a noção de tempo médio de produtividade; A seleção científica dos trabalhadores, de modo que cada um deles ficasse responsável pela tarefa para a qual fosse mais bem habilitado. Cada um se especializaria e desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões; A educação e o desenvolvimento científico do trabalho: as tarefas passam a ser desenhadas. São especificados os conteúdos das tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes; A cooperação íntima e amigável entre a administração e os trabalhadores. Os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada. Incentivos salariais e prêmios por produtividade. Uma novidade no mercado de trabalho daquela época; As condições de trabalho (conforto do operário e o ambiente físico) ganham valor; Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos Estudo sobre a fadiga humana, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal que predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade dos produtos. Ainda de acordo com Chiavenato, Taylor afirmava que o sucesso desses princípios exigia uma completa revolução mental por parte da Administração e dos trabalhadores. Com isso a produção aumentaria, crescendo assim os lucros. Princípios da Administração Científica Taylor definiu 4 princípios científicos para a administração das empresas. São eles: 1. Princípio do planejamento - consiste em substituir o critério individual do operário, a improvisação e o empirismo por métodos planejados e testados. 20 2. Princípio da preparação dos trabalhadores - os trabalhadores são selecionados cientificamente de acordo com suas aptidões, preparados e treinados para produzirem mais e melhor. Faz parte ainda dessa etapa, a preparação das máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição racional. Tem que levar em conta o estudo das tarefas ou dos tempos e movimentos e a lei da fadiga. 3. Princípio do controle - Consiste em controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com o método estabelecido e segundo o plano de produção. 4. Princípio da execução - Um dos princípios mais importantes da administração científica de Taylor. As atribuições e as responsabilidades são distintamente distribuídas, para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível. Cabe a administração se concentrar nas tarefas estratégicas e de grande importância, deixando as tarefas padronizadas e de rotina para o pessoal operacional. Características da Administração Científica: Ciência em lugar do empirismo; Harmonia em vez de discórdia; Cooperação, não-individualismo; Máxima produção e não- restrição de produção; Desenvolvimento de cada homem para a sua máxima eficiência e prosperidade Henry Ford foi outro pilar da administração científica. O Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística da sua época. A empresa na visão de Ford, do mesmo modo que na de Taylor, divide-se em dois níveis distintos planejamento e execução: 1. Planejamento - os técnicos elaboram os métodos e o próprio trabalho; 2. Execução – os operários só efetuam o trabalho que lhes é levado às mãos. Três aspectos suportam o sistema Ford: A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, ordenada e contínua; 21 O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo com a iniciativa de ir buscá-lo; As operações são analisadas em seus elementos constituintes. Uma análise desses aspectos do pensamento de Ford, podemos verificar que ele não preocupava com o aperfeiçoamento dos processos técnicos do trabalho. Não estava interessado nas interrelações corpo-mente dos trabalhadores no trabalho, assim como também não se esforçava para organizar racionalmente a indústria como um todo, nem estava preocupado em estudar os reflexos e interações do individual e do coletivo. Princípios de Ford O modelo administrativo de Ford se caracteriza pelo trabalho dividido, repetido, contínuo, baseando-se principalmente nos princípios, da intensificação, da economicidade e da produtividade: a. Princípio da intensificação: consiste em diminuir o tempo de produção com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria- prima e a rápida colocação do produto no mercado. b. Princípio da economicidade: consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria prima em transformação. c. Princípio de produtividade: consiste em aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período através da especialização da linha de montagem Henry L. Gantt reconsiderou o sistema de incentivos criado pelo sistema taylorista. Ele excluiu o sistema de tarifas diferenciadas, pois acreditava que tinha um impacto muito pequeno na motivação dos trabalhadores. A teoria de Gantt é utilizada hoje na Coca-Cola Company. Se os vendedores atingirem uma determinada cota de vendas, receberão uma bonificação. O supervisor de mercado recebe bonificações se cada vendedor sob sua supervisão atingir a meta. E, por fim, o diretor recebe bonificações se cada supervisor sob sua direção atingir as metas. Este tipo de teoria estimula todos a alcançarem os objetivos propostos. Gantt acrescentou outras duas 22 ferramentas no seu sistema, em que ele avaliava publicamente cada operário, através de um gráfico de desempenho diário. Outra ferramenta utilizada foi o sistema de gráficos para a programação da