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Renata Largura Práticas educacionais Renata Largura da Lima Furtado Práticas educacionais 03 Sumário CAPÍTULO 2 – Orientações Para a Ação Didática ..............................................................05 Introdução ....................................................................................................................05 2.1 As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) ................................................................05 2.1.1 As DCNs para a educação infantil .....................................................................06 2.1.2 As DCNs para o ensino fundamental .................................................................08 2.1.3 As DCNs para o ensino médio ..........................................................................10 2.2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) .............................................................10 2.2.1 Os temas transversais ......................................................................................12 2.3 Os Referenciais Curriculares Nacionais (RCNs) ............................................................16 2.4 Avaliação e qualidade da educação ...........................................................................16 2.4.1 Sistemas de avaliação da educação fundamental ................................................17 2.4.2 Sistema de avaliação do ensino médio ..............................................................19 Síntese ..........................................................................................................................21 Referências Bibliográficas ................................................................................................22 05 Capítulo 2 Introdução O objetivo deste capítulo é compreender as normativas estabelecidas pelo Ministério da Educa- ção (MEC) para a ação didática. Você estudará os principais documentos estabelecidos nacio- nalmente para que a sua prática pedagógica ofereça condições reais de proporcionar a melhoria da qualidade da educação. Essas referências são ferramentas necessárias para a escola, pois auxiliam na formulação do pro- jeto educacional – que, no seu desenvolvimento, precisa envolver tanto o corpo docente quanto a comunidade em que a instituição de ensino está inserida. Neste estudo, você conhecerá os seguintes documentos: • as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs); • os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs); • os Referenciais Curriculares Nacionais (RCNs). Você sabe quais são as duas principais diferenças entre essas publicações? Em primeiro lugar, elas se distinguem pela obrigatoriedade ou não de utilização; em segundo lugar, pelos respecti- vos níveis de ensino a que cada documento dispõe-se a atender. Para monitorar se esses documentos norteiam uma prática docente efetiva e significativa, foram criadas as avaliações nacionais. Suas finalidades são auxiliar o desenvolvimento das políticas públicas e verificar o andamento da qualidade da educação nacional. Assim, ao final deste capítulo, você terá contato com as principais avaliações na educação básica e os indicadores utilizados atualmente. 2.1 As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) Você conhece as Diretrizes Curriculares Nacionais? Elas têm como principal objetivo orientar as escolas na organização, articulação e desenvolvimento do sistema de ensino. Em sua prática profissional, você teve contato com elas? A intenção dessas indagações é instigá-lo a saber mais sobre o assunto e, assim, refletir sobre quais melhorias podem ser realizadas mediante sua apli- cação na prática pedagógica. As Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias estabelecidas pelo Conselho Nacio- nal de Educação (CNE) e se configuram como normativas – isto é, são uma política de Estado, independentemente das gestões de governo. São um conjunto de definições sobre os princípios, fundamentos e procedimentos obrigatórios da educação básica brasileira. Para cada modalidade da educação básica brasileira, há uma Diretriz Curricular Nacional (DCN) que a regulamenta, conforme você verá a seguir. Orientações Para a Ação Didática 06 Laureate- International Universities Práticas educacionais 2.1.1 As DCNs para a educação infantil As Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação infantil – crianças de zero a 3 anos nas creches e de 4 a 5 anos nas pré-escolas – indicam que a proposta pedagógica das instituições deve ter como principais objetivos a garantia ao acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e a processos de ensino e aprendizagens em diferentes linguagens. Além disso, tal proposta pedagógica deve garantir o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. Em linhas gerais, o que se espera é que as crianças sejam matriculadas na educação infantil para iniciar a sua vida escolar com aprendizagens significativas, que se prolonguem ao longo de suas vidas. Nesse sentido, as DCNs determinam que as rotinas pedagógicas devem ter como eixos norteadores interações e brincadeiras a fim de garantir