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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE Grampos em Prótese Parcial Removível – Revisão de literatura ANDRÉA DE FÁTIMA PINHEIRO LEITE São Luis, 2010 1 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE Grampos em Prótese Parcial Removível - Revisão de literatura ANDREA DE FÁTIMA PINHEIRO LEITE Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Prótese Dental do ICS – FUNORTE NÚCLEO São Luis, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. Orientadora: Msc. Adriana Santos Malheiros São Luis, 2010 2 ANDREA DE FÁTIMA PINHEIRO LEITE Grampos em Prótese Parcial Removível-Revisão de literatura Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Prótese Dental do ICS – FUNORTE NÚCLEO São Luis, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. ____________________________________________ Adriana Santos Malheiros (orientadora) Mestre em ciências da saúde UFMA Especialista em Prótese Dentaria APCA ____________________________________________ Prof. Rudys Rodolfo de Jesus Tavares Mestre e Doutor em Reabilitação Oral FOB-USP ______________________________________ Prof. Mario Gidson Nina Gomes Especialista em Prótese dentaria UFRJ São Luis, 2010 3 Dedico este trabalho a Deus, meus pais, filhos e esposo. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos aqueles que me ajudaram, de diferentes modos, ao longo da elaboração deste trabalho. Agradeço a Deus, aos meus familiares, aos meus colegas universitários e profissionais, a todos os professores com os quais tive a oportunidade de dialogar e, particularmente, à professora Adriana Santos Malheiros, orientadora desta monografia. 5 “Maravilhar-se é primeiro passo para o descobrimento” Louis Pastouer 6 RESUMO Grampos são os elementos mecânicos de uma prótese parcial removível, responsáveis por sua retenção, assegurando-lhe estabilidade e suporte, sem dificultar sua remoção voluntária, porém impedindo que seja removida ou deslocada por esforços funcionais normais. Ao se optar por uma prótese parcial removível retida a grampos tem-se como prioridade a manutenção e preservação dos dentes e estruturas remanescentes. A estética é um fator que deve ser levado sempre em consideração, sem comprometer a funcionalidade da prótese. A perda das condições de retentividade pela ocorrência de deformação plástica ou fratura dos grampos de próteses parciais removíveis tem levado vários autores a realizar trabalhos visando estudar seu comportamento sob diversos aspectos e com diferentes metodologias. A abordagem feita ao longo deste trabalho tem como objetivo relatar o que a literatura diz sobre o comportamento dos grampos considerando aspectos retentivos dos mesmos bem como os fatores que podem influenciar de forma direta ou indireta. A odontologia moderna dispõe de recursos avançados para se reabilitar proteticamente um paciente, porém devido ao baixo custo ainda há um grande número de casos tratados por meio de prótese parcial removível retida a grampos. Cabe ao profissional o domínio da técnica, a escolha dos melhores retentores, suas indicações, vantagens e desvantagens, estética, e principalmente função, ou seja, um minucioso e adequado planejamento. A prótese parcial removível pode contribuir muito para saúde bucal dos pacientes, desde que os princípios biomecânicos sejam levados em consideração. Palavras-chave: Grampo. Prótese. Retentor. Prótese parcial removível. 7 ABSTRACT Grampos são os elementos mecânicos de uma prótese parcial removível, responsáveis por sua retenção, assegurando-lhe estabilidade e suporte, sem dificultar sua remoção voluntária, porém impedindo que seja removida ou deslocada por esforços funcionais normais. Ao se optar por uma prótese parcial removível retida a grampos tem-se como prioridade a manutenção e preservação dos dentes e estruturas remanescentes. A estética é um fator que deve ser levado sempre em consideração, sem comprometer a funcionalidade da prótese. A perda das condições de retentividade pela ocorrência de deformação plástica ou fratura dos grampos de próteses parciais removíveis tem levado vários autores a realizar trabalhos visando estudar o comportamento destes grampos sob diversos aspectos e com diferentes metodologias. A abordagem feita ao longo deste trabalho tem como objetivo relatar o que a literatura diz sobre o comportamento dos grampos considerando aspectos retentivos dos mesmos bem como os fatores que podem influenciar de forma direta ou indireta. A odontologia moderna dispõe de recursos avançados para se reabilitar proteticamente um paciente, porém devido ao baixo custo ainda há um grande número de casos tratados por meio de prótese parcial removível retida a grampos. Cabe ao profissional o domínio da técnica, a escolha dos melhores retentores, suas indicações, vantagens e desvantagens, estética, e principalmente função, ou seja, um minucioso e adequado planejamento. A prótese parcial removível pode contribuir muito para saúde bucal dos pacientes, desde que os princípios biomecânicos sejam levados em consideração. Keywords: Grampos. Prótese. Retentores. Prótese parcial removível. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................09 2 OBJETIVO .........................................................................................................................10 3 REVISÃO E DISCUSSÃO .................................................................................................11 3.1 Revisão ..............................................................................................................................11 3.2 Discussão ..........................................................................................................................27 4 CONCLUSÃO .....................................................................................................................30 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................31 9 1 INTRODUÇÃO Grampos são os elementos mecânicos de uma prótese parcial removível, responsáveis por sua retenção, assegurando-lheestabilidade e suporte, sem dificultar sua remoção voluntária, porém impedindo que seja removida ou deslocada por esforços funcionais normais. Ao se optar por uma prótese parcial removível retida a grampos tem-se como prioridade a manutenção e preservação dos dentes e estruturas remanescentes. A estética é um fator que deve ser levado sempre em consideração, sem comprometer a funcionalidade da prótese. Sua indicação está na dependência do tamanho e da localização dos espaços desdentados, do grau de inclinação dos dentes suportes e da retenção disponível. Encontramos dois tipos de grampos com formas e ações diferentes. Um possui forma circunferencial e ação de abraçamento, abrangendo grande parte da circunferência da coroa, chamado grampo circunferencial, o outro, denominado grampo a barra tem forma semelhante a uma barra e ação em sua ponta ativa, mantendo assim, um pequeno contato com a coroa do dente. As ligas empregadas na confecção dos grampos são as áureas e as de cocr. Ligas em Titânio estão sendo testadas, embora em função das dificuldades, o processo de fundição ainda se apresenta complexo e os trabalhos encontrados na literatura são poucos, restando muitas dúvidas. (BESSING, BERGMAN, 1992; THOMAS et al., 1997; WATANABE et al., 1997) Para fazer um correto planejamento protético das próteses parciais removíveis, devem- se possuir alguns conhecimentos relativos às propriedades mecânicas dos grampos, para que estas possam desempenhar suas funções corretamente. Os grampos não deveriam sofrer deformações plásticas ou fraturas com o uso, porém, freqüentemente, nos deparamos com a ocorrência destas pelas repetidas flexões durante a inserção e remoção das próteses (MORRIS, et al., 1983). Outro questionamento comum é por quanto tempo a retenção é mantida, já que autores como Dixon, Tiege e Breeding (1992) relatam que o paciente realiza uma média de quatro remoções e re-inserções da prótese ao dia, e que, portanto ao final de um ano, ocorre um total de 2.920 deflexões dos grampos, sem contar as tensões exercidas sobre estes durante a mastigação, podendo promover a diminuição da retentividade destas próteses. Este seria inclusive um dos fatores que levariam os pacientes a deixarem de usar suas próteses parciais removíveis (BATES, 1968). 