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nomeação dos ministros stf e stj

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PECs alteram forma de escolha de ministros do STF
   
Da Redação | 05/02/2016, 08h16 - ATUALIZADO EM 05/02/2016, 16h00
Ministros do Supremo em sessão no último dia 17 de dezembro
Carlos Humberto/SCO/STF
Proposições legislativas
PEC 117/2015
PEC 35/2015
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), corte que exerce a função de guardiã da Constituição, poderão ter mandatos de dez anos. É o que estabelece a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 35/2015, que está pronta para ser votada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
O autor da proposta, senador Lasier Martins (PDT-RS), argumenta que a vitaliciedade do cargo pode trazer “vários riscos à estabilidade institucional”. Pela atual regra, aponta o senador, alguns ministros ocupam a vaga por poucos anos, enquanto outros podem exercer o cargo por décadas, inclusive presidindo a corte por mais de uma vez. Lasier acrescenta que a fixação de mandatos ainda pode criar a oportunidade de renovação, já que “inteligências hoje esquecidas” poderão ter a “chance de ser conhecidas e, se for o caso, escolhidas para comporem o STF”.
A PEC também determina que os ministros do STF ficarão inelegíveis para qualquer cargo eletivo até cinco anos após o término do mandato. Segundo Lasier, é uma forma de evitar que muitos ministros usem o Supremo “como porta de entrada imediata para a política partidária”.
Colegiado
A proposta ainda traz modificações sobre os critérios e o processo de escolha do ministro. Além das exigências atuais — mais de 35 e menos de 65 anos de idade, notável saber jurídico e reputação ilibada —, haverá a necessidade de comprovação de pelo menos 15 anos de atividade jurídica.
Pelo texto da PEC, o presidente da República vai escolher um nome dentro de uma lista tríplice, elaborada por um colegiado. Esse colegiado será composto por sete membros: os presidentes do STF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Superior Tribunal Militar (STM) e do Tribunal de Contas da União (TCU); além do procurador-geral da República e do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A regra atual que determina a escolha pessoal do presidente da República pode, na visão de Lasier, trazer prejuízos à impessoalidade dos critérios de seleção e até mesmo, no limite, “à necessária independência dos magistrados”. Com a indicação por um colegiado, registra o autor, não estará o chefe do Executivo absolutamente livre para indicar quem quiser. O senador ainda aponta que a sociedade brasileira não tolera mais “essa possibilidade de desvio de finalidade na escolha dos ministros do STF”.
A escolha pelo presidente da República deverá ser feita no prazo de até um mês a contar do surgimento da vaga. Esse prazo, segundo o autor, se justifica porque a falta de previsão de um prazo para a realização da escolha faz com que o STF, muitas vezes, tenha que conviver com vagas em aberto por até quase um ano. O nome do escolhido continuará sendo submetido à apreciação do Senado.
Equilíbrio
A proposta conta com o apoio do relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), para quem a PEC contribui de forma importante para o debate da democracia brasileira. Ele diz que sua aprovação “somará ao debate uma proposta sensata e equilibrada”.
Anastasia, no entanto, apresentou uma alteração no texto original. Ele diz que “não tem pertinência lógica” inserir no colegiado o presidente do TCU por se tratar de órgão técnico e de controle externo, diferente das outras instituições nele elencadas. Em seu relatório, Anastasia sugeriu substituir o presidente do TCU pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Se aprovada na CCJ, a PEC seguirá para a análise do Plenário do Senado, onde precisa ser votada em dois turnos, com o apoio de pelo menos 49 senadores. Com a aprovação no Senado, a proposta ainda será submetida à apreciação da Câmara dos Deputados.
Superior Tribunal de Justiça
Há ainda em tramitação outra proposta que altera o processo de escolha dos ministros do Supremo. A PEC 117/2015 prevê que quando houver cargos vagos, assume a cadeira o ministro mais antigo do Superior Tribunal de Justiça (STJ) até que aconteça a nomeação do titular da vaga no STF.
