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ASSÉDIO MORAL NA UNIVERSIDADE

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VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
ASSÉDIO MORAL NA UNIVERSIDADE: UM ESTUDO DE CASO EM 
PERNAMBUCO 
 
MUNIZ, José Artur, Universidade Federal de Pernambuco 
MACHADO, Francisco Oliveira, Universidade Federal de Pernambuco 
VIEIRA, Djuri Tafnes; Graduanda em Administração; Universidade Federal de Pernambuco 
 
Resumo 
Este artigo aborda o tema assédio moral sob uma perspectiva quantitativa e qualitativa, onde 
se estuda o assédio moral em uma Instituição Federal de Ensino Superior no estado de 
Pernambuco, especificamente no curso de graduação em Administração. O estudo foi 
realizado tendo como foco o assédio do professor para com o aluno, através de uma pesquisa 
quali-quanti. Este estudo constitui-se de uma pesquisa com o uso de um questionário que foi 
feito para analisar os principais aspectos e causas do assédio moral procurando entender o que 
motiva tais procedimentos, sob a ótica dos que são assediados, sem eliminar a preocupação 
com o fenômeno do assédio moral em si. 
 
Palavras-chave: violência; assédio moral; trabalho; ensino superior. 
 
Abstract 
This paper treats the moral siege theme under quantitative and qualitative perspective 
research. The people under moral siege are students from business course in a Federal 
University situated in the Pernambuco’s State. The study focused the moral siege from to 
professor to the student. The data was collected using the questionnaire applied to analyze the 
mean aspects and its causes from the moral siege looking for understandings what are its 
reasons, under the siege lenses. Nevertheless, we do not abandon the preoccupation with 
moral siege phenomenon itself. 
 
Key-words: violence; moral siege; work; high education. 
 
 
 
 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
Introdução 
A violência se apresenta hoje, como uma das temáticas centrais da saúde pública, em 
especial pelo comprometimento da saúde e qualidade de vida das pessoas (PESCE, 2010). 
A violência possui muitos significados, e vem sendo utilizado para nomear desde as 
formas mais cruéis de tortura até as formas mais sutis da violência que ocorre no cotidiano da 
vida familiar, profissional, entre outras. 
Este é um problema universal que atinge milhares de pessoas em grande número de 
vezes de forma silenciosa e dissimuladamente. Acomete ambos os sexos e não costuma 
obedecer a nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico. Sua importância 
é relevante sob dois aspectos: devido ao sofrimento indescritível que imputa às suas vítimas, e 
porque pode impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima. 
O assédio moral é uma das formas mais sutis de violência, e embora venha sendo 
estudado como fenômeno há pouco tempo, percebe-se uma frequência cada vez maior do 
fenômeno e de estudos sobre o mesmo. 
Grande parte desses estudos tem se preocupado com o assédio moral no trabalho. Com 
o avanço das pesquisas sobre o tema percebe-se sua existência em vários segmentos da 
sociedade, inclusive na área do ensino 
Embora só recentemente tenha recebido a devida atenção dos estudiosos, essa prática 
talvez seja tão antiga quanto o próprio trabalho. O que se pode perceber é que a frequência 
dessas ações aumentou significativamente e com características peculiares, pois o perfil do 
trabalho mudou com o decorrer do tempo. 
Com essa mudança, as relações estabelecidas nos ambientes de trabalho nas suas 
várias formas também sofreram alterações. Assim, o assédio moral é uma verdade presente 
nas várias dimensões das relações sociais, no trabalho, na família, nas instituições de ensino, 
dentre outras. 
Este fenômeno tem provocado impactos negativos no resultado das atividades, 
degradando o ambiente de trabalho e ou de ensino, bem como as condições físicas ou 
psíquicas de quem sofre o assédio moral. 
 
O que é assédio moral? 
Partimos então para uma definição do que vem a ser o assédio moral. O site Assédio 
Moral (<http://www.assediomoral.org>) traz a seguinte definição de assédio moral: 
 
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e 
constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no 
exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e 
assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de 
longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), 
desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, 
forçando-o a desistir do emprego (O QUE É ASSÉDIO MORAL, 2011). 
 
