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10/08/2017 1 FRATURAFRATURA Prof. Reginaldo Lordelo 1. Definição - É uma perda de continuidade óssea (exposta – fechada). 2. Classificação - Qto à localização - Qto ao traço de fratura FRATURA História: - Surgimento do homem - Brigas – guerras – disputas - Tratamento conservadores - Óbitos – aleijões Grandes avanços: - Matheus – séc. XVIII (atadura gessada) - 1809 – Willian Thomas Green Morton (anestesia) - 1895 – Wilhelm K. Roentgen (RX) - Tratamento conservador - Tratamento incruento - Tratamento cruento FRATURA Epidemiologia: - Acidentes de trânsito - Acidentes do trabalho - Acidentes no trabalho – em casa – lazer - Guerras – PAF - Fraturas por traumatismos de alta energia - Fraturas por traumatismos de baixa energia (rotacionais) - Fraturas patológicas - Fraturas por estresses FRATURA Classificação: Facilitar o entendimento da gravidade da fratura e do tratamento a ser instituído e do prognóstico. 1. - Qto à localização anatômica: Intra capsular (intra articular) Extra capsular (extra articular) Epifisária (proximal – distal) Metafisária (proximal – distal) Diafisária (1/3 proximal – médio – distal) FRATURA 2. Qto ao traço de fratura: Incompleto - Galho verde - Fissura Completo - Fratura simples (espiral – oblíqua – transversa) - Fratura em cunha (duplo traço – asa de borboleta) - Fratura complexa (cominutiva) FRATURA 10/08/2017 2 Fratura Fechada ou Interna São as fraturas nas quais os ossos quebrados permanecem no interior do membro sem perfurar a pele. Poderá, entretanto romper um vaso sanguíneo ou cortar um nervo. Fratura Aberta ou Exposta São as fraturas em que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma de suas partes, que pode ser produzida pelos próprios fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes. Este tipo de fratura pode causar infecções. FRATURA Tipos de Fraturas Fratura em Fissura São aquelas em que as bordas ósseas ainda estão muito próximas, como se fosse uma rachadura ou fenda. Fratura em Galho Verde É a fratura incompleta que atravessa apenas uma parte do osso. São fraturas geralmente com pequeno desvio e que não exigem redução; quando exigem, é feita com o alinhamento do eixo dos ossos. Sua ocorrência mais comum é em crianças e nos antebraços (punho). Tipos de Fraturas Fratura Completa É a fratura na qual o osso sofre descontinuidade total. Fratura Cominutiva É a fratura que ocorre com a quebra do osso em três ou mais fragmentos. Tipos de Fraturas Fratura Oblíqua É quando o traço de fratura lesa o osso diagonalmente. Fratura Transversa É quando o traço de fratura atravessa o osso numa linha mais ou menos reta. Tipos de Fraturas Fratura Impactada É quando as partes quebradas do osso permanecem comprimidas entre si, interpenetrando-se. Fratura Espiral É quando o traço de fratura encontra-se ao redor e através do osso. Estas fraturas são decorrentes de lesões que ocorrem com uma torção. 10/08/2017 3 Quadro clínico Ananmenese – Exame físico Dor – aumento de volume – impotência funcional Deformidade – mobilidade anômala (dolorosa) Crepitação Óssea FRATURA Tratamento - Fratura exposta (transformá-la em fechada) - Fratura patológica (tratamento da fratura e da doença básica) - Fratura por estresse (tratamento da fratura propriamente dita) 1. Provisório 2. Definitivo FRATURA PLACA E PARAFUSO PLACA E PARAFUSO PLACA E PARAFUSO 10/08/2017 4 PLACA E PARAFUSO PLACA E PARAFUSO Tratamento: - Provisório: - Tala - Tração trans-esquelética - Tração com espuma (por cutânea) - Fixador externo - Definitivo: - Redução extemporânea + gesso - Redução cruenta + osteossíntese FRATURA FIXADOR EXTERNO HASTE MEDULAR HASTE MEDULAR 10/08/2017 5 Complicações: - Consolidação viciosa - Retardo de consolidação - Não consolidação – Pseudo artrose - Encurtamento FRATURA Princípios de cicatrização das feridas e consolidação das fraturas: - Suprimento sanguíneo - Aposição dos bordos - Proteção (repouso – imobilização) FRATURA Fatores que interferem na cicatrização: - Idade do paciente - Intensidade do trauma (grau de necrose) - Doenças (desnutrição – infecção – doenças metabólicas, tumorais, etc). FRATURA Diferença entre cicatrização das feridas e consolidação óssea: - O tecido fibroso é transformado em tecido ósseo. Princípios fundamentais para consolidação: - Vascularização endóstio – perióstio - Coaptação dos bordos - Imobilização FRATURA Formação Calo Ósseo : - Hematoma - Organização do hematoma – 12 horas - Proliferação celular – 16 horas - Osteoblastos - Osteoclastos - Revascularização óssea – 72 horas - Tecido de granulação (fibrose) – 21 dias - Calo mole – 06 a 12 semanas - Calo duro – 12 a 20 semanas FRATURA O que caracteriza uma fratura? 1) Incapacidade total ou parcial de movimentos 2) Dificuldade e dor aos movimentos 3) Observação de inchaço na área atingida 4) Posição anormal do membro atingido 5) Traumatismos ou Stress FRATURA 10/08/2017 6 Consolidação Óssea Consolidação óssea Definição É o processo de regeneração/cicatrização óssea pós-fratura Reação inflamatória local, acelerada e controlada produz cura de uma fratura pela formação de tecido ósseo igual ao original Consolidação Óssea Fatores que Influenciam na Consolidação das Fraturas: Fatores Mecânicos: Mobilidade no Foco de Fratura: Quanto menor a mobilidade no foco de fratura maior será a facilitação na consolidação óssea Fatores Biológicos: • Aporte Sangüíneo no Foco da Fratura: quanto maior melhor • Células Sangüíneas: Essenciais para Secreção: Fatores de Crescimento: IGF – Fator de crescimento PDGF – Fator de crescimento mitótico Consolidação Óssea Lei de Wolff (1870) Afirma que o alinhamento das trabéculas ósseas é moldado de acordo com as forças que agem sobre o osso . Consolidação Óssea QUAIS O PRÉ-REQUISITOS PARA A CONSOLIDAÇÃO DE UMA FRATURA? 1) Suprimento Sanguíneo adequado . 2) Estabilidade , para evitar o excesso de movimento (Gesso , Placas , Hastes , Fixadores) . 3) Substratos adequados para a formação da matriz óssea , como minerais , proteínas , carboidratos , Vitamina D . Consolidação Óssea Teoria de Perren: É o movimento que determina a formação dos tecidos durante a consolidação óssea . Teoria de Carter/Blenman Afirma que a tensão de oxigênio (suprida pela vascularização) é a principal determinante da formação dos tecidos na consolidação óssea . Consolidação Óssea QUE FATORES PODEM INFLUENCIAR A CONSOLIDAÇÃO DE UMA FRATURA ? Idade avançada Corticóides Nutrição Deficiência de hormônios como GH e Hormônios Tireoidianos Tabagismo 10/08/2017 7 Consolidação Óssea Fases de calo ósseo: Inflamação Reparação Remodelação Consolidação Óssea Formação do calo ósseo: 1a. Fase Inflamatória (72h): - Hematoma fraturário - Organização com resposta inflamatória Consolidação Óssea Formação do calo ósseo: 2a. Fase Reparação (3 semanas): - Formação de fibroblastos (calo fibroso ou calo mole) Consolidação Óssea Formação do calo ósseo: 3a. Fase Proliferativa (8 semanas): - 3a à 8a semana os condroblastos formam matriz (calo cartilaginoso) - 8a sem em diante há deposição de cálcio (calo ósseo ou calo duro) Consolidação Óssea Formação do calo ósseo: 4a. Fase - Remodelação (36 meses): - Calo ósseo