Buscar

COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNANCIONAL NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNANCIONAL NO NOVO CÓDIGO 
DE PROCESSO CIVIL 
 
 Dentre uma das mudanças do Novo Código de Processo Civil de 2015, 
sem dúvidas, está contida no capitulo destinado às questões inerentes à 
cooperação jurídica internacional. 
 Faz-se necessário analisar atentamente tais mudanças num todo, apesar 
das alterações procedimentais na legislação processual, o instrumento jurídico, 
objetivo e os princípios atinentes da cooperação jurídica internacional ainda 
persistem, cabendo à ciência jurídica construí-lo. 
 Nas ligeiras proposições iniciais, a cooperação jurídica internacional 
provém dos costumes, ou seja, bases comportamentais promovidas pela prática, 
conforme o lapso temporal, sendo em reiteradas oportunidades aplicadas ao caso 
concreto. Devemos denotar que, o objetivo principal na produção prática de 
cooperação jurídica entre entes estatais consubstancia-se ao compartilhamento 
da atividade jurisdicional. Assim, por força de Tratados Internacionais, 
Convenções e legislações internas que se aplicam, objetivamente, aos fatos 
projetados para que cumpra com suas finalidades principais. 
 O Novo Código de Processo Civil tratou de traçar um equilíbrio entre as 
normas jurídicas internacionais aplicadas ao caso concreto, apontando o tratado 
internacional com norma-base (art. 26) e aos costumes, prevendo que, na 
ausência de tratado internacional, poderá ser realizado pela via diplomática, de 
modo, a incumbir a responsabilidade ao Ministério da Justiça. Salienta-se que, 
antes mesmo do Novo CPC, o órgão governamental já exercia a referida função, 
agora, com o diploma processual revela uma forma mandamental da norma 
jurídica ao apontar a responsabilidade para o Ministério da Justiça, assim como, 
subsidiariamente poderá o Ministério das Relações Exteriores auxiliar na 
prática, apesar, o NCPC em nada faz menção. 
 No que tocante aos princípios aplicados ao instituto, ainda persistem. 
Assim temos: o voluntarismo ou solidarismo, reciprocidade, processualidade e 
procedimentos internos e internacionais, publicidade, e soberania nacional. 
 O voluntarismo ou solidarismo está umbilicalmente relacionado ao valor 
ético e moral, podendo incidir no universo jurídico no qual guiará os interesses 
dos atores internacionais a promover a assistência, amparo, ajuda em relação ao 
outro Estado. 
 A processualidade e procedimentos internos e internacionais projetam-se 
a fatores estritos nos quais emanam de atos concatenados. Sem dúvidas, este 
princípio está vinculado ao devido processo legal, bem como a reciprocidade 
das relações jurídicas dos entes públicos internacionais. Quanto ao Devido 
processo legal estrutura-se ao aspecto de normatividade interna (art. 5º, inciso 
LIV, da CF/1988) e internacional
1
. Por certo, este princípio tratará por acolher a 
instrumentalidade do processo em si, de modo, a restringir especificamente o 
pedido de cooperação. No NCPC (art. 26, IV), a autoridade central servirá para 
recepcionar e transmitir as solicitações de cooperação jurídica internacional, 
aludindo assim, a posição procedimental de atos concatenados, evitando-se 
intermediários no exercício das atividades desempenhadas e gerando maior 
celeridade processual. 
 Outro ponto interessante é a espontaneidade que o Novo Código de 
Processo Civil prescreve (art. 26, V). Trata-se de uma proposição no qual 
quaisquer informações inerentes a cooperação jurídica deverá pautar-se ex 
officio. Significa dizer que, na prática, havendo um tratado, convenção ou 
acordo internacional, será desnecessária solicitação prévia do Estado estrageiro. 
 A reciprocidade significa que ambos os Países (cooperante e cooperado), 
deverão tratar uns com os outros de forma igualitária. 
 Em se tratando de publicidade, este princípio detêm forte 
impulsionamento ao processo, pois, em regra os atos processuais são públicos 
(arts. 5º, inciso LX, e 93, inciso IX da CF), sendo excepcionalmente produzidos 
com sigilo, conforme as leis internas e/ou internacionais (art. 26, III do NCPC). 
É importante frisar que não será necessário requerer solicitação pela via 
diplomática em se tratando de sentenças estrangeiras (art. 26, §2° do NCPC). 
 Sobre a soberania nacional, revela-se na posição de poder absoluto pelo 
País, guiando-se à supremacia interna e a independência de sua origem externa. 
Significa dizer que, se não há tratado ou acordo internacional entre Países, 
impera, portanto, a soberania daquele País, podendo recusar-se a cooperar com o 
outro ente internacional, revelando também formas autônomas de governança 
interna e internacional. 
 
1
 Citando como bases de estruturação normativa internacional, a Declaração Universal dos Direitos do Homem 
de 1948 (ONU) e a Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto de San José da Costa Rica). 
 As matérias pertinentes sobre cooperação jurídica internacional podem ser 
diversas, como: Civil, Penal, Administrativo, Previdenciário, Trabalhista, etc. 