10 2 OBJETIVO O objetivo deste trabalho é relatar o que a literatura diz sobre o comportamento dos grampos considerando aspectos retentivos dos mesmos bem como os fatores que podem influenciar de forma direta ou indireta. 11 3 REVISÃO E DISCUSSÃO 3.1 Revisão Segundo Miller (1975), o grampo é considerado como a unidade ativa da prótese parcial removível, em que além de retenção, desempenha outras funções igualmente importantes. Quanto à função, podem ser classificados em retentores diretos (quando localizados imediatamente ao lado do espaço protético), retentores indiretos (a distância do espaço protético) e de oposição (encarregados de estabelecer o princípio biomecânico da reciprocidade, pois durante a inserção dos grampos o braço de retenção gera forças horizontais sobre os dentes de suporte). (MCCRACKEN, 1960, p. 117) A ação retentiva do grampo se dá por abraçamento ou ação de ponta. De acordo com o número de dentes envolvidos tem-se: grampos individuais ou simples, duplos ou gêmeos e múltiplos ou férulas. Quanto à construção os grampos podem ser: adaptados (feitos com fio de ouro trefilado ou aço inoxidável) e fundido (com ligas áureas e cocr). (MCCRACKEN, 1960, p. 117) Henrichsen (1914 apud GIRARDOT, 1941) sugeriu o primeiro grampo à barra, o qual era construído com metal trefilado e dobrado que partia da sela da prótese, passando horizontal e gengivalmente ao suporte dental contíguo ao espaço protético, subindo e buscando retenção nas ameias, sem tocar a papila interdental. Possuía ponta ativa esférica, decorrente da fusão da parte terminal do fio. O autor ainda explicou que placas e fios trefilados foram os primeiros meios de retenção utilizados antes do advento da técnica de fundição. Nesbett (1918) apresentou a técnica detalhada para confeccionar próteses removíveis com grampos fundidos. Para facilitar a aceitação de sua proposta, ele mostrou um aparato protético por ele mesmo utilizado durante três anos com conforto e eficiência. A técnica consta de obter os grampos através de enceramento para serem então fundidos separadamente e posteriormente soldados à sela. As ligas com alto teor de cobre foram desaconselhadas por serem frágeis e sem confiabilidade. O autor aconselhou a utilização de uma liga de ouro- platina. 12 De acordo com Roach (1920) alguns princípios eram fundamentais e deveriam ser seguidos na confecção dos grampos de próteses parciais removíveis, como por exemplo, a necessidade da existência de um apóio, de reciprocidade e adequada adaptação dos grampos aos dentes. Uma técnica para se fazer armação da prótese parcial removível foi descrita em 1925 por Akers , sendo seguida, em sua essência, até hoje. Como ponto principal pode destacar a fundição da prótese em uma única peça diretamente sobre o modelo, eliminando-se as várias soldagens entre os elementos constituintes, o que possibilita a confecção de alívios nas regiões interproximais, uso de apoios oclusais nos grampos e confecções de grampos com a seção transversal em meia-cana com menor recobrimento da superfície dental. Em 1960, Beck observou a vantagem do uso da liga de ouro sobre as ligas de co-cr devido sua menor rigidez, sendo seu módulo de elasticidade, a metade daquela da liga de cocr. Desta forma, quando se deseja a mesma força de resistência à remoção,basta utilizar o dobro da calibragem da retenção utilizada para o grampo de cocr. No caso de serem utilizados braços retentivos com as mesmas dimensões posicionados na mesma calibragem de retenção, o braço de ouro resistirá à metade da força requerida para remoção, o que pode ser vantajoso para diminuir as cargas que o grampo impõe ao dente retentor durante a mastigação. Bates estudou, em 1980, as propriedades mecânicas das ligas e detectou que o módulo de elasticidade é uma medida de rigidez. O cocr possui um módulo de elasticidade alto (duas vezes maior que o ouro), devendo ter sua espessura reduzida para manter sua flexibilidade (a flexibilidade é inversamente proporcional ao cubo da espessura). Então quando se reduz a espessura do grampo à metade, a flexibilidade aumenta em oito vezes. Dentre as propriedades mecânicas, o limite de proporcionalidade seja talvez o mais importante, porque acima dele a liga sofre deformação permanente, com isso compromete seu uso clínico. A resistência à tração tem seu valor limitado para a comparação de ligas. Já o alongamento percentual é muito importante para prótese parcial removível, o qual é necessário a manipulação da liga para a confecção ou ativação dos grampos, após deformação sofrida pelo uso. Então ligas com baixo percentual de alongamento (< 5%) não são favoráveis à essa finalidade. Os resultados indicaram que o limite de proporcionalidade e a resistência à tração para ligas de ouro duras (tipo IV) e ligas de cocr são similares. De acordo com o autor o tamanho dos grãos nas ligas também possui grande importância para a função das estruturas metálicas de prótese parcial removível. O tamanho dos grãos nas ligas de ouro pode ser reduzido a pequenas dimensões, assim um grampo em secção transversal pode ter até 100 grãos, enquanto que nas ligas de cocr tem um númeroduas ou três vezes menor. Com grampos de dimensão reduzida, a fluidez 13 da liga assume papel fundamental para que se possam obter fundições livres de porosidades, o que evita a ocorrência de fraturas. (BATES, 1980) Um estudo radiográfico e estrutural foi realizado por Dharmar e Rathnasamy (1993) em dezenove estruturas de próteses parciais removíveis confeccionadas em cocr. Utilizaram um aparelho radiográfico industrial com 200kvp e fotomicróscopio ótico. Os grampos sofreram vários tipos de tratamento térmico. A análise microestrutural revelou granulação grosseira, podendo interferir nas propriedades físicas da liga. A dureza não foi afetada pelo tamanho dos grãos, porém, quanto menores forem os grãos melhores serão as propriedades físicas. O comportamento de grampos fundidos em ligas de cocr também foi avaliado em laboratório por Ghani e Mahood (1990), onde dois grupos de grampos foram produzidos. Um grupo possuía forma afilada e comprimento de 12 e 20 mm, o outro grupo grampos não afilados com os mesmos comprimentos. Quarenta corpos-de-prova, fundidos por indução, foram resfriados à temperatura ambiente e submetidos ao acabamento, sendo removidos os excessos e rebarbas, mantendo os contornos e dimensões originais. Por meio de gabarito, flexões de 0,25 mm foram realizadas em cada ponta do grampo a uma velocidade de 1,0 mm/min, sendo as cargas das flexões registradas. 