Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ancilostomose Família Ancylostomidae (do gr. ankylos = curvo + tomma = boca) • Ancylostomidae é uma das mais importantes famílias de nematódeos, seus estágios parasitários ocorrem em mamíferos, inclusive em humanos, causando ancilostomose ou amarelão; • Filo Nematoda – Classe Chromadorea – Família Ancylostomidae; A. caninum Família Ancylostomidae • Os membros dessa família vivem no intestino de seus hospedeiros, fixados à mucosa e alimentando-se de sangue e fluidos teciduais sugados; • Ancylostoma duodenale e Necator americanus são espécies aparentadas, ambas com corpos filiformes em torno de 1 cm, com fêmeas ligeiramente maiores que machos; ♂ ♀ Família Ancylostomidae – Morfologia • Principais diferença entre as duas espécies: 1. Cápsula bucal; 2. Bolsa ou bursa copulatória; 3. Posição da vulva; o N. americanus 1/3 anterior; o A. duodenale 1/3 posterior; 1. Cápsula bucal Par de placas cortantes 2 pares de dentes • Cápsula bucal possui a função de nutrição e fixação; Hookworm Intestinal mucosa • Cada ancilóstomo é capaz de causar a perda de 0,3mL de sangue/dia; 2. Bursa copulatória • Os machos são equipados com uma proeminente bolsa copulatória em suas extremidades posteriores; • Usada para ‘abraçar’ a fêmea durante a cópula; Necator americanus Ancylostoma duodenale Cópula de ancilostomídeos Habitat dos vermes adultos • Vermes adultos habitam o intestino delgado, sendo o lúmen duodenal o principal local de oviposição das fêmeas após a cópula; Ovos • A. duodenale produz até 35.000 ovos/dia em até 3 anos de vida; • N. americanus produz ~ 20.000 ovos/dia em até 5 anos de vida; • Os ovos passam por etapas de desenvolvimento, inicialmente tetranucleado assim que posto, até uma larva completa após 1-2 dias da oviposição; Estágios iniciais de clivagem, como normalmente o ovo passa nas fezes Ovo contendo uma larva L1 plenamente desenvolvida (solo) Eclosão dos ovos • Os ovos precisam de calor, sombra e humidade para se desenvolverem em larvas viáveis (L1); • As L1s são larvas rabditoides, vivem nas fezes e se alimentam de microrganismos e matéria fecal; • Sofrem duas mudas ou ecdises – L2 (também rabditoide) – L3 filarióides infectantes (~5 dias); • As L3s infectantes, em condições ambientais ideais, podem sobreviver por semanas; Larvas rabditoides L1 • Larvas filarióides L3 – se espalham pelo solo; • Qualquer ponto da epiderme pode ser penetrado pelas L3s, entretanto mãos, pés e nádegas são mais frequentemente atacadas; • Podem penetrar mucosa oral, ser passado pelo leite e provavelmente de maneira transplacentária; • Diversas enzimas que hidrolisam macromoléculas da pele estão implicadas na penetração; 1. Da pele, as larvas alcançam a circulação sanguínea e/ou linfática; 2. Em pouco tempo alcançam o coração; 3. Pelas artérias pulmonares atingem os pulmões; Migração interna Migração interna 4. Atingindo os alvéolos, as larvas migram para os bronquíolos, com auxílio de seus movimentos, secreções e cílios da árvore brônquica (2 a 7 dias e passa de L3 para L4); 6. Sobem pela árvore brônquica e traqueia, chegam à faringe, onde são expectoradas ou deglutidas, atravessam incólumes o estômago e fixam-se no intestino delgado; • Ao chegar no ID, após oito dias da infecção, a larva começa a exercer o parasitismo hematófago, fixando a cápsula bucal na mucosa do duodeno; • A transformação da L4, em larva de quinto estádio L5 ocorre ~ 15 dias após a infecção; • A diferenciação de L5, em adultos ocorre após 30 dias da infecção; • O período de pré-patência, isto é, desde o momento da penetração das L3, até a eliminação dos ovos dos ancilostomídeos pelas fezes, varia: o Entre 35 e 60 dias para A. duodenale; o Entre 42 a 60 dias para N. americanos; Ciclo de vida Infecção por via oral Ancilostomíase, amarelão, Jeca Tatu Patologia • A instalação e gravidade da doença depende do número de vermes, da espécie e estado