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Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Diagramas de Fase Capítulo 9 – PLT Calistter pg. 168 Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Diagramas de fase em condições de equilíbrio - Definições e conceitos básicos: identificação das fases, limite de solubilidade, microestrutura das fases. - Diagramas de equilíbrio binários isomorfos e eutéticos - Reações eutetóides e peritéticas - Sistema Fe-C e microestruturas que se formam no resfriamento lento Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri DIAGRAMA DE FASE OU DE EQUILIBRIO 1. Importância: - Dá informações sobre microestrutura e propriedades mecânicas em função da temperatura e composição; - Permite a visualização da solidificação e fusão; - Prediz as transformações de fases; - Dá informações sobre outros fenômenos. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri • SOLUBILIDADE COMPLETA • SOLUBILIDADE INCOMPLETA • INSOLUBILIDADE LIMITE DE SOLUBILIDADE: é a concentração máxima de átomos de soluto que pode dissolver-se no solvente, a uma dada temperatura, para formar uma solução sólida. Quando o limite de solubilidade é ultrapassado forma-se uma segunda fase com composição distinta LIMITE DE SOLUBILIDADE Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri FASES FASE É A PORÇÃO HOMOGÊNEA DE UM SISTEMA QUE TEM CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DEFINIDAS Todo metal puro é considerado uma fase • Uma fase é identificada pela composição química e microestrutura; • A interação de 2 ou mais fases em um material permite a obtenção de propriedades diferentes; • É possível alterar as propriedades do material alterando a forma e distribuição das fases. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri DIAGRAMA DE FASES OU DE EQUILÍBRIO • É COMO UM MAPA PARA A DETERMINAÇÃO DAS FASES PRESENTES, PARA QUALQUER TEMPERATURA E COMPOSIÇÃO, DESDE QUE A LIGA ESTEJA EM EQUILÍBRIO • Termodinamicamente o equilíbrio é descrito em termos de energia livre(G) • Um sistema está em equilíbrio quando a energia livre é mínima O equilíbrio de fases é o reflexo da constância das características das fases com o tempo Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri • Fases de equilíbrio: suas propriedades ou características não mudam com o tempo. Geralmente são representadas nos diagramas por letras gregas Fases metaestáveis: suas propriedades ou características mudam lentamente com o tempo, ou seja, o estado de equilíbrio não é nunca alcançado. No entanto, não há mudanças muito perceptíveis com o tempo na microestrutura das fases metaestáveis. FASES DE EQUILÍBRIO E FASES METAESTÁVEIS Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO PARA SISTEMAS BINÁRIOS E ISOMÓRFOS Isomorfo quando a solubilidade é completa (Exemplo: Sistema Cu-Ni) Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Fases presentes localiza-se a temperatura e composição desejada e verifica-se o número de fases presentes Composição química das fases usa-se o método da linha de conecção (isotérma) Para um sistema monofásico a composição é a mesma da liga Percentagem das fases (quantidades relativas das fases) regra da alavanca INTERPRETAÇÃO DO DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri SISTEMA Cu-Ni DETERMINAÇÃO DAS FASES PRESENTES E DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS FASES Comp. Liq= 32% de Ni e 68% de Cu Comp. Sol. = 45% de Ni e 55% de Cu B Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri • Composição das fases • Percentagem das fases Fase líquida Fase sólida SISTEMA Cu-Ni Determinação das quantidades relativas das fases Comp. Líq = 31,4% Ni e 68,9%Cu Comp. Sol. = 42,5% Ni e %57,5Cu L = S R+S S = R R+S L = C-C0 C-CL L = Co-CL C-CL Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri DESENVOLVIMENTO DA MICROESTRUTURA • A microestrutura só segue o diagrama de equilíbrio para velocidades de solidificação lentas; • Na prática, não há tempo para a difusão completa e as microestruturas não são exatamente iguais às do equilíbrio; • O grau de afastamento do equilíbrio dependerá da taxa de resfriamento; • Como consequência da solidificação fora do equilíbrio tem-se a segregação (a distribuição dos 2 elementos no grão não é uniforme. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Mudança na composição das fases durante o processo de solidificação Ex: o centro do grão mais rico do elemento com o elemento de maior ponto de fusão) Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Curva de solidificação e Remoção do calor latente de fusão Remoção do calor latente de fusão Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri FORMAÇÃO DA MICROESTRUTURA A distribuição dos 2 elementos no grão não é uniforme, sendo neste caso o centro do grão mais rico do elemento com o menor ponto de fusão Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri SOLUBILIDADE É dada pela linha solvus LINHA SOLVUS () () + LINHA SOLVUS + l l + Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri SISTEMAS EUTÉTICOS BINÁRIOS 9.7 – Callister pg. 177 Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri SISTEMAS EUTÉTICOS BINÁRIOS Reação eutética: Líquido + • Neste caso a solidificação processa-se como num metal puro, no entanto tem-se como produto 2 fases sólidas distintas. Microestrutura do eutético: LAMELAR camadas alternadas de fase e . Ocorre desta forma porque é a de menor percurso para a difusão Eutético vem do grego e significa “de fusão mais fácil” Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Sistemas eutéticos binários • Um outro tipo comum e relativamente simples de diagrama de fases, encontrado em ligas binárias, é o diagrama de fases eutético binário. • Diversas características desse diagrama são importantes e dignas de observação. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Em primeiro lugar, são encontradas três regiões monofásicas distintas: , e líquido. Além disso, três regiões bifásicas também podem ser encontradas: + líquido, + líquido e + . Como exemplo é mostrado a seguir o diagrama de fases para o sistema chumbo-estanho. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Para o diagrama Pb-Sn, a fase é uma solução sólida rica em chumbo e que possui o estanho como o componente soluto. A fase é uma solução sólida ricaem estanho e possui o chumbo como componente soluto. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri O componente chumbo possui uma estrutura cristalina CFC e o componente estanho uma estrutura cristalina tetragonal. À medida que átomos de Sn entram na estrutura CFC formada por átomos de Pb, a rede vai se tornando um tanto distorcida, em comparação com uma rede formada apenas por átomos de Pb, mas ainda é identificável como CFC. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Entretanto, em uma certa composição, a adição de mais átomos de Sn faz com que a fase única se separe em duas fases: Uma fase com estrutura cristalina CFC, designada como , constituída primariamente de átomos de Pb, com alguns átomos de Sn em solução sólida. Outra fase com estrutura cristalina tetragonal, designada como , constituída primariamente de átomos de Sn, com alguns átomos Pb em solução. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Pode ser observado no diagrama Pb-Sn que à medida que o estanho é adicionado ao chumbo, a temperatura na qual a liga se torna totalmente líquida diminui ao longo da linha liquidus. Dessa forma, a temperatura de fusão do chumbo é reduzida por adições de estanho. A temperatura de fusão completa do estanho também é reduzida pela introdução do chumbo. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Considere o resfriamento de uma liga rica em chumbo. A solubilidade do estanho no chumbo cai quando a temperatura é reduzida para abaixo da temperatura eutética. O excesso de estanho se precipita durante o resfriamento. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Entretanto, os átomos de estanho em excesso, que não mais se dissolvem em à temperatura mais baixa, não são mais rejeitados na forma de estanho puro, porque o chumbo é solúvel até uma certa proporção no estanho. O precipitado é na realidade uma solução . Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri REAÇÃO EUTÉTICA Líquido + LINHA SOLVUS () + () Indica solubilidade Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri As linhas liquidus e solidus se encontram num ponto invariante chamado ponto eutético. Ocorre uma reação importante, para uma liga de composição eutética, à medida que ela muda de temperatura ao passar pela temperatura eutética. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Sob resfriamento, uma fase líquida é transformada nas duas fases sólidas e . Uma reação oposta ocorre no aquecimento. Essa reação é chamada reação eutética. A forma geral da reação é: 2S 1S L OAQUECIMENT TORESFRIAMEN Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Para o sistema chumbo-estanho, um líquido possuidor de composição eutética (38,1%p Pb-61,9%p Sn) se separa em duas fases sólidas ( e ) na temperatura eutética (183C). A reação eutética para o sistema chumbo-estanho é: Sn) (97,5%p Sn) (19,2%p )Sn p%9,61( L C183 Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Somente na temperatura eutética as três fases (, e líquido) podem estar em equilíbrio. Se uma liga de composição eutética for aquecida, as duas fases sólidas se fundem num líquido monofásico. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Uma adequada mistura de dois ou mais metais pode gerar ligas de baixo ponto de fusão. Uma liga muito familiar é o metal de solda (40%p Pb- 60%p Sn). Esta liga está bem próxima da composição eutética que se funde a 183C. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri A figura a seguir apresenta um exemplo de representação esquemática do desenvolvimento das microestruturas, durante a solidificação em condições de equilíbrio, para uma liga com composição eutética, acima e abaixo da temperatura eutética. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri A figura a seguir é uma fotomicrografia mostrando a microestrutura de uma liga chumbo-estanho com composição eutética. Essa microestrutura consiste em camadas alternadas de uma solução sólida da fase rica em chumbo (camadas escuras) e de uma solução sólida da fase rica em estanho (camadas claras). Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Liga chumbo-estanho com composição eutética Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri A figura a seguir apresenta um exemplo de representação esquemática do desenvolvimento das microestruturas, durante a solidificação em condições de equilíbrio, para uma liga com composição à esquerda do ponto eutético, acima e abaixo da temperatura eutética. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri A figura a seguir é uma fotomicrografia mostrando a microestrutura de uma liga chumbo-estanho com composição 50%p Sn-50%p Pb. Essa microestrutura é composta por uma fase primária rica em chumbo (grandes regiões escuras) no interior de uma estrutura eutética lamelar, que consiste de uma fase rica em estanho (camadas claras) e uma fase rica em chumbo (camadas escuras). Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Transformações e microestruturas análogas resultam para ligas que possuem composições à direita do ponto eutético (isto é, entre 61,9 e 97,8%p Sn). Entretanto, abaixo da temperatura do eutético, a microestrutura consistirá nos microconstituintes eutético e primário , pois, com o resfriamento a partir da fase líquida, passa-se através do campo das fases + líquido. Eng. e Ciência dos Materiais Curso de Engenharia 1º/2013 Prof. Marcelo Zampieri Problema-Exemplo 9.2 : Para uma liga com 40%p Sn – 60%p Pb a 150°C (300°F), (a) Qual(is) fase(s) está(ão) presente(s)? (b) Qual(is) é(são) a(s) composição(ões) da(s) fase(s)? Problema-Exemplo 9.3 : Para a liga chumbo-estanho no Problema-exemplo 9.2, calcule as quantidades relativas de cada fase presente em termos da (a) fração mássica e da (b) Fração volumétrica. Supondo que as densidades do Pb e do Sn a 150°C sejam de 11,23 e 7,24 g/cm3, respectivamente.
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