 Há também diversos tratados e convenções internacionais em destaque de 
que tratam sobre o direito civil, como: 
 - Convenção de Haia de 1954 (Hague Convencion): Ratificado pelo 
Brasil no Decreto n. 44851 de 1958 
 - Convenção sobre a Transmissão de documentos judiciais e 
extrajudiciais em matéria civil e comercial de 1965: Não ratificado pelo 
Brasil. 
 - Convenção sobre Liberação de Instrumentos públicos de origem 
estrangeira da Autenticação de 1961: 12 de junho de 2015 (Diário do Senado 
Federal e no DOU de 7/7/2015), o Congresso Nacional aprovou por meio do 
Decreto Legislativo nº 148/2015 o texto da Convenção sobre a Eliminação da 
Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros. Portanto, o 
Brasil é integrante dos países membros da Convenção de Haia em matéria de 
eliminação de exigência de legalização de documentos públicos estrangeiros. 
 - Convenção sobre Aspectos Civis de Sequestro Internacional de 
Crianças de 1980: ratificado pelo Brasil e promulgado pelo Decreto n. 3.413 de 
2000; 
 - Convenção sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro de 1956: 
ratificado pelo Decreto Legislativo n. 10 de 1958; 
 Convenção Interamericana do Panamá que trata sobre Cartas 
Rogatórias para obtenção de provas e procurações no exterior: ratificado 
pelo Brasil, conforme o Decreto n. 1.899 de 1996. 
 Sobre os acordos bilaterais com o Brasil em matéria civil, temos os 
seguintes Países: França (2000), Espanha (1991), Portugal (1895). 
 Em matéria civil, comercial, trabalhista e administrava: Argentina (1991) 
e Uruguai (1991). 
 Os acordos multilaterais temos o Protocolo de Cooperação e Assistência 
Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa (Las 
Leñas/1992) com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, ratificado pelo Decreto 
n° 2.067, de 12/11/96. Em 2002, Chile faz parte do acordo. 
Cartas Rogatórias 
 Não se trata de simplesmente posição necessária de diálogos de 
cooperação jurídica internacional entre Países. A faceta que nosso ordenamento 
jurídico pátrio tratou sobre as cartas rogatórias tem por escopo o cumprimento 
de diligencias judiarias ou quaisquer atos desprovidos de executoriedade e 
materializam-se tanto por um juiz estrangeiro, como também por juiz nacional. 
 A nomenclatura das cartas rogatórias variam-se conforme o idioma como: 
 - Exhortos; 
 - Comssions Rogatoires 
 - Letter Rogatoires 
 - Letter of Request 
 - Rechtshilfeerschen 
 Quanto em relação às partes, destacam-se o Juízo rogante ou solicitante e 
Juízo rogado, denominado como solicitado. 
 Em se tratando do objeto das Cartas Rogatórias, o artigo 27 do Novo 
Código de Processo Civilnormatizou as seguintes situações: 
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 
II - colheita de provas e obtenção de informações; 
III - homologação e cumprimento de decisão; 
IV - concessão de medida judicial urgente; 
V - assistência judiciária internacional; 
VI – qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei 
brasileira. 
É preciso afirmar que o artigo acima referido apenas citam exemplos mais 
comuns e poderão ser ampliadas outras formas de cooperação jurídica 
internacional, desde que sejam contrários à ordem pública (e.g. quando 
constatada a violação de competência exclusiva dos tribunais brasileiros) e falte 
autenticidade (conforme oficialidade dos atos, seguindo a legitimidade. E.g. 
Estado internacional não reconhecido), conforme o artigo 26, V, 3°, do Novo 
Código de Processo Civil de 2015. Excepcionalmente, não precisarão de 
autenticidade quando as Cartas Rogatórias ingressem diretamente no Superior 
Tribunal de Justiça. 
 Espécies de Cartas Rogatórias 
 Conforme conceito acima, as Cartas Rogatórias possuem sua natureza 
dúplice, ou seja, tanto pode ser solicitado por determinado País, como pode ser 
solicitante. Assim, existe uma sujeição especifica no tocante as suas espécies, 
podendo ser Ativa: são aquelas expedidas por autoridade judiciária nacional á 
autoridades estrangeiras. No cenário brasileiro atual imperará as normas 
jurídicas internas do País e autonomia estatal, sendo presente a soberania no 
cumprimento ou não da carta rogatória. Não havendo tratado internacional, a CR 
produzida pelo Estado autor, será encaminhado pela via diplomática, após 
traduzida para o idioma que praticar o ato, nos termos da Portaria n. 26 de 1990, 
pelo Chefe do Departamento Consular e Jurídico do Ministério das Relações 
Exteriores. Em se tratando de aplicar ou não a referida Portaria após o Novo 
Código Civil, entendemos que, na dúvida, persistirá as disposições contidas no 
diploma processual conjuntamente com a Portaria, tendo em vista que o 
primeiro incumbe a responsabilidade do Ministério da Justiça para cooperação 
jurídica internacional, no entanto, não significa que o Ministério das Relações 
Exteriores possa também auxiliar subsidiariamente ao caso concreto, inclusive 
corroborando para o andamento processual. Passiva: que emanam de juízes e 
tribunais estrangeiros. Serão cumpridas no Brasil após a concessão do exequatur 
pelo Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, i, da Carta Maior de 1988). As 
CRs passivas estarão instruídas por leis internas como, CF, Novo CPC, Lei de 
Introdução as Normas do Direito Brasileiro e o Regimento Interno do Superior 
Tribunal de Justiça. Não serão cumpridas as cartas rogatórias passivas se 
contrários aos requisitos básicos (violação a ordem pública e falta de 
autenticidade) 
 Sobre o Auxilio Direto 
 Mais uma inovação do Novo CPC é o instituto do auxilio direto (art. 28) e 
terá um caráter significativo na prática, pois será por meio de requisição de 
cooperação judicial internacional entre juízes de dois entes estatais. Trata-se da 
uma excepcionalidade, sendo que neste caso, não será necessária a requisição ao 
Superior Tribunal de Justiça, conforme a Constituição Federal estabelece (art. 