aparente no Rx - 24 a 36 meses: fim da consolidação 10/08/2017 8 Consolidação Óssea Tratamento: - Melhorar a estabilidade no foco de fratura - Aliviar os sinais e sintomas Pseudoartrose: - Ausência de consolidação em6 a 8 meses de tratamento adequado Consolidação Óssea Após colocar o osso no lugar e colocar o gesso a fratura irá consolidar certa? Quando alinhamos e aproximamos os fragmentos damos ao organismo a chance de consolidar a fratura de modo certo. O osso não volta sozinho para o seu lugar como muitos pacientes pensam. Após colocar o osso no lugar devemos nós certificar que ele está reduzido isso é feito com um controle radiológico periódico. A frequência depende do tipo de fratura e não segue uma regra igual para todas as fraturas. Os músculos e tendões estão inseridos nos ossos e quando contraímos os músculos causamos movimento nos ossos que podem provocar o desvio da fratura, ou seja mesmo dentro do gesso o osso pode sair do lugar. Consolidação Óssea Se a fratura não for imobilizada ela corre o risco de não colar? Sim, algumas fraturas quando não imobilizadas evoluem para não consolidação e se tornam falsas articulações (Pseudartrose). Porém novamente isso não é uma regra absoluta, exemplo: a fratura de arcos costais pode ser tratada sem imobilizar o tórax, pelo contrário a imobilização do tórax pode provocar dificuldade para respirar. Consolidação Óssea Quanto tempo demora para o osso colar? Não existe um prazo determinado, ele é curto como por exemplo 3 semanas na fratura de clavícula do recêm nascido e pode demorar 5 meses no fêmur de um adulto. quando mais velho mais tempo para colar, quando maior o osso mais tempo para colar, quando mais afastados os fragmentos mais tempo para colar. Na média os ossos consolidam em 2 a 3 meses, sempre lembrando dos parâmetros acima. Em algumas situações o osso demora mais para colar, principalmente em pacientes fumantes. Quando ele como devagar dizemos que está ocorrendo um retardo de consolidação e quando o osso não cola dizemos que ocorreu uma pseudartrose. Consolidação Óssea O que precisamos para que o nosso osso cole rapidamente? Temos vários fatores importantes: uma boa alimentação rica em proteínas, sol para produzir vitamina D. Uma boa ingesta de leite e derivados que são as principais fontes de cálcio. O cálcio é o principal mineral do osso, sem cálcio a fratura não consolida adequadamente. Evitar o cigarro também é muito importante pois o cigarro atrapalha o processo de consolidação óssea. Consolidação Óssea Quais medicamentos ajudam na consolidação de fraturas? Não conheço medicamentos específicos para ajudar na consolidação de fraturas, nesses casos sugiro uma boa alimentação rica em proteínas, 3 porções de leite ou derivados do leite (queijo, iogurte ricota, requeijão, etc) todos os dias, além de 30 minutos de sol também diariamente. Alguns pacientes com problemas carenciais podem se beneficiar se micronutrientes e suplementos. 10/08/2017 9 Consolidação Óssea Pisar atrapalha a fratura colar? Depende do tipo de síntese ou método que esteja sendo usado para tratar a fratura. A carga pode estimular o consolidação óssea e é usada muitas vezes em casos de osteossíntese com haste intramedular (tutor interno) porém em casos onde foi colocada placa e parafusos ela pode ser proibida. Não existe uma regra absoluta, somente seu médico pode decidir o que deve ser usado pois somente ele sabe quais princípios foram usados na sua síntese. Siga sempre a orientação dada pelo seu médico, não escute opinião de outrem.
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