Na definição acima, vemos as características principais do assédio moral. A primeira é 
o fator degradante, onde a humilhação e o constrangimento são as características que mais são 
encontradas nas relações de assédio moral, sendo necessário o sentimento de humilhação por 
parte da vítima. 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
Vale salientar que muitas vezes o agressor nem percebe que seu ato está infligindo ao 
outro uma situação de desqualificação e ou humilhação, o que não elimina a sensação de 
degradação vivida pela vítima. 
Outro fator é a repetição, uma vez que o assédio não se caracteriza como um ato 
isolado, sendo um ato violento em si, mas repetitivo, constituindo sucessivas agressões. Além 
desses fatores, existe a intenção de atingir alguém (ou um grupo) diretamente ou usar de 
artifícios que possam prejudicar intencionalmente. Porém, o assédio moral só pode ser 
caracterizado como tal se a pessoa (ou grupo de pessoas) que é o alvo se sentir assediada, pois 
se assim não fosse, o sentido de humilhação, que caracteriza o sentimento percebido de perda 
ou dano moral, não teria sentido. 
De acordo com Kempinski et al (2010): 
Assédio moral é toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento abusivo, 
freqüente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou escritos que possam 
ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa, vindo a por em risco o seu 
emprego ou degradando o seu ambiente de trabalho. 
 
Faleiros (1995) considera que: 
A violência é um fenômeno que se desenvolve e dissemina nas relações sociais e 
interpessoais, implicando sempre uma relação de poder que não faz parte da natureza 
humana, mas que é da ordem da cultura e perpassa todas as camadas sociais de uma 
forma tão profunda que, para o senso comum, passa a ser concebida e aceita como 
natural a existência de um mais forte dominando um mais fraco. 
 
A partir dessas definições podemos verificar que o assédio moral é uma forma de 
violência existente entre os mais variados segmentos sociais, não apenas no trabalho. A 
utilização de comportamentos abusivos, desqualificações pessoais, gritos e em alguns casos, a 
violência física, tem surgido nos vários meios sociais, da família ao trabalho, perpassando 
pelas instituições de ensino. 
Analisando então estas definições podemos constatar a presença do assédio moral em 
vários ambientes, já que não é apenas no ambiente de trabalho que existem relações 
hierárquicas, apesar de essa característica ser mais presente nos ambientes de trabalho, 
podemos percebê-la nos grupos familiares e também nas instituições de ensino. Segundo 
Gallindo (2011), o assédio moral pode ser identificado como Horizontal ou Vertical. O 
assédio moral horizontal se dá entre pessoas de mesmo nível hierárquico. Já o assédio moral 
Vertical, pode ser ascendente ou descendente, sendo o ascendente aquele assédio de um nível 
hierárquico inferior para com um nível hierárquicosuperior. O assédio vertical descendente 
ocorre de um nível hierárquico superior para com um nível hierárquico inferior (GALLINDO, 
2011). Este último tipo é o que nos propusemos a investigar em nosso estudo de caso. 
 
Assédio Moral e seus efeitos 
O assédio moral em muitos casos é causador do dano moral. As conseqüências do 
assédio podem variar de um incômodo até um suicídio, dependendo da intensidade e da 
situação em que esteja a vítima. 
O assédio moral constitui “ato predatório” (HIRIGOYEN, 2002), onde o agressor 
utiliza instrumentos perversos para dominar a vítima, através de ações que ridicularizam, 
desvalorizam, humilham, isolam e provocam constrangimentos. É possível que aquela 
 
 
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agressão isolada não cause tanta gravidade, porém, as repetições de pequenas agressões, 
insinuações malévolas, comentários depreciativos causem sérios danos à vítima, em especial 
por sua frequência. 
Segundo Caran (2007), dentre os sintomas mais comuns entre as vítimas de assédio 
encontramos queixas de perturbações emocionais como cansaço, nervosismo, distúrbios de 
sono, dores na coluna, depressão e estresse pós traumático, pois o assédio moral impõe a 
vitima cenas de violência e humilhação, como flashbacks dolorosos e difíceis de serem 
esquecidos. 
Ainda segundo Caran (2007 apud NASCIMENTO 2003), os danos provocados pelo 
assédio moral, de acordo com as vítimas, são reações psicopatológicas (como ansiedade, 
apatia, depressão, insegurança, insônia, etc.), reações psicossomáticas (como hipertensão 
arterial, dispnéia, crise de asma, palpitações cardíacas, taquicardia, perda de cabelo, dores 
generalizadas no corpo, problemas cardíacos, enxaquecas, disfunções sexuais, etc.) e também 
reações do comportamento (como isolamento social, o aumento de consumo de drogas como 
fumo, álcool, remédios ou outras, atitudes agressivas, disfunções alimentares, etc.). “Todas as 
desordens emocionais descritas alteram crenças e valores que podem levar à morte. (CARAN, 
2007, p. 70 apud NASCIMENTO, 2003)” 
 