105, I, i,). E neste ponto, via de consequência, não haverá limitação da atividade 
do juiz brasileiro, seja qualquer instância ou tribunal, já que o artigo 29 
estabelece o encaminhamento da solicitação pelo órgão estrangeiro interessado à 
autoridade central, desde que o Estado requerente apresente a autenticidade e 
clareza do pedido. 
 Quanto aos objetivos do auxílio direto o artigo 30 do Novo CPC/15 
elencam algumas situações, como: a obtenção e prestação de informações sobre 
ordenamento jurídico e sobre processos administrativos jurisdicionais ou em 
curso; colheita de provas, exceto se tratar de medida em processo em curso no 
estrangeiro que provenha de competência da justiça brasileira. 
 Poderá também a autoridade central brasileira comunicar diretamente com 
outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação processual e pela 
execução dos pedidos encaminhados e recebidos pelo Brasil, conforme as 
disposições estabelecidas em Tratados Internacionais (art. 31, NCPC). Não 
havendo a necessidade de prestação jurisdicional para determinada prática, a 
autoridade central poderá cumprir (art. 32, NCPC). Note-se que a autoridade 
central será o Ministério da Justiça, podendo requerer o auxilio do Ministério 
das Relações Exteriores, conforme o caso. 
 No auxilio direto passivo, a autoridade central encaminhará à AGU 
(Advocacia Geral da União) que terá o dever de promover judicial o pedido 
pleiteado (art. 33). A exceção se deve ao parágrafo único do artigo 33 do NCPC, 
que o Ministério Púbico poderá requerer judicialmente se for a autoridade 
central. Esta excepcionalidade está relacionada ao artigo 129, incisos VIII e IX, 
de nossa Carta Magna de 1988, por se tratar de incumbência funcional de suas 
atividades. 
 Outro ponto interessante do diploma processual trata sobre a competência 
do juízo federal quando o lugar deve ser executado o pedido de auxilio direto 
passivo, aludindo-se ao foro do local da prestação da atividade jurisdicional, 
eliminando eventuais dúvidas de competência (art. 34 do NCPC). 
 Considerações Finais 
 Sumariamente, a Cooperação Jurídica internacional tem por escopo o 
acesso à Justiça dos entes estatais com o compartilhamento da atividade 
jurisdicional e os instrumentos jurídicos base serão os Tratados, Convenções e 
legislação interna dos Estados. 
 Aos princípios aplicáveis, uns construídos antes do Novo Código de 
Processo Civil, outros estruturados normativamente com este. Resumem-se 
como o voluntarismo ou solidarismo, reciprocidade, processualidade e 
procedimentos internos e internacionais, publicidade, e soberania nacional. 
 Para a promoção da cooperação jurídica internacional, será necessária da 
utilização da Carta Rogatória, no qual terão a finalidade de cumprir diligências 
judiciárias, desde que desprovidos de caráter executório. Terão diversas espécies 
e nomenclaturas. O rol previsto no Novo Código de Processo Civil é apenas 
exemplificativo, podendo na prática haver outras situações aplicáveis ao caso 
concreto, desde que não viole à ordem pública. 
 Sobre o instituto novel apresentado no CPC de 2015, o auxílio direto trata 
sobre a possibilidade de requisição direta entre os juízes nacionais e 
estrangeiros, salvo em casos que caberá o STJ cumprir sua competência. Terá 
por objetivo a obtenção e prestação de informações sobre ordenamento jurídico 
e sobre processos administrativos jurisdicionais ou em curso; colheita de provas, 
exceto se tratar de medida em processo em curso no estrangeiro que provenha de 
competência da justiça brasileira. 
 Por derradeiro, presta-se como necessário atentar as mudanças sobre a 
cooperação jurídica, tanto no tocante as Cartas Rogatórias, quanto ao instituto 
do Auxílio Direto, ambos, evidentemente primordiais às atividades da promoção 
da Justiça, eliminando-se barreiras, em sua substancialidade.

Outros materiais