O autor da proposta, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) argumenta que a iniciativa não compromete a composição da Corte e nem a forma de nomeação previstas na Constituição. Lembra que os magistrados do STJ também devem respeitar os princípios de notório saber jurídico, reputação ilibada e idade mínima.
O Supremo Tribunal Federal é composto por 11 ministros escolhidos pelo presidente da República. A indicação presidencial tem que ser aprovada pela maioria absoluta do Senado. É o que está na Constituição, mas o artigo 101 não especifica qual o prazo para novas designações quando os ministros deixam o STF.
Um exemplo dessa situação se deu quando o ministro Joaquim Barbosa se aposentou, em julho de 2014. O STF ficou por quase um ano sem a bancada completa. O sucessor, Luiz Edson Fachin, apenas tomou posse em junho de 2015.
Flexa Ribeiro lembrou que a bancada incompleta do STF já causou problemas, como no caso do julgamento da aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) nas eleições de 2010. Flexa recordou que por causa de um empate em 24 de setembro daquele ano a decisão foi suspensa por tempo indeterminado. Esse julgamento só foi concluído em fevereiro de 2012.
Essa proposta de emenda constitucional será analisada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Ainda não há um relator escolhido para analisar a PEC 117/2015.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
MAIS NOTÍCIAS SOBRE: 
CCJ Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania Justiça Proposta de Emenda à ConstituiçãoSenador Antonio Anastasia Senador Lasier Martins Superior Tribunal de Justiça Supremo Tribunal Federal TCUTribunal de Contas da União Tribunal Superior do Trabalho Tribunal Superior Eleitoral TSE
Como funciona a nomeação de ministros para o STF e porque isso é tão criticado
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O Brasil está voltado para a discussão sobre quem irá suceder a vaga do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, morto nesta quinta-feira (19) em uma queda de avião em Paraty. A mídia, então, já pressiona com a ventilação de alguns possíveis nomes para o cargo. Na corrida ao posto, saíram à frente os candidatos: Alexandre de Moraes, Ministro da Justiça, e a Ministra Gracie Mendonça, da AGU (Advocacia-Geral da União), maiores cotados para o cargo.
A expectativa é que a indicação seja rápida, uma vez que Teori era o relator da principal investigação em curso no país: a Operação Lava Jato. Entretanto, Michel Temer se pronunciou dizendo que se sente mais confortável em indicar um novo ministro após o STF redistribuir a relatoria dos casos relacionados a operação. Trataria-se de uma medida de contenção por parte do presidente que não quer colocar sob suspeita a imagem do próximo ministro.
O modelo brasileiro atual de indicação dos ministros da Suprema Corte é inspirado no sistema estadunidense, com isso, para que uma pessoa ocupe o cargo de ministro, é necessária a indicação do presidente da República, não havendo um prazo definido para isso. Após, a indicação o candidato ao cargo deve passar por uma sabatina no Senado Federal para enfim tomar posse. A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, levou quase um ano para indicar Edson Fachin para a vaga de Joaquim Barbosa, em 2015.
A tendência também é de que as campanhas para o cargo e a escolha do sucessor sigam o mesmo método das vezes anteriores baseado, em suma, por indicações políticas de pessoas próximas ao governo, com reuniões fechadas, movimentação de bastidores, e pressões midiáticas e partidárias.
Em 2009, por exemplo, quando o ministro Carlos Alberto Menezes Direito morreu, Dias Toffolli – que era advogado do PT – foi escolhido como ministro sucessor, herdando cerca 11 mil processos, com exceção daqueles nos quais ele havia atuado quando ocupou o cargode advogado-geral da União. Já o acervo de Teori Zavascki conta com aproximadamente 7.500 processos aguardando a nomeação do novo ministro.
Segundo a pesquisadora da coluna Supremo em Pauta, Livia Guimarães, “o interesse [ao cargo] surge justamente pelo fato de que a sua indicação e sabatina passarão justamente pelo crivo desses dois poderes [Legislativo e Executivo], dos quais alguns de seus membros estão, em alguma medida, envolvidos nas delações e investigações realizadas dentro da operação Lava Jato“.