Legislação contra o assédio moral 
Apesar de o assédio moral ser uma violência silenciosa, é um fenômeno visível. Por 
tantos casos de assédio moral indo a julgamento e por essa visibilidade reconhecida do 
assédio moral, leis e projetos de lei têm sido aprovados para defender as vítimas do 
sofrimento físico e/ou psíquico causado pela degradação que o assédio gera. Segundo Barreto 
(apud TROMBETTA, 2005 p. 23): 
 
No Brasil, existem mais de 80 projetos de lei e dispositivos de proteção trabalhista em 
elaboração sobre assédio moral nas organizações, já aprovados nos municípios de 
Americana, Campinas, Guarulhos, Iracenópolis, Jaboticabal, Amparo, Cruzeiro, 
Guararema, Guaratinguetá, Presidente Venceslau, Bauru, Joboticabal, Ribeirão Preto, 
São José dos Campos, São Paulo, Natal, Porto Alegre, Cascavel, Curitiba, Reserva do 
Iguaçu, Sidrolândia, Vitória. Foram aprovados projetos no Rio de Janeiro, São Paulo, 
Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia. No âmbito 
federal, há propostas de alteração do Código Penal sobre assédio moral, coação moral, 
assédio sexual e crime de tortura. Outros projetos de lei estão relacionados à Portaria 
do Ministério da Saúde, à Resolução do Conselho de Medicina e ao Regulamento da 
Previdência Social referentes ao assédio moral. No âmbito internacional, há 
dispositivos de proteção trabalhista em elaboração sobre assédio moral nas 
organizações nos seguintes países: França (Lei de Modernização Social); Chile 
(Projeto de Lei); Noruega (Legislação Trabalhista); Uruguai (Projeto de Lei); Portugal 
(Projeto de Lei); Suíça (Projeto de Lei); Bélgica (Projeto de Lei); Parlamento Europeu 
(Resolução) e Comissão Européia (Projeto de Lei). 
 
A Constituição Brasileira promulgada em 1988 defende direitos iguais aos cidadãos 
brasileiros e assegura direitos trabalhistas dignos, porém, as ausências de leis que afirmem 
legalmente o que é assédio moral condenem e punam essas práticas dificulta julgamentos e a 
defesa daqueles assediados, obrigando-nos a recorrer à jurisprudência. Ainda não existem leis 
aprovadas contra o assédio moral, porém, alguns itens já são abordados em leis como a Lei Nº 
 
 
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11.948, de 16 de junho de 2009, que dispõe no art. 4º: “Fica vedada a concessão ou renovação 
de quaisquer empréstimos ou financiamentos pelo BNDES a empresas da iniciativa privada 
cujos dirigentes sejam condenados por assédio moral ou sexual, racismo, trabalho infantil, 
trabalho escravo ou crime contra o meio ambiente” (LEI Nº 11.948, 2011). 
Apesar de no momento não apresentarmos leis em nível federal que dêem suporte para 
combater o assédio moral, muitos projetos de lei estão em tramitação (TROMBETA, 2005), 
mas alguns estados brasileiros já apresentam suas leis estaduais contra o assédio moral nas 
instituições públicas, como é o caso da Lei Complementar nº 117, de 11 de JANEIRO de 
2011, que dispõe sobre a prevenção e a punição do assédio moral na administração pública 
estadual de Minas Gerais. 
 
O assédio moral na área do ensino 
O assédio moral é uma nomenclatura nova para um contexto antigo. Pode-se observar 
em depoimentos pessoais, por exemplo, que em poucas décadas atrás o assédio moral seria 
algo quase que natural em escolas, a exemplo das orelhas de burro e da famosa palmatória, 
usada para disciplinar e castigar alunos nas décadas passadas, como citado neste trecho da 
crônica “Palmatória” de Gilbamar de Oliveira: 
 
Até mesmo algumas escolas particulares e municipais dos velhos tempos usavam as 
malfadadas palmatórias para intimidar os alunos menos estudiosos ou peraltas. Os estudantes 
viviam sob constante temor, os nervos à flor da pele. Eles sabiam que por qualquer bobagem 
estariam sujeitos à dureza da palmatória. Réguas enormes de plástico duro, muitas vezes, as 
substituíam nos colégios porque com elas seria possível alcançar o rebelde sentado um pouco 
mais distante da lente. Como feitores, os professores andavam pela sala de aula brandindo o 
“porrete” com a maior naturalidade e batiam nos braços, nas costas ou na cabeça da criançada 
sem perigo de receber represália das autoridades educacionais competentes ou dos próprios 
pais, que conheciam a prática, pois isso era a coisa mais comum e normal do mundo na época 
(OLIVEIRA, 2011). 
 