produção. Frank B. Gilbreth e Lillian M. Gilbreth trabalharam com estudosde fadiga e de movimentos. Lillian abordou, além de estudos de fadiga e movimentos, o trabalho como meio de promoção do bem-estar individual de cada operário. Segundo Frank B. Gilbreth, fadiga e movimentos estão intimamente interligados, e cada movimento que fosse reduzido nos movimentos necessários para a produção, reduziria a fadiga. Os autores desenvolveram o plano de três posições. A Teoria da Administração Científica é largamente utilizada em muitas empresas globais, entre elas McDonald’s e Habbib’s. As referidas empresas trabalham com linha de montagem de seus sanduíches e conseguiram mostrar que qualquer atividade pode ser realizada de uma maneira mais eficiente e racional, e que o desenvolvimento científico de seus funcionários tem forte influência sobre o processo. Este modelo tem suas limitações, pois tornam as pessoas bitoladas em um processo. O funcionário não sabe fazer outra coisa, senão aquilo que foi estabelecido pelo processo. No caso do McDonald’s, é um processo sistemático que pode se tornar prejudicial, pois se um cliente quiser um Big Mac com pão integral o funcionário não o faz, pois este procedimento de trocar o pão normal por pão integral não está no processo. Portanto, a empresa cai no erro de não satisfazer as necessidades de seus consumidores. 2.3 - Teoria Clássica Da Administração Esta teoria defendia a estrutura organizacional da empresa, com a departamentalização e com o processo administrativo. Para STONER (1999, p.27), a Teoria Clássica surgiu da necessidade de encontrar as linhas mestras para administrar organizações complexas como as fábricas. Vários foram os pensadores que contribuíram para esta teoria clássica. A Teoria Clássica da Administração foi formulada por Henri Fayol (1841- 1925), que é considerado o pai da administração moderna e é o principal representante da teoria clássica. Seus estudos caracterizam-se pela ênfase na 23 estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência. Fayol formulou um conjunto de “princípios de administração geral” que ele considerava úteis para toda situação administrativa, qualquer que fosse o tipo ou o ramo da empresa. Ele defendia que a prática administrativa era sistemática e por isso poderia ser identificada e analisada. A sua preocupação era aumentar a eficiência da empresa através de sua organização e da aplicação de princípios gerais de Administração. Segundo STONER (1999, p.27), Fayol acreditava que, com previsão científica e métodos adequados de Administração, os resultados satisfatórios eram inevitáveis. Fayol se preocupava com a organização como um todo e dividiu as operações da organização em seis atividades: técnica, comercial, financeira, segurança, contábil e administrativa. Seu trabalho é complementar ao de Taylor, pois ambos procuravam a melhoria administrativa por diferentes caminhos de análise. Nos seus escritos Fayol separou a habilidade administrativa do conhecimento tecnológico, fez uma lista inicial de princípios, tais como unidade de comando, cadeia hierárquica de comando, separação de poderes, centralização e ordem. As funções básicas da empresa: A doutrina administrativa de Fayol tinha por objetivo facilitar a gerência de empresas de qualquer tipo: industriais, públicas, religiosas ou militares. Fayol defendeu que o conjunto de atividades de todas empresas pode ser dividido em seis funções, a saber: 1. Funções Técnicas: relacionadas com a produção, fabricação, transformação de bens ou de serviços da empresa. 2. Funções Comerciais: relacionadas com transações de compra, venda e permutação. 3. Funções Financeiras: relacionadas com a captação e bom uso do capital. 4. Funções de Segurança: relacionadas com proteção e preservação dos bens e das pessoas. 5. Funções Contábeis: relacionadas com os controles e registros como inventários, balanços, custos e estatísticas. 24 6. Funções Administrativas: integração de todas as operações da organização. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa. Para Fayol administrar era: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Para ele são funções do administrador: 1. Previsão – Tentativa de avaliar o futuro por meio de um plano e fazer previsões para realizar este plano; 2. Organização – Mobilização dos recursos humanos e materiais para transformar o plano em ação; 3. Comando – Estabelecer orientações para os empregados e obter as coisas feitas; 4. Coordenação – Obtenção da unificação e harmonia de todas as atividades e esforços; 5. Controle – Verificação de que as coisas aconteçam em conformidade com as regras estabelecidas e expressas pelo comando. A esse conjunto de funções podemos chamar de processo administrativo: são localizáveis no trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, cada gestor da organização desempenha a atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais. Os 14 Princípios Gerais Da Administração Os princípios gerais de administração sugeridos por Henri Fayol são ainda úteis na prática administrativa contemporânea. São as regras básicas de conduta do administrador para conduzir a direção. Constituem a base da ciência da administração. São eles: 1. Divisão de trabalho – entre grupos e indivíduos, para garantir que esforço e