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* * * ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS - AINEs - Os AINEs são inibidores, em geral não seletivos, da enzima ciclo-oxigenase (figura ao lado) - Desta maneira eles inibem a síntese de prostaglandinas e tromboxano, que são mediadores muito importantes para o processo inflamatório. - Na realidade existem dois grupos de ciclooxigenase (COX), a COX-1 e a COX-2. - A COX-1 produz de prostaglandinas envolvidas em processos fisiológicos: - Inibição da produção de ácido estomacal (análogos de PGs são anti-ulcerosos) - Relaxamento de vasos renais (aumentando a filtração renal) - Agregação plaquetária (aspirina 100 mg é usado como anti-agregante) - A COX-2 produz prostaglandinas envolvidas com processos patológicos (inflamação) * * * INIBIÇÃO DA COX POR AINEs DE USO COMUM - A maioria dos AINEs inibem não seletivamente as isoformas de COX - A aspirina e o piroxicam são mais seltivos para a COX-1 (causam mais efeitos adversos) - O meloxicam e o diclofenaco inibem igualmente ambas isoformas * * * CLASSES DE AINES - Os AINEs são derivados de diversas classes químicas, principalmente ácidos orgânicos (tabela abaixo) AÇÕES FARMACOLÓGICAS - Efeito anti-inflamatório: modificação da reação inflamatória (inibição da vasodilatação e edema) - Efeito analgésico: redução de certos tipos de dor (relacionadas a inflamação ou dano tecidual). Possuem ação analgésica quando administrada na medula espinhal. - Efeito antipirético: redução da elevação da temperatura (inibição da produção de prostaglandinas no hipotálamo) - Estes efeitos vão variar com a dose e com a classe de AINE (comparação de alguns aines de uso comum, quadro 12.1 Rang et al., 1997) * * * CARACTERÍSTICAS CINÉTICAS - A maioria dos AINEs possui início de efeito rápido - Porém, somente alguns possuem meia vida longa (Tabela abaixo) EFEITOS ADVERSOS - A maioria relacionados a inibição da COX-1 * * * EFEITOS ADVERSOS - Diretos: alguns AINEs são ácidos - Indireto: a inibição da COX-1 estomacal causa diminuição da síntese de prostaglandinas que inibem a produção de ácido. A inibição da COX-1 nas plaquetas aumenta o sangramento. * * * CLASSES DE AINES SALICILATOS: - Derivados da salicina e do metilsalicilato isolados da Salix sp.(salgueiro) - A aspirina (ácido acetilsalicílico) foi o primeiro fármaco sintetizado - Metilsalicilato é usado topicamente Usos: artrites, mialgias, dor de cabeça, dimenorréia, prevenção de acidentes vasculares e câncer de cólon. Farmacocinética: são ácidos fracos, e por isso são absorvidos no estômago e mais excretados em urina alcalina. Efeitos adversos: - Mesmos dos AINEs - Salicilismo: intoxicação por altas doses (sumbido, tonteiras, diminuição da audição, náuse, vômitos) - Distúrbios no equilíbrio ácido-base - Contra-indicado para crianças, pois existe correlação entre ingestão da aspirina e a síndrome de Reye (hepato-encefalopatia rara que ocorre após infecção virótica) PARACETAMOL (acetaminofeno): - Possui fraca atividade anti-inflamatória - inibe fracamente as COX-1 e a COX-2 - inibidor de uma COX do SNC? Usos: anti-pirético e analgésico. Farmacocinética: bem absorvido por via oral e metabolizado pelo fígado e excretado em forma conjugada pelo rim. Efeitos adversos: - Raros (reações alérgicas) - Intoxicação: causa produção de um metabólito tóxico (N acetil-p-benzoquinona imina, radical livre) pelo fígado, induzindo necrose hepática e nos túbulos renais. - Pode ser tratada rapidamente (< 12 horas) com acetilcisteína (antioxidante) ou por aumento na conjugação (metionina) * * * PIROXICAM: - Usos: pela sua potente atividade anti-inflamatória e sua longa meia vida é utilizado para o tratamento crônico da artrite - Efeitos adversos: comum aos AINEs INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2 - Criados