Segundo Gallindo (2011, p. 10), “o conceito moderno de direito à educação é 
decorrente do direito de liberdade de pensamento, que é um direito mais fundamental que o da 
própria educação e que leva o homem à plenitude ao exercício da própria liberdade.” Nesta 
citação, Gallindo (2011) demonstra que deve haver liberdade de pensamento nas instituições 
de ensino, pois o direito ao ensino é decorrente dessa liberdade. 
Apesar de poucos estudos na área, ambientes de ensino são locais onde facilmente 
ocorrem atritos nas relações e o assédio moral fica à espreita. Estudos feitos em Instituições 
de Ensino Superior públicas e privadas no Estado de Minas Gerais por Coleta e Miranda 
(2011) pesquisaram, através do Método dos Incidentes Críticos, os principais tipos de assédio 
moral sofrido nas Universidades. Esse estudo categorizou doze tipos de assédio que podem 
ocorrer do professor para com o aluno. São eles (COLETA; MIRANDA, 2011, p. 6-7): 
 
1. Agressão física: Ameaçar ou agredir fisicamente o aluno; atirar objetos no aluno para 
despertar sua atenção; recolher, de forma agressiva, cola do aluno, inclusive agredindo-o 
fisicamente. 
2. Agressão verbal aos alunos: Tratar os alunos com termos pejorativos,palavras de baixo 
calão. 
 
 
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3. Ameaças aos alunos: Ameaçar aumentar o nível de dificuldade das provas, dar faltas aos 
alunos, reprovar a turma, retirar da sala de aula certos alunos, expulsar aluno da 
instituição. 
4. Acusação agressiva e sem provas: Alegar, de forma agressiva e sem provas, que os alunos 
copiaram trabalhos ou estão colando; revistar, de forma agressiva, os materiais dos alunos 
por suspeitar que estejam colando. 
5. Assédio sexual: Assediar sexualmente o aluno, convidando-o para manter relações 
sexuais, fazendo-lhe sinais e carícias, propondo-lhe permuta de notas por favores sexuais, 
tentando agarrá-lo nas dependências da instituição. 
6. Comentários depreciativos, preconceituosos ou indecorosos: Fazer comentários 
pejorativos e preconceituosos sobre a orientação sexual dos alunos, sobre a escolha de sua 
profissão, sobre determinado credo religioso, sobre habilidades dos alunos, sobre o nome 
de aluno, sobre a cidade de alunos. que a instituição está situada; com idade mais 
avançada, com facilidade de aprendizagem; receber trabalhos de alguns alunos fora da data 
marcada; classificar os alunos de acordo com a posição ocupada em sala de aula. 
7. Tratamento discriminatório e excludente: Dar tratamento diferenciado a alunos devido a 
sua aparência física, condição financeira, que vivem na cidade em que a instituição está 
situada; com idade mais avançada, com facilidade de aprendizagem; receber trabalhos de 
alguns alunos fora da data marcada; classificar os alunos de acordo com a posição ocupada 
em sala de aula. 
8. Rebaixamento da capacidade cognitiva dos alunos: Comparar os alunos, de forma irônica, 
com alunos de outras instituições ou outros grupos de ensino; enaltecer seus próprios 
conhecimentos, ridicularizando os erros dos alunos em provas, perguntas e trabalhos; Ler, 
em voz alta, as notas, enfatizando, com comentários depreciativos, os alunos que 
obtiveram baixo rendimento; Impedir que os alunos opinem por considerar que eles não 
possuem capacidade para tal; Insultar aluno que não conseguiu realizar atividades ou que 
faz perguntas sobre a mesma; fazer comentários em público sobre as dificuldades, 
desempenho ou erros dos alunos. 
9. Desinteresse e omissão: Ser omisso, demonstrar desinteresse, não repassando aos alunos as 
devidas orientações para a realização de trabalhos práticos, ao ministrar o conteúdo; pela 
apresentação dos trabalhos dos alunos. 
10. Uso inadequado de instrumentos pedagógicos, prejudicando os alunos: administrar 
exercícios, valendo nota, sem explicar a matéria contida nos mesmos; aplicar prova, que 
demanda mais tempo para ser resolvida do que o disponível; aumentar o nível de 
dificuldade das provas, como forma de punir os alunos; punir, através de prova com maior 
nível de dificuldade, aluno que não se sujeitou ao assédio sexual do professor; realizar 
atividades valendo nota em dias que alunos, por motivo justo, não puderam estar 
presentes; avaliar trabalho somente pela aparência/estética. 
11. Recusa em realizar seu trabalho: Negar-se a esclarecer as dúvidas ou ouvir os comentários 
dos alunos, demonstrando desinteresse, alegando que a dúvida é desnecessária, que o 
aluno consultou material inadequado, que já havia explicado a questão anteriormente. 
12. Abandono do trabalho em sala de aula: Reclamar da conversa em sala de aula, retirando-se 
e negando-se a ministrar as aulas no restante do período; pela ausência da maioria dos 
alunos. 
 