Ao ser indicado pelo presidente da República, o sucessor será submetido à sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ), composta por 27 senadores. Essa Comissão não tem tempo determinado para realizar a sabatina que consiste em questionar o ministro acerca da opinião jurídica e política dele sobre os mais variados assuntos, como a descriminalização das drogas e do aborto, direito a greve etc.
 
A sabatina ganhou protagonismo na mídia a partir do julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, quando a corte se sobressaiu com as sucessivas indicações de ministros. 
 
Crítica ao atual modelo
O atual método é criticado por deixar suscetível que um ministro com boa articulação política no governo assuma o cargo, em detrimento de outro candidato mais apto, ou com maiores conhecimentos jurídicos. A Associação de Juízes para a Democracia (AJD), por exemplo, encaminhou em 2014 à então presidente, Dilma Rousseff, um documento no qual reitera uma proposta de nomeação dos ministros adotando o Decreto 222, expedido pela presidência da República Argentina no ano de 2003. Com isso, visa-se a “permitir e estimular a participação popular no processo de escolha dos integrantes do STF”.
Em entrevista ao Justificando, o presidente da AJD, André Augusto Bezerra, explicou um pouco. “A nomeação hoje existente deveria ser democraticamente aperfeiçoada, isso significa maior transparência no processo, desta forma, saberíamos os reais motivos para a indicação de alguém“, disse.
A Associação, então, adota como alternativa candidaturas públicas ao STF, “ou seja, que a pessoa se apresente como candidato. Defendemos também debates entre candidatos e que a sociedade civil participe, podendo, ao menos, opinar“, explicou Bezerra. 
Para ele, é natural que o processo de escolha do ministro envolva política. “Não há problema na questão ser política desde que sejam obedecidos os requisitos constitucionais“, afirmou.
Leia aqui a proposta da AJD.
Projetos de Lei visam alterar forma de escolha de ministros do Supremo
A PEC 473/2001, de autoria de Antonio Carlos Pannunzio (PSDB/SP) pretende alterar o parágrafo único do artigo 101 da Constituição. Com isso, “os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão escolhidos, alternativamente, pelo Presidente da República e pelo Congresso Nacional, nesse último caso, pela maioria absoluta de seus membros”.
A proposta visa maior protagonismo do legislativo na escolha dos ministros do STF. Se aprovada, a PEC “retirará da exclusiva esfera do Poder Executivo a iniciativa da escolha dos titulares da Suprema Corte de Justiça Brasileira, democratizando, em decorrência, o processo de composição do órgão de cúpula do Poder Judiciário”.
Já a PEC 117/2015, de autoria de Flexa Ribeiro (PSDB-PA), propõe que quando houver cargos vagos, o ministro mais antigo do STJ é quem assume a cadeira – até que aconteça a nomeação do titular da vaga no STF. Até o momento, não há um relator definido. O projeto de lei seria destinado, portanto, a minorar os danos causados pela ausência de um ministro na corte, como o acúmulo de processos, e a possibilidade de empate em resultados por conta do número par (são 10 ministros quando uma cadeira vaga).
Outro projeto é a  PEC 17/2011, de Rubens Bueno (PPS-PR) que propõe que a nomeação do ministro permanece sob decisão da Presidência da República. De acordo com o Empório do Direito, no entanto, as indicações teriam que levar em conta: três ministros seriam indicados pelo STJ; dois pela OAB ; dois pela Procuradoria Geral da República; um ministro indicado pela Câmara dos Deputados; um indicado pelo Senado Federal – estes dois últimos, aliás, não podendo selecionar membros de sua própria legislatura; e ainda dois ministros pelo Presidente da República.
