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ENTES DA FEDERAÇÃO (1)

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ENTES DA FEDERAÇÃO
Os entes da federação são dotados de autonomia, a qual se expressa na auto-organização, auto-governo e auto-administração. A auto-organização relaciona-se às competências legislativas conferidas aos entes. Assim à União compete a regulamentação da Constituição Federal e leis federais; os estados federados a Constituição Estadual e leis estaduais, aos municípios a Lei Orgânica do Município e leis municipais e ao Distrito Federal a Lei Orgânica do Distrito Federal e leis distritais.
Quanto ao auto-governo, cada ente elege seus próprios governantes (por exemplo é o povo do município que elege seu prefeito e os vereadores, o povo do Distrito Federal que elege o governador e os deputados distritais).
 
No tocante à auto-administração temos as competências tributárias e administrativas conferidas aos entes. A Constituição de 1988 adotou como princípio geral, para fins de repartição de competências entre os entes da Federação, a predominância de interesses e como técnicas principais: a enumeração de poderes da União; o estabelecimento de poderes remanescentes para os Estados; e a definição, por indicação, dos poderes definidos dos Municípios.
UNIÃO: A União, internamente, é a pessoa jurídica de direito público, componente da Federação Brasileira e autônoma, na medida em que possui capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração. Exerce as competências atribuídas pela própria Constituição Federal. Internacionalmente representa a República Federativa do Brasil, exercendo a soberania do Estado Federal.
 
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são assim exercidos:
 
Poder Executivo: Presidente da República, Vice-Presidente, Ministros, Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional (art. 76 a 91).
 
Poder Legislativo: Congresso Nacional (bicameral), formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal (art. 44 a 75).
 
Poder Judiciário: Justiça Federal (art. 101 a 124).
 
Capital Federal: Brasília (art. 18 § 1º). Brasília não é um Município, distinguindo-se do
 
Distrito Federal, que é ente da federação, ao qual foi vedada a divisão em municípios. Brasília fica localizada no Distrito Federal, é uma cidade que foi designada para ser a capital federal. A capital, contudo, pode ter sua sede transferida (artigo 48, VII).
 
Bens: definidos no art. 20 (atenção para EC.46 - alterou o inciso IV, que passou a ter a seguinte redação: “as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II”).
 
Competências administrativas (materiais):
 
       Exclusiva – enumeradas no artigo 21 (ex.: manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; emitir moeda).
 
       Comum – expressas no artigo 23: “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (ex.: zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; preservar as florestas, a fauna e a flora; promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico).
 
Competências legislativas:
 
       Privativa – expressa no artigo 22: “Compete privativamente à União legislar sobre” (ex.: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; desapropriação; serviço postal; trânsito e transporte; organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; seguridade social; registros públicos; atividades nucleares de qualquer natureza). No parágrafo único deste artigo 22, está previsto que uma lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo; por força do art. 32, § 1º esta possibilidade estende-se ao Distrito Federal).
 
       Concorrente – conforme artigo 24 “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre” (ex.: direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; juntas comerciais; custas dos serviços forenses; educação, cultura, ensino e desporto; previdência social, proteção e defesa da saúde; proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; proteção à infância e à juventude)
 
Obs. Conforme estabelecido nos parágrafos 1º a 4º, do artigo 24, no âmbito da legislação concorrente, a competência da UNIÃO fica limitada a estabelecer NORMAS GERAIS, o que não exclui a COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Mas, a superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA da lei estadual, no que lhe for contrário. Caso essa lei federal com normas gerais seja revogada a lei estadual volta a ter plena eficácia. ATENÇÃO: não inclui o Município. Impostos: art. 153.
 
ESTADOS-MEMBROS: Os Estados-membros são pessoas jurídicas de direito público interno, autônomos. Cada Estado-membro tem capacidade de auto-organização (expressa no poder de elaborar sua Constituição e normas estaduais), auto-governo (eleição de seu governador e deputados estaduais) e auto-administração (competências administrativas e tributos próprios). Consoante já visto, podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito e do Congresso Nacional, por lei complementar (art.18, § 3º).
Organizam-se e regem-se pelas Constituições Estaduais (poder constituinte derivado
decorrente) e leis que adotarem, observados os princípios da Constituição Federal.
Poder Executivo: Governador e Vice–Governador (art. 28)
Poder Legislativo: Assembléia Legislativa (deputados estaduais) (art. 27).
Poder Judiciário: Justiça Estadual (art. 125 e 126)
Bens: definidos no art. 26
 
Competências administrativas (materiais):
 
       Exclusiva – disciplinada no artigo 25. No § 1º, está consignada a competência administrativa estadual residual ou remanescente: “são reservados aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”. No § 2º há uma competência administrativa enumerada: “Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação”.
 