 
Objetivo Geral do Trabalho 
O objetivo geral deste trabalho é verificar a existência ou não do sentimento do 
assédio moral nos alunos pelos professores na presente instituição. O estudo é baseado nas 
afirmativas dos alunos à pergunta “você já sofreu assédio moral em sala de aula por parte de 
algum professor na graduação que cursa nesta instituição?”. Para que eles pudessem 
 
 
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responder, foi dada uma definição sobre o que seria o assédio moral: “Considera-se que a 
pessoa vítima de assédio moral foi exposta a atitudes hostis (tais como práticas vexatórias, 
humilhação, isolamento, discriminações, constrangimentos) de uma ou várias pessoas, com 
freqüência e por um período longo, numa relação de força desfavorável que torna qualquer 
tipo de defesa difícil” (O QUE É ASSÉDIO MORAL, 2011). 
 
Estudo de Caso 
Para o desenvolvimento do trabalho, a estratégia escolhida foi o Estudo de Caso. De 
acordo com Yin (2005), o uso do Estudo de Caso, como estratégia de pesquisa, é mais 
adequado nas seguintes situações: quando as questões de pesquisa são do tipo “como” e “por 
quê”, quando não existe controle sobre os eventos e quando o foco está em acontecimentos 
contemporâneos. 
Sendo assim, o método de estudo de caso foi escolhido por ser uma estratégia de 
pesquisa empírica e abrangente, que preserva as características holísticas de um fenômeno e o 
analisa dentro de seu contexto. Esta peculiaridade permite que o pesquisador, ao delimitar um 
caso dentro do universo, faça uma análise em profundidade do mesmo, para que através dele o 
problema estudado possa ser compreendido (YIN, 2005). 
Portanto, como o presente estudo tem como objetivo estudar aspectos relacionados ao 
assédio moral dentro de uma Instituição de Ensino Superior pública em Pernambuco na 
graduação em Administração, este é o caso em análise. Neste, buscamos analisar a frequência 
com que ocorre o assédio e detalhes interligados, como a reação do aluno, sua percepção 
sobre o que motiva o assédio, e a frequência dos tipos de assédio, tipos estes desenvolvidos 
através de um estudo de Coleta e Miranda (2011) em instituições superiores através do 
Método dos Incidentes Críticos. 
Como a estratégia de pesquisa Estudo de Caso permite a inserção de estudos 
quantitativos para a captação e entendimento do seu fenômeno (YIN, 2005), um estudo 
quantitativo foi realizado no primeiro semestre letivo do ano de 2011 na instituição referida. 
A pesquisa foi desenvolvida junto a 67 alunos que responderam ao questionário proposto, 
sendo todos do turno matutino. 
 
O Instrumento de Coleta de Dados 
A metodologia utilizada para a primeira parte do estudo foi um questionário 
estruturado, utilizado com os alunos do curso. As perguntas feitas foram elaboradas pelos 
autores, sendo o questionário estruturado em duas partes. A primeira parte questionava o 
respondente sobre informações de quando ele foi assediado a última vez, portanto, ele apenas 
responderia caso tivesse sido vítima de assédio moral em sua concepção. A segunda parte do 
questionário se destinava a todos os respondentes, independentemente se ele foi vítima de 
assédio moral ou não, em sua concepção. A segunda parte do questionário fazia referência 
sobre aspectos gerais do assédio moral sob uma perspectiva de observador do respondente. 
Cada pergunta apresentava respostas variadas para assinalar, dando também a opção 
“outros”, para que o respondente também pudesse explicitar a sua resposta no caso de ela não 
constar entre as alternativas. 
 
 
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A análise dos dados foi feita com base na porcentagem que as respostas apresentaram 
de acordo com a quantidade das respostas em cada item. Além das porcentagens, foram 
utilizados gráficos para representar as respostas. 
 
Amostra 
 Para encontrar a amostra necessária para a pesquisa, foi utilizada a calculadora on-line 
(SANTOS, 2011) para o cálculo amostral. O universo de pesquisa foi constituído de todos os 
alunosdo curso de graduação em Administração da universidade pública estudada. O 
universo encontrado foi de 320 (trezentos e vinte) alunos matriculados no turno matutino do 
curso. Para obter um erro amostral de 5% e um nível de confiança de 95%, a amostra 
necessária seria de 175 alunos, segundo a seguinte fórmula (SANTOS, 2011): 
 
𝑛 =
𝑁 × 𝑍2 × 𝑝 × (1− 𝑝)
𝑍2 × 𝑝 × 1− 𝑝 + 𝑒2 × (𝑁 − 1)
 
Onde: 
n – amostra calculada 
N – população 
Z – variável normal padronizada associada ao nível de confiança 
p – verdadeira probabilidade do evento 
e – erro amostral 
Foram devolvidos 67 (sessenta e sete) questionários dos alunos matriculados no turno 
da manhã, ou seja 21% do universo de 320 alunos. 
 