que: Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical; Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos; Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais; Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas; Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar; Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade; Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura; Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais; Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras; Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos. (BRASIL, 2010 a, p. 25-27). Para contemplar esses eixos norteadores, as creches e pré-escolas precisam levar em conside- ração, na elaboração de sua proposta curricular, as características necessárias para atender o público da educação infantil, bem como suas particularidades. É importante considerar que a infância é uma etapa da vida em que a criança passa a se adaptar progressivamente ao meio físico, e o grande desafio, nesse sentido, é proporcionar um equilíbrio entre o “eu” e o meio em que a criança está inserida. O respeito educacional pelas fases do desenvolvimento é parte do processo de uma formação integral do aluno. Em linhas gerais, a preocupação do corpo docente deve voltar-se para a garantia doatendimen- to das peculiaridades de cada faixa etária, sem antecipar conteúdos próprios do ensino funda- mental, preservando, dessa maneira, o respeito à maturidade cognitiva dos alunos. Observe a Figura 1, do site Porvir (especializado em difundir inovação em educação e melhorar a qualidade da educação em território nacional), em que a autora Regiany Silva promove uma importante reflexão no que diz respeito à elaboração do currículo no ensino básico e as expectativas de aprendizagem que esses alunos têm sobre o ciclo em que estão inseridos. 07 Figura 1 – Visão abrangente sobre currículo escolar. Fonte: Silva, 2014. Dessa forma, as DCNs exigem que os sistemas de ensino de educação básica desenvolvam ações que garantam, via processos de aprendizagem significativos e graduais, a transição adequada dos alunos ao ensino fundamental. 08 Laureate- International Universities Práticas educacionais 2.1.2 As DCNs para o ensino fundamental O ensino fundamental tem duração de nove anos e atende alunos na faixa etária dos 6 aos 14 anos de idade. Estende-se também a todas as pessoas que não tiveram condições de frequentá- -lo na idade apropriada. A matrícula no ensino fundamental é obrigatória para crianças com 6 anos completos até o dia 31 de março do ano corrente. A carga horária mínima anual é de oitocentas horas, distribuídas em, pelo menos, duzentos dias letivos (BRASIL, 1996, artigo 24, inciso I). O objetivo principal do ensino fundamental é a formação básica do cidadão brasileiro. Para atingi-lo, o artigo 32 da LDB (Lei nº 9.394/1996) destaca que é necessário: I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. As diretrizes para o ensino fundamental foram elaboradas com o intuito de estabelecer uma base nacional comum para orientar a organização, a articulação, o desenvolvimento e a avaliação de propostas pedagógicas de toda a rede de ensino do país. O que se espera com essa base comum é que a formação escolar dê condições de um exercício pleno da cidadania para todos, bem como o acesso aos direitos sociais, econômicos, civis e políticos, tornando, dessa maneira, o processo educacional do ensino fundamental um caminho para o desenvolvimento humano na sua plenitude. Os educadores que atuam em contexto nacional precisam se aprofundar no estudo das DCNs para o ensino fundamental, com o objetivo de formular propostas pedagógicas que promovam maior conhecimento sobre os direitos e deveres dos cidadãos e sobre o respeito ao bem comum e à ordem democrática. Além disso, devem considerar, em sua prática pedagógica, a promoção de ações efetivas que estimulem a educação formal e não formal, com vistas à formação integral dos alunos e ao preparo para o mundo do trabalho. O pesquisador espanhol Jaume Martínez Bonafé é professor titular da Universidade de Valência e atua no departamento de didática e organização da escola. Atualmente, destaca-se como militante dos movimentos da renovação pedagógica. Esse autor defende uma nova leitura das ruas para que os cidadãos valorizem as cidades, o que se configura como uma ação de educação não formal. Confira a sua entrevista no link: <http:// porvir.org/porpensar/o-curriculo-esta-na-rua-devemos-investiga-lo/20141127>. VOCÊ O CONHECE? As DCNs para o ensino fundamental destacam que a organização curricular deve ser construída levando em consideração as características dos alunos e o contexto social em que a escola está inserida. 09 DIRETRIZES EDUCACIONAIS CONTEXTO SOCIAL FAMÍLIA FORMAÇÃO ESCOLA GESTÃO PROFESSORES ALUNOS Figura 2 – O contexto de aplicação das Diretrizes Curriculares. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. Os componentes obrigatórios para o ensino fundamental são descritos pelo art. 26 da LDB e contemplam o estudo de Língua Portuguesa, Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a Educação Física e o Ensino Religioso. Estão organizados da seguinte maneira: • I – Linguagens: a) Língua Portuguesa b) Língua materna para populações indígenas c) Língua Estrangeira moderna d) Arte e) Educação Física • II – Matemática • III – Ciências da Natureza • IV – Ciências Humanas: a) História b) Geografia • V – Ensino Religioso Além desses componentes obrigatórios previstos na legislação, a proposta curricular deve prever a inclusão de projetos escolares flexíveis e variáveis, que atendam às necessidades dos alunos. 10 Laureate- International Universities Práticas educacionais É necessário que a proposta curricular reflita a relevância que os conteúdos selecionados têm para a vida dos alunos e para a continuidade de sua vida escolar, além de levar em consideração a diversidade cultural. 2.1.3 As DCNs para o ensino médio De acordo com o artigo 35 da LDB (Lei nº 9.394/96), atual marco regulatório do ensino médio, a finalidade desse nível de ensino é o aprimoramento do aluno como ser humano a partir da formação ética, do desenvolvimento de sua autonomia intelectual, de seu pensamento crítico, da preparação para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências para continuar seu aprendizado. Para atender a essa demanda, as diretrizes curriculares para o ensino médio (Resolução nº 2, de 30 de janeiro de 2012) destacam que a organização curricular deve contemplar uma base nacional comum e uma parte diversificada, que não se apresentem em blocos distintos, e sim de maneira integrada. O currículo também deve garantir conhecimentos e saberes comuns a todos os alunos, além de contemplar as diversidades regionais (art. 7º). O currículo será organizado nas seguintes áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, e a proposta metodológica deve contemplar a con- textualização e a interdisciplinaridade de forma a promover uma formação integral dos alunos (art. 8º). Ainda na categoria da educação básica, existem duas publicações dos DCNs que são muito importantes para a consolidação desse tema: as DCNs para a educação de jo- vens e adultos e a de educação especial. Para conhecê-las, visite os endereços: • <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_eja. pdf>. • <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf>. NÃO DEIXE DE LER... Apenas a publicação de diretrizes, como é o caso das DCNs em todos os níveis de ensino nacio- nais, não garante a realização de um planejamento efetivo na realidade escolar que contemple aprendizagens significativas para os alunos e, consequentemente, a melhoria na qualidade da educação. No Brasil, vivenciamos uma diversidade cultural muito rica, mas que, no campo edu- cacional, pode apresentar-se como um grande desafio no que tange à elaboração de propostas curriculares universais. É nesse cenário que os Parâmetros Curriculares Nacionais foram descritos e publicados, e você os estudará a seguir. 2.2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) A legislação preconiza que é importante respeitar as diversidades regionais, culturais e políticas na organização curricular das escolas e no planejamento didático, mas como podemos garantir uma mesma base curricular de norte a sul em nosso país? A extensão continental é um grande desafio nesse sentido, mas os Parâmetros Curriculares Nacionaisapresentam princípios educa- 11 tivos e propostas de articulação entre objetivos, conteúdos, orientações didáticas e critérios de avaliação, que não são obrigatórios, mas visam a contribuir para o aperfeiçoamento da prática pedagógica em território nacional. Mas qual dos parâmetros publicados deve ser adotado para a construção do planejamento didá- tico pedagógico da escola? É necessário primeiramente levar em consideração que os documen- tos estão organizados pelos níveis obrigatórios da educação básica brasileira, que se apresentam da seguinte maneira (as datas de publicação estão entre parênteses): 3. Parâmetros Curriculares Nacionais para os anos iniciais do ensino fundamental – 1ª a 4ª/5ª séries, ou primeiro e segundo ciclo (1997). 4. Parâmetros Curriculares Nacionais para os anos finais do ensino fundamental – 5ª a 8ª séries ou 6ª a 9ª séries, ou terceiros e quartos ciclos (1998). 5. Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação geral do ensino médio e do ensino fundamental (2000). Para fundamentar seus estudos, é importante você conhecer os dez volumes sobre os PCNs nos anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries). Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12640%3A%20 parametros-curriculares-nacionais1o-a-4o-series&catid=195%3Aseb-educacao-%20 basica&Itemid=859>. NÃO DEIXE DE LER... Além da divisão por nível de ensino, os documentos, publicados pelo MEC, apontam que os parâmetros podem ser utilizados com objetivos diferenciados e que a realidade de cada comu- nidade escolar deve ser levada em consideração para que as ações didáticas sejam alcançadas em sua totalidade. A principal finalidade dos PCNs é oferecer linhas norteadoras para a orientação curricular das escolas, além de contribuir para a construção de mudanças no papel do professor, que, diante dos desafios da sociedade atual, precisa desenvolver o papel de agente transformador no pro- cesso de ensino/aprendizagem. A transformação no papel do