240 e 1.440 flexões foram realizadas, simulando o uso da prótese por um e seis meses, respectivamente. Foi considerado que a prótese seria removida e inserida no máximo oito vezes ao dia. A máquina foi ajustada para realizar 30 flexões/min. Os autores observaram que a força necessária para deflexão de 0,25 mm nos grampos de 12 mm foi muito elevada, sendo inadequada para saúde do dente suporte. A perda de retenção do grampo, por deformação permanente, resultaria na diminuição das forças necessárias para passagens do grampo até a área retentiva. Os autores ressaltaram a necessidade do cuidado e da atenção de técnicos e dentistas em todas as fases de confecção da prótese, pois qualquer mudança nas dimensões promoveria alterações no comportamento dos grampos. Vallitu e Kokkonen (1995) pesquisaram o efeito da fadiga por deflexão constante em grampos fundidos em Ti puro, Ti e ligas de cocr e ouro tipo IV. Usaram uma carga que promovia uma flexão de 0,60 mm, sendo mantida constante até a fadiga. Dividiram os grampos em dois grupos: com grampos ativados e outro com grampos não ativados. Com um microscópio de varredura analisaram as superfícies da fraturas dos grampos. Para que ocorressem as fraturas foram necessários 2.500 ciclos para as ligas de cocr, 4.500 para o Ti puro, 20.000 para liga de Ti e 21.000 para o ouro. Os grampos confeccionados em ligas de cocr e ouro, após sofrerem ajustes para reativação, tiveram a durabilidade prolongada nos 14 testes de fadiga, sendo observada uma diminuição da retentividade dos mesmos. Para ligas de titânio deve-se evitar a ativação sob o risco de diminuir a resistência a fadiga dos grampos. Os autores concluíram que existem diferenças significativas quanto à resistência à fadiga para os diversos tipos de metais usados no experimento. A calibragem de retenção do grampo é feita mediante a dosagem desta mesma retenção, sendo necessário um conhecimento prévio da localização ideal da ponta desse grampo sobre a superfície do dente, no sentido mesiodistal ou distomesial, em função da construção desse grampo. Para não haver comprometimento da estabilidade da prótese é preciso um abraçamento adequado do grampo ao dente suporte. Sendo necessário um abraçamento de mais de 180 graus da circunferência da coroa. A localização das pontas ativas do braço de retenção e do braço de oposição deve ser um pouco além dos ângulos vestíbulo e palatoproximais. Kabcenell (1962) realizou um estudo no qual relacionou alguns princípios de funcionamento dos grampos, tais como: estabilização do dente suporte e da prótese, transmissão de forças laterais e retenção. A estabilização e transmissão de forças laterais necessitam de rigidez. Quanto á retenção o autor também observou o fato, já registrado por outros autores, de que o grampo retentivo deverá ser flexível em sua porção terminal para poder atingir a área retentiva dental. Esta flexibilidade depende da forma da seção transversal e do comprimento do grampo, assim, quanto mais comprido e afilado for o braço retentivo do grampo, maior será sua flexibilidade. Outro fator influente na flexibilidade do grampo é o material empregado em sua confecção. Os grampos fundidos apresentam menor flexibilidade em comparação aos feitos com metal trefilado.Quanto às ligas empregadas, as áuricas possuem um limite de proporcionalidade superior às ligas básicas, sendo assim menos sujeitas ás fraturas durante os eventuais ajustes dos grampos. Asgar, Techow e Jacobson (1970) enumeraram algumas desvantagens das propriedades mecânicas de várias ligas de cocr, quando utilizadas em armações de próteses parciais removíveis: 1) grampos feitos com estas ligas podem se fraturarem quando em uso, em tempo relativamente curto; 2) dificuldade no ajuste, quando necessário no ato da entrega da PPR, devido a alta dureza e baixo alongamento destas ligas; 3) em função da grande dureza dos grampos, os dentes suportes poderiam sofrer desgastes. Para minimizar estes problemas, os autores desenvolveram uma série de ligas metálicas de cromo-cobalto-níquel combinadas com outros elementos buscando a melhoria na ductibilidade sem perder resistência. Com a redução do mobidênio e do carbono das ligas, melhores resultados foram encontrados. 15 Em 1963, Bates pesquisou a flexão de braços de grampos em cocr, confeccionados a partir de padrões plásticos pré-fabricados. Utilizou o mesmo comprimento de 10 mm e a curvatura do braço variou de zero (grampo reto) a 180 graus. Concluiu-se que para o comprimento utilizado, a flexão máxima dos grampos circunferenciais comuns foi de aproximadamente 0, 170 mm, o que é considerada extremamente baixa. Algum aumento na curvatura, como por exemplo, no grampo em anel, a flexão é reduzida, porém devido ao aumento natural do comprimento do grampo nesse tipo de grampo, esta redução de flexão é compensada na prática. Confeccionou grampos em anel com 30 mm de comprimento. Segundo o autor, esse grampo quando reto obtém flexão no limite proporcional de 0, 920 mm, enquanto que com curvatura de 279 graus, a flexão foi de 0, 254 mm e impôs uma carga aproximada de 1.200 gramas ao dente. Ainda de acordo com o autor, estes comprimentos de grampos são razoavelmente aceitáveis. Sendo assim, Bates (1963) concluiu que grampos curtos ou com curvaturas acentuadas, confeccionados em cocr, possuíam flexão insuficientes no limite de proporcionalidade para atuarem como retentores das próteses parciais removíveis. Segundo Marei (1995), esforços devem ser concentrados para tentar minimizar a incidência de cargas aos dentes pilares quando do planejamento das próteses parciais removíveis. O autor observou que a flexibilidade do braço retentivo do grampo é um item que pode influenciar diretamente neste aspecto. A confecção de grampos em titânio comercialmente puro (ti c.p.) e ligas de titânio vem sendo pesquisada e os resultados mostram que estes podem ser utilizados, pois mantêm a capacidade retentiva, porém há necessidade de estudos que comprovem sua viabilidade em longo prazo (HUMMEL et al., 1994; AFZALI; MARIC; FENTON, 1995; BRIDGEMAN et al., 1997; RODRIGUES et al., 2002). Vários autores relataram que o titânio poderia ser um material vantajoso para confecção de estruturas de PPRs devido a biocompatibilidade,que possibilita seu uso em pacientes alérgicos a outros metais e também por excelentes propriedades mecânicas, como o baixo módulo de elasticidade (LAUTENSCHLAGER; MONAGHAN, 1993; HUMMEL et al.,1994; AFZALI; MARIC; FENTON, 1995; KÖNÖNEN et. al., 1995; BRIDGEMAN et. al., 1997; JANG; YOUN; KIM, 2001). Iwama e Preston (1997) compararam as propriedades físicas de ligas de cocr-Ti, tendo diferentes porcentagens de Ti na fórmula (4%, 5%, 6%, 8% e 12%), com o vitallium e o Ti puro. Foram analisadas as propriedades de resistência à tensão, resistência ao escoamento, alongamento e módulo de elasticidade com uma máquina universal de ensaios. Os grampos 16 sofreram flexões repetidas de 0,5mm até se fraturarem. As amostras foram analisadas através de microscopia eletrônica de varredura. Ao final dos testes a liga contendo 5% mostrou as melhores características em comparação com o ti puras e o vitallium. O baixo módulo de elasticidade torna o titânio mais resiliente e, portanto, mais parecido com as ligas de ouro. Esta propriedade possibilita o posicionamento dos grampos em áreas retentivas maiores, sem que haja aplicação