Resultados 
Dos 67 questionários respondidos, 43 respondentes são do sexo feminino, 
representando aproximadamente 64% da amostra, enquanto 24 respondentes são do sexo 
masculino, representando aproximadamente 35% da amostra. 
Para iniciar a responder o questionário, o respondente tinha a seguinte definição de 
assédio moral para basear suas experiências e consequentemente suas respostas: “Considera-
se que a pessoa vítima de assédio moral foi exposta a atitudes hostis (tais como práticas 
vexatórias, humilhação, isolamento, discriminações, constrangimentos) de uma ou várias 
pessoas, com freqüência e por um período longo, numa relação de força desfavorável que 
torna qualquer tipo de defesa difícil. (O QUE É ASSÉDIO MORAL, 2011)”. Após essa 
afirmação, a primeira pergunta definiria se o respondente responderia a primeira parte do 
questionário ou não. 
Das respostas afirmativas à primeira pergunta, que questionava: “você já sofreu 
assédio moral em sala de aula por parte de algum professor na graduação que cursa nesta 
instituição?”, 40,3% disseram que já haviam sido vítimas de assédio moral, em sua 
concepção. Do público feminino, 39,5% afirmaram ter sofrido assédio moral, em sua 
concepção, e 41,7% do público masculino afirmou ter sofrido assédio moral, em sua 
concepção. 
 
 
 
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Gráfico 1: Declararam ter sofrido assédio moral 
 
A segunda pergunta diz respeito à quantidade de pessoas que assediaram o aluno 
respondente. Dos que se declararam assediados, 74% assinalaram que foram assediados por 
apenas uma pessoa, enquanto 22% assinalaram que foram assediados por duas 
pessoas/professores. 
 
 
Gráfico 2: Quantos foram os assediadores 
 
Sobre o gênero que assediou os alunos, 44% afirmaram que seu agressor é do sexo 
masculino e 48% afirmou que seu agressor é do sexo feminino. 
 
 
Gráfico 3: O gênero do assediador 
 
Quando perguntados se “Você acredita que o agressor tem consciência das 
agressões?”, 59% afirmaram acreditar que o agressor tem consciência das agressões e 19% 
acreditam que o agressor não tem consciência das agressões. 
 
38,0%
39,0%
40,0%
41,0%
42,0%
Geral
Feminino
Masculino
0%
20%
40%
60%
80%
Assédio por 
uma pessoa
Assédio por 
duas pessoas
42%
43%
44%
45%
46%
47%
48%
49%
Assédio por 
homens
Assédio por 
mulheres
 
 
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Gráfico 4: Você acredita que o agressor tem consciência das agressões? 
 
Dentre os tipos de agressão mais sofridos, de acordo com a classificação de Coleta e 
Miranda (2011), a Agressão Física foi listada com 52% das agressões, o Tratamento 
discriminatório e excludente foi assinalado por 44% dos respondentes e o Rebaixamento da 
capacidade cognitiva dos alunos foi assinalado por 37% dos alunos. Nesta pergunta, foram 
listadas as classificações de Coleta e Miranda (2011) e para as respostas o questionário 
aceitou mais uma opção para assinalar. 
 
 
Gráfico 5: Tipos de agressão mais sofridos 
 
Perguntou-se o que o aluno sentiu na hora da agressão (última agressão sofrida), e 
85% respondeu que sentiu raiva, 70% sentiu indignação e 33% sentiu vergonha. Esta pergunta 
aceitou mais de uma resposta para assinalar. 
 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Acredita que o 
agressor tem 
consciência
Acredita que o 
agressor NÃO 
tem 
consciência
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Agressão Física
Tratamento 
discriminatório e 
excludente
Rebaixamento da 
capacidade 
cognitiva
 
 
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Gráfico 6: O que o aluno sentiu na hora da agressão 
 
Em seguida foi perguntada a reação do aluno na hora da agressão (última agressão 
sofrida), e 44% afirmou que não fez nada, 41% afirmou que tentou argumentar algo, e 26% 
guardou mágoa em resultado da agressão. 
 