professor se faz ainda mais necessária diante de práticas usuais em que as aulas acontecem por meio da exposição oral dos conteúdos, com sequências predetermi- nadas e que não leva em consideração o contexto social dos alunos. Nessa metodologia, centra- da nos conhecimentos do docente, a função educacional principal passa a ser a transmissão do conhecimento. A ação está focada em corrigir e ensinar o conteúdo da disciplina. Sendo assim, privilegia-se a memorização e não a reflexão sobre a realidade, com vistas à trans- formação. Nesse modelo, a função social da escola é de transmitir conhecimentos que moldem a formação geral do aluno, ação que acaba se caracterizando por uma aprendizagem mecânica e por uma sobrecarga de conteúdos desvinculados do contexto. Em contraste, a prática que se pretende construir com a adoção dos PCNs caracteriza-se por ações em que o aluno é o centro do processo de ensino/aprendizagem. Tal modelo preconiza um perfil de estudante ativo e curioso, que desenvolve sua aprendizagem pela descoberta. Para tanto, os conteúdos trabalhados precisam ser do seu interesse, fundamentando-se na experiência e na experimentação. 12 Laureate- International Universities Práticas educacionais Nesse cenário, o professor torna-se o facilitador da aprendizagem, por meio da organização e coordenação de situações que desenvolvem as capacidades e habilidades intelectuais dos alunos. Para auxiliar o professor nessa trajetória, os PCNs elencaram os temas transversais, que você verá a seguir. 2.2.1 Os temas transversais A organização curricular proposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais preconiza o desen- volvimento dos conhecimentos por áreas que se interligam por meio de temas transversais. Essa proposta tem como objetivo principal desenvolver a ideia de integração nas diferentes disciplinas e pressupõe um trabalho interdisciplinar nas salas de aula. No esquema representado na Figura 3, é possível compreender melhor como isso acontece entre as grandes áreas do conhecimento e os eixos temáticos propostos pelos PCNs: Objetivos Gerais do Ensino Fundamental Caracterização da Área ÁREA DE LÍNGUA PORTUGUESA É�ic� - S�ú�� - M�i� A����n�� - O���ntaçã� S��u�� - P��r��ida�� C�l��r�� ÁREA DE MATEMÁTICA ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS ÁREA DE HISTÓRIA ÁREA DE GEOGRAFIA ÁREA DE ARTE ÁREA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ÁREA DE LÍNGUA ETRANGEIRA Figura 3 – Estrutura dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental. Fonte: Adaptado de Brasil, 1997. Perceba, a partir da observação da Figura 3, que as grandes áreas do conhecimento se integram aos temas transversais, exceto a área de língua estrangeira, que integra a grade curricular da 5ª à 8ª série do ensino fundamental. A justificativa dos parâmetros para a inclusão de grandes áreas para os temas transversais se dá no sentido de que somente o trabalho com as áreas convencionais, como Língua Portuguesa, Matemática, e assim por diante, não são suficientes para alcançar a formação integral do aluno e colocá-lo como participante de uma sociedade democrática. A prática requer uma integração de valores pautada nos conhecimentos socialmente adquiridos pela humanidade, como a ética, a saúde, o meio ambiente, a orientação sexual e a pluralidade cultural, não excluindo a impor- tância do trabalho acadêmico com as grandes áreas do conhecimento, mas, sim, integrando-as com os temas transversais. A partir desse trabalho de integração das grandes áreas do conhecimento com os eixos temá- ticos, fica evidente a intenção de reforçar o compromisso com a construção de uma sociedade mais igualitária por meio de práticas educacionais que compreendam a realidade social, bem como os direitos e as responsabilidades com os cidadãos brasileiros. Aos educadores, cabe a incorporação, no planejamento cotidiano de suas aulas e de suas esco- las, de práticas significativas que envolvam os temas transversais, com o objetivo de fortalecer o processo de ensino/aprendizagem e entrar em acordo com o artigo 3º da Constituição Federal: 13 Constituem objetivos fundamentais da República: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (BRASIL, 1988, p. 1). A seguir, você verá brevemente como se apresentam os temas transversais de acordo com os PCNs e como a escola e o corpo docente podem se organizar para incorporá-los de maneira efetiva em suas práticas. • Ética Por sua natureza filosófica, a ética e a moral são temas que geralmente podem ser confundidos, pois possuem quase o mesmo significado. Os educadores, porém, precisam internalizar esses conceitos, refletir sobre os impactos que tais temáticas têm sobre a sua vida e, a partir daí, trans- por ações efetivas para a prática docente. Ética pode ser definida como as reflexões sobre as condutas humanas e no campo educacional. A ética deve partir das relações entre os envolvidos no processo educacional para que essa re- lação ultrapasse os muros da escola. Já a moral pode ser compreendida como o conjunto de costumes e convenções estabelecidas pela sociedade. No campo profissional, os PCNs consideram que a ética é “um conjunto de regras e princípios que um