atenção estejam focados em porções especiais da tarefa. Seria para Fayol, a melhor maneira de usar os recursos humanos da organização; 2. Autoridade e Responsabilidade – são faces de uma mesma moeda: autoridade implica no direito de dar ordens e o poder para obter a exata obediência 25 do trabalhador e responsabilidade corresponde a responder pelo poder e capacidade de dar as ordens; 3. Disciplina – implica obediência, aplicação, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos; 4. Unidade de Comando – os trabalhadores nas organizações deveriam receber ordens de um único superior (diretor, gerente ou chefe) somente, para evitar conflitos e mal-entendidos; 5. Unidade de Direção – a organização toda deveria estar se movendo em direção a um objetivo comum, numa direção comum; 6. Subordinação do interesse individual ao interesse geral – os interesses da organização como um todo sobrepõem se aos interesses de uma pessoa (ou grupo); 7. Remuneração do Pessoal – o pagamento deveria ser justo e deve recompensar bom desempenho; 8. Centralização – os graus de centralização/descentralização adotados dependem de cada organização específica na qual o “gerente” está trabalhando; 9. Cadeia Escalar ou Hierarquia – conhecida por linha de autoridade, significa que certa quantidade de autoridade correspondente à uma posição hierárquica; 10. Ordem – todos os materiais e pessoas relacionadas a um tipo específico de trabalho deveriam ser designados à mesma localização geral na organização. Um lugar para cada um, cada um no seu lugar; 11. Equidade – todos os empregados devem ser tratados o mais “igualmente” possível; 12. Estabilidade do pessoal no cargo – a retenção dos trabalhadores mais produtivos deve ter alta prioridade da administração. O “turnorver” gera custos de recrutamento e seleção, bem como de defeitos; 13. Iniciativa – toda iniciativa do trabalhador deve ser encorajada; 14. Espírito de equipe – os administradores deveriam enfatizar a harmonia e a boa vontade geral entre os empregados, como grandes forças da organização. 26 Henri Fayol, a respeito dos princípios gerais da administração, ressaltou: “Não existe nada rígido ou absoluto, quandose trata de problemas da administração; é tudo uma questão de proporção”. Críticas à Teoria Clássica 1. Obsessão pelo comando - Tendo como ótica a visão da empresa a partir da gerência administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade. Em função disso, é visto como obcecado pelo comando. 2. A empresa como sistema fechado - A partir do momento em que o planejamento é definido como sendo a pedra angular da gestão empresarial, é difícil imaginar que a organização seja vista como uma parte isolada do ambiente. 3. Manipulação dos trabalhadores - Bem como a Administração Científica, fora tachada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os trabalhadores. Max Weber desenvolveu a Teoria da Administração Burocrática. Ele defendia a necessidade de hierarquia bem definida e a divisão do trabalho deveria estar bem clara e explicitada. Este tipo de estrutura é aquela utilizada na Coca-Cola Company. Muitas teorias clássicas sobreviveram até hoje, entre elas o conceito de habilidades dos administradores e os conceitos do comportamento administrativo eficaz. Alguns críticos defendem que a teoria clássica é inadequada, pois não se adapta a um ambiente globalizado, competitivo e turbulento e que esta teoria é adequada a ambientes estáveis e previsíveis, aspectos que não são vistos hoje. Mary Parker Follett defendia que a pessoa tinha que fazer parte de um grupo, e que as pessoas compartilham algo em comum quando fazem parte de uma organização. Chester L. Barnard desenvolveu a teoria sobre a vida nas organizações, estudo esse baseado em sua experiência profissional e em estudos de Sociologia e Filosofia. Barnard defende que o todo deve ser maior que a soma das partes, ou seja, que a sinergia deve ser positiva, onde as pessoas juntas alcançam objetivos que não aconteceria se estivessem separadas. Segundo STONER (1999, p.29), Barnard afirma que uma empresa só pode operar com eficiência e sobreviver quando os 27 objetivos da organização são mantidos em equilíbrio com os objetivos e as necessidades dos indivíduos que para ela trabalham. 2.4 - Abordagem Humanística Da Administração 2.4.1 - Teoria Das Relações Humanas A Escola Comportamental surgiu por volta do ano de 1940. Surgiu devido à ineficiência da administração científica em relação à produção e à harmonia no local de trabalho. Preocupava-se com as pessoas, com os grupos sociais e com a organização informal. Esta escola lida mais com o lado humano nas organizações, isto é, com as relações humanas dentro das organizações. Segundo STONER (1999, p.30) o termo relações humanas é frequentemente usado para descrever o modo como os administradores interagem com seus subordinados. Dentro de uma organização podemos ter dois tipos de relações humanas: eficazes e ineficazes. O estudo das relações humanas data do início da década de 1920 ao início da década de 1930. Esta teoria foi desenvolvida a partir de estudos realizados na Western Electric Company, e passou a ser conhecida como as experiências de Hawthorne, pois foi desenvolvida numa fábrica da Western Electric Company, na cidade de Hawthorne. O