PEC aprovada retira exclusividade da Presidência em indicações ao STF
Atualmente, todos os ministros do Supremo são escolhidos pelo presidente da República e depois aprovados pelo Senado. De acordo com a proposta, dos 11 ministros, apenas dois seriam indicados pelo Palácio do Planalto. Texto passou pela CCJ da Câmara
	POR CONGRESSO EM FOCO | 16/09/2015 18:14 
CATEGORIA(S): JUDICIÁRIO, NOTÍCIAS, OUTROS DESTAQUES
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A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (16), a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 17/11, do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), que altera o critério de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente, todos os ministros do Supremo são escolhidos pelo presidente da República e depois aprovados pelo Senado. De acordo com a proposta, dos 11 ministros, apenas dois seriam indicados pelo presidente da República.
As outras indicações seriam divididas entre várias entidades: três seriam listados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou entre os próprios ministros do STF; outros dois seriam indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); dois teriam indicações do Ministério Público Federal (MPF); a Câmara seria responsável por indicar um dos ministros e o Senado, mais outro.
O relator da proposta, deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ), não viu problemas jurídicos na análise do texto pela Câmara, até porque, lembrou o parlamentar, já estão sendo analisadas outras propostas sobre o assunto. O escolhido deve ter notório saber jurídico e deverá posteriormente ser sabatinado pelo Senado Federal, que, até hoje, aprovou todas as escolhas do Executivo.
A proposta deve ser analisada por uma comissão especial, provavelmente pela mesma comissão que já analisa mudanças na escolha de ministros do STF (PEC 473/01). Essa proposta já está em fase de votação do parecer final, de autoria do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Em seguida, as propostas devem ser votadas pelo Plenário da Câmara.
“Não é bom para a independência entre os poderes termos todos os ministros do STF indicados pelo Executivo. Os governos de Lula e Dilma, por exemplo, poderão chegar a indicar 10 ministros até 2018. Creio que essa discussão está bem amadurecida na sociedade e no meio jurídico. Espero agora que a proposta chegue logo ao plenário”, cobrou o líder do PPS, Rubens Bueno, idealizador da PEC.
Segundo o deputado, a mudança busca permitir a indicação pelos três Poderes do Estado e por instituições que exerçam funções essenciais à Justiça. “Não será mais uma escolha totalmente pessoal e sim uma indicação marcada pela impessoalidade, requisito tão essencial à Justiça”, afirma Rubens Bueno.
Com informações da Agência Câmara
Em 5 pontos: o que poderia mudar no processo de nomeação de ministros do STF?
Mariana SchreiberDa BBC Brasil em Brasília
6 fevereiro 2017
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Direito de imagemEPAImage captionNovo ministro do STF será escolhido pelo presidente Michel Temer
O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, anunciou na noite desta segunda-feira a indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para a vaga do Supremo Tribunal Federal aberta em janeiro, com a morte do ministro Teori Zavascki. A indicação do presidente Michel Temer ainda precisa passar pelo Senado, mas deve ser aprovada com facilidade.
A escolha de um membro do governo vem cercada de controvérsias - em sua tese de doutorado, o próprio Moraes defendeu que pessoas com cargo de confiança na administração federal não deveriam ser nomeadas para a Corte, como revelou o jornal Estado de S. Paulo.
O ministro é filiado ao PSDB e antes de assumir a pasta foi secretário de Segurança Públicaem São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin.
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O processo de indicação para o STF é alvo de várias críticas, principalmente pelo fato de a decisão caber a um único mandatário: o presidente da República.
Conheça abaixo algumas propostas para alterar esse procedimento, que hoje envolveu Alexandre de Moraes.
1. Veto a indicados com cargo no governo
Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Moraes defendeu, em tese de doutorado apresentada na Faculdade de Direito da USP, em julho de 2000, que fosse vedada a indicação dos que exercem cargos de confiança "durante o mandato do presidente da República em exercício" para que se evitasse "demonstração de gratidão política".
Isso foi feito pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos indicaram seus advogados-gerais da União para o Supremo. FHC nomeou Gilmar Mendes em 2002 e Lula, Dias Toffoli, em 2009.
Pelo critério defendido por Moraes, ele próprio estaria impedido de ser indicado pelo presidente Michel Temer.