determinado grupo de profissionais estabelece para o seu exercício profissional”. Sendo assim, fica claro que a escola tem o papel de disseminar valores acerca de justiça social, igual- dade de direitos, respeito pelo coletivo, direitos e obrigações da cidadania, tornando-se, assim, um espaço para formação de valores para a comunidade (BRASIL, 1997, p. 26). NÃO DEIXE DE VER... A videoaula Ética, valorese saúde na escola, da Universidade de São Paulo (USP), ensi- na a aplicar os temas transversais na prática didática e como se apresentam os grandes desafios no cotidiano escolar atualmente. Disponível em: <http://eaulas.usp.br/portal/ video.action?idItem=664>. • Meio ambiente Diariamente, todas as pessoas estão expostas a questões ambientais. Não se pode realizar uma prática docente consistente sem passar por esse tema, pois somos todos responsáveis pela con- servação do meio ambiente. A escola, nesse cenário, precisa dimensionar práticas que exaltem a importância de contribuições individuais e coletivas para a diminuição dos efeitos nocivos que a falta de consciência ambiental provoca ao planeta. Entre esses efeitos, pode ser destacada a degradação dos recursos naturais causada pelo homem na interação com o seu meio. 14 Laureate- International Universities Práticas educacionais NÃO DEIXE DE VER... O documentário Uma verdade inconveniente (EUA, 2006), dirigido por Davis Gug- genheim, aborda o aquecimento global e as questões ambientais do mundo em que vivemos sob a ótica do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore – autor do roteiro. Para baixar gratuitamente o filme legendado, visite o endereço: <http://www.justfilme- seseriados.net/filme-uma-verdade-inconveniente-legendado.html>. De acordo com os PCNs, a escola, ao exercer suas funções sociais, pode e deve contribuir com a promoção e o incentivo de ações que despertem no aluno a sua percepção para tornar-se agente multiplicador que se mobiliza para a conscientização. • Saúde O tema transversal da saúde na escola tem importância na medida em que promove o conheci- mento da prevenção às doenças e o enfrentamento de crenças populares que os alunos, muitas vezes, aprendem em seu convívio social. Esse tema geralmente é trabalhado nas aulas de ciências. Contudo, a proposta dos PCNs é justamente trabalhá-lo de forma transversal e de maneira abrangente, enfocando a prática de hábitos saudáveis conforme a realidade social do aluno e que favoreçam suas saúdes física e mental. Os PCNs sugerem, inclusive, a abordagem de práticas que auxiliem no alcance de um melhor rendimento escolar. Ao promover o acesso a esses conhecimentos, a escola cumpre a sua função social de garantir melhor qualidade de vida aos estudantes. • Orientação sexual A importância da discussão dessa temática passa pelo desafio de inserir os alunos de maneira a preservar a privacidade de cada indivíduo. Os PCNs orientam que: A vivência da sexualidade em cada indivíduo inclui fatores oriundos de ordens distintas: aprendizado, descoberta e invenção. Um bom trabalho de Orientação Sexual deve se nortear pelas questões que pertencem à ordem do que pode ser apreendido socialmente, preservando assim a vivência singular das infinitas possibilidades da sexualidade humana, e pelas pertinentes à ordem do que pode ser prazerosamente aprendido, descoberto e/ou inventado no espaço da privacidade de cada um (BRASIL, 1998, p. 24). Nesse sentido, é necessário que a escola reconheça cada fase vivida pelo aluno e o oriente so- bre as manifestações sexuais, selecionando as questões relacionadas ao tema de acordo com a faixa etária, com seus interesses e a maturidade para a aprendizagem, evitando deixar dúvidas e conceitos distorcidos da realidade. • Pluralidade cultural De acordo com a orientação dos PCNs, esse tema deve ser tratado entre o terceiro e o quarto ciclos do ensino fundamental (5ª a 8ª séries ou 6ª a 9ª séries). Seu conteúdo deve versar a res- peito das questões sociais em decorrência do processo histórico brasileiro, que resultou em uma população miscigenada e que está imersa em profundas desigualdades sociais. Esse tema transversal deve destacar a contribuição que cada grupo cultural teve na história do Brasil. A escola deve ser um ambiente de inclusão que, consequentemente, evita atitudes discri- minatórias. Nesse sentido, os PCNs orientam que: 15 O reconhecimento da complexidade que envolve a problemática social, cultural e étnica é o primeiro passo. Tal reconhecimento aponta a necessidade de a escola instrumentalizar-se para fornecer informações mais precisas para questões que vêm sendo indevidamente respondidas pelo senso comum, quando não ignoradas por um silencioso constrangimento (BRASIL, 1998 a, p. 27). Na perspectiva do trabalho interdisciplinar, a prática pedagógica deve acontecer a partir de ei- xos temáticos, que são os desdobramentos dos temas transversais. Mas como isso acontece na prática, no interior da instituição de ensino? As diretrizes de ensino são elencadas anualmente pelo diretor pedagógico, que acompanha o andamento das áreas do conhecimento que estão envolvidas no projeto. Por exemplo, em Histó- ria, os professores listam os conteúdos que serão