referido estudo tinha como objetivo verificar a relação existente entre o nível de iluminação no local de trabalho e a produtividade dos operários. Durante o estudo, foram trocadas várias variáveis, além da iluminação, para verificar a influência das variáveis na produtividade dos operários. Os resultados foram ambíguos. Foi um movimento de resposta contrária à Abordagem Clássica da Administração, considerada pelos trabalhadores e sindicatos como uma forma elegante de explorar o trabalho dos operários para benefício do patronato. Essa alta necessidade de se humanizar e democratizar a Administração nas frentes de trabalho das indústrias aliado ao desenvolvimento das ciências humanas – psicologia e sociologia, dentre outros – e as conclusões da Experiência de Hawthorne fez brotar a Teoria das Relações Humanas. A partir dessa experiência, novas variáveis são acrescentadas ao já enriquecido dicionário da administração: A integração social e comportamento social dos empregados; Atenção para novas formas de recompensa e sanções não- materiais, levando em conta as necessidades psicológicas e sociais individuais; 28 Pesquisa e estudos das chamadas - organização formal e dos grupos informais existentes nas organizações; A ênfase nos aspectos emocionais e não-racionais do comportamento das pessoas; A importância do conteúdo dos cargos e tarefas para as pessoas. Até o surgimento da Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas, o trabalhador era tratado pela Teoria Clássica de forma muito mecânica, desumanizada. Este novo modo de pensar a administração, busca conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos. Deste modo, ocorre uma mudança de foco sobre o trabalhador: ele passa de homos economicus para homos social. A Teoria das Relações Humanas tem suas origens nos seguintes fatos: 1. Da necessidade de se humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. 2. Do desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, bem como sua crescente influência intelectual e suas primeiras aplicações à organização industrial. 3. Das ideias da filosofia pragmática dos cientistas sociais e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin. 4. Das conclusões da Experiência de Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da Administração. Elton Mayo e seus colegas da Haward Business School foram os pioneiros no uso do método científico em seus estudos sobre as pessoas no ambiente de trabalho e concluíram que uma cadeia complexa havia interferido na produtividade dos operários. Eles verificaram que os resultados da experiência eram prejudicados por variáveis de natureza psicológica. A partir daí eles tentaram eliminar ou neutralizar o fator psicológico, então estranho e impertinente e chegaram à conclusão de que não é somente uma variável que altera a produtividade dos operários, mais sim um conjunto de variáveis interligadas. Segundo STONER (1999, p.31), Elton Mayo e seus 29 colegas concluíram que os empregados trabalhariam mais, caso acreditassem que a administração estava preocupada com o seu bem-estar e que os supervisores prestavam atenção especial a eles. Portanto, foi a partir deste estudo de Elton Mayo que se criou o conceito de homem social. Com esta abordagem das relações humanas, redescobriu-se um antigo conceito de Robert Owen, de que as pessoas são máquinas vitais que produzem dividendos, além de somente produtos. Portanto, esta teoria foca mais o lado humano do que o lado técnico. Críticas à Teoria das Relações Humanas As principais críticas a essa escola é de que ela apresenta uma visão inadequada dos problemas de relações industriais, limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levaram gradualmente a teoria a um certo descrédito. A concepção ingênua e romântica do operário e a ênfase exagerada nos grupos informais colaboraram rapidamente para que esta teoria fosse repensada. O seu enfoque manipulativo e certamente demagogo não deixou de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos. Até hoje é causa de debates e confusão, pois o modelo de Elton Mayo não conseguia descrever o homem no local de trabalho, e que o nível de satisfação não acompanhaproporcionalmente o nível de produtividade. Depois que Elton Mayo e seus colegas desenvolveram a abordagem das relações humanas, surgiram alguns pesquisadores que utilizavam métodos sofisticados e ficaram conhecidos como cientistas do comportamento. Entre os cientistas do comportamento estão Argyris, Maslow, McGregor e Herzberg. 