2. Menos poder ao presidente?
Atualmente, o processo de escolha de ministros do STF tem duas etapas - o presidente indica um nome e o Senado aprova ou não a nomeação.
Críticos desse modelo acreditam que ele confere poder demais ao presidente. Como alternativa, há propostas de mudança da Constituição (PECs) tramitando no Congresso que sugerem que o Poder Judiciário ou instituições ligadas a ele tenham maior peso nessa escolha.
Uma PEC elaborada pelo deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), por exemplo, prevê que o presidente poderia fazer apenas duas indicações. As demais ficariam divididas entre Superior Tribunal de Justiça, Procuradoria Geral da República, Ordem dos Advogados do Brasil, Câmara e Senado.
"Não é bom para a independência entre os poderes termos todos os ministros do STF indicados pelo Executivo. Os governos de Lula e Dilma, por exemplo, poderão chegar a indicar 10 ministros até 2018", chegou a dizer Bueno ao defender sua proposta em 2015, antes do impeachment da petista.
Juristas ouvidos pela BBC Brasil, porém, se opõem à proposta. Segundo eles, há um "mito" de que instituições da área jurídicas são "técnicas", quando na verdade, afirmam, estão sujeitas a disputas políticas próprias.
"O que temo com indicações desse tipo é o corporativismo (do Judiciário)", afirma o presidente da Associação Juízes para a Democracia, André Bezerra.
Direito de imagemREUTERSImage captionCríticos dizem que indicação pelo Executivo prejudica independência
Para Diego Werneck, professor de direito constitucional da FGV Direito Rio, mudanças assim podem fazer com que "a política do presidente seja capturada pelas políticas das corporações".
Ele nota que o Supremo é naturalmente uma instituição política, e a indicação pelo presidente garante que a corte reflita os valores da sociedade expressos nas escolhas feitas nas urnas.
"O presidente eleito representa preferências, desejos e aspirações do eleitorado. Ele tem esse poder de indicar pessoas com uma visão do direito e da Constituição alinhados com essas aspirações. Ninguém pode exercer um poder político desse tipo como ministro do Supremo sem ter passado por algum tipo de validação democrática", defende.
"Essa indicação é o espaço de contato entre a democracia e o Judiciário", concorda o diretor para a América Latina da Open Society Foundation, Pedro Abramovay.
"Porque as decisões não são apenas técnicas, elas são políticas. Demarcação de terra indígena, aborto, leis trabalhistas: juízes muito bem preparados vão chegar a conclusões diferentes", ressalta.
3. Mandatos para os ministros?
Para Werneck, melhor do que mudar quem indica os ministros, seria fixar um mandato para eles.
Isso, afirma, criaria uma maior previsibilidade sobre as indicações e evitaria que alguns presidentes nomeassem muitos ministros e outros nomeassem poucos. Fernando Henrique, por exemplo, indiou três em oito anos como presidente, enquanto Lula, que também governou por oito anos, pode indicar oito nomes.
Hoje, os ministros podem ficar no cargo o tempo que quiserem até a aposentadoria compulsória aos 75 anos. Celso de Mello, por exemplo, nomeado em 1989, já está há quase 28 anos no cargo e ainda tem mais quatro anos até sua aposentadoria. Marco Aurélio, chegou a corte um ano depois e, tendo 70 anos agora, poderá também chegar a 32 anos no Supremo.
Uma opção seria criar mandatos de 11 anos ou de 22 anos, o que garantiria nomeações a cada ano ou a cada dois anos, nota o professor da FGV. Assim, cada presidente teria o mesmo número de indicações - quatro se o mandato fosse de 11 anos ou duas se o mandato fosse de 22.
A falta de mandato, avalia ele, cria um incentivo para que os presidentes escolham ministros jovens, com objetivo de prolongar sua influência sobre a visão política do Supremo. Além disso aumenta o "custo" de uma escolha ruim, já que um ministro que se revele inepto pode ficar décadas no Tribunal.