trabalhados tendo como referência os PCNs, bem como os temas que estão em evidência. A partir da escolha dos temas que serão desenvolvidos no ano letivo, é possível que o corpo docente crie uma estratégia conjunta de trabalho. Com uma turma de 6ª série, por exemplo, que está estudando o Império Romano, a partir do eixo temático “pluralidade cultural”, é possível tra- çar estratégias para estudar a escravidão no Brasil Colônia e na atualidade, produzindo, assim, um trabalho interdisciplinar. Cada professor, em parceria com o restante do corpo docente da escola, pode analisar o apro- veitamento dos alunos, o interesse pelo conteúdo e se a aprendizagem provocou alterações no comportamento – nesse caso de História, especificamente sobre o preconceito. Concluindo, observe a Figura 4, que mostra um esquema do que é necessário ter em mente ao optar pela metodologia do trabalho interdisciplinar: Integração de conteúdos de várias áreas do conhecimento. Ultrapassar a concepção fragmentada dos conhecimentos. Interdisciplinaridade Construção de um modelo de escola participativa e decisiva na formação do cidadão integral. Processo ensino aprendizagem centrado em uma visão ao longo de toda a vida. Figura 4 – Características da interdisciplinaridade. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. 16 Laureate- International Universities Práticas educacionais 2.3 Os Referenciais Curriculares Nacionais (RCNs) Os Referenciais Curriculares são documentos de subsídios adicionais, que oferecem informações e indicações para a elaboração de propostas curriculares. Foram elaborados para áreas que necessitem de informações adicionais, além dos documentos normativos, como: • educação infantil; • educação indígena; • educação profissional. Nesse sentido, é um conjunto de reflexões de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os educadores, desenvolvidos para aproximar a prática escolar às orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Para aprofundar seus conhecimentos sobre os RCNs para a educação infantil, consulte o portal do MEC e confira os itens a seguir: Volume 1 – Apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, situando e fundamentando concepções de criança, de educação, de instituição e de profissional, utilizadas para definir os objetivos gerais da educação infantil. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Volume 2 – Está relacionado ao âmbito de experiência e formação pessoal e social que contém o eixo de trabalho que favorece, prioritariamente, os processos de construção da identidade e da autonomia das crianças. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ seb/arquivos/pdf/volume2.pdf>. Volume 3 – Aborda o conhecimento de mundo a partir de documentos referentes aos eixos de trabalho orientados para que as crianças construam diferentes linguagens e estabeleçam relações com seis objetos: movimento; música; artes visuais; linguagem oral e escrita; natureza e sociedade; ematemática. Disponível em: <http://portal.mec. gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf>. NÓS QUEREMOS SABER! 2.4 Avaliação e qualidade da educação Após conhecer as principais diretrizes que norteiam as ações educativas em território nacional, você deve estar se perguntando como a qualidade das práticas instituídas nas escolas é monito- rada, não é mesmo? Essa dúvida é muito pertinente, pois as ações precisam ser verificadas constantemente, de modo a garantir a eficácia do plano pedagógico. Com essa avaliação, é possível averiguar os resul- tados obtidos, com vistas a identificar quais áreas estão deficitárias e quais melhorias devem ser adotadas. 17 Nesse sentido, o Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007, instituiu a implementação do Pla- no de Metas Compromisso Todos pela Educação. Esse plano, estabelecido pela União Federal, prevê um regime de colaboração com os municípios, estados e o Distrito Federal, além da parti- cipação das famílias e da comunidade. É composto de programas e ações de assistência técnica e financeira, que visam à mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. O artigo 3º do decreto mencionado indica que a qualidade da educação básica deve ser aferida, objetivamente, com base no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Esse índice é calculado e divulgado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A composição do índice é feita a partir de dados sobre o rendimento escolar combinados com outros sobre a média de desempenho dos alunos. Ambos contam no censo escolar e no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que é composto por dois exames, que serão detalha- dos adiante: 1. Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb); 2. Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc) – Prova Brasil. É a partir da média dessas duas avaliações que o MEC e as secretarias de educação definem ações voltadas para a correção de problemas identificados e direcionam os recursos técnicos e financeiros necessários para corrigir as áreas prioritárias, sempre visando à diminuição das desigualdades existentes. Com os resultados do Ideb, é possível ampliar as possibilidades de mobilização da sociedade em favor da valorização da educação, já que o índice é comparável em todo o território nacional e mostra valores dos resultados mais importantes da educação: aprendizagem e fluxo. Você pode verificar o Ideb de qualquer estado, município ou escola acessando o se- guinte link: <http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado/>. NÃO DEIXE DE LER... 2.4.1 Sistemas de avaliação da educação fundamental O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), conforme estabelece a Portaria nº 931, de 21 de março de 2005, é composto por dois processos: a Aneb e a Prova Brasil. São instrumentos criados para auxiliar no desenvolvimento e na implementação de políticas pú- blicas que promovam a qualidade da educação do ensino fundamental em território nacional. • Mas o que, de fato, avaliam? Os alunos são avaliados por habilidades e competências determinadas pelas matrizes de referên- cias, que não estão focadas apenas nos conteúdos. A participação das escolas é voluntária, mas muito importante, pois os resultados da aplicação desses instrumentos é que são incorporados ao Ideb. Como consequência, as instituições de ensino se habilitam para participar dos programas baseados nas metas previstas pelo Compromisso Todos pela Educação do MEC. 18 Laureate- International Universities Práticas educacionais O portal do Inep disponibiliza as matrizes curriculares, que são a base para a elabora- ção das avaliações nacionais da educação básica. Ao consultá-las, você irá perceber quais são as habilidades e competências que os alunos devem desenvolver nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. As matrizes são muitos importantes para subsidiar o trabalho do planejamento docente e estão disponíveis no seguinte endereço: <http:// portal.inep.gov.br/web/saeb/matrizes-de-referencia>. NÃO DEIXE DE LER... Por exemplo, uma das habilidades avaliadas pelo Ideb para a 8ª série do ensino fundamental de Língua Portuguesa é a localização de informações explícitas em um texto. Perceba que esta é uma habilidade que pode ser trabalhada em uma aula de qualquer área de conhecimento, promoven- do, assim, um trabalho interdisciplinar e preparando esse aluno para a avaliação. • Quando e para quem são aplicadas as avaliações? A Aneb e a Prova Brasil são aplicadas a cada dois anos aos alunos das séries finais dos ciclos da educação básica: 5º e 9º anos do ensino fundamental. No caso do ensino médio, a Aneb é aplicada no 3º ano (o último). • Quais os principais objetivos das avaliações? De acordo com o site do Inep, os principais objetivos das avaliações são: 1. oferecer subsídios à formulação, reformulação e monitoramento de políticas públicas e programas de intervenção ajustados às necessidades diagnosticadas nas áreas e etapas de ensino avaliadas; 2. produzir informações sobre os fatores do contexto socioeconômico, cultural e escolar que influenciam o desempenho dos alunos; 3. proporcionar aos agentes educacionais e à sociedade uma visão clara dos resultados dos processos de ensino e aprendizagem e das condições em que são desenvolvidos; 4. desenvolver competência técnica e científica na área de avaliação educacional, ativando o intercâmbio entre instituições educacionais de ensino e pesquisa. Os educadores precisam ficar atentos à média do Ideb de sua escola, pois, ao conhecerem o seu desempenho, têm a possibilidade de compará-lo com as de outras instituições de ensino. Também podem iniciar um movimento de trocas de boas práticas, com vistas a melhorar o de- sempenho da sua instituição e, consequentemente, contribuir para a melhoria da qualidade da educação nacional. 19 Será que a qualidade do ensino tem melhorado nas escolas públicas? Para descobrir, confira o trabalho da Fundação Lemann. Essa organização sem fins lucrativos foi criada em 2002 com o objetivo de contribuir para qualificar o aprendizado dos alunos brasi- leiros e formar uma rede de líderes transformadores. A partir de pesquisa, investigou es- colas públicas que atendem alunos de nível socioeconômico baixo e que, considerando os resultados da Prova Brasil 2011 e de seu Ideb, tiveram sucesso no aprendizado. O resultado integral está disponível no endereço: <http://www.fundacaolemann.org.br/ uploads/arquivos/excelencia_com_equidade.pdf>. NÓS QUEREMOS SABER! Veja, na Figura 5, os dados que representam o caso da Escola Maria Alves de Mesquita, da ci- dade de Pedra Branca (CE), que evoluiu consideravelmente o percentual de aprendizagem dos alunos do 5º ano, de 2007 a 2011: Percentual de alunos que demonstraram um aprendizado adequado ao 5º ano de acordo com a Prova Brasil A 123 bc 2007 5º ano 5º ano 6% 48% 83% 3% 55% 95% 2009 2011 Língua Portuguesa Matemática Figura 5 – Demonstração de resultados da aplicação das avaliações nacionais. Fonte: Elaborada pela autora, 2015. 