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Aula 2 A disciplina da propriedade no ordenamento constitucional Brasileiro Conceito de crédito tributário A constituição garante o da propriedade, contudo, limita e condiciona seu uso, gozo e disposição; As limitações administrativas atingem o caráter absoluto da propriedade e são consideradas intervenções brandas do Estado na propriedade; Limitação administrativa é toda imposição geral, gratuita, unilateral e ordem pública, condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares as exigências do bem-estar social; A constituição da república não faz referência expressa às limitações administrativas. Entretanto, o princípio implícito da supremacia do interesse público, de um lado, e a enunciação da função social da propriedade(Art 5º, XXIII e Art , III ambos da CF); Nas servidões há uma obrigação de suportar, ao passo eu nas limitações há um non facere, ou seja, uma obrigação de não fazer. Modalidade de responsabilidade e subsistência da responsabilidade subjetiva CF/88, ART 5º INC XXII – Garantia ao direito da propriedade INC XXIII- Relatividade com a função social Competência para legislar sobre desapropriação: União, incisos I A III, Art 22 da CF/88 Das modalidades de intervenções em espécie Restritiva- O proprietário não perde a posse e nem o domínio da propriedade, sofrendo, apensar, restringe no uso. Exemplos: Limitações administrativas, servidão administrativas, requisição, ocupação temporária e tombamento. Supressiva- Há transferência da posse e do domínio do bem para o poder público. Exemplos: são os tipos de desapropriação admitidas em nosso ordenamento jurídico. Limitações administrativas ATENÇÃO- CARACTERÍSTICAS: Imposições gerais não atingindo pessoas determinadas, mas uma quantidade apenas determinável; Sempre veiculada através de normas dotadas de generalidade – leis ou atos administrativos normativo; Aspecto de definitividade. Questões Jurisprudenciais A CF não faz referência expressa as limitações administrativas. São abrangidas pelo princípio implícito da supremacia do interesse público, e enunciação da função social da propriedade ( Art 5 º, XXIII e Art 170, III, ambos da CF/88). Contrato de labor ou contrato integral? Sujeito ativo – impostas por qualquer ente da federação. Particularidades: Sujeito ativo: exercício do direito de propriedade ao desenvolvimento da política urbana local – competência reservada aos municípios ( CF/ 88 , art 182). Sujeito ativo: impostas com vistas a defender a incolumidade do meio ambiente, por exemplo, caberá a todos os entes tal mister.(CF/88, ART 225) Sujeito passivo: Por pessoas indeterminadas, mas determináveis. Quanto à indenização: Deve-se comprovar o dano para que haja direito à indenização. ATENÇÃO: essa é a regra para todos as cinco formas de intervenção banda do Estado na propriedade, diferentemente da desapropriação. Responsabilidade por danos causados na execução de obras 3º Encargos trabalhistas, previdenciários e fiscais Se a empresa contratada pelo ente da federação deixa de pagar os encargos trabalhistas, previdenciários e fiscais, a lei está dizendo que a responsabilidade é somente do contratado. Fundamento: ARt 71, paragrafo 1º, da lei 8666/93. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais, resultantes da execução do contrato. ADVERTÊNCIA: Este artigo está em divergência com o enunciado 331 do TST “ A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. “ TOME CUIDADO! Essa é a posição predominante na doutrina: Será o particular indenizado se comprovar efetivo dano causado pela atuação estatal, com fundamento no artigo 37, parag 6° da CF. Dica Prescrição- Prazo fatal para postular ação indenizatória- 5 anos. Exceção- Indenização por desapropriação indireta, prazo prescricional de 10 anos (posição do STJ). Sujeitos ativos e passivos Objeto: Geralmente,a limitação administrativa atinge bens imóveis (ex: restrição ao direito de construir, pela fixação de gabaritos) Particularidades: Pode atingir atividades. Ex: um determinado prefeito tentou limitar a venda de produtos de supermercado em farmácias- essa seria uma limitação de atividade. Divisão/classes das limitações administrativas Limitações positivas, as limitações negativas e as limitações de permitir. Nas limitações positivas, o Poder Público impõe ao particular uma obrigação de fazer. Ex: o particular tem a obrigação de manter a calçada em frente à testada do seu imóvel em ordem. Nas limitações negativas, impõe-se uma obrigação de não fazer. Exemplos: •Fixação de gabaritos, que obriga o particular a não construir acima de certo número de