"O mandato equaliza a influência de diferentes eleições sobre a composição do Tribunal. Todos os presidentes vão ter mais ou menos as mesmas indicações. Garante assim que a visão expressa nas urnas sobre quais direitos são importantes, para onde o país deve ir se reflita, ao longo do tempo, na visão de quem está lá", afirma Werneck.
Várias supremas cortes europeias têm mandatos. É o caso, por exemplo, da alemã, em que os ministros ficam no máximo 12 anos no cargo. Lá, por ser um sistema parlamentarista, eles são eleitos pelo Congresso.
Uma PEC proposta pelo senador Lasier Martins (PSD-RS) sugere um mandato de dez anos, sem possibilidade de recondução e prevê que os ministros, após deixarem o Supremo, ficariam proibidos de disputar eleição para cargo público nos cinco anos seguintes.
"O mandato é interessante, mas é fundamental que não haja possibilidade de recondução para evitar que ele faça negociações políticas para garantir sua renovação no cargo", afirma a professora de Direito Constitucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Estefânia Barboza.
4. Sabatinas mais profundas
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionAlexandre de Moraes, ganhou força e tem sido apontado como favorito ao STF
Responsável por dar o aval final ao escolhido pelo presidente, o Senado não rejeita indicações há mais de um século. Para muitos, isso indicaria que a sabatina e votação feitas pelos senadores são atos meramente protocolares.
Abramovay, que foi secretário Nacional de Justiça no governo Lula e acompanhou de perto as indicações do petista, discorda.
Segundo ele, a necessidade de aprovar o indicado no Senado cria uma negociação prévia entre o Planalto e os parlamentares. Abramovay conta que vários nomes cogitados dentro do governo acabavam descartados porque sabia-se que não seriam aprovados.
"Um exemplo muito concreto foi a indicação do Ricardo Lewandowski, logo após o mensalão. Havia uma pressão muito forte do PT para indicar nomes próximos ao partido, como o (Luiz Eduardo) Greenhalgh", lembra.
"E aí o Lula escolhe uma pessoa que era professor titular da USP, desembargador de São Paulo, sem vinculação com o PT. É uma indicação que só aconteceu por que tinha a sabatina do Senado", nota.
Mais importante do que rejeitar o nome, acredita Abramovay, é que o Senado melhore a sabatina, realizando um escrutínio mais aprofundado do candidato.
Isso já mudou um pouco na última indicação, de Edson Fachin, em 2015 - como a relação da então presidente Dilma Rousseff com o Congresso estava ruim, o Senado acabou fazendo uma sabatina mais rigorosa do candidato.
"É importante que a sabatina seja feita nos moldes da última para ficar clara a visão do ministro sobre diferentes temas para a sociedade. Muitas sabatinas antes eram como uma homologação", afirma Estefânia Barboza.
5. Mais transparência
Os juristas ouvidos pela BBC Brasil também sugeriram que o Brasil copie uma mudança adotada na Argentina para aumentar a transparênciados processos de escolha para o STF.
Em 2003, após muitas intervenções de presidentes na composição da Suprema Corte terem minado a confiança da sociedade no Judiciário, o então presidente Néstor Kirchner publicou um decreto criando regras para aumentar a transparência na nomeação.
O decreto prevê que o presidente tem um prazo de 30 dias para divulgar quais são os candidatos que está cogitando indicar e seus currículos. Esses candidatos devem então divulgar seus bens e de seus familiares, assim como os locais em que trabalharam, associações em que participaram e clientes que atenderam nos últimos oito anos.
Corre então um prazo de quinze dias para que qualquer cidadão ou instituição possa encaminhar ao Ministério da Justiça sua opinião sobre os potenciais nomeados. Depois disso, o governo tem mais quinze dias para anunciar o escolhido, que deverá então passar pelo crivo do Senado.
"Se adotássemos algo parecido, isso daria tempo para que os nomes fossem debatidos com mais profundidade na sociedade. Se a indicação é feita num dia, a sabatina no seguinte e depois a pessoa toma posse, isso é muito ruim", afirma Abramovay.
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