de forças excessivas aos dentes pilares durante a inserção e remoção da prótese (LAUTENSCHLAGER; MONAGHAN, 1993; HUMMEL et. al., 1994). Esta característica do titânio é vantajosa em situações onde a estética é prioridade, pois permite o posicionamento mais cervical do grampo (BRIDGEMAN et al., 1997). Quando se pensa em grampos de retenção das estruturas metálicas de PPR, a correlação entre método de fundição e propriedades mecânicas precisa ser detectada e entendida para garantir a obtenção de peças que possam suportar os esforços cíclicos, durante a inserção e remoção, ou mesmo os esforços gerados durante a função mastigatória. Vandenbrink, Wolfaardt e Faulkner (1993) pesquisaram os materiais e procedimentos envolvidos na confecção de grampos de próteses parciais removíveis. Foram confeccionados seis braços de grampos em ligas nobres, seis em ligas básicas e dois em materiais termoplásticos para o experimento. Os corpos - de prova possuíam aproximadamente 1,0 mm de diâmetro e comprimento médio de 0,9 mm, retilínios e fixos a uma base retangular. Vitallium e a Ticonium (metais básicos) foram testadas com afilamento em 50 e com secções circulares e semicirculares (largura de um mm e espessura de 0,5 mm na junção da base). As amostras foram submetidas à carga de flexões crescentes em suas extremidades e, através de um micrômetro, eram registradas as deformações. A cada 0, 125 mm de deformação eram registradas a força aplicada em um microcomputador acoplado ao sistema. Os autores concluíram que: As ligas de metais básicos fundidas em secções circulares e semicirculares foram mais rígidas, com limites de elasticidade não apropriados para utilização em braços retentivos curtos com retenção padrão de 0,25 mm; rigidez e limite de proporcionalidade podem ser usados como uma ferramenta na seleção dos materiais do braço do grampo e nos procedimentos de fabricação, de acordo com as circunstancias clinicas; Os dados encontrados neste estudo são válidos para braços de grampos simples, retilíneos e testados com flexão unidirecional. Com a diminuição do raio de curvatura, cuidados devem ser tomados quando os dados forem extrapolados para braços de grampos curvos, em virtude do aumento da rigidez e diminuição dos limites de proporcionalidade. 17 Os grampos podem sofrer dois tipos de deformação: plástica ou elástica. Serão elásticas se a remoção das forças existentes corresponderem o retorno da estrutura às dimensões existentes anteriormente. É o que esperamos que ocorresse com os grampos quando a prótese é removida e reassentada na boca. A deformação é plástica ou permanente quando removida a força, a deformação permanecer, não retornando à situação anterior, inutilizando desta forma os grampos. Estudos sobre o comportamento dos grampos em co-cr também foram realizados por Bates em 1963. O autor relatou que embora se conhecesse o comportamento elástico das ligas de ouro e co-cr, pouco havia sido estudado sobre o comportamento destas ligas em flexão. Observou que grampos de PPR perdiam retenção, de maneira variada, logo após a instalação da prótese. Devido a isto, realizou estudo comparando o limite de proporcionalidade de ligas de ouro e co-cr. Para o estudo foram utilizados padrões de grampos pré-fabricados retos (curvatura zero) e com vários raios de curvatura, porem, com comprimento constante (10 mm). As deflexões dos grampos foram medidas contra varias cargas. Os resultados obtidos mostraram que grampos de co-cr confeccionados com pequeno comprimento ou curvatura marcante tinham deflexão insuficiente, o que contra-indicava seu uso como retentores, pois exerciam forças excessivas sobre o dente pilar, na inserção e remoção da prótese. Por terem o dobro da deflexão das ligas de co-cr, os grampos confeccionados em ouro não apresentaram esse problema. O autor ressaltou que muitos padrões pré-fabricados usados para ligas de co-cr foram desenvolvidas para ligas de ouro. Em 1968, Bates (1968) analisou a perda de retenção dos grampos fundidos em ligas de cobalto-cromo e apontou como possíveis causas: a precisão das fundições, desenhos dos grampos e alterações nos tecidos de suporte depois da inserção da prótese. De acordo com suas observações existe a possibilidade de que o polimento ou a ação de abrasão do metal sobre os dentes pilares resulte na perda de resistência friccional ou de retenção dos grampos. Outro fator a ser considerado é a possibilidade de que a inserção ou remoção da prótese seja efetuada, pelo paciente, fora da trajetória de inserção determinada no planejamento, ocasionando grande deflexão no braço do grampo. Tal deflexão pode gerar tensão superior àquela a qual o material pode resistir, resultando em deformação permanente ou até fratura. Assim, a deflexão planejada para os grampos de PPR não deve exceder metade da deflexão observada no limite de proporcionalidade. O autor verificou que o nível de tensão para os grampos de retenção está no limite de proporcionalidade da liga e muito próximo ao seu limite de fadiga. Assim, se desenhado incorretamente, é possível que o grampo se frature. 18 Para o autor as tensões resultantes nos grampos derivam do grau de retenção planejado, da forma e do comprimento do grampo e das propriedades mecânicas da liga. De acordo com Reisbick e Caputo (1973) quando grampos necessitavam de ajustes, era necessário aumentar os valores de alongamento das ligas, através da adição de outros elementos, sem, contudo prejudicar as propriedades desejadas, diminuindo a ocorrência de fraturas. Usaram a liga Crutanium (krupp Laboratories, Alemanha), composta de 4 a 10% de cromo, 5 a 15% de níquel,< 3% Mo, 1% silício, Mg e C, balanceados em Co. A resistência ao escoamento da liga estava entre 350 e 4.200 Kg Cm; resistências à tração alongamento e dureza estavam dentro do limites aceitáveis. Concluíram que esta liga tinha baixo módulo de elasticidade, que permitia o uso de áreas retentivas mais profundas, aumentando a retenção das próteses parciais removíveis. McGivney e Castleberry (1994), baseados no limite de proporcionalidade de 60.000Ib pol. e na suposição de que o braço do grampo tem o devido afilamento, concluíram que este deve ser capaz de fletir repetidamente dentro dos limites citados, sem se deformar plasticamente ou se romper por causa de fadiga. Ainda em relação à fadiga, Bates (1965) apresentou um estudo sobre limite de fadiga flexural de uma liga de cocr enumerando três maneiras de se obter a flexibilidade adequada aos grampos de próteses parciais removíveis:1-usar grampos com comprimentos de 15 mm; 2-reduzir a espessura dos mesmos; 3-diminuir a área retentiva dental, porém, das três maneiras citada a mais contra-indicada seria a redução da espessura através do afilamento dos grampos, já que isto afetaria negativamente as propriedades mecânicas dos grampos. O autor chegou à conclusão de que estas ligas possuem um limite proporcional adequado para a sua utilização em próteses parciais removíveis, assim dificilmente haveria falhas por fadiga do material na ausência de fatores contribuintes, tais como: porosidade ou afilamento não uniforme dos grampos. Em 1985 Iwana pesquisou a ocorrência de fraturas e deformações plásticas de grampos como causas dos fracassos dos tratamentos realizados por meio de próteses parciais removíveis, usando para isso corpos-de-prova compostos de dois grampos circunferenciais fundidos em liga de cocr, ligados por um conector