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12 DIREITO CIVIL I – CASO CONCRETO – SEMANA 12 – 2º SEM 15

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Descrição
DIREITO CIVIL I – CASO CONCRETO – SEMANA 12 – 2º SEM 15
Caso concreto
José Roberto sofreu grave acidente de carro e foi imediatamente levado a hospital.
Chegando ao hospital, a família de José Roberto foi informada que a cirurgia apenas seria realizada se fosse prestada caução no valor de R$ 50.000,00. Neste caso:
a) é válida a exigência de caução?
Resposta: A exigência não é válida e nos dias atuais, em face do artigo 135-A, do CP (introduzido pela Lei 12.653/2012), trata-se de conduta criminosa. 
Sob o aspecto civil, temos um vício de consentimento, caracterizado como estado de perigo (artigo 156, do CC), sendo, portanto, sujeito à anulabilidade do negócio, porém, a onerosidade excessiva será apreciada em conformidade com as circunstâncias do caso, cabendo ao juiz decidir com base na equidade. 
Na jurisprudência já havia posicionamentos entendendo que a exigência de cheque-caução como condição para internação de emergência é prática abusiva, devendo o hospital que adota esse tipo de conduta ser condenado ao pagamento de danos morais.
Para fins didáticos, eis a transcrição do Art. 135-A: “Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial”:   
        Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
        Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. 
b) o defeito do negócio e sua potencial anulabilidade confere a José Roberto o direito a não pagar as despesas hospitalares?
A resposta só pode ser pela negativa. A prestação de serviços hospitalares efetivamente ocorreu. Assim, deverão ser prestigiados os princípios da conservação dos contratos e função social. A esse respeito pode-se mencionar o Enunciado nº 148, da III Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: “ao estado de perigo (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157”. E, de acordo com o art. 157, § 2º, do Código Civil, “não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito”. 
Não obstante o Código Civil preveja apenas a anulabilidade como consequência do estado de perigo, há entendimento doutrinário no sentido de que a parte prejudicada pode optar pela propositura de ação de revisão contratual, com base nos mesmos princípios: conservação dos contratos e função social.
Questão objetiva 01
(Magistratura - TJPE/2015) Declarada a insolvência do devedor, a discussão entre os credores:
a) somente versará sobre a preferência na aquisição dos bens do devedor, para satisfação dos respectivos créditos.
b) é vedada, porque os títulos de preferência devem ter prova pré-constituída, sob pena de o credor ser considerado quirografário.
c) só pode versar sobre a preferência entre eles disputada, dependendo outras alegações, como fraude, nulidade ou falsidade de dívidas e contratos de ação própria.
d) pode versar quer sobre a preferência entre eles disputada, quer sobre a nulidade, simulação, fraude, ou falsidade das dívidas e contratos.
e) será limitada à existência das dívidas, porque, de ofício, o juiz deliberará sobre as preferências e privilégios.
Questão objetiva 02
Rogério, em razão da necessidade de custear tratamento médico no exterior para o filho que contraíra grave enfermidade, vendeu a Jorge um apartamento de dois quartos, por R$ 200 mil, enquanto seu valor de mercado correspondia a R$ 400 mil. Jorge não tinha conhecimento da situação de necessidade do alienante e dela não se aproveitara, mas Rogério, após dois meses, com a melhora do filho, refletiu sobre o negócio e, sentindo-se prejudicado, procurou escritório de advocacia para se informar acerca da validade do negócio. Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Rogério, esclareça, com o devido fundamento jurídico, se existe algum vício no negócio celebrado e indique a solução mais adequada para proteger os interesses de seu cliente, APONTANDO A OPÇÃO EXATA:
a) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de perigo (art.156), uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível alegar o vício da fraude, previsto no artigo 157 do Código Civil.
b) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de necessidade
(art.156), uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível alegar o vício da injustiça, previsto no artigo 157 do Código Civil.
c) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de necessidade, uma vez que este não tem previsão em matéria civil, mas tão somente penal. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível alegar o vício da coação, previsto no artigo 157 do Código Civil.
d) É possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de necessidade (art.156), uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível alegar o vício da concorrência desleal, apesar de não prevista no Código Civil.
e) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de perigo (art.156), uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível alegar o vício da lesão, previsto no artigo 157 do Código Civil.
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