       Comum – art. 23 (“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”).
 
Competências legislativas:
 
       Delegada – art. 22, parágrafo único (lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias cuja competência legislativa é privativa da União).
       Concorrente – art. 24 (suplementar § 2º e supletiva § 3º): “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre”.
       Reservada art. 25, § 1º – “são reservados aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”.
       Enumerada art. 25, § 3º – “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”. Impostos: art. 155.
 
MUNICÍPIOS: Os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno,autônomos em decorrência da capacidade de auto-organização (expressa no poder de elaborar sua Lei Orgânica e normas municipais), auto-governo (eleição de seu prefeito e vereadores) e auto-administração (competências administrativas e tributos próprios).
No artigo 18, § 4º, como já apresentado, encontram-se as regras para criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios. Esta poderá ser feita por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
 
Os municípios são regidos por Lei Orgânica Municipal, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do respectivo Estado e numa série de preceitos estabelecidos no artigo 29 da Lei Maior (por exemplo: a inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; número de vereadores proporcional à população do município).
 
Poder Executivo: Prefeito e Vice-Prefeito - art. 29 (Obs. Apenas nas cidades com mais duzentos mil eleitores haverá segundo turno, nos termos do art. 77)
Poder Legislativo: Câmaras Municipais (vereadores) - art. 29 e 29-A. Nos termos do artigo 29, VII, o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município. Essa regra deve ser compatibilizada com o disposto no art. 29-A. Determina este dispositivo constitucional que o total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar determinados percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior. Estabelece o § 1º do artigo 29-A que a Câmara Municipal não gastará mais de 70 % (setenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores, sendo crime de responsabilidade do Prefeito Municipal efetuar repasse que supere esses limites, não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou enviá-lo a menor. Por sua vez incorrerá crime de responsabilidade o Presidente da Câmara Municipal se o gasto superar os 70 % (setenta por cento) da receita com folha de pagamento.
 
Poder Judiciário: NÃO POSSUI!
 
Competências Administrativas:
 
       enumerado – art. 30 (instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental; prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual (guarda municipal – art. 144, § 8º).
 
       comum art. 23
 
Competências Legislativas:
 
       exclusiva - art. 30, I (legislar sobre assuntos de interesse local); art. 182, § 1º (plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana e tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.)
 
       suplementar - art. 30, II (suplementar a legislação federal e a estadual no que couber). Impostos: art. 156 Fiscalização do Município: conforme artigo 31, será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. Destaca-se ser vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais, assim os municípios que já possuíam tais órgãos permaneceram com os mesmos e os que não tinham agora não podem criar. Há ainda previsão de um controle popular, pois as contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
 
DISTRITO FEDERAL: É também unidade federada dotada de autonomia, com capacidade de auto-organização (rege-se por Lei Orgânica - art. 32 e leis distritais), auto-governo (eleição de seu governador e deputados da Câmara Legislativa) e auto-administração (competências administrativas e tributárias próprias). O artigo 32 veda a divisão do Distrito Federal em Municípios.
 
Poder Executivo: Governador e Vice–Governador (art. 32, § 2º)
Poder Legislativo: Câmara Legislativa (deputados distritais) (art. 32, § 2º e 3º).
Poder Judiciário: organizado e mantido pela União, por lei federal (art. 48 – Compete ao
Congresso Nacional com a sanção do Presidente da república, a organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal).
 
Bens: definidos por lei federal (art. 16, § 3º do ADCT).
 
Competências:
 
       as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, § 1º);
       comum (art. 23);
       concorrente (art. 24);
       delegada (art. 22, parágrafo único).
 
Impostos: art. 155 e 156.
 
TERRITÓRIOS
São meras divisões administrativas da União, sendo também denominados como autarquias territoriais. Atualmente não existe território no Brasil. Existia até 1988, eram eles: Roraima, Amapá e Fernando de Noronha – Ver artigos 14 e 15 do ADCT. Estão tratados nos artigos 33 e 18, §2º. Ressalta-se que os Territórios podem dividir-se em Municípios. Dispõe o artigo 45, § 2º que cada Território elegerá quatro Deputados Federais, contudo, não haverá escolha de Senador.
 
Princípio da Predominância do Interesse (para identificar a competência): os assuntos de predominante interesse local devem ser regulamentados pelo Município; sendo de interesse regional ou se abranger mais de um Município, ficam a cargo do Estado; a competência será da União quando predominante o interesse nacional.

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