e aplicados no primeiro pré-molar e segundo molar superior. Estes corpos-de-prova foram fundidos em seis diferentes laboratórios de próteses. Cada laboratório fundiu 12 grampos circunferenciais,com suas normas, suas técnicas de fundição e liga própria, e também foram fundidos com a liga Croballit fornecida pela aurora. Estes grampos foram submetidos a ciclagens simulando o movimento de colocação e remoção da prótese, ao longo de 20 anos (21.600 ciclos) e depois se observou a 19 ocorrência de fraturas ou deformações plásticas nos grampos. Com isso concluiu-se que o número de ciclos influi na magnitude da deformação, porém o valor numérico foi muito baixo para representar grande importância clínica. Das 72 peças fundidas, 17 foram levadas à fratura por fadiga, por falhas na fundição. De acordo com Iwana (1985), estas falhas foram causadas pela inobservância da técnica apropriada de fundição para as ligas de cocr. Para Bates (1980) a retenção dos grampos de próteses parciais removíveis depende de vários fatores como: 1) número e posição das selas e planos guias; 2) mobilidade dental; 3) propriedades mecânicas das ligas; 4) dimensões dos grampos: forma, comprimento e afilamento e 5) desenho dos grampos. Com relação ao desenho dos grampos Bates (1980) afirmou o seguinte: 1) os grampos de ouro, idealmente, deveriam ter aproximadamente 15 mm de comprimento e estarem aplicados numa área retentiva de 0,37mm; 2) os grampos de cocr deveriam ter mais de 15 mm de comprimento e nunca ter curvaturas maiores que 180. Sendo necessária a redução em espessura, essa redução não deveria chegar a dois terços da espessura dos grampos de ouro. Se o grampo ultrapassa a curvatura horizontal do dente, o seu comprimento deve aumentar para 20 mm ou 25 mm a fim de se obter adequada flexibilidade. A redução da força retentiva das PPR sempre causou muita preocupação. Tomlin e Osborne (1961) encontraram retenções consideradas satisfatórias pelos pacientes, o que não era confirmado pelos examinadores. Pacientes portadores de Próteses parciais removíveis de extremo livre foram avaliados por Keltjens et al. (1997) para observar como se encontravam os retentores diretos após oito anos de uso das próteses. Os autores observaram a adaptação dos grampos aos dentes suportes, isto é, se houve deformações permanentes destes. Ao final da pesquisa os resultados revelaram um grande número de grampos desadaptados, porém como os pacientes continuavam usando as próteses diariamente os autores concluíram que estas perdas de adaptação se mostravam aceitáveis do ponto de vista dos pacientes. Os resultados também evidenciaram a correlação do tempo de uso da prótese com o aumento da perda de adaptação dos grampos aos dentes. Bates (1980) atribuiu a perda de retenção à redução da fricção entre a prótese e o dente. Meloncini et al. (1995) verificaram que vários grampos de armações de próteses parciais removíveis, feitas em laboratórios comerciais, não apresentavam retenção nenhuma. Pequena perda de retenção até os primeiros 1.000 ciclos, também foi observado. 20 Iwana et al. (1985) verificaram que o número de ciclos influi na magnitude da deformação, mas o valor numérico foi baixo (24 após 21.600). Analisando a perda de retenção dos grampos fundidos em liga de cocr, Bates (1968) apontou várias causas possíveis para este problema: imprecisão das fundições, desenho incorreto dos grampos ou alterações nos tecidos de suporte depois da inserção da prótese, abrasão no esmalte e na superfície do grampo; variação na flexão do grampo pela alteração da trajetória de inserção da peça; migração e mobilidade dos dentes suportes. A maior possibilidade da ocorrência de perda de retenção, segundo o autor, está relacionada ao manuseio incorreto da prótese, realizado pelo paciente. Outro fator influente seria a possibilidade do polimento do metal também possa resultar na perda de resistência friccional ou de retenção dos grampos. Também foi observado que a inserção ou remoção da prótese, efetuada pelo paciente fora da trajetória de inserção, ocasionaria grande deflexão no braço do grampo podendo resultar em deformação permanente ou até fratura da estrutura. Assim, a deflexão planejada para os grampos de prótese parcial removível não deve exceder metade de deflexão observada no limite de proporcionalidade. Foram utilizados padrões retos de 30 mm de comprimento (wipla 16), como braços do grampo que envolveu o dente, fundidos em ligas Croform 5C e polidos. A flexão da ponta do braço foi fixada em 0,38mm a 0,51mm (0, 015 a 0, 020 pol), através do auxilio de microscópio; flexão esta, situada aproximadamente na metade do limite de elasticidade do grampo. A velocidade de inserção do grampo feito pela maquina foi de aproximadamente 25,4mm seg. Os resultados mostraram que o desgaste presente na região do dente que esteve em contato com o grampo, depois de 25.000 ciclos, foi menor que 0,03mm (0, 001 pol ). Esta quantidade de desgaste com o uso da prótese é muito suave, não parecendo afetar a retenção. O autor verificou que o nível de tensão para os grampos de retenção está no limite de proporcionalidade da liga e muito próximo ao seu limite de fadiga. Assim, se desenhado incorretamente, é possível que o grampo se frature. Para o autor as tensões resultantes nos grampos derivam do grau de retenção planejado, da forma e do comprimento do grampo e das propriedades mecânicas da liga. Quanto à forma e ação, os grampos se dividem em: grampos circunferenciais e grampos a barra. Os grampos circunferenciais ,tem forma circunferencial e mantém contato íntimo e contínuo com o esmalte do dente, suporte ou peça protética, por meio de seus braços. Estes apresentam desenho de oclusal para gengival, dando um efeito de arraste, durante a remoção e de empurre, durante a inserção, conferindo maior dificuldade para ponta ativa deslizar sobre a superfície do dente. Considera-se que o efeito retentivo deste grampo se dá por flexão. Os grampos a barra ou por ação de ponta, tem forma semelhante a uma barra, tem 21 seu traçado de gengival para oclusal, como conseqüência o efeito de arraste se da no momento de sua inserção e o de empurre durante a remoção. O efeito retentivo dos grampos de ação de ponta se dá por torção. Segundo Stewart et al. (1983) os grampos a barra apresentam melhor ação retentiva do que os grampos circunferenciais, já que fisicamente empurrar é mais difícil que arrastar. As partes constituintes de um grampo circunferencial são: apóio (encarregado de transmitir as forças que incidem na base da prótese ao osso por via dental); corpo (que une as demais parte, entre si); braço de retenção (cuja função é conferir retentividade a prótese); braço de oposição (com finalidade de neutralizara força imprimida ao dente suporte, pelo braço de retenção). Um grampo a barra tem duas partes: braço de acesso ou conector menor e a ponta ativa. Vale salientar que o grampo circunferencial sozinho atende aos princípios biomecânicos fundamentais (retenção, estabilidade, reciprocidade, suporte e abraçamento), ao passo que os grampos a barra sempre necessitaram da complementação do apóio oclusal, de outro grampo a barra ou do braço de oposição de um grampo circunferencial. Para Stewart (1983) e Krol (1973), várias restrições devem ser feitas aos grampos circunferenciais, quanto ao fato de seus braços recobrirem excessivamente a coroa aumentando o seu contorno coronário e inibindo