2.4.2 - Teoria Comportamental Uma das mais famosas teorias de motivação foi desenvolvida por Abhram Maslow. Ele desenvolveu a teoria de que a satisfação dos desejos e necessidades motiva o ser humano a buscar o objetivo de autorrealização. A abordagem da hierarquia de necessidades de Maslow se baseia em quatro premissas: 1) Todos os seres humanos adquirem um conjunto semelhante de motivos através de dotação genérica e de interação social; 2) Alguns motivos são mais básicos ou fundamentais do que outros; 30 3) Os motivos mais básicos têm que ser satisfeitos primeiro, e; 4) À medida que os motivos mais básicos forem satisfeitos, surgirão os motivos mais avançados. Maslow propõe uma hierarquia de motivos compartilhados por todos. Quando se fala em motivos, não se pode deixar de mencionar o construto de Freud, envolvendo os três componentes mais básicos do indivíduo: o id, o ego e o superego. O id é o reino dos instintos, dos impulsos mais básicos do indivíduo. Como parte desses impulsos são antissociais, é necessário que haja um controlador para eles. Tal é a tarefa do ego. O ego é o dirigente das atividades realizadas pelo indivíduo em suas rotinas diárias, assegurando que seu comportamento seja socialmente aceitável. O superego, enfim, é o sensor do comportamento do indivíduo, avaliando, julgando e punindo a violação das normas de conduta. Os motivos das ações humanas, mesmo aqueles tão simples, como a fome, encontram-se associados a cada um desses níveis na estrutura da personalidade. No que se refere ao comportamento de compra, podem-se associar determinados motivos a cada um destes níveis. A compra de produtos de status está, muitas vezes, associada à atuação do superego. Segundo Maslow, as pessoas têm necessidades que precisam ser satisfeitas; estas necessidades estão elencadas numa hierarquia, e as pessoas só podem subir na hierarquia para a necessidade número dois se primeiro elas tiverem satisfeito a necessidade número um. Na base desta hierarquia estão as necessidades fisiológicas e de segurança e no topo da hierarquia estão as necessidades do ego e as de autorrealização. O que Maslow propunha, é que as necessidades da base necessitam ser satisfeitas para se atender às necessidades do topo da hierarquia. Maslow tentou explicar, em seus ensaios científicos, porque as pessoas são dirigidas por certas necessidades e afirmou que o que motiva as pessoas a agir são as necessidades não atendidas. Ele hierarquizou as necessidades humanas, e essa hierarquia parte das necessidades mais urgentes às menos urgentes. A hierarquia das necessidades de Maslow é distribuída segundo a figura abaixo: 31 De acordo com a teoria, as pessoas tentam primeiro satisfazer as necessidades da base da hierarquia. Somente quando estas necessidades são satisfeitas, as pessoas movem-se para o atendimento das necessidades de categorias superiores. Maslow não distingue entre necessidades e desejos. De acordo com essa distinção, somente os dois primeiros níveis – fisiológico e segurança – são necessidades, ao passo que os últimos três são desejos. Frederick Herzberg desenvolveu uma teoria de dois fatores: fatores insatisfatórios e fatores satisfatórios. Para motivar a compra, os fatores de satisfação devem estar sempre presentes. As empresas devem estar atentas para dois aspectos muito importantes: devem evitar os fatores que causam insatisfação e identificar os fatores de satisfação ou motivadores dos consumidores. Muitas foram as contribuições que os cientistas comportamentais deram à Administração, e entre elas estão: compreensão da motivação, comportamento de grupos, relações no trabalho e muitas outras. Alguns autores acreditam que este campo do comportamento não foi investigado com profundidade suficiente e ainda há muito a pesquisar. [...] finalmente, uma vez que essas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de estima sejam satisfeitas, as pessoas começam a explorar e a estender as fronteiras do seu potencial – Necessidades de autorrealização. Desenvolvimento pessoal e conquista. Necessidades de estima. Autoestima, reconhecimento, status. Necessidades sociais. Sentimento de posse, amor. Necessidades de segurança. Defesa, proteção. Necessidades fisiológicas. Comida, água, sexo. 32 buscando autorrealização. Esse é o motivo pelo qual uma pessoa se empenha em atividades de auto melhoria, tais como fazer um curso de educação para adultos ou perseguir tenazmente as habilidades em busca da perfeição. (SHETH, 2001, p.147). 2.4.3 - Escola Quantitativa A Escola Quantitativa trabalha com métodos quantitativos e conta com cientistas nas áreas de Matemática e Física. Esta escola foi desenvolvida pelos britânicos na Segunda Guerra Mundial. Com os métodos quantitativos desenvolvidos nesta escola, foram possíveis grandes avanços tecnológicos. Os britânicos também utilizavam os métodos quantitativos para criar estratégias durante a Segunda Guerra Mundial e eram formados por equipes de pesquisa operacional. Os americanos, copiando o grande modelo britânico, colocaram estes métodos nos primeiros computadores para efetuarem cálculos mais rápidos e precisos. Hoje existe uma vasta aplicação nas empresas da pesquisa operacional criada pelos britânicos e cada vez mais esta ferramenta se torna visível no uso organizacional. Segundo STONER (1999, p. 33), os procedimentos de PO foram formalizados no que hoje em dia é chamada de escola de Management Science. Ela proporciona bases para que os administradores possam tomar suas decisões. Estas escolas de pensamento da Administração, que foram apresentadas, não são ideias do passado, pois continuam a ter importância nos dias de hoje. 2.5 - Estilos De Administração As organizações são dirigidas por pessoas – como presidentes, diretores, gerentes, supervisores – que possuem determinados estilos para lidar com os colaboradores. Assim a administração das organizações é fortemente condicionada esses estilos adotados que são influenciados pelas convicções que os administradores têm a respeito do comportamento humano na organização. Essas