 
Gráfico 7: A reação do aluno no momento da agressão 
 
Quanto à frequência do assédio, 26% afirmou que sofre assédio moral pelo menos uma 
vez por semestre enquanto outros 26% afirmaram que sofrem assédio pelo menos uma vez 
por semana. Outros 44% assinalaram “outro” para a pergunta sobre a frequência do assédio. 
Esta pergunta aceitou apenas uma resposta. 
 
 
Gráfico 8: Frequência do assédio 
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
O que o aluno sentiu na hora
Raiva
Indignação
Vergonha
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Qual a reação do aluno 
no momento
Não fez nada
Tentou 
argumentar
Guardou 
mágoa
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Qual a frequência que sofre 
assédio
Pelo menos 
uma vez por 
semestre
Pelo menos 
uma vez por 
semana
Assinalaram 
"outro"
 
 
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Daqueles que se declararam assediados moralmente (40,3%), questionou-se se o 
assédio é uma prática comum no curso de Administração. Destes, 33% disseram que sim, 
enquanto 67% afirmaram que não. Perguntou-se, então, se o respondente já havia presenciado 
cenas de assédio moral com outros colegas, e 70% afirmou que já presenciou cenas de assédio 
com colegas enquanto que 11% afirmou que não. Dos que afirmaram que o assédio é uma 
prática comum no curso mas nunca presenciou cenas de assédio com outros colegas, podemos 
citar 4%, enquanto que 44% dos que afirmaram que o assédio não era prática comum no seu 
curso já presenciaram cenas de assédio com colegas. 
 
 
Gráfico 9: O assédio é prática comum em seu curso? 
 
 
Gráfico 10: Comparativo entre afirmar que o assédio é comum e presenciar cenas com outros 
colegas 
 
Para os que se declararam assediados, 96% assinalou que o senso de superioridade é 
uma das causas que leva um professor a assediar um aluno, 81% assinalou que a 
personalidade/caráter é uma das causas, e 44% afirmou que problemas/disfunções 
psicológicas também são causa do assédio do professor para com o aluno. 
 
0%
20%
40%
60%
80%
É prática comum 
em seu curso?
Já presenciou 
cenas de assédio 
com colegas
Sim
Não
0%
10%
20%
30%
40%
50%
É prátiva comum mas 
nunca presenciou 
com colegas
Não é prática comum 
mas já presenciou 
com colegas
 
 
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Gráfico 11: Percepção do aluno quanto à causa do assédio por parte do professor 
 
Já sobre aqueles que não se declararam assediados (55%), 3% disse que o assédio é 
uma prática comum no curso, contra 97% que assinalou que não. Dos que declararam não ter 
sofrido assédio moral no curso, 43% já presenciou cenas de assédio com outros colegas, 
enquanto 27% afirmou que não presenciou cenas de assédiocom outros colegas. Daqueles 
que disseram que o assédio é uma prática comum, mas nunca presenciou cenas com outros 
colegas, não houve nenhuma representação, enquanto que daqueles que disseram que o 
assédio não era uma prática comum no curso, 41% declarou ter presenciado cenas de assédio 
com outros colegas. 
 
Gráfico 12: Pergunta “O assédio é prática comum em seu curso?” para quem não sofreu 
assédio 
 
 
Gráfico 13: Comparativo entre afirmar que o assédio é comum e presenciar cenas com outros 
colegas para quem afirmou não ter sido assediado 
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
O que o aluno acredita 
ser a causa do assédio
Senso de 
superioridade
Personalidade/C
aráter
Problemas/Disfu
nções 
psicológicas
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
É prática comum 
em seu curso?
Já presenciou 
cenas de assédio 
com colegas
Sim
Não
0%
10%
20%
30%
40%
50%
É prátiva comum mas 
nunca presenciou 
com colegas
Não é prática comum 
mas já presenciou 
com colegas
 
 
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Dos respondentes que declararam que não sofreram assédio moral no seu curso por 
parte de algum professor, 81% assinalou que a personalidade/caráter leva um professor a 
assediar um aluno. Outros 73% afirmaram que o senso de superioridade também é fator que 
leva o professor a assediar um aluno, e 43% afirmaram que problemas/disfunções 
psicológicas influenciam para que o professor assedie o aluno. 
 