o estímulo fisiológico da gengiva. Quando da seleção de um grampo, devemos sempre levar em consideração suas vantagens e desvantagens. Os grampos a barra são mais estéticos, seriam mais retentivos como conseqüência da deformação elástica por torção. Os grampos circunferenciais garantem: excelente suporte, estabilidade e abraçamento; não retém alimento entre o grampo e a fibromucosa. McCracken (1960) escreve que apenas quando a área retentiva puder ser mais bem alcançada com um grampo a barra, ou quando a estética ficar beneficiada é que se deve optar por este tipo de retentor. De acordo com Todescan e Romanelli (1967) podemos solucionar quase todos os casos de pacientes que vem ao consultório com seis grampos: 1) grampo em T de Roach; 2) grampo em I de Roach; 3) grampo 4 5; 4) grampo de Jackson, ou “Jackson Crib” dos americanos; 5) grampos circunferênciais; 6) grampo RPI. Firtell (1968) realizou um estudo para verificar a retenção de vários tipos de grampos. Para tanto, utilizou uma matriz metálica composta de três esferas com diâmetro de 9,5mm dispostas em uma placa, formando um triângulo eqüilátero elaborado com uma situação ideal para receber uma prótese parcial removível, com retenção padronizada de 0,5mm. Sobre nove 22 duplicações dessa matriz, em revestimento, foram esculpidas nove armações variando o tipo de grampo. Os grampos utilizados foram dos seguintes tipos: circunferencial de Akers; circunferencial de Akers com braço retentivo com fio trefilado de ouro; grampo em anel; grampo de ação reversa; grampo “u”; grampo “T”; grampo “I”; grampo “I” com o braço retentivo em fio trefilado de ouro e grampo n 2 de Ney com braço retentivo. Foi verificada a resistência ao deslocamento vertical, mencionando que sua flexibilidade é determinada pelo comprimento, diâmetro e forma do braço do grampo, além das características das ligas. Os resultados obtidos, em ordem decrescente de resistência, foram: grampo em “U”, grampo em anel; grampo circunferencial de Akers; grampo circunferencial de Akers de fio de ouro trefilado; grampo tipo “I” de fio de ouro adaptado; grampo de Ney n 2; grampo em “T” e grampo de ação reversa. Quanto mais longo for o braço, mais flexível será e, portanto, menos retentivo, devido à menor resistência à deformação. Embora o grampo a barra, normalmente seja mais longo que o braço de um grampo circunferencial, sua flexibilidade será menor, porque sua forma semicircular recai sobre vários planos, o que evita que sua flexibilidade seja proporcional ao seu comprimento total. Cucci et al. (1990) estudaram a fadiga de grampos para prótese parcial removível do tipo “T” de Roach, variando-se a liga, espessura e técnica de fundição. Utilizou-se uma maquina de ensaios cíclicos, que simulava a inserção e remoção do grampo em um dente pré- molar superior, reproduzido em cocr. Um sensor eletrônico desligava a máquina no momento em que ocorria a fadiga no corpo-de-prova. Com velocidade de 30 ciclos min de inserção e remoção. Quanto à espessura, os autores verificaram que, com relação ao aspecto força de flexão, um grampo com secção circular é mais favorável entre os padrões pré-formados testados pelos autores, sendo que o padrão com relação igual a 2,5 entre largura e espessura se apresentou com comportamento mais favorável. A retenção de grampos circunferenciais de prótese parcial removível foi estudada por Meloncini em 1996. Para tal quatro ligas de metais básicos foram utilizadas (3 de cocr e 1 nicr, sendo: Remanium GM 380, Dentorium, Vera PDI e Regalloy 100): grampo padrão e extra (mais fino); dente pré-molar e molar e determinações no início e nos subseqüentes ciclos (x 1000: 1, 5, 15, 25).Foram realizados ciclos de inserção e remoção em um aparelho regulado através de reostato, com velocidade de 500 ciclos min. Para tanto, foi utilizada uma matriz em cocr contendo a réplica dos dentes naturais envolvidos, para que nela fossem realizadas as ciclagens e os testes de tração axial. Durante o ensaio, os grampos que perderam a retenção foram ajustados com alicate. O autor, em relação à força de resistência à remoção, concluiu 23 que as ligas apresentaram diferenças significantes de força com grampo padrão, mas não com o extra, e as maiores forças foram encontradas no dente molar com o grampo padrão. A força de retenção diminuiu até 1000 ciclos e após esse período não houve queda significante. Os grampos que sofreram ajustes perderam retenção 11 vezes mais rápido que os não ajustados. Freitas et al. (2002) pesquisaram a retentividade de grampos a barra em forma de “T” e “I” submetidos a ciclos de inserções e remoções sobre superfícies de esmalte, amálgama e resina composta, em períodos de 6 meses, 1ano, 2 anos, 3 anos, 4 anos e 5 anos de uso simulado. Foram usados nos testes, 60 pré-molares extraídos para fins ortodônticos, divididos em 6 grupos: grupo 1- grampo “T” em superfície de esmalte; grupo 2-grampo”I” em superfície de esmalte; grupo 3- grampo “T” em superfície de amálgama; grupo 4- grampo”I” em superfície de amálgama; grupo 5- grampo “T” em superfície de resina composta e grupo 6-grampo “I” em superfície de resina composta. Foram usadas áreas retentivas de 0,01 pol nos dentes naturais. Inicialmente e após os testes, os corpos-de-prova eram pesados e sua retenção verificada em dinamômetro. Os autores concluíram que os grampos “T” apresentaram maior retentividade do que os grampos “I”. Ambos apresentaram perda de retenção, em ordem crescente, esmalte, amálgama e resina composta. Houve diferença estatisticamente significante em relação à perda de peso nas superfícies de resina composta, quando comparadas às de esmalte e amálgama. Takada (2003) avaliou a resistência à tração de grampos a barra tipo “T” de Roach fundidos em Titânio puro e em Cobalto-Cromo nas calibragens de 0,25mm, 0,50mm e 0,75mm. Foi feito uma matriz em co-cr com forma de pré-molar superior. Foram confeccionados 10 grampos para cada calibragem nos dois metais, num total de sessenta corpos de prova. Cada grampo sofreu 3.294 ciclos de inserção e remoção, equivalente a 3 anos de uso da prótese. Para verificar a eventual perda de massa destes elementos devido ao desgaste, os grampos foram pesados no início e término dos testes. Conclui-se que a média das forças de tração foi estatisticamente igual para os grampos de Ti c.p. e cocr na calibragem de o,25mm no período inicial,após 1,2 e 3 anos de uso simulado; não houve perde de massa dos dentes e dos grampos após o uso simulado de três anos, sendo observado apenas um brunimento dos mesmos. Muzilli (1997) pesquisou a retenção e a ocorrência de deformação plástica em grampos a barra tipo “I” de Roach. Comparou-se grampos de quatro dimensões 9 curto-fino, curto-grosso, longo-fino e longo-grosso) feitos com dois tipos de ligas à base de cocr ( Vera PDI e Wironit), através de ciclos de inserções e remoções dos grampos sobre uma matriz metálica simulando um dente pré-molar superior, confeccionada em liga de cocr.As tomadas 24 dos valores da força de retenção foram realizadas em ciclo zero e subseqüentes ciclagens ( x 1000: 1, 2, 5, 10, 20). As deformações permanentes foram mensuradas no início e ao final dos 20.000 ciclos com um paquímetro. Concluiu-se que a liga Wironit foi a que apresentou maior força de retenção; os grampos curto-grossos foram os mais retentivos e os longo-finos os menos. As deformações permanentes dos grampos foram pequenas, não sendo