andares. •Obrigação de não desmatar o terreno além do permitido Nas limitações de permitir atingem mais as atividades do que as construções, e se fazem mais comumente através das vistorias. Ex: fiscal de salubridade das atividades, fiscal de posturas. Natureza Jurídica STF: Devemos encarar as limitações administrativas como espécies de manifestação do poder de polícia em sentido amplo, já que incidem especificamente sobre a propriedade ou atividades que possam ser desenvolvidas nelas. STJ: Entende que a natureza jurídica das limitações administrativas é a de leis ou atos administrativos de caráter geral que dão o contorno do próprio direito de propriedade. Efeitos Produção de efeitos Ex nunc -respeitando situação anterior. Servidão administrativa Considerações: Intervenção branda sobre a propriedade do particular; Atinge o uso exclusivo da propriedade; O proprietário é obrigado a dividir o uso do bem com o Poder Público; Todos os entes da Federação podem instituir servidão administrativa, especialmente porque a lei que regula a desapropriação nos fala da possibilidade da servidão (DL 3365, art. 40). Objeto: Quase todos afirmam que ela só recai sobre imóveis. Exceção: STJ Servidões que podem recair sobre serviço, admitindo servidão como direito pessoal em favor do Poder Público. Ex: servidão administrativa instituída para o transporte gratuito de militares e carteiros uniformizados em ônibus de empresas particulares. STF :A servidão só recai sobre imóveis, tendo até caráter de direito real. Indenização Fundamento: Art 40 do DL 3365 fala que o expropriante pode instituir servidões mediante indenização. Cuidado A servidão administrativa só vai ensejar a indenização se causar algum dano ou prejuízo ao proprietário. Exemplo de servidão: Passagem de fio de alta tensão por terrenos particulares. Se aquilo não afeta a atividade econômica do dono do terreno, não há porque haver indenização. Se afeta, se ele tiver de interromper a exploração econômica daquela área, isso será um prejuízo, que deverá ser indenizado pelo Poder Público. Forma: A servidão administrativa deve ser objeto de um decreto, declarando a utilidade pública de um bem, para fins de servidão. Há raros casos em que a servidão decorre de lei, como a que institui o tombamento. Fique ligado Fundamento: O DL 25/37, que trata de tombamento, diz em seu art. 18 que, com o tombamento, surgem servidões do bem tombado (que será o dominante) sobre os vizinhos (que serão os servientes), que ficarão limitados em sua possibilidade de fazer obras que impeçam a visibilidade do imóvel. Havia outro exemplo de servidão administrativa criado por lei, no DL 9760/46, art. 4º, que atinge os terrenos marginais de rios. Até 15 metros da margem, havia servidão administrativa, não para que qualquer um do povo entrasse lá, mas para que a polícia hídrica (polícia administrativa de águas públicas) pudesse agir mais eficazmente. ANOTE: A servidão não será autoexecutória, a Administração não poderá impô-la. Havendo dúvida sobre se há ou não indenização, ou sobre o valorda eventual indenização, a Administração terá que ir a juízo para sacramentar a servidão. Lembrete: Servidão administrativa tem que ser levada ao Registro de Imóveis, por qualquer dos entes da Federação. Traços distintivos: limitação administrativa e servidão administrativa 1.Quanto ao caráter de intervenção na propriedade: a servidão atinge o caráter exclusivo da propriedade, o uso exclusivo da propriedade; a limitação é mais ampla, atingindo o caráter absoluto da propriedade, abrangendo todas as faculdades da propriedade (uso, gozo e disposição); 2.Quanto ao sujeito passivo: a servidão atinge um sujeito determinado (o dono do imóvel serviente), enquanto a limitação tem sujeito passivo indeterminado (atinge toda uma rua ou um bairro igualmente), é limitação genérica. 3.Quanto à forma de criação: em razão do fato de não ter sujeito passivo determinado, a limitação é instituída em regra por lei, que tem efeito genérico e abstrato. Já a servidão, tendo sujeito passivo determinado (o dono do imóvel serviente), é feita por decreto. Há exceções a isso, pois há servidões instituídas por lei, e limitações fixadas em decreto, obviamente respeitando lei autorizativa. 4.Quanto ao fim de cada uma delas: A limitação administrativa defende interesse público genéricos, abstratos (melhoria da qualidade de vida, diminuição da poluição). Já a servidão tem um fim específico, voltada para uma atividade concreta (passagem de fio de alta tensão ou gasoduto, fixação de placa com nome de rua em casas de esquina).
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