convicções moldam não apenas a maneira de conduzir as pessoas, mas também a maneira como se divide o trabalho e como se planejam, organizam e controlam as atividades. Assim, podemos definir dois estilos de administração: Teorias X e Y. McGregor, um dos mais famosos autores da Administração, ficou também conhecido pela sua obra The Human side of Enterprise, que explica bem as teorias X 33 e Y, onde ele se preocupou em comparar dois estilos opostos e antagônicos de administração. Com base no estilo baseado na teoria tradicional, excessivamente mecanicista ele nominou como Teoria X e fundamentado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano criou a denominada Teoria Y. 2.5.1 - Teoria X Essa teoria apregoa um estilo de administração onde a fiscalização e o controle externo rígido, constituem mecanismos para neutralizar a desconfiança da empresa quanto às pessoas que nela trabalham e tem como premissa uma série de pressuposições errôneas acerca do comportamento humano. O administrador que conduz a empresa dentro deste estilo, tem como pressuposto: 1. O homem é indolente e preguiçoso por natureza, ele evita o trabalho2. Falta-lhe ambição, não gosta de assumir responsabilidades. 3. O homem é egocêntrico. 4. A sua própria natureza o leva a resistir às mudanças. 5. A sua dependência o torna incapaz de autocontrole e autodisciplina. Em função dessas concepções e premissas a respeito da natureza humana, a Teoria X reflete um estilo de administração duro, rígido e autocrático e que se limita a fazer as pessoas trabalharem dentro de certos esquemas e padrões previamente planejados. Fazendo lembrar os primórdios da teoria científica. Toda vez que um administrador impõe arbitrariamente e de cima para baixo um esquema de trabalho e passe a controlar externamente o comportamento de trabalho de seus subordinados, ele estará fazendo Teoria X. O fato de ele impor autocraticamente ou impor suavemente não faz diferença segundo McGregor. Segundo esta teoria o único estímulo para o trabalho é somente pelo salário, se o estímulo salarial não vem, o trabalho não sai. 2.5.2 - Teoria Y 34 É um estilo oposto à teoria X. O trabalho é uma coisa tão natural quanto o lazer e o descanso. Punições e ameaças não são as únicas formas de obter a cooperação e a participação do indivíduo. É a moderna concepção de administração, de acordo com a teoria comportamental. A teoria Y se baseia em concepções e premissas atuais e sem preconceitos a respeito da natureza humana. Nessa teoria o trabalho é visto como uma fonte de satisfação. A resistência existente no homem é resultado de experiências negativas. Não é natural. O trabalhador responde melhor quando passa a ter condições não só de assumir responsabilidades, mas também de procurar por mais responsabilidades em seu trabalho, ter autocontrole e autodisciplina para cumprir suas tarefas sem necessitar de constante supervisão. Segundo McGregor, a motivação, o potencial e a capacidade de assumir responsabilidades estão presentes em cada pessoa. A empresa, porém, precisa criar condições para que elas desenvolvam essas características. O procedimento para tanto consiste em criar oportunidades, dar vazão ao potencial e remover os obstáculos. A Teoria Y desenvolve um estilo de administração muito aberto e dinâmico, extremamente democrático, através do qual administrar é um processo de criar oportunidades, liberar potencialidades, remover obstáculos, encorajar o crescimento individual e proporcionar orientação quanto a objetivos. Pressuposições da Teoria X Pressuposições da Teoria Y As pessoas são preguiçosas e indolentes. As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer. As pessoas evitam o trabalho. O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar. As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se sentirem mais seguras. As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios. 35 As pessoas precisam ser controladas e dirigidas. As pessoas podem ser automotivas e autodirigidas. As pessoas são ingênuas e sem iniciativa. As pessoas são criativas e competentes. As Teorias criadas por Mc Gregor são reflexos de momentos históricos marcantes tanto na cultura, na economia, nos avanços tecnológicos e movimentos sociais de uma época onde não havia estudos específicos sobre o comportamento humano. Outras teorias foram criadas, mas o uso das teorias criadas por Mc Gregor em várias organizações é muito comum. Certamente não existe uma fórmula perfeita para se obter resultados positivos com os recursos humanos. Determinadas empresas que adotam a teoria X, muito embora as mesmas alcancem alguns objetivos, o nível de satisfação dos seus colaboradores fica seriamente comprometido; outra optam pelo modelo Y, sendo necessário esclarecer que não podemos confundir a teoria Y com liberdade excessiva ou falta de controle nas organizações EXERCÍCIOS CAPÍTULO II - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO 1. Podemos entender as teorias como sendo: A. Conjunto coerente de pressupostos elaborado para explicar as relações entre dois ou mais fatos observáveis. B. Elementos que embasam todas as nossas ações dentro da organização e sobre todos os seus processos. C. São produto do ambiente e das forças sociais, econômicas, políticas, tecnológicas e culturais. Marque