consideradas dependentes das variáveis estudadas e nem influindo na diminuição da força retentiva. Muzilli (2004) estudou as forças de retenção dos grampos circunferenciais de Akers e por ação de ponta tipo 7, íntegros e reparados com solda a laser quando seccionados, simulando a ocorrência clinica de fratura no braço de retenção,isso em pré-molar. Foram usadas três ligas metálicas: cocr (Wironit: extra-hard-bego), Ti-6A 1-4 v(ASTM F136- Dynamet inc.) e Ti c.p. (Rematitan-dentaurum). Uma máquina de ensaios de tração Versa Test realizou as medidas de retenção, essas medidas foram obtidas no início (ciclo zero) e após subseqüentes ciclagens mecânicas (x 1.000: 1, 2 e 5) de colocação e remoção dos grampos numa matriz metálica , simulando aproximadamente cinco anos de uso clínico. Após análise de variância dos resultados, chegou-se a conclusão que os grampos circunferenciais foram significantemente mais retentivos que os grampos por ação de ponta; as ligas usadas conferiram aos grampos média retentividades semelhantes; com a ciclagem os grampos em cocr não perderam força retentiva, ao passo que os demais perderam de maneira significante; com a ciclagem, os grampos por ação de ponta não apresentaram significante perda de retenção, diferentemente dos circunferenciais, que apresentaram perda de retentividade, principalmente nos primeiros 1.000 ciclos; a presença da solda não alterou significativamente a média retentiva dos grampos em Ti c.p., Ti6AI-4v e cocr em nenhum momento da ciclagem. Teixeira (2004) estudou as alterações da retentividade dos grampos a barra e circunferencial, em canino, acionados contra superfícies de porcelana, cerômero e resina composta, em estruturas de cocr e Ti de PPR, simulando cinco anos de uso. Foram feitos 48 corpos de prova, simulando uma hemi-arcada inferior, que continha os dentes 43 e 46, os quais foram restaurados com resina composta, cerômero e porcelana na área de contato com as estruturas metálicas das PPRs. A retenção foi analisada antes das ciclagens e após cada ano simulado. Os resultados obtidos mostraram que houve perda de retenção significativa após a ciclagem, em todos os grupos; Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grampos circunferencial e a barra, em canino, em relação à capacidade de retenção. Não houve diferença estatisticamente significativa na capacidade retentiva em relação ao tipo de liga metálica, cocr ou Ti e que as ligas de cocr e Ti desgastaram a resina composta, não vendo, entretanto perda de massa em nenhuma outra situação testada. 25 Ono (2003) comparou o comportamento retentivo de grampos circunferenciais de Akers confeccionados em Ti c.p. e cocr, usando para isso três retenções diferentes: 0,25; 0,50 e 0,75mm, por um período de três anos (3.294 ciclos). A partir de uma matriz individual correspondente ao primeiro molar superior, foram confeccionados dez grampos de cada material. Com um dinamômetro foram registradas as medidas de força de resistência à remoção em quatro simulações de uso diferentes: início, um ano, dois anos e três anos. Também fora mensurada a massa dos mesmos e dos dentes durante os testes. Para prevenir que eventuais desgastes nas matrizes pudessem interferir nos resultados, cada grampo possuía uma matriz correspondente. Os resultados demonstraram que todos os grampos tiveram redução da força de resistência à remoção, mas em diferentes graus. Os grampos confeccionados em Ti com calibragem de 0,25mm apresentaram uma perda menor da força de resistência à remoção em comparação com o de cocr. Nas demais situações, houve uma superioridade dos grampos de cocr quanto à resistência à remoção. A redução das forças de resistência à remoção foi mais acentuada para os grampos de Ti em retenções de 0,5mm e 0,75mm. Não houve perda de massa para os grampos e dentes durante o ensaio. Mutarelli (2000), realizou um estudo experimental in vitro onde investigou a deformação e fadiga de grampos circunferenciais simples de prótese parcial removível, fundidos em liga de CoCr e Ti comercialmente.um dispositivo experimental foi construído a partir de um propulsor pneumático, com objetivo de simular repetidamente o movimento de inserção e remoção dos corpos de prova, com velocidade de 10 ciclos por minuto, sobre uma matriz metalo-cerâmica. Na matriz foi confeccionada uma ilha metálica com retenção de 0,25 mm, para receber o terminal retentivo dos espécimes ensaiados. Durante o contato das estruturas metálicas, fechava um circuito elétrico do comando eletrônico do propulsor pneumático. O autor não observou a ocorrência de deformações permanentes por abertura ou fratura por fadiga ao final dos 20.000 ciclos para os 40 grampos circunferenciais, sendo 20 fundidos em CoCr e 20 em Ti comercialment puro. Costa (1999) avaliou a capacidade retentiva de grampos tipo “T” em prótese parcial removível (PPR), em ligas de CoCr e Ti. Foram feitos 10 corpos de prova para cada liga e levados a um dispositvo para simular insersão e remoção de armações de PPR simulando períodos de 6 meses, 1 anos, 2 anos , 3 anos, 4 anos e 5 anos. Os corpos foram levados a uma máquina de tração para se medir a quantidade de retenção ainda presente em cada armação, em ambiente seco e úmido com saliva artificial. Depois eram pesados em uma balança de precisão para se observar prováveis perdas de peso, tanto das armações quanto dos dentes naturais dos corpos de prova. Concluiu-se que não houve diferença estatisticamente 26 significante de retenção entre as armações confeccionadas em CoCr e Ti nos períodos de tempo simulados, tanto em ambiente seco quanto umedicido com saliva artificial. Uma análise fotomicrográfica, antes do início dos testes foi feita com microscopia eletrônica,para análise da adaptação dos conjuntos (dente-laminado-grampo). Foi utilizado uma máquina para realizar as ciclagens de inserção-remoção dos grampos sobre as superfícies dentais com as convexidades obtidas através das cimentações de laminados cerâmicos. Esta máquina possui um mecanismo para promover uma compressão horizontal do grampo sobre a superfície retentiva de 1.ooo g, evitando assim que em caso de desgaste do laminado ou do grampo, houvesse a perda de contato entre estes elementos. Foi simulado um uso de dois anos, equivalente a 2.920 inserções e remoções (como se o paciente colocasse e removesse a prótese quatro vezes ao dia). Os conjuntos foram imersos em saliva artificial durante os testes. Ao final, foram feitas impressões do conjunto dente-laminado com polivinilsiloxano, sendo o modelo obtido com resina com resina epóxica. As réplicas foram então analisadas através de fotomicrografia com microscopia eletrônica para se quantificar os desgastes causados pelos grampos. As fotomicrografias pré e pós-testes foram comparados através de digitalização das imagens e análise em computador. Os autores concluíram que as retenções criadas por meio da cimentação de laminados cerâmicos não se despregam dos dentes com o atrito provocado pelos grampos durante um período de cinco anos estimado. Não houve diferança significativa quanto ao desgaste dos conjuntos (laminados-grampos) e (esmalte-grampos). No entanto os grampos a barra em forma de I, contactandoos laminados, mostraram maior desgaste do que os grampos compactando o esmalte. Silva (2000) verificou o efeito da variação das fontes de fusão sobre as propriedades dos grampos de prótese parciais removíveis fundidos em liga de