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condições de validade dos contratos, princípios contratuais, estipulaçao em favor de terceiro, promessa de fato de terceiro

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1. CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS CONTRATOS:
Art. 104, CC, a validade do negócio jurídico requer: 
I- agente capaz artigos 3°, 4° e 5° do CC
II- objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
III- forma prescrita ou não defesa em lei.
Sendo o negócio jurídico antes de tudo, um ato praticado pelo agente, exige o legislador que esse agente tenha capacidade jurídica para expressar sua vontade. Para validade do negócio jurídico, portanto é necessário que o agente seja capaz. Sendo absolutamente incapaz o negócio jurídico será nulo (CC, art 166, I). Sendo apenas relativamente incapaz será anulável (CC, art 171, I). Além disso, todo negócio jurídico tem necessariamente um objeto. Esse objeto por sua vez, será exatamente o que as partes almejam conseguir com a realização do negócio jurídico. A doutrina costuma classificar o objeto do negócio jurídico em objeto imediato (ação humana) e objeto mediato (a coisa a que a ação humana se refere). A possibilidade e a determinação, dizem respeito a própria coisa. Sendo fisicamente impossível, por exemplo, atravessar o oceano correndo, um um negócio jurídico com esse objeto será nulo. A impossibilidade pode ser ainda jurídica e não física, como a disposição da herança de pessoa viva. Além disso, o objeto deve ser determinado ou determinável, ou seja, é necessário que seja precisamente identificado ou ao menos identificável mediante a prévia estipulação de seu gênero e quantidade, por exemplo. A forma do negócio jurídico é o meio pelo qual o agente manifesta sua vontade. Não basta ao agente querer a realização de determinado negócio jurídico. Para que esse negócio exista, é necessário que o agente exteriorize essa vontade a qual, manisfestada em meio às circunstâncias negociais específicas, será socialmente vista como dirigida a produção de determinados efeitos.
2- PRINCÍPIOS CONTRATUAIS:
a) Boa-Fé
Segundo o ministro José Carlos Moreira princípio da boa-fé, considerado historicamente como princípio da moral, visa exigir que os contratantes atuem sem a existência de vícios, garantindo ao magistrado bem como aos sujeitos uma transparência durante a execução contratual. 
b) Autonomia Privada
“É o poder que os particulares têm de regular pelo exercício de sua própria vontade, as relações de que participam, estabelecendo-lhes o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica” ( Francisco Amaral, 2006, p. 3470. É, portanto, fundamento para a realização de contratos atípicos (art. 425, CC; “é lícito as partes estipuladas nos contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas nesse código”.
A autonomia privada tem como fundamento ou pressuposto a liberdade como valor jurídico (poder de praticar ou não, ao arbítrio do sujeito, todo ato ordenado ou não proibido por lei, de modo positivo, é o poder que as pessoas têm de optar entre o exercício de seus direitos subjetivos).
c) Função Social
Sob o critério limitativo afirma-se ser a função social do contrato um limitador da liberdade contratual, limite que deve ser analisado a partir do interesse social e da dignidade da pessoa humana.“A função social dos contratos consiste em abordar a liberdade contratual em seus reflexos sobre a sociedade (terceiros) e não apenas no campo das relações entre as partes que o estipulam (contratantes)” (Humberto Theodoro Júnior, 2004), valorizando-se, dessa forma, não apenas o desenvolvimento econômico(como o fazia o Estado Liberal), mas impondo também a observação
do desenvolvimento social (Estado Social). Tem por finalidade, portanto, legitimar a liberdade contratual e não extingui-la.
3. Classificações dos contratos:
a) contratos unilaterais são considerados aqueles em que o seu conteúdo impõe deveres a apenas uma das partes. Exemplo, contrato de doação.
b) contratos bilaterais são todos os contratos cuja a obrigação é recíproca entre os contraentes. Exemplo, contrato de compra e venda.
c) contratos plurilaterais , são aqueles onde a reciprocidade de obrigações se mostra para todos os envolvidos, ainda que sejam indeterminados. Exemplo, loteria.
d) contratos onerosos são aqueles que trazem vantagem econômica e sacrifício patrimonial para ambas as partes, de modo que estaremos diante de prestação e contra prestação simultânea.
Contratos gratuitos também chamados de benefícios são aqueles em que o sacrifício econômico se evidencia apenas em um dos contraentes.
e) contratos cumulativos são aqueles em que desde a sua formação cada contraente já define seus direitos e obrigações em seu conteúdo.
Contratos aleatórios são aqueles em que as partes contraentes no momento da celebração não conseguem ou não querem definir minunciosamente todas as cláusulas.
4. A ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO:
O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
O professor Roberto Luiz Lisboa sobre o tema faz a seguinte consideração: 
“a estipulação em favor de terceiro é um negócio jurídico por meio do qual se ajusta uma vantagem pecuniária em prol de uma pessoa que não o celebra, mas se restringe a colher seus benefícios”.
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
É a fonte de uma obrigação de faze, qual seja do que um terceiro integre a relação contratual com a parte contrária (credor).
Nessa hipótese de feito contratual, o devedor tem a obrigaçãp de convencer que o terceiro celebre negócio jurídico com o credor.
A diferença entre estipulação em favor de terceiro e da promessa de fato de terceiro, é que naquela o terceiro não celebra negócio jurídico mais se restringe a colher seus benefícios, e nesta o terceiro celebra o negócio jurídico.
5. Vícios redibitórios:
São considerados defeitos ocultos, que tornam a coisa imprópria para o uso a quem se destina.
Exemplo 1: a compra de um veículo novo que nos meses dentro da garantia apresenta sinais ocultos, como por exemplo, não liga na ingnição sem nenhuma demonstração no painel e que por reiteradas vezes aconteceu e a concessionaria não detecta o defeito.
Exemplo 2: a compra de um imóvel que meses após a compra houve uma ruptura em uma das paredes em razão da inexistência de coluna de sustentação.
EVICÇÃO:
É a perda da coisa em virtude de sentença judicial ou fato administrativo que a atribuiu a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. Trata-se de um defeito do direito transmitido (art. 447, CC)
EXEMPLO 1: 
“A adquire propriedade de B e passa a residir no imóvel. Meses depois C ingressa com ação de reintegração de posse – em função de esbulho e invocando direito anterior à aquisição da titularidade -, obtendo êxito na demanda, com o desapossamento de A. Apesar de A ainda ser proprietário do bem, haverá a evicção, pois foi privado da posse do bem, alijado das faculdades dominiais de fruição e uso, que possuem inegável valor econômico” (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 484-485).

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