a alternativa correta a) ( ) Somente A está correta b) ( ) Somente B está correta c) ( ) Somente C está correta d) ( ) Todas estão corretas 36 2. Quando você lê este texto, você tem certeza de que trata-se do princípio administrativo de Taylor: “consiste em substituir o critério individual do operário, a improvisação e o empirismo por métodos planejados e testados” a) ( ) Princípio do Planejamento b) ( ) Princípio da Preparação dos trabalhadores c) ( ) Princípio do Controle d) ( ) Princípio da Execução 3. Você ao ler um texto sobre administração encontrou essas 5 características: 1. Ciência em lugar do empirismo; 2. Harmonia em vez de discórdia; 3. Cooperação, não-individualismo; 4. Máxima produção e não- restrição de produção; 5. Desenvolvimento de cada homem para a sua máxima eficiência e prosperidade Logo identificou as como sendo da ... a) ( ) Administração Clássica b) ( ) Administração Científica c) ( ) Princípios Gerais da Administração d) ( ) Nenhuma das acima 4. Ford definiu 3 princípios científicos para a administração das empresas. São eles: A. Princípio da intensificação B. Princípio da economicidade C. Princípio da produtividade Marque a alternativa correta a) ( ) Somente A está correta b) ( ) Somente B está correta c) ( ) Somente C está correta d) ( ) Todas estão corretas 37 5. A teoria Clássica da Administração defende: A. A estrutura organizacional da empresa, com a setorização e com o processo acumulativo B. A estrutura organizacional da empresa, com a departamentalização e com o processo administrativo C. A estrutura organizacional da empresa, com a descentralização e com o processo burocrático Marque a alternativa correta a) ( ) Somente A está correta b) ( ) Somente B está correta c) ( ) Somente C está correta d) ( ) Todas estão corretas 6. Fayol defendeu que o conjunto de atividades de todas empresas pode ser dividido em seis funções. Identifique a qual função esta afirmativa se refere: Relacionadas com a captação e bom uso do capital a) ( ) Funções Financeiras b) ( ) Funções Segurança c) ( ) Funções Contábeis d) ( ) Funções Administrativas 7. A Teoria Clássica sofreu várias críticas. Entre elas podemos destacar: A. Obsessão pelo comando B. A empresa como sistema fechado C. Manipulação dos trabalhadores Marque a alternativa correta a) ( ) Somente A está correta b) ( ) Somente B está correta c) ( ) Somente C está correta 38 d) ( ) Todas estão corretas 8. Segundo STONER (1999, p.30) o termo relações humanas é frequentemente usado para descrever o modo como os administradores interagem com seus subordinados. Dentro de uma organização podemos ter dois tipos de relações humanas: a) ( ) cooperativas e participativas b) ( ) eficazes e ineficazes c) ( ) hierárquicas e subordinadas d) ( ) Todas as acima. 9. A Teoria das Relações Humanas tem suas origens nos seguintes fatos: A. Da necessidade de se humanizar e democratizar a Administração, libertando- a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. B. Do desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, bem como sua crescente influência intelectual e suas primeiras aplicaçõesà organização industrial. C. Das ideias da filosofia pragmática dos cientistas sociais e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin. D. Das conclusões da Experiência de Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da Administração. Marque a alternativa correta a) ( ) Somente A e B estão corretas b) ( ) Somente B e C estão corretas c) ( ) Somente C e D estão corretas d) ( ) Todas estão corretas 39 10. A abordagem da hierarquia de necessidades de Maslow se baseia em quatro premissas: A. Todos os seres humanos não adquirem um conjunto semelhante de motivos através de dotação genérica e de interação social; B. Alguns motivos são mais básicos ou fundamentais do que outros; C. Os motivos mais básicos não precisam ser satisfeitos primeiro, D. À medida que os motivos mais básicos forem satisfeitos, surgirão os motivos mais avançados. Marque a alternativa correta a) ( ) Somente A e C estão corretas b) ( ) Somente B e C estão corretas c) ( ) Somente B e D estão corretas d) ( ) Todas estão corretas 11. Quando você lê esta afirmativa “Sentimento de posse, amor” sobre as necessidades de Maslow, você tem certeza de que trata-se da .... a) ( ) Necessidades de estima b) ( ) Necessidades sociais c) ( ) Necessidades de segurança d) ( ) Necessidades fisiológicas 12. McGregor, um dos mais famosos autores da Administração, ficou também conhecido pela sua obra The Human side of Enterprise, que explica bem suas teorias. Esta afirmativa “ a fiscalização e o controle externo rígido, constituem mecanismos para neutralizar a desconfiança da empresa quanto às pessoas que nela trabalham e tem como premissa uma série de pressuposições errôneas acerca do comportamento humano” está relacionada com a teoria ... a) ( ) Z b) ( ) Y c) ( ) X d) ( ) K 40 CAPÍTULO III - A EVOLUÇÃO DA TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO As principais escolas de pensamento da Administração estão dando, nos dias de hoje, importante contribuição para a evolução da Administração, pois todas as ações que uma empresa toma em um mercado têm relação com alguma teoria das escolas. Hoje, as teorias atuais na Administração pegam ideias e conceitos das escolas para gerar seus próprios conceitos. [...] é impossível prever o que as gerações futuras vão estudar, mas atualmente podemos identificar pelo menos três perspectivas adicionais sobre a teoria da Administração que se tornarão importantes: a abordagem sistêmica, a abordagem contingencial e uma abordagem nova das relações humanas. (STONER, 1999, p.33). 