2.4.2 Sistema de avaliação do ensino médio O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), criado em 1998, configura-se como uma prova para avaliar o desempenho dos alunos ao final do ensino básico. Seus resultados também são utilizados para a seleção de alunos que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Univer- sidade para Todos (Prouni). Alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores podem participar do Enem. Segundo dados do Ministério da Educação, cerca de 500 universidades já utilizam o resultado da prova como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular. Diferentemente das outras avaliações direcionadas para o ensino básico, o Enem não foi criado com o objetivode obter indicadores para melhoria na qualidade do ensino médio. Sua finalidade é a de constituir-se como um bom indicador para avaliar como o ensino básico está preparando os alunos para ingressarem no ensino superior. 20 Laureate- International Universities Práticas educacionais CASO O Enem auxilia na detecção de eventuais insuficiências nesse preparo. Veja este exemplo, de acordo com dados do Ministério da Educação: Redigir um texto dissertativo-argumentativo sobre a publicidade infantil no Brasil. Trazendo essa proposta, a prova de redação do último Exame Nacional do Ensino Médio, realizado em no- vembro de 2014, revelou-se o “calcanhar de Aquiles” de muitos estudantes brasileiros. Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Educação, dos mais de 6 milhões de candidatos, 529 mil, ou 8,5%, tiraram nota zero na modalidade – um número cinco vezes maior que o do ano anterior. Além disso, a média geral na redação caiu quase 10% em relação a 2013 (PAIVA, 2015). 21 Síntese Neste capítulo, você: • Conheceu as principais normativas estabelecidas pelo MEC para a organização do sistema de ensino das escolas em contexto nacional, com vistas a proporcionar a melhoria da qualidade da educação. • Percebeu que ainda existem muitas lacunas que precisam ser repensadas e discutidas constantemente para avançar na qualidade desejada. • Aprendeu que as avaliações nacionais podem ser recursos auxiliares para essas reflexões, além de manter o foco na construção de uma prática pedagógica significativa. • Compreendeu que, para tanto, é preciso que haja discussões com toda a comunidade escolar para obtenção de bons resultados; desenvolvimento de princípios contextualizados com a realidade social em que a escola está inserida, com vistas a promover mudanças na sociedade; adaptação flexível na medida em que as mudanças ocorrem. Síntese 22 Laureate- International Universities Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares na- cionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010a. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares na- cionais para o ensino fundamental. Brasília: MEC/SEB, 2010b. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares na- cionais para o ensino médio. Brasília: MEC/SEB, 2010c. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros curriculares nacionais/Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC/SEB, 1998a. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros curriculares nacionais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEB, 1997. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Referencial Curricular Na- cional para a Educação Infantil. Introdução, vol. 1. Brasília: MEC/SEB, 1998b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 22 maio 2015. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Referencial Curricular Na- cional para a Educação Infantil. Formação pessoal e social, vol. 2. Brasília: MEC/SEB, 1998c. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf>. Acesso em: 22 maio 2015. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Referencial Curricular Na- cional para a Educação Infantil. Conhecimento de mundo, vol. 3. Brasília: MEC/SEB, 1998d. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf>. Acesso em: 22 maio 2015. ______. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil. Artigo 3º. Brasília. 1988. ______. Presidência da República. Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6094.htm>. Acesso em: 17 abr. 2015. CORDIOLLI, M. A legislação curricular brasileira. Curitiba: A Casa de Astérion, 2009. GATTI, B. A Avaliação Institucional: processo descritivo, analítico ou reflexivo? Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v.17, n. 34, maio/ago 2006, p.7-14. PUC-SP. GUGGENHEIM, D. Uma verdade inconveniente [filme-documentário]. Direção de Davis Gu- ggenheim. Roteiro de Al Gore. Produção Paramount Pictures do Brasil Direção Lawrence Ben- der Productions, Participant Productions EUA, 2006. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=MwxMrnDkbPU>. Acesso em: 10 mai. 2015. Bibliográficas 23 INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Objetivo das avaliações. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/saeb/objetivos-das-avaliacoes- -gestor>. Acesso em: 8 maio 2015. INSTITUTO PENÍNSULA. Aprender a Aprender: Como o Design pode transformar a escola. Disponível em: <http://www.institutopeninsula.org.br/biblioteca>. Acesso em: 8 maio 2015. PAIVA, T. Redação: o Calcanhar de Aquiles do Enem. Carta na Escola, edição 94, março de 2015. Disponível em: <http://www.cartanaescola.com.br/single/show/483>. Acesso em: 8 abr. 2015. SILVA, R. O que é currículo. Porvir, 2014. Disponível em: <http://porvir.org/porpensar/voce- -sabe-quer-dizer-curriculo/20140124>. Acesso em: 5 maio 2015.
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