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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CONTRA OFTALMOLOGISTA Copia

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Exmº. Sr. Dr. Juiz Conciliador do Juizado Especial do Consumidor de Feira de Santana, Bahia.
 JORGE DOS SANTOS, brasileiro, casado, Técnico em Telecomunicações, nascido em 25/04/1965, portador de RG 1126068144 e CPF 380.308.965-49, residente e domiciliado no Condomínio Prisco Viana, Bloco I, Apto. 304, Bairro Conceição, Feira de Santana, Bahia, Fones: (75) 3488-7323, por seu advogado infra firmado, constituído na forma da procuração inclusa, vem perante a V.Exa., propor Ação Idenizatória de Danos Morais e Materiais contra CÉZAR AUGUSTO DE C. LOPES, com endereço profissional na Rua Barão do Rio Branco, nº 1.569, Centro, Feira de Santana, Bahia, fones: (075) 3623-7388 e 3623-6199, pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:
					
O Autor é Técnico em Telecomunicação, exercendo esta função como autônomo, por cerca de três anos, pelo fato de não ter conseguido qualquer emprego até a presente data.
Acontece que, ao tomar conhecimento que a indústria Pirelli Pneus SA estava necessitando admitir Auxiliares de produção em seu quadro de funcionários, o Autor se inscreveu no processo seletivo, onde foi aprovado, dependendo tão somente do exame médico admissional.
Pelo fato do Acionante não ter conseguido emprego na função de sua especialidade “Técnico em Telecomunicação”, e por dificuldade financeira, resolveu laborar prestando serviços em qualquer outra função.
Certo de que iria ser admitido pela Pirelli, ao ponto de compartilhar a sua alegria com os seus familiares. Quando compareceu na empresa para a consolidação do seu emprego, foi surpreendido com o resultado do exame médico que lhe julgava inapto para função pleiteada, como prescrito no documento nº 01, a seguir transcrito: “LESÃO CICATRIZADA MACULAR DE CORIORRETINITE”.
O Autor, indignado pelo resultado do exame médico constante nos documentos 01 e 02, procurou outros médicos oftalmologistas de renome no estado da Bahia, que lhe deram como apto para o trabalho, totalmente contrário a conclusão proferida pelo Réu, como faz prova os documentos 03 à 07, os quais se transcreve, na íntegra:
Doc.03 – “Conclusão: APTO A EXERCER SUAS ATIVIDADES”;
Doc.04 – “Visão em ambos os olhos”;
Doc.06 – “Exame normal para a idade, estando apto para o cargo proposto”.
MM Julgador desta Justiça Especializada, como se denota nos documentos acostados, o Réu viera a cometer um erro grave ao dar como inapta uma pessoa totalmente capaz para exercer suas funções de trabalho.
O Réu, com isto, infringiu o art. 5º - X da Carta Magna, art. 159 Código Civil pátrio (antigo), o 186 e 927 do mesmo diploma legal (código novo), devendo ser responsabilizado por danos morais e materiais. 
O laudo proferido pelo médico Dr. Cezar Augusto de C. Lopes, trouxe ao Autor grandes prejuízos tanto moral como material e constrangimentos perante a comunidade em que vive, pois ainda se encontra desempregado devido ao ato ilícito praticado pelo Réu ao proferir um laudo totalmente adverso à realidade, já que o Autor está devidamente apto, como faz prova os documentos acostados aos autos, bem como a sua carteira de habilitação, ora acostada – doc. 08, que dá a sua aptidão para dirigir até o ano de 2007. 
Ora, Ilustre Julgador, como poderia uma pessoa estar inapta a trabalhar e dirigir um veículo num trânsito tão complicado como está sendo nos últimos tempos, com problemas na visão - “cego”? A essas alturas, deveria, por conseqüência, o Autor ter já ultrapassado os pontos e perdido o direito de dirigir veículos. 
Existem vários ensinamentos quanto ao caso em tela, dentre eles, apresentamos abaixo dois que estão em consonância com o requerimento do Acionante, como seja:
“A esse respeito é preciso esclarecer que o direito não repara a dor, a mágoa, o sofrimento ou a angústia, mas apenas aqueles danos que resultarem da privação de um bem sobre o qual o lesado teria interesse reconhecido juridicamente. O lesado pode pleitear uma indenização pecuniária em razão de dano moral, sem pedir um preço para sua dor, mas um lenitivo que atenue, futuro, superando o déficit acarretado pelo o dano”. Profª Maria Helena Diniz, In Dano Moral e o Direito do Trabalho, Valdir Florindo, Ed. Ltr, pág. 102.
 
 “Que o montante das indenizações deve ser algo inibidor, para impedir investidas do gênero. Por isso, deve o Juiz ser rigoroso e arbitrar cifras consideráveis, posto que o objetivo também é o castigo do autor. O montante da indenização deve traduzir-se em advertência ao lesante e a sociedade, de que comportamento dessa ordem não se tolerará.” Profº João Casillo - Dano à pessoa e sua indenização. Ed. RT, 2ª Edição, pág. 137. In Dano Moral e o Direito, Vladir Florindo, Ed. LTR, pág. 110.
					Sob o dano material, nos transmite João Carlos Maldonado de Carvalho: “O dano patrimonial, como preceitua o art. 402 do Código Civil, abrange o que a vítima “efetivamente perdeu” e o que ela “razoavelmente deixou de lucrar” (lucros cessantes). (...) Há de ser portanto, uma conseqüência direta e imediata da conduta ilícita do agente, cujos efeitos se projetam para o futuro (art. 403 do CC).” (IATROGENIA E ERRO MÉDICO sob o Enfoque da Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris, p.130, 2005).
					Na forma da legislação vigente e pertinente, o valor do dano moral causado por erro do Réu será arbitrado pelo MM Juízo do feito.
					Ex positis, requer a V. Exa. se digne inicialmente transformar em termo a presente Ação, condenando o Réu a pagar os Danos Morais e Materiais que causou ao Autor grandes constrangimentos quanto a fatos alheios a sua vontade.
					Dá-se valor a causa em R$ 12.000,00
					E. Deferimento
					Feira de Santana, 22 de Julho de 2005.
			
 Bel. Geraldo Oliveira
 OAB/Ba – 9.458

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