cocr. Dois tipos de fontes foram usados: Sob chama direta e por indução. O autor chegou à conclusão que ambos os métodos se mostraram eficientes, pois os grampos mantiveram sua capacidade retentiva em níveis aceitáveis nos dois métodos. Embora, os grampos fundidos pelo método de indução apresentaram melhores índices de resistência à fadiga, além de resultados mais homogêneos quando comparados aos obtidos pelo método de fundição sob chama direta. Para Dixon, Tietge e Breeding (1992), o desgaste provocado nos grampos e nas superfícies de laminados de porcelana com retenções de 0,25 mm. Utilizou grampos a barra em forma de I de Roach em cocr. 27 3.2 Discussão A prótese parcial removível ainda é um dos trabalhos dentro da odontologia de maior alcance social, devido ao seu baixo custo. A PPR retida a grampos pode preencher os requisitos fisiológicos e estéticos para uma reabilitação oral, quando devidamente bem indicada, planejada e confeccionada. A deformação permanente e a fratura do retentor extracoronario, historicamente, tem sido intercorrências importantes a diminuir da vida útil da prótese (ASGAR; TECHOW; JACOBSON, 1970; BATES, 1965; 1966; BOMBONATTI; GARLIP; BARROS, 1968; IWAMA, 1985; MUZILLI, 2004). Bates (1965) diz que quando os grampos são solicitados abaixo do limite de proporcionalidade do metal e na ausência de fatores modificadores, tais como falhas na estrutura do metal ou adelgaçamento não uniforme dos grampos, diminui-se a incidência de perdas por fadiga. Iwama (1985) também atribuiu a fratura de grampos a erros de processamento. A literatura, da mesma maneira, indica que certamente a fadiga ocorrerá mais rapidamente se porosidades ou falhas em regiões do metal onde se concentram tensões durante a ciclagem (CUCCI et al., 1990; HARCOURT, 1960; 1961; IWANA, 1985; LEWIS, 1978; MELONCINI, 1996). Ghani e Mahood (1990) observaram que os grampos feitos em cocr apresentavam deformação plástica no primeiro mês de uso da prótese, e que após seis meses muitos já estavam comprometidos. Estudos recentes não encontraram falhas significativas que pudessem prejudicar o comportamento dos grampos de cocr (MUTARELLI, 2004; ONO, 2003; RODRIGUES, 2001; TAKADA, 2003). Porém, porosidades em grampos de Ti foram descritas por vários autores (HERÖ et al., 1993; HRUSKA; BORELLI, 1991), devido a sua baixa densidade, estas peças permitem uma inspeção radiográfica mais apurada com aparelhos de raio X odontológico em películas de uso rotineiro nos consultórios (WICTORIN et al., 1979). Existem muitos resultados discrepantes quanto à ocorrência de fraturas de grampos confeccionados em Cocr e Ti. Isto provavelmente ocorre em virtude das dificuldades de padronização nos testes devido aos vários fatores que influenciam as fases de obtenção dos grampos até a realização dos testes. Vallittu e Kokkonen (1995) encontraram maior resistência à fadiga para o Ti em relação ao cocr, já que os grampos de Ti fraturaram com 4.500 ciclos de flexão e os de cocr com 2.500. Para Kotake et al. (1997) verificaram a ocorrência da perda da retentividade e deformação permanente em grampos de Ti com menor 28 número de ciclos, do que os grampos confeccionados em cocr. Em outros trabalhos também foi relatado a presença de fraturas em grampos de Ti (THOMAS; LECHNER; MORI, 1997; AU et al., 2000). Em outro, porém não se notou ocorrência de fraturas (MUTARELLI, 2000; ONO, 2003; RODRIGUES, 2001; TAKADA, 2003). Outro ponto observado é que, na maioria dos trabalhos, os autores preocupam-se mais com mensuração da força retentiva dos grampos e não com a magnitude da deformação permanente destes, visto que a força de retenção é em última instância, a principal finalidade dos grampos. Alguns fatores podem influenciar a retentividade dos grampos, tais como: comprimento, espessura, afilamento uniforme, grau de curvatura do braço, ângulo de convergência cervical, rugosidade superficial da ponta do grampo e da área retentiva, tipo de acabamento dos grampos, tratamento térmico sofrido pelos grampos tanto na fundição quanto no acabamento, módulo de elasticidade do metal e dureza do metal. Alguns autores verificaram que se o paciente removesse a sua prótese quatro vezes por dia, ao final de um ano ocorrerão 2.920 deflexões dos grampos, sem falar das tensões exercidas sobre estes durante a mastigação. Desta maneira, ao final de 12.500 ciclos ocorreria um período de oito anos e meio de uso da prótese em condições normais (DIXON; TIETGE; BREEDING, 1992). Uma comparação da capacidade retentiva de grampos circunferenciais e grampos a barra foi feita por Lucchesi em 2004, quando utilizados em caninos, levando em consideração o tipo de liga se cocr ou ti. Foi constatado não haver diferença estatisticamente significante entre eles. Em relação aos tipos de grampos, suas vantagens e desvantagens, Goloni (1999) afirmou que o grampo T de Roach com braço de acesso longo apresenta menor resistência à remoção por tração axial quando comparado ao braço de acesso curto na classe I de Kennedy. Os grampos circunferenciais conferem suporte, retenção, reciprocidade, estabilidade e abraçamento adequados. De acordo com Stewart et al. (1983) a diferença no modo de ação dos dois tipos de grampos, reside no fato de os grampos a barra ou por ação de ponta apresentar melhor retentividade que os grampos circunferenciais. Porém, Zanette (1980) diz que tanto o grampo circunferencial de Akers como o grampo a barra em forma de T de Roach, apresenta o mesmo grau de retentividade. A eficiência retentiva dos grampos de prótese parcial removível foi estudada por alguns autores que afirmaram que o grampo com o passar do tempo perdia essa capacidade (DAVENPORT et al., 1988). Outros autores também compartilham esse pensamento e atribuíram a essa perda de retentividade alguns fatores, como migração dentária, diminuição 29 do esforço entre o grampo e o suporte, fadiga, deformação do grampo devido a esforços funcionais (ANDERSON; BATES, 1959). Quando os grampos são solicitados abaixo do limite de proporcionalidade do metal e na ausência de fatores modificadores, como falhas na estrutura do metal ou adelgaçamento não uniforme dos grampos, diminuem-se a incidência de perda por fadiga (BATES, 1965). 30 4 CONCLUSÃO A partir da revisão da literatura exposta, pode-se concluir que a odontologia moderna dispõe de recursos avançados para se reabilitar proteticamente um paciente. Porém, devido ao baixo custo, ainda há um grande número de casos tratados por meio de prótese parcial removível retida a grampos. Cabe ao profissional o domínio da técnica, a escolha dos melhores retentores, suas indicações, vantagens e desvantagens, estética, e principalmente função, ou seja, um minucioso e adequado planejamento. Para tal, a prótese parcial removível pode contribuir muito para a saúde bucal dos pacientes, desde que os princípios biomecânicos sejam levados em consideração. 31 REFERÊNCIAS AFZALI, D.; MARIC, B.; FENTON, A. Titanium RPD claps performance. Journal of Dental Research, v. 74, p. 227,1995. AKERS, P. E. A new and simplified method of partial denture prosthesis. The Journal of the American Dental Association, v. 12, n. 6, p. 711-717, 1925. ANDERSON, J. N.; BATES, J. F. The cobalt-chromium partial denture. British Dental Journal, v. 107, n. 3-4, p. 57-62, ago. 1959. ASGAR, K.; TECHOW B. O.; JACOBSON, J. M. A new alloy for partial denture. 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