nutricional; o < 25 vermes não há sintomatologia; o 25-100 vermes a sintomatologia é leve; o 100-500 vermes há danos consideráveis e sintomas moderados; o 500-1000 vermes há lesão e sintomas graves; o > 1000 vermes há lesões muito graves acompanhados de drásticas e fatais consequências; • Como o A. duodenale ingere mais sangue do que o N. americanus, menos vermes são capazes de causar sintomas mais graves; Patologia • A doença se manifesta em três principais fases: Ações Patogênicas 1. Fase cutânea ou período de invasão 2. Fase migratória ou pulmonar 3. Fase intestinal • Após penetrarem na pele, podem surgir os primeiros sintomas – sensação de picada, hiperemia, prurido, edema ou dermatite urticariforme; • Infecções secundárias, por contaminação carreada pelas larvas (provindo do material fecal) ou de outra fonte agravam a infecção; • Quando há infecções secundárias, ocorrem também pústulas e pequenas ulcerações; • As dermatites por larvas de ancilostomídeos, quando não apresentam maiores complicações, tendem a cessar alguns dias após instaladas; Patologia – 1. Fase cutânea Few days after N. americanus L3 infect the host, a rash known as ‘ground itch’ develops at the site of skin penetration • A fase pulmonar ocorre quando as formas juvenis rompem a cama capilar para dentro dos alvéolos e progridem para os brônquios e garganta; • Discreta hemorragia na penetração, podendo trazer graves consequências em infecções maciças; • Embora rara, pode causar síndrome de Löffler, uma eosinofilia pulmonar em resposta a infecções parasitárias; • Usualmente assintomática, podendo haver tosse seca e dor de garganta; Patologia – 2. Fase pulmonar • Alcançando o ID, os jovens vermes fixam-se à mucosa; • Com seus dentes e sua forte cápsula bucal começam a se alimentar de sangue; • Em infecções maciças os vermes são encontrados do piloro ao cólon ascendente; • Entretanto são usualmente restritos ao terço anterior do intestino delgado; Patologia – 3. Fase intestinal • Sinais e sintomas abdominais podem ser evidentes após a chegada dos parasitos ao intestino: o Dor epigástrica; o Diminuição de apetite; o Indigestão; o Cólica; o Indisposição; o Náuseas; o Vômitos; o Flatulências o Ocorrência de diarreia, sanguinolenta ou não; o Constipação (menos frequente); Patologia – 3. Fase intestinal • Além dos sinais e sintomas primários associados diretamente à atividade dos parasitos, há os secundários, decorrentes da anemia e hipoproteinemia em infecções crônicas; • Esses sinais e sintomas crônicos secundárias são os mais frequentemente vistos na ancilostomose: Patologia – 3. Fase intestinal o Anemia microcítica hipocrômica; o Grave deficiência de ferro; o Leucocitose e eosinofilia; o Perda de apetite; o Síndrome de pica (geofagia); • Congestão, edema, áreas de hemorragia, fibrilas colágenas desintegradas, destruição de vasos; • Exames post-mortem revelaram jejuno-ileíte, ulcerações, graves hemorragias, supuração, necrose, gangrena e raramente peritonite fibrino-purulenta; • Na histologia foram observados espessamento da parede do intestino, edema, inflamação e múltiplas hemorragias petequiais na mucosa, presença de neutrófilos e eosinófilos; • No local em que os vermes se prendiam, notava-se trombose e inflamação dos vasos da submucosa Diagnóstico • O diagnóstico de ancilostomíase não apresenta dificuldade, os ovos são típicos e em geral abundantes nas fezes dos pacientes; • Os métodos utilizados para exame de fezes não permitem identificar as espécies causadoras da ancilostomose, pois os ovos são virtualmente idênticos; • Através de coprocultura, para obtenção de L3s,é possível identificar a espécie, A. duodenale ou N. americanus, assim como quantificar o nível de infecção do paciente; • Testes imunológicos, como o ELISA, evidenciam reações mediadas por antígenos dos vermes, entretanto não têm sido utilizados na prática; Tratamento Profilaxia Profilaxia
Compartilhar