3.1 - Abordagem Sistêmica Segundo STONER (1999, p.33), a Abordagem Sistêmica vê a organização como um sistema unificado e propositado, composto de partes inter-relacionadas. Isso permite que as pessoas enxerguem a empresa como um todo e parte do ambiente externo. Para ele, a Teoria dos Sistemas nos diz que a atividade de qualquer segmento de uma organização afeta em graus variados a atividade de todos os outros segmentos. É dentro desta abordagem de sistemas que estão inseridas muitas linguagens da Administração. Entre elas estão os sistemas, subsistemas, sinergia, sistema aberto, sistema fechado, fronteira de sistemas, fluxos, feedback. A Abordagem Sistêmica dinamiza e inter-relaciona a organização e a tarefa de administrar. 3.2 - Abordagem Contingencial Esta abordagem foi criada por vários administradores e consultores que, em campo, procuram colocar em prática as teorias das escolas de Administração. Descobriram então, que determinado método funciona bem em um ambiente e que o mesmo método não funciona bem em outro ambiente, portanto, concluíram que não existe um modelo padrão de abordagens que funcione bem em todos os ambientes. Segundo STONER (1999, p.35), a Abordagem Contingencial é a concepção que melhor contribui para o alcance dos objetivos organizacionais pois pode variar em situações ou circunstâncias diferentes. Verifica-se então que a Abordagem 41 Contingencial é mais abrangente que a Sistêmica, pois focaliza os pormenores das relações entre as partes. 3.3 - Uma nova abordagem das Relações Humanas Uma nova abordagem das relações humanas surgiu por volta da década de 50 e se fortificou na década de 60, com diversos pensadores. Entre eles estão Tom Burns e G. M. Stalker, que defendem que a nova abordagem das relações humanas está intimamente ligada à Abordagem Contingencial, porém, vai muito além, pois propõe um novo modelo de Administração. Outros cientistas, entre eles W. Edwards Deming e Tom Peters, elaboraram um conjunto de princípios de Administração, como o fez Fayol na sua teoria. Estes conceitos de Deming e Peters concentram-se nos princípios de qualidade. Esta nova abordagem das relações humanas ganhou forma quando, em 1982, os consultores Thomas J. Peters e Robert H. Waterman publicaram estudos feitos em empresas, onde aplicaram a nova abordagem das relações humanas. Em seus trabalhos, os consultores explicam como as pessoas interagem nas organizações e suas pesquisas revelam que as pessoas são sociais, intuitivas e criativas. Os pesquisadores também citam regras de como tratar as pessoas com a dignidade e o respeito que merecem. Sendo assim, STONER (1999, p.36) conclui que a nova ênfase na Administração a partir das relações humanas é um passo importante na evolução do pensamento sobre Administração. [...] esta nova abordagem é integrativa à teoria da Administração, combinando uma visão positiva da natureza humana com o estudo científico das organizações e visando prescrever como os administradores eficazes devem agir na maioria das circunstâncias. (STONER,1999, p.35). Estudo de Caso 1 O processo de criação da visão Richard Allen é professor e consultor do Departamento de Comunicações discursivas da Central Michigan University, Michigan, EUA, e neste artigo discute os seus pensamentos a respeito do processo de criação da visão. O autor relata que a 42 visão corporativa terá mais importância quando as empresas adotarem modelos administrativos mais descentralizados. Uma visão ideal, segundo Allen, é aquela que mostra onde a empresa está, onde quer chegar e quais os meios necessários para se chegar lá. O autor afirma que o processo de criação da visão é eficaz se for bastante coerente para criar uma imagem identificável do futuro, ser bastante convincente para gerar comprometimento com o desempenho, enfatizar o que pode ser e esclarecer o que deve ser, ou seja, uma visão deve fornecer um mapa da direção futura e gerar entusiasmo por essa direção. Pode estabelecer ordem no caos e fornecer um critério para medição do êxito. O autor ressalta que a visão é em parte racional (produto de análise), e em parte emocional (imaginação, intuição, valores). Afirma que uma empresa com visão tem rumo, planeja seu futuro de forma eficiente e tem condições de trabalhar em conjunto. Entretanto, criar uma visão não é o suficiente, é preciso, diz o autor, se aproximar dela. É preciso pôr a teoria em prática. Mesmo que compartilhada, será preciso determinação para manter a visão, pois o mundo inteiro tentará repetidamente ofuscá-la. O processo de criação implica responder uma série de perguntas, do qual se destaque aquele que dará resposta sobre qual é, efetivamente, a natureza do negócio em que a empresa está inserida. É preciso ter uma clara ideia de onde se deseja chegar, como chegar e quais as possíveis consequências dessa tentativa. É importante lembrar que a visão deve incluir
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