 
Gráfico 14: Percepção do aluno quanto à causa do assédio por parte do professor dos 
respondentes que afirmaram não ter sido assediados 
 
Conclusão 
O assédio moral não é um fenômeno novo, contudo, seu estudo com tal vem sendo 
efetuado há poucas décadas, existindo uma escassez de trabalhos na área, principalmente na 
área de ensino. 
O foco deste trabalho foi verificar a existência ou não do sentimento de assédio (do 
professor para com o aluno no curso de Administração de uma Instituição Federal em 
Pernambuco, no turno matutino) nos alunos respondentes dos questionários, numa tentativa 
de identificar outras características relacionadas ao assédio nas condições citadas. 
Os dados encontrados neste estudo ratificam a importância e a necessidade de estudar 
este tema. Especialmente em função da confirmação de que os alunos do curso de graduação 
em administração, objeto deste estudo têm vivenciado sentimentos de humilhação e ou 
constrangimento, por parte daqueles que tem a responsabilidade de auxiliar em seu processo 
de formação, e que por vezes são uma referência para os mesmos. Decerto que nesse processo 
formativo, várias situações de conflito possam eclodir, porém, haverão de estar preparados 
para lidar com tais situações, tanto professores quanto alunos. 
Vale ressaltar que os dados coletados no estudo indicam que independentemente da 
ação do docente ter sido consciente e intencional ou que não tenha se cumprido a repetição do 
ato, os alunos mencionam seu sentimento de humilhação, ou seja, independentemente da 
intenção ou não do agressor em agredir, existiu um sentimento de agredido. 
Deste trabalho, concluímos que há o sentimento de assédio moral no curso de 
Graduação de Administração no turno matutino da Instituição referida. Analisando o fator que 
levou os alunos a fazerem esta afirmação, podemos inferir que nem todos os respondentes de 
fato sofreram o assédio moral, contudo, existe um sentimento de desagrado nas respostas dos 
questionários aplicados. 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
O que o aluno acredita 
ser a causa do assédio
Senso de 
superioridade
Personalidade/ 
Caráter
Problemas/ 
Disfunções 
psicológicas
 
 
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Podemos até aceitar que com base nas definições de assédio moral, tal fato não tenha 
ocorrido, mas é inevitável considerar ao menos um comportamento agressivo/violento 
presente nessas relações. 
Como podemos esperar um processo de formação digno e edificante, se o tratamento 
dispensado for humilhante e constrangedor? 
É importatnte salientar que o questionário aplicado reflete apenas o sentimento do 
aluno, não levando em consideração se o assédio de fato ocorreu. Também não mensuramos 
as causas sob a perspectiva do professor, ou se houve ou não a intenção de assediar. Tais 
questionamentos deverão ser frutos de novos trabalhos de pesquisas. 
Por fim cabe considerar que devemos estar atentos ao nível da agressão moral nas 
instituições de ensino, uma vez que as agressões podem causar problemas a vítimas e pode 
impedir o melhor aproveitamento e desenvolvimento das habilidades e conhecimento dos 
alunos. É necessário que além de um aprofundamento dos estudos relacionados a este tema, 
sejam adotadas medidas preventivas no sentido de neutralizar as possíveis causas que tem 
gerado este comportamento por parte da sociedade. 
 
Referências 
 
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Paulo: USP, 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Enfermagem 
Fundamental, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 
2007. 
COLETA, José Augusto Dela; MIRANDA, Henrique Carivaldo Neto de. O rebaixamento cognitivo, 
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superior. Disponível em <http://www.assediomoral.org/spip.php?article286>. Acesso em 08 Jun 
2011. 
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jul/dez, 1995, 475-487 
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http://www.partes.com.br/assediomoral/assedionasinstituicoesdeensino.pdf>. Acesso em 08 Jun 2011. 
 
HIRIGOYEN, M. Mal-estar no Trabalho: redefinindo o assédio moral. Rio de Janeiro: Bertrand 
Brasil, 2002. 
 
KEMPINSKI, Carla R.; CUNHA, Dariu F. da, ANSELMO, Simone Lisboa S. Cartilha Assédio moral 
no trabalho. Florianópolis: NUCORDIS/DRT, 2010. 
 
LEI Nº 11.948, DE 16 DE JUNHO DE 2009. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Lei/L11948.htm>. Acesso em 12 de Mai 
2011. 
O QUE É ASSÉDIO MORAL? Disponível em <http://www.assediomoral.org/spip.php?article1>. 
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OLIVEIRA, Gilbamar de. Palmatória. Disponível em 
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/1913864>. Acesso em 08 Jun 2011. 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
PESCE, Renata. Violência familiar e comportamento agressivo e transgressor na infância: uma revisão 
da literatura. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2,abr. 2009 . Disponível em 
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SANTOS, Glauber Eduardo de Oliveira. Cálculo amostral: calculadora on-line. Disponível em: 
<http://www.glaubersantos.com/calculoamostral.html>. Acesso em 08 Jun 2011. 
TROMBETTA, Taisa. Características do assédio moral a alunos-trabalhadores nos seus locais de 
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Psicologia, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, 
Florianópolis, 2005. 
YIN, Robert. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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