para terem somente efeito anti-inflamatório (inibição da COX-2) e não adversos (inibição da COX-1) - potentes analgésicos (a COX-2 é importante na transmissão da dor em nível espinhal) * * * - Efeitos adversos: tonturas, tosse, dor abdominal e sangranmento gastro-intestinal em pacientes já acometidos por úlcera (onde a COX-2 participa do processo inflamatório para o reparo da lesão) Doses: FÁRMACOS ANTI-REUMATÓIDES - são fármacos capazes de aliviar os processos lesivos da doença - usados em pacientes não responsivos a AINEs, nos quais a doença está progredindo e causando deformidade - Exemplos: Compostos de ouro (auranofina) Penicilamina Cloroquina - nâo se conhece o mecanismo de ação, mas inibem a proliferação de linfócito e a infiltração de leucócitos. * * * ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS - Esteróides do cortex da supra renal são hormônios envovidos com o equilíbrio hidroeletrolítico (aldosterona) e com o metabolismo dos carboidratos e das proteínas (cortisol ou cortisona e hidrocortisona) - As duas ações não estão completamente separadas em corticóides de origem natual - Derivam do colesterol (figura vias de biosíntese) - São liberados após estímulo da corticotrofina (ACTH) AÇÕES: - Metabólicas: causam hiperglicemia, perda protéica muscular, redistribuição da gordura, retenção de sódio e perda de potássio (efeito mineralocorticóide), redução da absorção e aumento da excreção do cálcio (osteoporose) - Retroalimentação negativa sobre a liberãção de CRF e ACTH: corticóides endógenos e exógenos deprimem secreção de CRF e ACTH. A administração exógena de corticóide diminui a secreção de corticóide endógeno, causando atrofia do córtex da supra-renal. - Anti-inflamatória e imunosupressora: inibe estágios iniciais da inflamação (dor, calor, rubor, edema) e crônicos como o reparo e cicatrização de feridas. Resposta vascular vasocronstricção de pequenos vasos Resposta celular inibição da clonagem de células T e B inibição da migração celular Mediadores menor produção de prostaglandinas, leucotrienos, citocinas pró-inflamatórias, histamina Atividade antiinflamatória * * * MECANISMO DE AÇÃO: Os corticóides ativam receptores nucleares que ativam genes responsáveis pela síntese de proteínas anti-inflamatórias (p.e. a lipocortina que inibe a fosfolipase A2) ou inibem genes responsáveis pela síntese de proteínas pró-inflamatórias (COX-2, interleucina-1, etc.) - Os corticóides ativam genes responsáveis pela síntese da lipocortina, uma proteína que inibe a fosfolipase A2. Desta maneira eles inibem a síntese de prostaglandinas e leucotrienos (figura ao lado). Por isso, possuem espectro de atividade anti-inflamatória maio do que AINEs * * * ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS - Análogos estruturais, onde se reduziu a atividade mineralocorticóide do cortisol e se aumentou a meia vida VIAS DE ADMINISTRAÇÃO - Intramuscular, endovanosa, tópica, oral, nasal. - Cuidado especial para não desregular o ciclo do cortisol e causar atrofia da supra renal * * * * * * EFEITOS ADVERSOS: - São vários, comprometendo vários sistemas (endócrino, cardivascular, gastrointestinal, musculoesquelético, nervoso, imune)(tabela) - Síndrome de Cushing iatrogênica * * * TRATAMENTO DA ARTRITE CONTINUAÇÃO DO CASO CLÍNICO Com a confirmação do diagnóstico, decidiu-se utilizar aspirina em dose anti-inflamatória (1,5 g de 6 em 6 horas) com leite. A paciente deveria voltar a consulta em um mês, mas apareceu somente oito meses após. Contou ter feito o tratamento por um tempo com alguma melhora, mas começou a sentir dores abdominais e azia, descontinuando o tratamento. Porque usou-se aspirina? Porque tomar com leite? Porque a paciente sentiu dores abdominais? Que alternativa de tratamento você sugere?
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